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Mostruário — Lisgnes

monstruário

A coluna Monstruário traz todos os meses uma criatura inédita e exclusiva do blog para matar seus jogadores deixar sua mesa mais emocionante! Para esta missão, convocamos Jorge Junior, com toda sua experiência como biólogo para imaginar como seriam alguns seres típicos de Arton.


Lisgnes, Língua-de-Fogo e Língua-Brasa são os nomes mais comuns desse animal perigoso que habita desertos, fontes termais, montanhas e outras regiões quentes ou áridas de Arton. Seu corpo se assemelha ao de um pepino-do-mar, lembrando um cilindro alongado com leves protuberâncias. As partes anterior e posterior do corpo só são diferenciadas por conta da antena, que fica acima da cabeça. Possuem coloração escura, próxima do azul, prateado ou marrom. Apesar de uma estrutura física mole, como a de lesmas, toda sua pele é revestida por pequenas placas duras resistentes ao calor. Por conta desse revestimento pouco sensível e por não possuírem olhos, ouvidos ou nariz, a comunicação com o ambiente e entre si é praticamente toda feita a partir da antena. Com esse órgão, eles conseguem perceber cheiros, temperatura e movimentos de forma muito aguçada.

Vivendo em duplas e medindo cerca de 1,50 m, esses animais preferem descansar de dia em lugares quentes e caçar durante a noite. Além da resistência ao calor, eles têm a capacidade de armazená-lo em uma camada de sua pele. A maior parte dessa energia é acumulada e transferida para sua língua, que pouco se parece com o órgão que conhecemos.

Quando atacam suas presas, os lisgnes ejetam essa língua de cor escura, textura mole e com finas rachaduras que expelem vapor. Ela se espalha pelo solo à sua frente, irradiando em uma sequência de ramificações multidirecionais, como os galhos de uma árvore formando uma rede. Extremamente quente e emaranhada, a língua retorna a boca, deixando para trás um fragmento endurecido da língua nas criaturas que conseguiu atingir. Aqueles presos pelos fragmentos da língua costumam ser alvos mais fáceis. Se precisar fugir, o lisgne lança a sua língua e a deixa para trás, numa última tentativa de retardar o avanço dos inimigos.

A criatura se arrasta lentamente e deixam um rastro leve de solo queimado por onde passa. Por isso, costumam emboscar presas desprevenidas, como grupos de aventureiros descansando em um acampamento.

Encontrando com Lisgnes

Salvo o caso de aventureiros encontrarem línguas-de-fogo descansando, eles provavelmente serão emboscados por esses predadores. O hábito de vida em dupla é uma das maiores armas dessas criaturas, que são capazes de combinar ataques definindo posicionamento estratégico para que as presas fiquem cercadas. Sua antena é a chave de tamanha coordenação, mas pode ser arrancada com ataques cortantes, ela tem CA 20 e 1 PVs. Sem a antena, a criatura fica cega e surda. Se um lisgne for derrotado, o outro ejeta sua língua e foge.

Encontrar vestígios dessas criaturas durante o dia normalmente revela a presença de uma fonte de calor ou local muito quente onde elas preferem descansar. Durante a noite, indica que refeições quentes foram detectadas. Identificar esses rastros exige um teste de Sobrevivência CD 15. Já que se movem de forma mais ou menos uniforme para frente e para trás, determinar a direção para onde o rastro está indo exige que o sucesso no teste de Sobrevivência tenha excedido a CD por 5.

Para identificar uma língua deixada para trás é necessário sucesso em um teste de Sobrevivência CD 13. O apodrecimento começa depois de um dia ou assim que for removida do terreno quem que se encontra. Até lá, ela fornece o calor de uma fogueira e pode ser usada para cozinhar alimentos. Qualquer um que adentrar a área da língua deve fazer um salvamento como se tivesse sido alvo de Protrair Língua.

Lisgnes ND 1

Animal Médio

Iniciativa +3, Percepção +8, percepção às cegas (Longo)

Defesa 15, Fort +8, Ref +4, Von +3, Resistência a Fogo 5.

Pontos de Vida 30

Deslocamento 6m (4q)

  • Corpo a corpo Abocanhar +8 (1d10+4 impacto)
  • Protrair Língua (Padrão) O lisgne ejeta sua língua fervente em um cone de 4,5 ml. Todos na área devem fazer um teste de Reflexos CD 15. Com uma falha recebem 1d4+2 de dano de fogo e ficam enredados, em caso de sucesso recebem somente metade do dano (Acrobacia, Atletismo ou Luta com a mesma CD evita). Se uma língua for deixada para trás, todos em sua área sofrem os efeitos da Protrair Língua por turno até que saiam da região. A CD do teste aumenta em 2 caso o alvo já esteja enredado por fragmentos da língua.

Atributos For 18, Des 10, Con 16, Int 2, Sab 14, Car 6

Perícias Furtividade +12

Tesouro Extrair a pele de língua-brasa exige um teste de Sobrevivência CD 15. Ela fornece 1d4 componentes para produzir fogo alquímico que valem 10 T$ cada.

Arrepios — Última lua

Bem-vindos nobres companheiros desta coluna situada na mais escura caverna literária.  O conto deste mês é sobre uma das maldições mais conhecidas do mundo, e não poderia ficar de fora de nossa ode ao terror.. Arme-se com a adaga de prata e bons Arrepios.


Ela surgiu lá fora. Coerente na data, precisa no horário,  vestida com o amarelo claro que ameaçava tornar-se um azul marinho infinito. Ele sentiu sua presença sem precisar olhar pela janela, como se um ímã o puxasse em sua direção, enquanto o livre arbítrio era sugado lentamente junto com o último raio do sol.

Acariciou o porta-retrato com as costas do dedo indicador e foi dominado por uma felicidade ironicamente triste: pelo menos, viveu o amor.

A beleza da amada era traduzida por aquela linda recordação palpável. Seus cabelos cacheados flutuavam livres por cima do ombro curvado e contrastavam com as  orelhas pequenas e brilhantes com adornos doloridos de prata. Ele não entendia o porquê, mas os lábios finos e rosados eram o que mais lhe atraía.

O calor aconchegante e o aperto repetindo que dominavam seu peito não podiam desviar sua atenção: tinha um objetivo. Focado, deixou o porta retrato no chão frio daquele prédio abandonado, onde o passado o corroía como se suas lembranças estivessem encharcadas com ácido. Seu pecado, imutável, esquentava as artérias e aumentava o coração.

Não queria parar e pensar na decisão tomada há muito. A fraqueza o dominou na última tentativa, e sua covardia custou as lágrimas de sua adorada e ingênua esposa. Acreditava que seu destino era injusto e justo ao mesmo tempo, e essa confusão ocupava o cérebro, o distraindo do objetivo final.

Era estranho saber dos seus crimes, sem lembrar-se deles. Era estranho conhecer suas vítimas, sendo que às via pela primeira vez quando estavam mortas, despedaçadas, reconhecidas apenas por fotos nos jornais. Era difícil aceitar que aquilo era o destino, vil, cruel e hilário. Ele tinha sido o sorteado da vez, e o prêmio o seguia mês a mês, lua a lua, morte a morte.

E ela continuava o observando, calada. A cada centímetro vencido no céu, acelerava seus instintos e formigava suas pernas. Dominante, emitia a luz fraca que o cobria com o cinza da noite, e o excitava. Como o excitava.

Observou-os vencendo sua pele. Como um exército sem vida, testemunhou cada um deles surgindo em seu corpo, tomando para si seus braços, mãos, pernas e tronco. Sentiu o primeiro a aparecer, mas sabia que não sentiria o último. Era uma decisão tomada por uma maldição tenebrosa, assassina, soturna e absoluta.

Seu rosto, de certa beleza, era impossível negar, escondia um monstro sem coração e odioso. Ele também o odiava, mas fazia parte de seu ser. Era como odiar o sangue bombeado por seu coração.

A primeira pontada era sempre a pior. E, pelos seus cálculos, precisava esperar todos soldados brancos aparecerem armados em sua boca, para dar início ao seu plano. Pegou o objeto de prata guardado em seu bolso, e viu sua mão, dominada por pelos que cresciam um atrás do outro como uma marcha treinada, queimar. 

Era uma dor com um propósito, então não se incomodou com ela, nem com o cheiro de carne queimada invadindo seu nariz, que tinha os minutos em seu rosto contados. Agachou-se, quando músculos saltavam em seus braços e costas. O uivo sutil cortando sua garganta foi seu aviso derradeiro.

A cruz de prata era grossa, pontiaguda e, infelizmente, muito bem esculpida. Sabia que, após o processo, a beleza de uma arte não significaria nada. Olhou para o porta-retrato mais uma vez, passou às costas do dedo, agora peludo e com uma garra amarela saltando do emaranhado, pela última vez.

Chorou. Nunca havia chorado enquanto se transformava, mas, naquele instante segundos antes de seu plano, ele chorou . Lembrou-se dos momentos maravilhosos que tiveram juntos e lembrou-se também do corpo de seu sogro encontrado quase totalmente devorado há exato um mês.

Puxou a cruz com as as duas patas e ela se abriu, revelando uma faca de prata. Mordeu o pedaço que protegia a lâmina e o engoliu com calma, enquanto sua garganta queimava terrivelmente. A dor lancinante fez com que seus joelhos fraquejassem, e a urgência emitiu seu aviso final.

O seu último uivo foi ouvido a dezenas de quilômetros de distância. 

****

Transtornada, tentava não acreditar no que seus olhos viam. Nu, com pedaços de roupa espalhados por todo aquele cômodo abandonado, observava o covarde, o medroso, aquele que desistiu de tudo e a largou para trás. Jamais iria perdoá-lo por tamanha traição. 

Os policiais cobriram seu corpo sem vida, colocaram a faca do crime em uma pequena bolsa de plástico e pediram para ela deixar o local. Uma psicóloga chegou a pedido do delegado, e a abraçou com carinho. Seria um longo caminho até que ela entendesse o porquê seu marido saudável, honesto e fiel a Deus cometera suicídio de uma maneira tão cruel. 

Podcast 143 – Tapa de gigante pelado

Se jogando de peito do alto da terceira corda, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Glauco Lessa debatem o último Wrestlemania (o maior evento de lutinha do universo), o divertidíssimo game dos Guardiões da Galáxia, as aventuras do Della no mundo dos jogos de tabuleiro, a — acompanhe comigo — segunda temporada da temporada final de Attack on Titan, e a beleza dos jogos desafiadores! Também sobrou tempo para analisar os percursos urbanos mais desafiadores de SP e RJ, discutir se o botão do controle é BOLA ou CIRCULO e responder TODAS as dúvidas dos Conselheiros!

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Canal de jogos de tabuleiro do Della: https://www.youtube.com/watch?v=9SLXKYbLIlE

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Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Glauco Lessa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

A Jornada da Mestra — Reflexões sobre o Caos

jornada da mestra

Durante esses nove meses como mestra, eu vivi muitas aventuras, dentro e fora das sessões. Enfrentei meus próprios desafios, tentei destruir os sonhos dos jogadores e me vi derrotada algumas vezes, mas também tive meus momentos de glória. Sempre pensei muito sobre meu papel dentro do jogo e foi uma longa jornada até eu compreender o que eu estava fazendo ali — às vezes eu ainda não sei, mas tá tudo bem.

Um longo caminho

Cada um possui um jeito próprio de jogar, afinal, somos todos diferentes e não cabe a mim dizer o que é certo ou errado – mas às vezes dá sim, viu? Me vejo hoje como uma jogadora sob um título pomposo, aprofundando-me no meu arco de vilania (obrigada, Brasil), empenhada em fazer meus jogadores pensarem. Às vezes eu perco, às vezes eu ganho e ficamos nesse samba.

Admito sentir orgulho quando os jogadores surgem com boas ideias, que me pegam de calças curtas, mas me fazem repensar o planejamento apesar de eu não ser uma das pensadoras mais rápidas da história do RPG. Eu gosto quando eles colocam a cachola para funcionar, ou quando tiram aquele 20 natural inesperado. Quem sou eu para contestar a autoridade de Nimb e seu avatar: o Roll20?

O momento mais desesperador da minha carreira foi a sessão na qual os jogadores queriam interrogar — leia-se matar um pouquinho — um dos principais vilões da campanha. Eu planejei a cena com cuidado, achando que o pobre do homem se livraria fácil dos aventureiros paspalhões, entretanto fui surpreendida pelos dados inacreditáveis do bárbaro. Fui obrigada a utilizar tudo na ficha do vilão porque ele não podia ser pego de maneira alguma. Fui eu quem precisou colocar o tico e teco para funcionar e, pela graça do poder Sortudo, saí vitoriosa.

Não posso negar, essas situações me deixam animada. O caos dos dados e dos jogadores, a sensação de ser o Cebolinha vendo mais um de seus planos infalíveis desmoronar. Já dizia um grande sábio: Khalmyr no volante, mas Nimb no comando.

Diga não a Khalmyr

Meu papel é o de intrigueira, de destruir a felicidade dos jogadores, mas também de ser justa e aceitar as derrotas com a cabeça erguida. Mesmo que o grupo falhe em algo importante, eles precisam lidar com isso. Se eles tiram um crítico e dão hitkill num inimigo importante, eu preciso lidar com isso. Há sempre uma próxima sessão, um próximo monstro, um novo momento para causar um TPK.

O controle é tentador, mas o caos é mais saboroso, sobretudo quando aquele 20 natural é meu. Eu crio os conflitos, jogo os obstáculos e espero os jogadores resolverem tudo da melhor maneira possível. É importante acreditar nos aventureiros. A gente não dá o peixe, nem ensina a pescar, semeamos o caos e os heróis que se virem — ou não, o que é mais comum do que eu gostaria.

Como mestres, sabemos o panorama geral da trama — ou não —, mas há inúmeras maneiras de resolver um conflito e isso é o que torna a história interessante para mim. Sempre que construo uma aventura, fico ansiosa para saber a maluquice da vez, se os jogadores me farão chorar ou o contrário. Às vezes o planejamento segue fluido como um rio, às vezes como um caminhão numa estrada esburacada. Mas, de qualquer forma, o importante é arrancar lágrimas dos jogadores, deixando-os lidar com as vitórias e as derrotas. Podemos sempre voltar na próxima sessão com cinco pedras a mais nas mãos, ou com uma arma de precisão para o combeiro safado.

Cada dia mais longe de Khalmyr e eu não me arrependo de nada. Lembrem-se: mesmo com uma carta na manga, seu jogador pode rasgá-la, mas é divertindo quando você faz um monstro reviver. Fica aqui a dica pela experiência própria.

Se hidratem, não caiam na ditadura da espadinha e até a próxima!

Escolinha de Tanna-Toh — Sinais Gráficos

crase

Olá, artonianos! Sejam mais uma vez bem-vindos à Escolinha de Tanna-Toh! Aproveitando o embalo do mês passado, este mês decidi explorar um tema relacionado àquele, mas que também é causador de muitas dúvidas para quem deseja produzir materiais para a IniciativaT20. Hoje vamos falar dos usos de alguns sinais gráficos.

Reticências

As reticências (os famigerados três pontinhos) são um sinal gráfico que, por incrível que pareça, não são três pontinhos, mas sim um sinal único, tal como o hífen ou o travessão. São usadas em diversas situações indicando suspensões, interrupções, ações inacabadas, hesitação, dúvida etc. Veja alguns exemplos:

  • Talvez ele devesse ir embora porque… (suspensão)
  • O vento soprava… (ação inacabada)
  • E-eu… não tenho certeza… (hesitação)
  • Mas talvez você não devesse… (dúvida)

Esses não são os únicos usos das reticências, ainda há outros casos em que elas seriam corretamente aplicadas, como em situações que indiquem ironia ou mesmo tristeza. No entanto, o que mais vejo causar dúvida no uso das reticências é o uso de  maiúsculas e minúsculas após a ocorrência das reticências. A boa notícia é que isso não é um bicho de sete cabeças.

Se a frase antes das reticências concluir a ideia, depois das reticências a primeira palavra vai ser com inicial maiúscula. Se a frase antes das reticências não concluir a ideia, a primeira palavra depois das reticências vai ter sua inicial minúscula.

  • O inimigo fugiu… O que vamos fazer?
  • O dragão está acordando… É melhor fugirmos logo!
  • Acontece que… não sei se minha magia funcionará neste caso.
  • Esta quantia… não é suficiente para pagar pela armadura.

Aspas duplas e aspas simples

As aspas duplas são usadas em algumas ocasiões. Citações e transcrições são os casos mais comuns, mas também podem ser usadas para marcar ironia ou simplesmente destacar um termo na frase. No livro básico Tormenta20, as aspas duplas também são usadas para citar um tópico específico dentro do livro.

  • “— Eu vejo tudo. É você que está cega.” — Azgher em O Inimigo do mundo. (citação)
  • “A magia é uma força poderosa e muito presente em Arton.” (transcrição)
  • — Que “ótimo” plano, invadir o covil de um dragão vermelho! (ironia)
  • Mago não é um caminho “melhor” do que bruxo, apenas são propostas diferentes. (termo destacado)
  • Veja em “Como mestrar”, na página 228.

Já as aspas simples têm um uso mais… bem, simples. Elas são usadas quando há necessidade de usar aspas em um trecho dentro de aspas.

“Não há personagem ‘melhor’, não há raça ou classe mais forte.” Tormenta20, página 12.

Travessão

O travessão pode ser usado em três situações: para indicar o discurso direto, para separar orações intercaladas e para realçar uma informação na frase.

O travessão indica o discurso direto das falas de personagens em textos literários, sendo usado para indicar o início da fala e para separar a mudança da fala para o narrador. (Este é o padrão no Brasil, em alguns países é comum o uso de aspas duplas para marcar frases de diálogos. Não é proibido usar as aspas duplas assim, mas também não é recomendado.)

  • — De onde você vem, cavaleiro? (fala)
  • — De onde você vem, cavaleiro? — perguntou o guarda no portão. (fala seguida de narração)

Uma dica importante, quando a fala é seguida de narração, alguns padrões são seguidos em livros no Brasil. Quando a narração em seguida da fala descreve como a fala foi feita, a narração é iniciada em letra minúscula, quando isso ocorre, a narração é iniciada por aquilo que chamamos de verbos dicendi: dizer, falar, perguntar, gritar, bradar etc. Repare que isso ocorre mesmo que a frase termine com alguma pontuação, como uma exclamação ou interrogação, e na ausência dessas pontuações, o ponto final virá depois da frase do narrador.

  • — Você é um covarde! — gritou o mago.
  • — Eu prometi para eles… — choramingou o menino.
  • — A clériga está vindo — anunciou o guarda.

No entanto, se a narração não descreve como a fala foi feita, a frase do narrador será iniciada em letra maiúscula, e o ponto final da fala fica antes do travessão que separa a fala da narração.

  • — Eu estou cansado e com sede. — Ergueu o copo e bebeu.
  • — Vamos andando. — Pegou a bolsa de moedas e saiu.

Em algumas falas, há a interrupção feita pelo narrador no meio da frase, geralmente essa narração é inserida em algum trecho da frase onde há a necessidade do uso da vírgula. A vírgula, por sua vez, é inserida após o travessão que separa o fim da frase narrativa da frase de fala.

  • — Fiquei preocupado com você — respondeu com calma —, mas depois entendi o que aconteceu.
  • — Arsenal é um Deus Maior hoje — explicou o clérigo —, mas já foi um mortal, assim como eu e você.

O travessão pode também ser usado para intercalar orações dentro da mesma frase.

  • Alguns — obviamente, os nobres — recebem mais proteção em suas fortalezas do que os plebeus em suas casas.

Também é usado para destacar uma informação na frase.

  • Sem nenhum outro empecilho, o mago finalmente concluiu seu objetivo — executar o ritual para se tornar um lich.

Antes de finalizar, dois recados muito importantes.

Primeiro, se no seu texto, as falas dos personagens são marcadas por travessão, não use o travessão dentro da fala para destacar um informação, por qualquer razão que seja, pois isso vai confundir seus leitores. Prefira usar aspas ou parênteses. Já em trechos de narração pura, fique à vontade para dar destaque como achar melhor.

Segundo, alguns dos caracteres que citei neste texto precisam de comandos específicos para serem inseridos. O comando do caractere de reticências no Word é CTRL + ALT + ponto final, este comando não funciona em alguns editores de texto (como o Google Drive). O comando para inserir travessão é CRTL + 0151 (no teclado numérico). Em qualquer caso, você ainda tem a opção de abrir a tabela de símbolos com o comando tecla windows + ponto final, onde constam diversos símbolos que podem ser úteis em alguns casos.

Espero que tenham gostado e até o próximo mês!

A Lenda de Zagor — O destino do maior vilão dos FF

Em 1982, Ian Livingstone e Steve Jackson lançaram The Warlock of Firetop Mountain, ou como conhecemos em português, O Feiticeiro da Montanha de Fogo, que viria a se tornar o primeiro e mais conhecido volume da série de livros-jogos Fighting Fantasy (também chamada de Aventuras Fantásticas por aventureiros mais experientes). O título se tornou um sucesso absouto ao colocar o leitor-jogador no papel de um herói que explora uma masmorra na Montanha de Fogo do título e enfrenta o grande feiticeiro Zagor, o maior de todos os vilões da linha! O sucesso foi tanto e o impacto de Zagor tamanho, que esse foi um dos poucos livros da franquia a ganhar continuações, assim mesmo, no plural: Retorno à Montanha de Fogo e a conclusão da trilogia, até então inédita no Brasil, A Lenda de Zagor!

Neste livro, somos apresentados a um lugar novo, Amarillia, mundo de magia e perigos para onde Zagor foi enviado no final do livro anterior. Aqui o jogador escolhe um herói amarilliano e parte numa missão para dar cabo de vez no feiticeiro, agora fundido magicamente com um poderoso demônio local, enquanto explora o grande Castelo Argênteo, outrora sede do poder daquele mundo, agora um mausoléu recheado de monstros terríveis e perigos ocultos. A grande novidade aqui, porém, é mecânica: em A Lenda de Zagor, o jogador tem quatro opções de personagens para usar na missão: Anvar, o bárbaro; Braxus, o guerreiro; Restolho, o anão; e Sallazar, o feiticeiro. Cada um deles tem seus próprios pontos fortes e fracos, criando diversos caminhos diferentes para chegar até o final da aventura e apresentar o temível Zagor ao seu destino final.

Sabemos que esse lançamento demorou um pouco. Queríamos ter certeza de que o material estivesse redondinho antes de ser enviado para a gráfica, afinal, vocês e o grande Zagor merecem! Com todas as regras únicas e a quantidade de quebra-cabeças contidos no texto, foi um projeto que pediu um pouco mais de cuidado do que o Fighting Fantasy normal para ser concluído (e também tivemos que sacrificar um pobre livro em inglês para os deuses dos processos editoriais). Mais uma vez, a tradução do título ficou por minha conta, e a belíssima capa é obra do grande Samuel Marcelino!

Você encontra A Lenda de Zagor aqui, e vai até até aqueles que compraram na pré-venda a partir deste mês, março de 2022. Espero que gostem!

Brigada Ligeira Estelar – O Ano Perdido (09)

Brigada Ligeira Estelar

Brigada Ligeira Estelar: O Ano Perdido — Episódio Nove: Duelo na Área 77

Anterior: nossos pilotos da Brigada Ligeira Estelar, com a nave avariada, viajam até as luas do planeta Dabog, aonde esperarão seu conserto antes de seguir para o planeta Arkady. Assim, eles chegam até Hala — uma lua em terraformação, repleta de áreas Mascon cobertas por domos geodésicos. Infelizmente, precisarão esperar o transporte dela e a vinda de outra nave para uso provisório.

Local: Hala (lua do planeta Dabog)

Situação Prévia:

A nobreza em geral nunca engoliu a autocracia cooperativa de Hala… e a FEMTAR (Federação dos Empresários de Tarso) acha sua existência um perigo. Assim, a mídia iniciou uma campanha apresentando o local como se fosse um antro de pobreza e crime. E agora, armaram — com ajuda de juízes arkadis — uma falsa acusação criminal contra um de seus líderes.

Evento:

Com cobertura velada dos juízes, um grupo de “cidadãos de bem revoltados” da lua Vesna decide viajar para Hala para, em seguida, linchar esse homem. Como as leis em territórios lunares são mais frouxas, eles virão armados e dessa maneira, contam com a impunidade por esse “excesso”. Por outro lado, se tiverem a resposta merecida, a mídia mostrará os nativos de Hala como monstros.

Contudo, para garantir o processo, a FEMTAR contratou secretamente um dos maiores e mais bem-pagos matadores do ramo — especialista em eliminar alvos bem-protegidos e com barreiras humanas imensas ao redor, mesmo causando massacres no processo… e ele jamais foi pego. A existência desses linchadores amadores lhe é útil. Assim, se a Brigada estiver no caminho…

Reviravoltas

“Sou eu quem te refuto na fila do pão!”: parte dos linchadores é composta por membros muito… jovens, aliás, mais jovens inclusive do que os próprios membros da Brigada — e eles inclusive estão armados! Eles se sentem empoderados pela baboseira enfiada em suas mentes pela mídia… e, portanto, se algum deles for morto, isso será usado contra os personagens! Assim, como impedir o pior?

Liberdade de Sedição: um jornalista jovem, venal e ambicioso é escalado para garantir uma imagem positiva para os linchadores (ou, convenientemente, negativa para os protagonistas) quando tudo acontecer. Portanto, ele estará xeretando pelos cantos e dessa forma, fará de tudo para encontrar elementos encaixáveis na narrativa desejada. Assim, se algum dos personagens tiver segredos, ele os buscará!

Suporte Artificial de Vida: apesar de faltar apenas um século para terminarem os trabalhos de terraformação em Hala, ainda é necessário manter as áreas habitáveis sob domos geodésicos. Eles são resistentes, cobertos de metal transparente. Contudo, se alguma coisa acontecer, a segurança da população pode estar ameaçada. E aliás, algumas pessoas não tem limites…

Epílogo

Caso os personagens consigam deter os linchadores (e o matador) e pertençam à Brigada, podem usar sua posição de autoridade para poupar a população de acusações injustas. Independentemente disso, sua nave precisará ser “rebocada” e consertada… em outra das luas — e assim, nossos herois receberão outra, menor, para se locomover até terem sua nave de volta.

Ideias

Duelo de Robôs: Como falamos de áreas industriais, é interessante mapear o espaço. Os inimigos podem se espalhar e, assim, teremos praticamente um jogo de Counter-Strike… com robôs gigantes. Aliás, mísseis e tepeques de área definitivamente não serão recomendáveis.

Intriga e Política: lidem com as tensões populares, e os jogos de interesses, antes do grande tiroteio entre os personagens e os linchadores — mais o matador como chefe final. Dessa forma, encare o desfecho explosivo como um prêmio aos jogadores pela expectativa.

Considerações para Brigada Ligeira Estelar RPG

Pense nessa aventura como um Faroeste Espacial, com tudo o que tem direito — e robôs enormes no meio. Portanto, é interessante estimular algo mais focado em tiroteio e menos em espadas para enfatizar esse tom, embora haja o fator de risco explosivo ao redor.

Ao mesmo tempo, esse gancho resgata um lado mais político do cenário, presente no próprio gênero mecha — mas algo apagado nesta campanha por conta de sua estrutura. Dessa forma, trate o confronto como algo a ser evitado… mas que no final é inevitável.

Divirtam-se.

Episódios Anteriores

00 — Introdução (AQUI).
01 — O Sinal Desconhecido (AQUI)
02 — Madredeus (AQUI)
03 — A Fortaleza Lunar (AQUI)
04 — Cidade do Perigo (AQUI)
05 — O Templo dos Guerreiros (
AQUI)
06 — Zona Devastada (
AQUI)
07 — 0,8 Miligramas por Litro (
AQUI)
08 — Leviatã Ataca! (
AQUI)

Twitter de Brigada Ligeira Estelarhttps://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar:
https://brigadaligeiraestelar.com/
Instagram de Brigada Ligeira Estelar:
https://www.instagram.com/brigadaligeiraestelar

Podcast 142 – Street Fighter de Carro

Dando uma lição em que faz piada tonta, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa debatem o remake profundo da PSN, defendem Robert Pattinson com unhas e dentes (e também falam um bocado sobre o filme do Batman), discutem sobre os realities de gosto extremamente duvidoso que o Della assiste, e analisam tudo o que aconteceu no Oscars 2022 (sim, o tapão também). Também sobrou tempo para desvendar o passado do Thiago jogando basquete, se empolgar tardiamente com Haiku (aquele anime de vôlei) e responder a todas — eu disse TODAS — as dúvidas dos Conselheiros!

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Assista a mesa de Elden Ring aqui: https://www.youtube.com/watch?v=eWi05bcurGg&t=4243s

twitch.tv/jamboeditora

Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Sal & Tormenta — Batatas de Valkaria

logo Sal & Tormenta no centr, com texto embaixo informando Acompanhe a live na Twitch!

Depois da maratona que foi criar uma sobremesa em homenagem a cada deus do Panteão de Tormenta e o Sal & Tormenta virar uma live fixa na programação da Jambô, eu e Elisa Guimarães decidimos focar um pouco mais nos pratos icônicos do cenário! Começamos pelo fast food gorduroso preferido de todo aventureiro, as Batatas de Valkaria, mas em uma versão de air fryer e menos gordurosa. Também fizemos o prato em uma versão completamente vegana e mais acessível para qualquer herói faminto!

Obs.: Más línguas dirão que o prato deu errado na live e que tiramos fotos com batatas fritas comercializadas, o que é claramente falso porque eu e Elisa somos devotos de Khalmyr e jamais faríamos isso! De qualquer forma, o tormenter Luiz Nogueira não nos deixa mentir que funciona:

Como sempre, as fotos são de Matheus Tietbohl.

Batatas de Valkaria

“Batatas cortadas em tiras e mergulhadas em óleo fervente. Gordurentas e pouco nutritivas, são o tipo de prato que só é servido numa metrópole como Valkaria. Apesar disso, o prato é quase unânime. Gostoso, deixa qualquer um empolgado para realizar façanhas. Você recebe +1d6 num único teste a sua escolha realizado nesse dia.
Para não esquecer, deixe um d6 em cima da sua ficha. De preferência, amarelo. CD 15.”
(Tormenta20, p. 153)

 

Batatas de Valkaria

Ingredientes

  • Batatas
  • Azeite
  • Sal
  • Temperos de preferência (usamos páprica)

Modo de Preparo

Corte as batatas em rodelas finas com uma faca ou mandolim. Tempere com azeite, sal e os temperos de preferência. Tente não empilhar as batatas, ou o processo poderá demorar mais (ou empilhe se tiver tempo). Asse na Air Fryer pré-aquecida a 180ºC por cerca de 20 minutos ou até as rodelas ficarem crocantes.


acompanhamentos

Conversando entre a gente, Elisa e eu concluímos que só fazer uns chips de batata em uma live seria meio sem graça. Decidimos então acrescentar alguns elementos, um molhinho e uma bebida, pra complementar a refeição. O molhinho escolhido foi uma maionese de alho feita com leite de soja, para dar uma opção vegana (se quiserem aprender maionese tradicional, ensinamos na live especial de fim de ano). A bebiba foi uma soda italiana de mate, uma cerveja falsa bebida refrescante para acompanhar o petisco gorduroso!

Molho de Alho

Ingredientes

  • 100ml de leite de soja bem gelado
  • 1 garrafa de óleo de cozinha –
  • Sal a gosto
  • Alho a gosto
  • Suco de meio limão

Modo de Preparo

Coloque o leite de soja no liquidificador e bata em velocidade baixa enquanto acrescenta o óleo em fio. Vai mais óleo do que você imagina, então não se assuste! Tempere de acordo com seu gosto.

Cerveja falsa Soda de Mate

Ingredientes

  • 400 ml de água
  • 400g de açúcar
  • 4 colheres de sopa de chá mate
  • Água com gás
  • Suco de meio limão

Modo de Preparo

Ferva a água com o chá mate até ficar com um gosto forte e concentrado. Acrescente todo o açúcar e ferva até se dissolver completamente. Acrescente o limão. Assim que a mistura estiver fria, dissolva o xarope de mate com água bem gelada.


Mais Sal & Tormenta

01 — Lena e Khalmyr
02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
03 — Arsenal, Tenebra e Thwor
04 — Wynna, Lin-Wu, Nimb
05 — Alihanna, Azgher e Oceano
06 — Manjar da Paz, Justos Virtuosos e Ovos da Raposa
07 — Tannah Toh, Valkaria e Ceia do Reencontro

Heróis de Bolso 07 — Personagens prontos para Tormenta20

Fichas prontas para Tormenta20

Bem-vindo, leitor, a mais Heróis de Bolso! Aqui encontrarão fichas prontas de personagens para Tormenta20, e  as habilidades principais serão explicadas. Esse mês, entretanto, há uma surpresa: vindos de além mar, os personagens apresentados aqui são de Moreania! Apresentados na Revista Dragão Brasil 172, tudo precisa é escolher a aventura, seja a Jornada Heroica ou uma das Breves Jornadas entradas todos os meses na Dragão Brasil!

Vocês podem baixar todas as fichas prontas para Tormenta20 em arquivos em PDF por Diogo Almeida aqui ou baixá-las individualmente abaixo!


Moreau (do coelho) Caçadora 1, Mateira.

Iniciativa +7, Percepção +8, visão na penumbra.
Defesa 19, Fort +4, Ref +9, Von +2.
Pontos de Vida 18.
Deslocamento 12m (8q).
Pontos de Mana 4.
Ataque corpo a corpo. Adaga +5 (1d4, 19).
Ataque a distância. Arco longo +7 (1d8, x3, alcance médio).
Lobo Solitário. Você recebe +1 em testes de perícia e Defesa se estiver sem nenhum aliado em alcance curto. Você não sofre penalidade por usar a perícia Cura em si mesmo.
Marca da Presa (movimento, 1 PM). Você analisa uma criatura em alcance curto. Até o fim da cena, você recebe +1d4 nas rolagens de dano contra essa criatura.
Pés Ligeiros. Quando faz a ação correr, você não precisa percorrer uma linha reta.
Rastreador. Você pode se mover com seu deslocamento normal enquanto rastreia sem sofrer penalidades no teste de Sobrevivência.
Saltador. Você recebe +10 em testes de Atletismo para saltar.
Sentidos Aguçados. Você não fica desprevenido contra inimigos que não possa ver e, sempre que erra um ataque devido a camuflagem ou camuflagem total, pode rolar mais uma vez o dado da chance de falha.
For 10, Des 20, Con 14, Int 10, Sab 14, Car 10
Perícias. Adestramento +2, Furtividade +6, Sobrevivência +6.
Equipamento. Adaga, arco longo, barraca, couro batido, 20 flechas, mochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Temeroso (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre -5 em Luta.
Poder Bônus — Estilo de Disparo. Se estiver usando uma arma de disparo, você soma o bônus de Destreza nas rolagens de dano.

Moreau (do Crocodilo) Cavaleira 1, Artesã.

Iniciativa +0, Percepção +0.
Defesa 18, Fort +6, Ref +0, Von +0.
Pontos de Vida 24.
Deslocamento 6m (4q), natação 3m (2q).
Pontos de Mana 3.
Ataque corpo a corpo. Espada longa +6 (1d8+4, 19) ou Mordida +6 (1d6+4).
Baluarte. Você pode gastar 1 PM para receber +2 na Defesa e nos testes de resistência até o início do seu próximo turno.
Código de Honra. Você não pode atacar um oponente pelas costas (em termos de jogo, não pode se beneficiar do bônus de flanquear), caído, desprevenido ou incapaz de lutar. Se violar o código, você perde todos os seus PM e só pode recuperá-los a partir do próximo dia.
Mordida. Você possui uma arma natural de mordida (dano 1d6, crítico x2, perfuração). Quando usa a ação atacar, pode gastar 1 PM para fazer um ataque corpo a corpo extra com a mordida.
Predador Aquático. Você recebe +2 em testes de manobra para derrubar.
Sortudo. Você pode gastar 3 PM para rolar novamente um teste recém realizado (apenas uma vez por teste).
For 18, Des 10, Con 18, Int 14, Sab 10, Car 10
Perícias. Atletismo +6, Guerra +4, Ofício (Armeiro) +4.
Equipamento. Brunea, escudo pesado, espada longa, kit de ofício (armeiro), mochila, pique, saco de dormir, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Código de Conduta: Honestidade (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você não pode mentir, trapacear ou roubar e sofre uma penalidade de –5 em testes de Enganação, Furtividade e Ladinagem.
Poder Bônus — Encouraçado. Se estiver usando uma armadura pesada, você recebe +2 na Defesa.

Moreau (da Coruja) Druida de Allihanna 1, Acólita.

Iniciativa +1, Percepção +6, visão no escuro.
Defesa 16, Fort +3, Ref +1, Von +12.
Pontos de Vida 17.
Deslocamento 9m (6q).
Pontos de Mana 10.
Ataque corpo a corpo. Lança +1 (1d6+1) ou Garra +1 (1d6+1).
Descanso Natural. Para você, dormir ao relento conta como uma estalagem confortável.
Empatia Selvagem. Você pode usar Adestramento com animais para mudar atitude e pedir favores (como em Diplomacia, p. 117, Tormenta20).
Garras. Você possui armas naturais de garras (dano 1d6, crítico x2, perfuração). Quando usa a ação atacar, se tiver uma das mãos livres, você pode gastar 1 PM para fazer um ataque corpo a corpo extra com uma garra.
Magias (Abjuração, Evocação, Transmutação). 1º — Acalmar Animal (apenas contra animais), Controlar Plantas, Curar Ferimentos, Escudo da Fé. CD 16.
Obrigações & Restrições de Allihanna. Você não pode usar armaduras e escudos feitos de metal (você só pode usar armadura acolchoada, armadura de couro, gibão de peles e escudo leve). Você não consegue descansar em comunidades maiores que uma aldeia (não perde seus poderes, mas também não recupera pontos de vida ou mana).
Predador. Você recebe +1 na margem de ameaça em ataques contra alvos desprevenidos.
Voz da Natureza. Você pode falar com animais (como o efeito da magia Voz Divina).
For 12, Des 12, Con 12, Int 8, Sab 22, Car 12
Perícia. Adestramento +3, Cura +8, Intuição +8, Religião +8, Sobrevivência +8.
Equipamento. Escudo leve, gibão de peles, lança, mochila, saco de dormir, símbolo sagrado de Allihanna, traje de sacerdote, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Covarde (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre –5 em testes de Intimidação. Além disso, no começo de cada cena envolvendo um perigo, role um dado. Em um resultado par, você fica abalada até o fim da cena.
Poder Bônus — Magia Ilimitada. Você soma seu modificador do atributo-chave no limite de PM que pode gastar numa magia.

Goblin Ladina 1, Estudiosa.

Iniciativa +7, Percepção +2, visão no escuro.
Defesa 18, Fort +6, Ref +7, Von +0.
Pontos de Vida 14.
Deslocamento 9m (6q), escalada 9m (6q).
Pontos de Mana 4.
Ataque a distância. Besta leve +7 (1d8, 19, alcance médio).
Ataque Furtivo. Uma vez por rodada, quando atinge um alvo desprevenido com um ataque corpo a corpo ou em alcance curto, ou um alvo que esteja flanqueando, você causa 1d6 pontos de dano adicional.
Engenhoso. Você não sofre penalidades em testes de perícia por não usar kits. Se usar o kit, recebe +2 no teste de perícia.
Especialista. Ao fazer um teste de Ladinagem, Reflexos, Conhecimento ou Investigação, você pode gastar 1 PM para dobrar seu bônus de treinamento. Você não pode usar esta habilidade em testes de ataque.
Palpite Fundamentado. Você pode gastar 2 PM para substituir um teste de qualquer perícia originalmente baseada em Inteligência ou Sabedoria por um teste de Conhecimento.
Peste Esguia. Seu tamanho é Pequeno.
Rato das Ruas. Sua recuperação de PV e PM nunca é inferior ao seu nível.
For 10, Des 20, Con 14, Int 18, Sab 10, Car 8
Perícias. Acrobacia +6, Atletismo +2, Conhecimento +7, Furtividade +6, Guerra +6, Investigação +6, Ladinagem +6, Misticismo +6, Ofício (Culinária) +6, Pilotagem +7.
Equipamento. Besta leve, couro batido, livro aprimorado (+2 em Conhecimento), livros comuns x3, mochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Código de Conduta: do Herói (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você deve sempre manter sua palavra e nunca pode recusar um pedido de ajuda de alguém inocente. Além disso, nunca pode mentir, trapacear ou roubar.
Poder Bônus — Foco em Perícia: Conhecimento. Quando faz um teste de Conhecimento, você pode gastar 1 PM para rolar dois dados e usar o melhor resultado.

Golem (Terra) Bárbaro 1.

Iniciativa +4, Percepção +2, visão no escuro.
Defesa 18, Fort +5, Ref +2, Von +2, imunidade a ácido.
Pontos de Vida 27.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 3.
Ataque corpo a corpo. Montante +8 (2d6+6, 19).
Ataque a distância. Lança +2 (1d6+6, alcance curto).
Canalizar Reparos (Completa). Você pode gastar pontos de mana para recuperar pontos de vida, à taxa de 5 PV por PM.
Criatura Artificial. Você é uma criatura do tipo construto. Recebe imunidade a doenças, fadiga, sangramento, sono e venenos. Além disso, não precisa respirar, alimentar-se ou dormir. Por fim, não recupera pontos de vida por descanso e não se beneficia de habilidades de cura e itens da categoria Alimentação.
Espírito Elemental. Você é imune a dano de ácido. Se fosse sofrer dano mágico de ácido, em vez disso cura PV em quantidade igual à metade do dano.
Fúria (2 PM). Você recebe +2 em testes de ataque e rolagens de dano corpo a corpo, mas não pode fazer nenhuma ação que exija calma e concentração (como usar a perícia Furtividade ou lançar magias). A Fúria termina se, ao fim da rodada, você não tiver atacado nem sido alvo de um efeito (ataque, habilidade, magia…) hostil.
For 22, Des 14, Con 16, Int 8, Sab 10, Car 8
Perícias. Atletismo +8.
Equipamento. Escudo leve, gibão de peles, lança, mochila, montante, saco de dormir, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Assombrado (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre –5 em Diplomacia por sua aura sombria. Além disso, no começo de cada cena envolvendo um perigo, role um dado. Em um resultado par, você fica alquebrado até o fim da cena (o custo em PM de suas habilidades aumenta em +1).
Poder Bônus — Estilo de Duas Mãos. Se estiver usando uma arma corpo a corpo com as duas mãos, você recebe +5 nas rolagens de dano.

Podcast 141 – Eu sou otaku!

Evitando gatos assassinos de PC, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa falam de Legend of the Galactic Heroes (um anime de navinha tenso!), do PC espetacularmente quebrado do Thiago e do aniversário dele, de Nightmare Alley (filme novo do Del Toro), anime de skate e um pouco mais de Elden Ring! Também sobrou tempo para lembrar que o Della também fez aniversário e responder TODAS as dúvidas dos Conselheiros!

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Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Teatro Arcano — Os tipos da Magia pt. 1

Dando continuidade aos últimos artigos, teremos um diálogo sobre os tipos da magia. É senso comum a existência das “escolas de magias” e sua divisão entre Divina e Arcana, contudo, não é toda mesa de RPG que irá possuir essa divisão arbitrária, ou até mesmo entender a existência dela como algo intrinsecamente sobre um tipo de conjuradora. Mas para mesclá-los de forma coesa, primeiro precisamos entender de forma separada o que esse “senso comum” representa atualmente

O Destrinchar Divino

A mais pedida e amada para todas as pessoas que se aventuram em masmorras, castelos, dimensões de vampiros malignos e afins. O Divino traz a capacidade do impossível, os milagres!

Na magia divina, encontramos a possibilidade da “criação do zero”, uma fração do poder de uma crença, que foi dada a partir de meios “clericais” ou não. Sendo assim, uma dádiva concedida através da poderosa fé em algo ou alguém. E o objeto dela simboliza seus ideais e preceitos.

Contudo, o “presente” ganho não é capaz de reproduzir todos os efeitos do mundo, mas sim influenciar a natureza das coisas para algo que, normalmente, chamamos de milagres. É o lado devocional, um trabalho constante e ritualístico, não necessariamente como uma igreja, terreiros ou templos, mas que você faça diariamente e representa suas crenças

Uma cura divina recria tecidos, juntas, e às vezes, trás a alma de volta para o corpo — ou até mesmo criar um corpo novo para a alma desencarnada. Mas o divino não serve apenas como um “suporte”, uma pessoa que se especializa em magia divina também é capaz de ações ofensivas, utilitária ou de comandar o meio-ambiente. É engraçado ver que, mesmo com uma divisão de aspectos em um Panteão, a usuária divina acaba passando apenas como uma “ambulância” genérica.

O papel de curandeiro é sim importante e uma ferramenta necessária para os RPGs clássicos de espadas e feitiços, contudo, não é a única possibilidade existente. A conjuradora divina possui um papel em comum ao bardo, muito além de conhecer um conjunto de escrituras sagradas, ela mantém a moral do grupo, e auxilia em diversas decisões, atuando como o ponto de alicerce.

O Encanto Arcano

Indo muito além das clássicas bolas de fogo, o Arcano permite uma visão mais científica. Sendo a magia um denominador comum, uma arcanista simplesmente facilita e controla o caminho por onde a essência deve passar e, através dela, “transformar” em novos elementos, ambientes e até mesmo afetar os sentidos básicos de uma pessoa.

A capacidade arcana é exponencial, limitada apenas pela criatividade mundana. Antigamente, era comum haver magias de cura cronomântica, funcionando diferente das curas divinas e trazendo com si algumas desvantagens, mas simulando os milagres.

O ponto é: o Arcano é a própria existência mágica do mundo. Se levarmos em conta a possibilidade de uma “trama da realidade” ou “mana”, o pensamento sobre as artes ocultas da magia vem intrinsecamente. Por isso, existem as pessoas que, de forma espontânea, possuem capacidades místicas. E a capacidade de sua manipulação, na maioria das vezes, independe da fé, entretanto do conhecimento que a conjuradora dispõe.

Conhecimento esse que não se origina apenas dos livros, mas da experiência. Por isso, conjuradores que não são estudantes evoluem em suas habilidades. Se eles sabem fazer uma manipulação de imagem, logo, aprimorando seus poderes através de tempo, conseguiriam tornar essas ilusões físicas, e não apenas visuais.

Assim, a magia arcana também é a mais ofensiva, em termos de ataque. A natureza é incontrolável e voraz, os elementos diversas vezes ganham formas físicas, representando o poder concentrado, então nada mais apropriado o acesso às tempestades de relâmpagos, erupções e afins.

Contudo, semelhante a conjurações divinas, as arcanistas não possuem apenas o papel da “varinha de bola de fogo”. Claro, 6d6 de dano numa área de 6m de raio é algo a se considerar, mas sua maior força é a versatilidade de manter o grupo, ou a si, com uma sobrevida. Um controle de terreno bem utilizado, é a diferença entre a derrota e a vitória, às vezes mais que apenas o dano bruto.

A Teurgia

Bem, como os dois tipos de magia advém, ou manipulam, o mesmo objeto, não seria incomum que, em algum momento, houvesse sua convergência. A Teurgia Mística é o ponto de encontro entre o Conhecimento Arcano e os Milagres da Crença. Um lado interessante a ser explorado

A teurgista sabe utilizar esses dois tipos, transformando-as em apenas uma. Ou seja, para essa conjuradora, independe a “tipagem”, pois as encara apenas como nomenclaturas diferentes, advindas da mesma fonte. Claro que, cada personagem pode encarar essas habilidades de formas diferentes, mas aqui trabalho com o sentido geral da ideia.

Também é responsável pelos avanços das pesquisas mágicas. Querendo ou não, unir milagre e arcanismo, não é para qualquer pessoa e assim essa linha possui capacidades além do esperado. A personagem pode, e provavelmente irá, se especializar em um desses tipos de magia. Contudo, a combinação de forma que seus efeitos serão diferentes do habitual. De arcanistas que curam, a clérigos que controlam relâmpagos e esferas de fogo e ácido, até a pesquisadores assíduos procurando entender e criar novos efeitos, a teurgia tem papel fundamental no que entendemos como magia.