Olá novamente, bravos artonianos! Como diria a sabedoria da nossa madrinha, a Deusa do Conhecimento, “antes tarde do que mais tarde” chega mais um texto da Escolinha de Tanna-Toh para vocês! Hoje vamos falar de Vícios de Linguagem.
E o que são vícios de linguagem? São, em termos mais formais, desvios não intencionais da norma-padrão. Ou seja, são aquilo que consideramos como erros que acabam gerando algum problema ou ruído no texto, eles são divididos em diversos tipos e hoje vamos falar de alguns deles.
Solecismo é o que chamamos de erro de sintaxe, ou seja, erros de concordância, regência ou colocação. Em termos simples, é um erro na estrutura da frase. (Não, não tem nada a ver com o personagem comb…, uhm digo, otimizado, solar o chefe que o mestre preparou).
Concordância:
- Os minotauro são muito briguento. (errado)
- Os minotauros são muito briguentos. (certo)
Regência:
- O clérigo chegou no templo. (errado)
- O clérigo chegou ao templo. (certo)
Colocação:
- A mestra me disse que posso. (errado)
- A mestra disse-me que posso. (certo)
Os solecismos são muito comuns na oralidade, quando estamos em conversas (principalmente as informais), mas em situação formais, em especial nos textos escritos, são regras que precisam de atenção.
Barbarismos são erros de pronúncia, grafia ou uso que ocorrem de diversas formas, até mesmo na conjugação de alguns verbos. (E isso não tem nada a ver com personagens que têm Fúria como habilidade de classe, embora seja causa de irritação para muita gente).
Vejamos alguns dos exemplos mais comuns:
- Falar “rúbrica” no lugar de “rubrica”, pois a sílaba tônica é “bri”, ou falar “gratuíto” em vez de “gratuito”. (erro de pronúncia)
- Flexionar “cidadão” para o plural como “cidadões”, quando o correto é “cidadãos”. Ou escrever “ancioso” no lugar de “ansioso”. (erro de grafia)
- Usar “comprimento” no lugar de “cumprimento”, e vice-versa:
O guarda comprimentou o grupo. (errado)
O cumprimento da corda não era suficiente. (errado)
O guarda cumprimentou o grupo. (certo)
O comprimento da corda não era suficiente. (certo) - Na conjugação de alguns verbos, como “ver”:
— Quando ver o grupo outra vez, dê a recompensa. (errado)
— Quando vir o grupo outra vez, dê a recompensa. (certo)
Mais uma vez cabe lembrar que na fala muitas dessas ocorrências são comuns, até mesmo insignificantes ou indetectáveis (como no caso de ancioso/ansioso), mas que em contextos formais devem ser evitados ao máximo.
Ambiguidade é quando há duplo sentido em alguma frase, o que pode causar confusão em quem lê o texto. É muito comum que o pronome possessivo “seu/sua” cause isso.
- O cavaleiro foi atrás do cavalo correndo.
Quem estava correndo? - O cavaleiro estava com o guerreiro falando de sua espada.
A espada de quem?
Para evitar a ambiguidade nessas frases poderíamos reescrevê-las.
- O cavaleiro foi atrás do cavalo que corria.
ou
O cavaleiro correu atrás do cavalo. - O cavaleiro falando de sua própria espada para o guerreiro.
ou
O cavaleiro estava falando com o guerreiro sobre a espada dele.
Eco é o fenômeno que ocorre quando há repetição de sons de forma não intencional na frase, o que pode causar ruído e estranheza na leitura. Em alguns textos ocorre com a repetição excessiva de advérbios de modo (palavras terminadas em “-mente”) em um mesmo parágrafo.
- Furtivamente, a ladina atacou calmamente e traiçoeiramente.
- Seu coração parou de supetão com aquela ação do valentão.
- O amor lhe causará dor sem pudor ou clamor.
Para evitar esse tipo de repetição é preciso cultivar um amplo vocabulário, de modo a ter ferramentas para reestruturar as frases conforme necessário. E claro, esse tipo de repetição pode em alguns casos ser usado como um recurso narrativo, como para evidenciar a fala de um personagem.
Bom, meus caros, este foi o texto desse mês! Espero que tenham acumulado mais XP e até a próxima!