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Balbúrdia Narrativa — Stream de RPG não é RPG de Mesa: A Síndrome de Matthew Mercer

Calma, o título é clickbait. Às vezes eu gosto de falar groselha em voz alta para chamar atenção e depois esmiuçar a ideia. Então, agora que você já está lendo este texto, devo dizer que não creio que o título seja uma completa mentira, apenas uma verdadezinha exagerada. RPG por stream é RPG de mesa, sim, mas também é algo a mais.

A perspectiva de uma stream de RPG de mesa

Critical Role é uma das maiores e mais antigas streams existentes de RPG de mesa. Com Matthew Mercer assumindo o manto de narrador, Critical Role já está em sua terceira campanha. E com tamanho alcance, certamente foi responsável por apresentar o hobby a incontáveis novos fanáticos e inspirar aventuras de RPG ao redor de todo o mundo. O que alguns chamam de “Síndrome de Matthew Mercer” é quando o mestre e/ou jogadores, inspirados por estas campanhas transmitidas com tanta qualidade, tentam transformar sua aventura rotineira em uma obra com o mesmo nível de produção.

Porém, quando colocamos lado a lado uma stream de RPG de mesa mestrada por Mercer e uma campanha cotidiana de seus inspirados seguidores, existem diferenças gigantescas. Começando pelo fato de que uma stream tem espectadores, e se ela não conseguir prender o seu público, ele vai embora. Não é à toa que Matthew Mercer e todos os jogadores de Critical Role, além de muito experientes no sistema jogado, também são dubladores. Interpretar personagens é o que fazem profissionalmente. Eles sabem como entregar um show.

Várias outras streams de RPG de mesa têm uma proposta parecida, não contando com um time de atores, mas com pessoas ao menos acostumadas a interagir frente às câmeras. Tudo isso ajuda a transformar uma mera campanha de RPG em um espetáculo de entretenimento quase cinematográfico.

Matthew Mercer alfineta a sua alma a cada segundo que você olha pro celular durante uma sessão.

A experiência dos que conduzem uma stream de RPG de mesa

RPG é uma narrativa coletiva. E como já dito, tanto Matthew Mercer quanto seus jogadores são dubladores. Isso significa que eles têm muita experiência narrativa. Mercer sabe conduzir uma história com maestria, e cada jogador tem ciência do tamanho do seu papel ali dentro. Ainda mais considerando que os jogadores se conhecem e jogam juntos há anos, a sinergia entre aquelas pessoas é natural para qualquer pessoa que assista.

Além disso, no Brasil também temos excelentes streams de RPG de mesa, como as do Mestre Pedrok, do Cellbit e as da própria Jambô. Todas inspirações monumentais para a comunidade. Porém, também devemos considerar que Mestre Pedrok é um grandessíssimo ator, inclusive foi professor de teatro por anos. Cellbit é um dos maiores streamers e youtubers do país atualmente, e sua habilidade com o público já se tornou orgânica. Leonel Caldela, narrador da recente Fim dos Tempos no canal da Jambô, é um romancista veterano e consagrado. Todos eles possuem um histórico pesado que deixa claro por que têm tais habilidades narrativas.

A equipe por trás da stream

Em streams de RPG de mesa de tamanhas proporções, costuma existir uma equipe por trás dos jogadores. A iluminação, a troca das câmeras, a trilha sonora (muitas vezes original) surgindo e sumindo na hora certa, as artes exclusivas dos personagens, criaturas e cenários. Tudo isso feito por um time preparado para somar ao entretenimento.

Arte original para a campanha Fim dos Tempos
Arte original para a campanha Fim dos Tempos

Essa necessidade de entreter transforma o RPG por stream em uma campanha diferenciada, normalmente acelerada. Os jogadores não se desviam da trama com facilidade, acontecimentos importantes surgem mais frequentemente, o narrador não precisa de um tempo para trocar de música e raramente vai parar o jogo para conferir regra no manual. Porém, o oposto provavelmente vai acontecer em sua mesa de RPG pelo discord, e está tudo bem. É assim mesmo.

Preparar uma campanha toma um tempo absurdo do mestre, mas uma stream de RPG de mesa pede por uma produção e cuidado ainda maior e completamente não-obrigatórios para uma singela reunião de amigos.

É claro que tornar uma mesa comum em uma campanha mais ativa e com elementos cinematográficos sempre pode torná-la mais interessante. Eu mesmo gosto de usar diferentes playlists para ambientações. Chamo a atenção de jogadores quando estão prestes a se desviar para um assunto paralelo para não quebrar a imersão e tento fisgá-los com acontecimentos marcantes quando menos esperam para trazer a tensão de volta à mesa. Mas tudo isso são coisas que vêm com a prática de jogar e narrar ao longo do tempo, portanto você não precisa se cobrar ou cobrar de seu mestre e jogadores.

Então por favor, não seja um babaca, pois seu mestre não é Matthew Mercer e você e seus companheiros de mesa não são um time de dubladores profissionais auxiliados por uma equipe técnica.

Ser ou não ser RPG de mesa?

Enfim, existe uma galera que defende que streams de RPG de mesa deixam de ser RPG de mesa pelos motivos que falei aí em cima. Muitos ainda dizem que Critical Role e outras campanhas de larga escala são roteirizadas, ou que os jogadores já têm pelo menos uma ideia do que vai acontecer para poderem se preparar para os eventos. Não vou entrar no debate de roteirizado x não roteirizado, pois o que se tem sobre isso praticamente são burburinhos de twitter e conversas de reddit.

Porém, discordo completamente sobre a parte de não ser um RPG de mesa, pois sua essência ainda está ali. Um grupo de personagens sendo guiado pelo mestre através de uma narrativa onde os jogadores tomam suas decisões e assumem os riscos e responsabilidades. Se por acaso os jogadores são entertainers e existe uma equipe exclusiva para auxiliar na produção, isso apenas torna a stream em um RPG de mesa com algo a mais. E esse algo a mais é apenas uma perspectiva um pouco diferente da de juntar cinco pessoas e se divertir sozinhos por algumas horas. É a proposta de fazer dezenas, centenas ou até milhares de pessoas se divertirem também.

Podcast 128 – Tatuagem é esquema de pirâmide

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa falam da ida do Trevisan a São Paulo e à Rádio Guaíba para a emocionante (e conturbada) final da Fórmula, a mecânica das escape rooms, shoppings que permitem pets, a praga dos jovens místicos e muito mais. Também sobrou tempo para debater se o Dr. Octopus pode ou não dar em cima da Tia May, responder as dúvidas dos Conselheiros e falar muita bobagem!

Para baixar, clique no link correspondente com o botão direito e escolha “Salvar como”.

Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o video em youtube.com/jamboeditora.

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Conheça nossos livros em: jamboeditora.com.br

twitch.tv/jamboeditora

Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter)
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Mesa Sonora — A música tema do seu personagem de RPG

coração vermelho com cabos P10 de música conectando no coração como se fossem veias

Muito do que foi discutido até agora nesta coluna até o momento foi voltado mais a mestres do que jogadores. Experimentação sonora na mesa, uso de músicas com clima de tensão, tudo isso pode e deve ser discutido com a mesa inteira, mas o dever de planejar e decidir usar esses recursos é, em geral, realmente do narrador. Mas hoje quero falar diretamente com os jogadores. Como VOCÊ acha que deveria ser o tema musical do seu personagem na mesa? Trago a vocês alguns pontos que acredito que podem te ajudar nessa decisão, na ordem em que acho adequados.

O que combina com o cenário

O primeiro filtro de músicas deve ser aquele que define o que combina com a ambientação da aventura, o cenário em si. Combinar a música do seu personagem com o cenário é uma mera questão de lembrar que seu personagem também é parte da ambientação. Claro, um herói merece ter uma trilha sonora digna de seus feitos, mas não é muito harmonioso que se escolha um tema completamente destoante de tudo ao seu redor. Claro, isso pode ser subvertido se for combinado com os outros jogadores, em especial se houver motivos para isso (exemplo: um personagem forasteiro ou que venha de outra época pode se beneficiar de uma certa estranheza em seu tema escolhido).

O que combina com o clima da mesa

A segunda questão é definir possibilidades de música que concordem com o clima da mesa. Não adianta você querer que seu personagem seja acompanhado de uma balada superanimada numa campanha séria e cheia de tragédia. Fugir disso pode prejudicar a imersão dos jogadores durante a aventura, então existem bons motivos para se ater a esse princípio. Como no ponto anterior, pode haver boas razões para querer fazer o oposto, uma opção seria usar de um tema bem diferente como efeito cômico numa mesa mais bem-humorada com um ou mais personagens bem caricatos.

O que combina com seu personagem

Aqui começamos a afunilar mais e mais as opções, pois além dos pontos anteriores, precisamos combinar com o personagem também. Quem é seu personagem? Ele é heroico? Covarde? Ardiloso? Honesto? Alegre? Monótono? Violento? Todas essas características de humor e personalidade podem ser usadas para definir uma música tema digna do seu jogo. Existem muitos elementos musicais que podem representar ânimos e personalidades através de som. Por exemplo: alguém muito alegre e bem-humorado pode ter um tema mais dançante e festivo, enquanto outro personagem mais sério e rígido pode ter uma música mais marcial ou sombria.

Pessoalmente, eu gosto de atribuir instrumentos musicais específicos aos meus personagens. Com isso eu posso definir melhor o tipo de música que procuro para combinar com eles. Alguns exemplos: eu “ouço” paladinos como instrumentos de metal; bardos quase sempre são cordofones ou flautas; bárbaros são tambores; ladrões são violinos sendo tocados em pizzicato. Nada disso é regra, são apenas como eu “escuto” esses personagens na minha mente, pode ser drasticamente diferente para você.

O que combina com você

O último e mais importante filtro. Não adianta atender a todos os outros requerimentos se o jogador não gosta da peça escolhida. Você vai ouvir essa música várias vezes durante a campanha, é importante eu você goste dela. Aproveite o tema escolhido, relaxe e prepare os dados, porque na hora que sua música começa, você precisa estar pronto para a ação e aventura. Afinal de contas, temas musicais não são para qualquer um, são privilégios de grandes heróis (ou, bem… vilões! Vamos falar disso no futuro)!

Exemplos de temas memoráveis de personagens

O clássico tema do maior espião do cinema, James Bond. Uma música rapidamente identificável, cheia de nuances, mas ainda direta ao ponto. Charmosa como o espião 007. Você ouve e sabe que está na hora da ação.

A música dos filmes antigos do Superman evoca heroísmo e bravura. Feita sob medida para um herói capaz de praticamente qualquer coisa, mas que ainda esbanja virtudes e desejo por justiça.

O tema de Indiana Jones já pesa um pouco mais para a o clima de aventura e descobertas, o que funciona melhor para o arqueólogo mais querido da ficção. É uma música de descobertas e maravilhas.

Seu personagem tem uma música tema na sua mesa? Não tem mas você já pensou no assunto? Conta pra gente nos comentários!

Playlist da Mesa Sonora

1. Ex Tenebris, Lux: uma música sobre a Tormenta
2. Tensão e Música no RPG
3. Músicas Empolgantes para RPG

Podcast 127 – Eu não posso falar!

Escrevendo mais de mil páginas de FAQ, chegou seu podcast favorito!

Neste episódio, Della usurpa o podcast mais uma vez e usa seus poderes para falar da sexta temporada de JoJo, que estreou na Netflix, além de novidades sobre o novo suplemento para Mutantes & Malfeitores que está a venda na Jambô! Camila Gamino nos abençoa com os detalhes de sua masmorra de otaku, e fala de seu novo vício com os romances de Warcraft. Dan Ramos chega em defesa de Arcane e Cowboy Bebop, expondo seu ponto de vista como diretor de arte. Por fim, Thiago Rosa fala sobre o livro ruim sobre viajem no tempo que está lendo agora, e da spoilers de sua nova mesa na Twitch!

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Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o vídeo em youtube.com/jamboeditora.

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Participantes:
Felipe Della Corte (Twitter), Camila Gamino (Twitter), Thiago Rosa (Twitter),
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Filmes de horror dos Deuses de Tormenta20

Nessa longa viagem ao longo do ano cheio de arrepios, sustos e dicas envolvendo deixar suas experiências de jogos mais arrepiantes, foi um grande prazer desfrutar desse ano com vocês. E para variar um pouco da nossa proposta habitual, lhes trago uma brincadeira. 

Junte-se a mim nesse exercício de criatividade. Como seriam os filmes de terror preferidos dos deuses?

Aharadak

Um desses filmes bem estilo invasor de corpos, um clássico dos anos 70. Com muita gosta e paranoia, será que você é um deles?

Allihanna

Há duas possibilidades: ou um filme estilo a natureza se vinga em que de repente as plantas se rebelam e começam a envenenar a humanidade, uma pegada meio Fim dos Tempos do Shyamalan (só que melhor executado), ou um filme de de desastre natural em grandes proporções, como The Fog adaptado da obra do Stephen King.

Arsenal

Nada mais a cara de Arsenal que um filme estilo Aliens – O Resgate. Onde o mais forte sobrevive no final.

Azgher

Um bom filme de múmia é uma ótima pedida. Os pobres devotos estão no meio do deserto e terminam sendo perseguidos por hordas de múmias que se regeneram ao consumir partes das vítimas.

Hynnin

Esse deus não acharia muita graça em filmes de horror. Afinal, qual a graça trapacear alguém que está morrendo de medo? Nem é possível apreciar uma boa cara de decepção assim.

Kallyadranoch

Ele flerta muito com horror gótico. Nada mais a cara desse deus que um castelo ancestral cheio de demônios e tesouros inestimáveis como o filme Crimson Peak.

Khalmyr

O novo Candyman é um filme que caberia perfeitamente no que o deus da Justiça consideraria o mais medonho e assustador. Pessoas tratadas injustamente e com regras mutáveis dentro de um sistema que deveria ser idôneo e isonômico.

Lena

Como deus da vida, o Cemitério Maldito baseado na obra de King, preenche completamente o quesito de suor frio, às vezes viver é o pior horror.

Lin-Wu

Apesar de Lin-Wu ser o deus da honra e não necessariamente  essa ser a temática central, filmes de horror criados e executados em países da ásia exploraram ricamente honra e punição.

Marah

A guerra é aterrorizante, e nada deixaria mais em estado de horror que um filme de guerra bem sangrento como Platoon.

Megalokk

Um clássico filme de horror dos anos 60 estrelando Formigas Atômicas Zumbis ou o Monstro do Pântano arrancariam sorrisos satisfeitos mostrando as presas gigantescas de suas várias bocarras.

Nimb

Filme? Que filme? Isso é a realidade!

Oceano

20 mil léguas submarinas de 1954 pode não se encaixar completamente no gênero de horror, mas merece figurar nessa lista graças aos monstros das profundezas esculpidos por Oceano com maestria.

Szzass

Filmes com cultos macabros podem divertir o Deus Serpente, mas só como uma mera distração menor. Afinal, se deixar filmar é um erro primário.

Tannah-toh

Não é exatamente um filme de horror, mas o filme Ágora, que relata a morte de Hipátia e destruição da biblioteca de Alexandria, causaria arrepios na deusa.

Tenebra

Apreciando os terrores noturnos como seus queridos filhos, Tenebra colocaria em sua coleção pessoal filmes como 30 dias de noite como uma diversão casual. Mas para deixar a deusa amedrontada nada faria melhor o trabalho que Midsommar, o filme de Ari Aster que se passa durante o dia.

Thwor

O deus dos goblinóides se sentiria em casa assistindo o Labirinto, com david Bowie, e Gremlins 1 e 2.

Thyatis

Não existe muito no cinema que esse deus considere digno de sua atenção, já que fênix gigante e não pode comer pipoca.

Valkaria

Com seu espírito aventureiro, a deusa acha correto e divertido tudo que os incautos personagens de filme de horror fazem. Para ela, o mais aterrorizante mesmo é comédia romântica.

Wynna

Magias dando errado e mexendo com forças além da compreensão é só mais uma segunda-feira na rotina daqueles que adoram essa deusa. Por isso, Wynna se faz de difícil quando o assunto é filme de horror, mas nada é mais arrepiante do que a perspectiva de estar em um mundo totalmente sem magia como em Metrópolis.

As Brumas de Avalon Vol. 2: A Grande Rainha

A Senhora da Magia

Esse mês me ocupei de ler o volume 2 de As Brumas de Avalon, de nome A Grande Rainha. Me lembro de já ter lido esses livros quando mais novo, mas queria ter a história fresca para saber o que falar sobre. 

Por conta do título, já imaginava que seria focado em Guinevere e em todas as suas frustações relacionadas ao casamento com Arthur e o seu amor proibido com Lancelot, mesmo assim me incomodou um pouco o foco em uma personagem tão irritante quanto esta, acho que em parte pois me apeguei de mais ao núcleo de Avalon.

Aqui vemos a capacidade da autora em escrever personagens. O que senti com esse livro foi um misto de ódio, amor e pena por todos os personagens, em especial aquela que teve maior destaque em toda a trama, a esposa do grande rei Arthur. Senti pena da criação extremamente religiosa centrada na imposição de culpa, que fazia com que a maioria das mulheres da época sentissem por um pecado que não haviam cometido. Ao mesmo tempo, senti ódio de várias falas e atitudes dela, que foram tanto devido a sua arrogância como nobre como ao seu fanatismo religioso. Marion Zimmer Bradley soube retratar isso muito bem, de forma a despertar sentimentos antagônicos em relação a mesma personagem.

Ler esse livro me fez perceber como nós podemos ser paradoxos em relação a sentimentos e pensamentos. Tanto em relação às minhas próprias reações em relação a Arthur, Guinevere e Lancelot, que iam de raiva profunda a pena e até compreensão e carinho, quanto aos sentimentos da própria rainha, que tinha que lidar com sua criação extremamente cristã, seu amor e devoção para com seu rei e seu desejo incontrolável por Lancelot, além da vontade de ter um filho, que a faria cogitar ir contra tudo o que ela acreditava apenas para dar um herdeiro ao trono da Grande Bretanha.

Confesso que senti bastante falta das partes narradas por Morgana.

Muitas vezes eu parei para respirar um pouco e digerir o que acontecia, já que a raiva que eu senti de certas atitudes dos personagens me impedia de continuar a leitura no momento. Essa raiva não estragou, porém, o prazer da leitura. Como um autor que eu gosto muito me disse uma vez: “Quando alguém tem sentimentos tão fortes como a raiva lendo algo que eu escrevi é porque estou fazendo algo certo.”, o que significa que quando uma obra mexe com a gente (tanto na forma de mostrar os personagens como no enredo em si) a ponto de nos fazer sentir ódio, raiva, amor, compaixão, é porque o autor fez um bom trabalho, e a leitura desse livro nos faz sentir tudo isso.

Como cereja do bolo temos o personagem Kevin, que nesse livro teve um pouco mais de tempo do que no anterior. O bardo se tornou um alívio para meus olhos e foi de fato o único personagem do qual eu não senti raiva em nenhum instante. De fato, eu posso afirmar que ele já é o meu segundo personagem favorito em todos os quatro volumes da série.

Ao mesmo tempo doce e amargo, Kevin me causou o sentimento que mais eu gosto de sentir ao ler um personagem. Mais uma vez eu senti uma identificação enorme com o personagem e tudo o que ele pensava e sentia, e sobre a forma como as pessoas lidam com ele. O bardo me fez sorrir nos momentos em que todas as cenas me faziam querer esganar certos personagens. Nesse livro eu consegui enxergar a mim mesmo no personagem. Fiquei satisfeito com isso.

E você? Já leu A Grande Rainha? Me conta o que achou aqui embaixo.

A Jornada da Mestra — Primeiro, o básico

jornada da mestra

Algo importante que eu aprendi assistindo Masterchef, além de que a pimenta do reino deve ser sempre moída na hora, foi que, para fazer algo diferente, você precisa começar com o básico e fazê-lo bem. Isso pode parecer um pouco óbvio, mas é muito comum se frustrar com os resultados de algo feito pela primeira vez porque as expectativas estavam muito além da realidade.

Toda vez que eu encerro uma sessão, penso bastante se eu não poderia ter feito alguma mudança. Seja ter desenvolvido melhor uma parte da aventura ou ter cortado alguma informação ou NPC inútil. No começo, eu senti que estava errando muito e fiquei incomodada, mas isso é o normal.

Que mestre não quer narrar uma boa aventura? Uma campanha épica na qual os jogadores se sintam como heróis? Mas isso não significa que você não possa errar e seu jogo precise ganhar o GOTY. Quantas vezes você não se divertiu com jogos simples porque estava com os amigos? As maiores gargalhadas que eu dei foram com desenhos feios no Gartic Phone.

Você dificilmente vai sair da sua primeira partida de Valorant com 15 headshots se nunca chegou perto de um FPS. Ninguém inicia a vida na confeitaria fazendo um bolo de casamento com 5 andares, mas começa por um simples de laranja ou chocolate. Inícios precisam de prática e paciência.

O livro básico de regras será o seu melhor amigo durante a jornada. Não é à toa que há seções dedicadas a explicar sobre cenas e estruturas de uma aventura. Claro que não há verdades absolutas, e é sempre possível adaptar as coisas para o funcionamento da sua mesa, mas saber as técnicas básicas ajuda, e muito.

O único jeito de se aprimorar na arte de fazer seus jogadores arrancarem os cabelos é jogando. Entender a maneira como você mestra é importante, compreender como sua mesa joga também. Eu, por exemplo, percebi que gosto de valorizar as escolhas caóticas dos jogadores, e talvez seja muito tolerante em alguns aspectos, mas isso se deu pelo tom descontraído da mesa e por todos estarem aprendendo a jogar.

Um dos meus maiores erros, e teimosias, é enfiar um monte de coisa dentro de uma única cena. Por exemplo: eu estava narrando um combate com três tipos diferentes de inimigos: o chefe principal, um mini chefe e dois capanguinhas mixurucas. Eu sempre faço uma única iniciativa para os NPCs, até porque ninguém é de ferro, mas ainda assim eram três fichas diferentes ao mesmo tempo para controlar. Quando encerramos a cena, eu percebi que passei pelo menos 70% do combate sem atacar com os capanguinhas e não usei metade das habilidades do chefe. Me senti a pessoa mais lerda do mundo, mas na aventura seguinte eu fiz a mesma coisa. Tentei facilitar a minha vida anotando num post-it as CA dos inimigos e alguns pontos importantes, mas eu continuei me embananando porque ainda eram três fichas diferentes e o chefe era mais complexo que o anterior.

Uma coisa que eu não tentei foi estruturar a campanha inteira logo de cara. Quando eu escrevo ficção, normalmente traço um caminho com o personagem principal para que eu não me perca durante a narrativa, entretanto às vezes as coisas não saem como o planejado e eu preciso mudar a rota. E, se isso acontece com um personagem que estou “controlando”, seria um inferno fazer isso com jogadores imprevisíveis. Eu sei a motivação dos vilões, o que eles estão fazendo enquanto os personagens se embriagam na taverna e só. Até porque eu não sabia como balancear uma aventura — ainda estou tentando, inclusive — e o rumo da história poderia descambar para qualquer lado. Foi muito mais fácil criar algo simples de início para amarrá-lo em algo complexo mais tarde.

Além disso, a própria mesa me ajuda a conduzir a narrativa. Entender sobre as expectativas dos jogadores me auxilia a construir novas aventuras, inserindo suas preferências ao longo da construção. Se alguém está interessado na Tormenta, se gostou de um deus específico, ou se simplesmente quer descer a porrada em tudo o que se move. O RPG te permite modificar as coisas ao longo do tempo, é um trabalho contínuo de construção.

Resumindo: comece pequeno, focando em fazer bem o básico. Começar com um dragão adulto, mais seus escravos kobolds e um clérigo de Kallyadranoch que estão conspirando com mais três planos da existência talvez gere um TPK prematuro e você se embanane para controlar tudo isso. Muitas mecânicas diferentes ao mesmo tempo talvez não sejam muito saudáveis logo no início.

O simples e bem feito é melhor que algo complexo, mas todo cagado. Um bolo de laranja molhadinho é mais gostoso que um bolo de casamento que metade dos andares caiu no caminho e a pasta americana tem gosto de isopor. (nota do editor: toda pasta americana tem gosto de isopor, coloquem isso nos seus bolos não)

Lembre-se de ler o livro e se divertir, estamos jogando RPG de mesa e não apresentando uma tese de doutorado.

Até a próxima!

Escolinha de Tanna-Toh — O Poder da Vírgula

crase

Bem-vindos de volta à Escolinha de Tanna-Toh, nossa padroeira do conhecimento que, em sua divina bondade, incentiva a propagação de conhecimento até os pontos mais longínquos de Arton. Para ajudar aqueles interessados em escrever para a Iniciativa T20, hoje vamos falar sobre uma das mais frequentes pontuações da língua portuguesa, por ser um tópico que pode gerar muitas dúvidas e que frequentemente é subutilizada, em especial nas redes sociais às quais estamos todos (ou quase todos) muito acostumados.

O que é a vírgula?

“Ah, a vírgula é aquela pausa para respirar.” Não. A vírgula é uma pontuação (símbolo gráfico) que é usada para separar elementos e expressões dentro de uma frase, indo muito além da pausa rítmica que algumas vezes é ensinada nas escolas. Resumindo, é um elemento organizador do texto. Possui alguns usos mais complexos, especialmente nos casos em que é não é obrigatória ou quando pode ser usada em um ou outro lugar da frase, mas é mais simples do que pode parecer à primeira vista. Neste texto vou destacar os usos mais comuns, mas que também são importantes e podem acabar gerando dúvidas.

Separa-se por vírgula elementos listados em uma frase:

Aharadak, Arsenal, Kallyadranoch, Megalokk, Sszzaas e Tenebra só permitem aos seus clérigos canalizar energia negativa.

É usada após o vocativo, ou seja, quando chama alguém:

— Mestre, vou rolar meu ataque contra o dragão.

É usada para separar um aposto, ou seja, uma explicação que interrompe a frase, do restante dela:

  • Para usar um chicote, uma arma exótica, um personagem deve possuir a proficiência adequada.
  • Davi, o líder do vilarejo, está contratando aventureiros para lidar com monstros.

É usada para separar orações adversativas, ou seja, que expressam oposição, na sua frase:

Arcanistas são conjuradores poderosos, mas não podem conjurar magias divinas.


Há também as situações em que nunca se deve usar a vírgula, pois há elementos dentro da frase que não devem ser separados.

Nunca separe sujeito do verbo:

Maquius, lutou e venceu na arena de Tapista. (errado)

Maquius lutou e venceu na arena de Tapista. (certo)

Lembrando que o sujeito não deve ser confundido com o vocativo. Vocativo é quando você chama, evoca, o nome da pessoa com quem se fala. Sujeito é quem faz a ação.

Também não se deve separar o verbo do complemento:

Maquius lutou e venceu, na arena de Tapista. (errado)

Maquius lutou e venceu na arena de Tapista. (certo)

A vírgula também serve para isolar os nomes de lugares das datas, em uma carta por exemplo:

São Paulo, 7 de dezembro de 2021

Um uso um pouco mais complexo é omitir um termo que seria repetido no texto, esse uso é chamado de elipse:

  • Arcanistas conjuram magias arcanas e clérigos, magias divinas.
  • Vectorius mora em Vectora e Talude, na Academia Arcana.

Na primeira frase, o termo suprimido é o verbo “conjurar”, na segunda frase o termo suprimido é o verbo “morar”.


A vírgula e o sentido

Outro ponto muito importante é analisar o sentido que se quer para a frase e como a vírgula pode alterá-lo completamente, veja essas duas frases:

  • Se Khalmyr soubesse o valor que tem, Tenebra se arrastaria a seus pés.
  • Se Khalmyr soubesse o valor que tem Tenebra, se arrastaria a seus pés.

Na primeira frase, é dito que se Khalmyr soubesse seu próprio valor, Tenebra é quem se arrastaria aos pés dele. Na segunda frase, é dito que se Khalmyr soubesse o valor que Tenebra tem, ele se arrastaria aos pés dela.

A vírgula pode determinar se o grupo vai escapar da masmorra ou não:

  • Não, há outro caminho.
  • Não há outro caminho.

Na primeira frase, indica que há sim um outro caminho a ser seguido, e na segunda, que não há.

Pode mudar quem é acusado:

Aquele, cavaleiro, é corrupto.

Aquele cavaleiro é corrupto.

Na primeira frase, alguém fala ao cavaleiro que outro personagem é corrupto (repare que nessa frase, cavaleiro é um vocativo), na segunda, acusa o cavaleiro de ser corrupto.


Lembre-se, quando estiver escrevendo, de olhar para o texto e pensar na organização daquilo que você quer dizer, assim ficará muito mais fácil de saber como e onde utilizar a vírgula para não errar nem a gramática, nem o sentido que você quer dar ao texto.


Mais dicas de escrita da Escolinha de Tannah-Toh

Gramática
Porque

Aventuras Anti-ácidas — Oceano, Allihanna e Nimb

ilha com mar esverdeado ao redor

Olá a quem está cheio de fome!

Seguimos com aventuras envolvendo as Sobremesas dos Deuses de Sal & Tormenta! Hoje contemplamos os doces de Oceano, Allihanna e Nimb!


Gourmetização florestal

As festas da Corte de Ahlen costumam ser regadas a frivolidades. Não raramente, uma nova moda surge entre a nobreza, garantindo certo status para quem seja visto ostentando a moda da vez.

Recentemente, está em voga entre nobres incluir entre os vastos cardápios de seus banquetes o doce Presente da Terra. Ainda que, originalmente, o alimento seja uma homenagem à Allihanna, bem como uma maneira de agraciar viajantes famintos, nas festas da Corte é uma iguaria consumida com indiferença.

Chamado à aventura

A Baronesa Rashlen Guriel não tem gostado de ver o Presente da Terra banalizado. Ainda que pertença à nobreza, a jovem tem orgulho das origens rurais de sua família e da boa relação que os Guriel possuem com grupos de druidas locais. Em verdade, Rashlen acredita que o único motiva de ser a única ofendida com a situação se deve por, possivelmente, devotos de Allihanna não estarem cientes dos banquetes que têm ocorrido.

Aventureiros com habilidades sociais e de espionagem são procurados pela Baronesa. Ela deseja infiltrar espiões na Corte para descobrir quem está fornecendo o doce aos nobres. Certamente há um clérigo de Allihanna cozinhando os doces, mas ele está ciente de sua finalidade?

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades abaixo:

  • Os cozinheiros responsáveis por preparar o Presente da Terra sabem que a finalidade é fornecer prestígio aos anfitriões que oferecem a iguaria em seus banquetes. Contudo, esses devotos de Allihanna acreditam que, por meio do doce, a nobreza começa a ter um contato com os encantos que a natureza pode ofertar.
  • Um círculo de druidas criou um plano para agir contra a nobreza de Ahlen. O objetivo é retomar a região e devolvê-la ao domínio da natureza. O doce é a principal ferramenta nesse ardil, embora os detalhes só serão descobertos por investigações mais aprofundadas.

Uma clériga de Alihanna cozinhando

Loucura itinerante

Uma caravana mercantil percorre diversas cidades por Arton. Além de Valkaria, Norm, Nova Malpetrim e outras grandes metrópoles, também visitam cidades menores do Reinado. Venda de objetos exóticos e apresentações artísticas estão entre as atividades oferecidas, mas o principal serviço do grupo são os exóticos pratos culinários.

Alguns dos principais chefs da caravana são devotos de Nimb, o que explica a grande variedade do menu encontrado por aqueles dispostos a pagar alguns tibares para provar comidas complemente inovadoras. Um dos grandes sucessos é o Frescor de Nimb, o doce gelado e apimentado!

Chamado à aventura

O líder da caravana, o aristocrata Tovall Menak, resolveu aumentar seus ganhos com as peripécias dos chefs insanos. Agora, a cada noite há uma apresentação espalhafatosa da “combinação nunca antes vista”, onde pratos são cozinhados usando combinações aleatórias de ingredientes, escolhidos pelo público. O resultado, curiosamente, são pratos muito saborosos!

Toval Menak procura aventureiros para buscar ingredientes variados.  Cogumelos exóticos, ervas raras, frutas diversas. Muitos desses condimentos estão localizados em regiões perigosas, o que justifica o alto pagamento oferecido pelo mercador.

Pelo jeito, o número circense está propiciando altos rendimentos!

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • O prato que mais impressionou, até o momento, é um omelete com gorad em pó. Apesar de simples, a combinação de ingredientes tão diferentes só poderia ser imaginada por mente aloucadas. A simplicidade da obra, contudo, tira um pouco do exotismo que Toval Menak espera dos pratos. Por isso, o líder da caravana paga para que aventureiros usem de magia mentais para entrar nas mentes insanas dos chefs e convencê-los de que o próprio Nimb proibiu que a omeleta seja novamente produzida!

 

O silêncio das sereias

Popular na cultura dos marinheiros, o doce Bênção dos Mares representa a benfazeja do deus Oceano, surgindo para acalentar aqueles que vivem e dependem do mar. Contudo, relatos de navegadores afirmam que o prato tem sido utilizado por sereias como armadilha uma armadilha para atrair incautos!

Até mesmo piratas do Mar Negro têm comentado sobre algum conhecido que encontrou o doce feito de coco, mas ao aproximar-se foi abatido por maléficas sereias.

Chamado à aventura
Devotos do Oceano estão criando iniciativas para desbravar diversas ilhas do Mar Negro em busca de pistas sobre o uso inadequado do Bênção dos Mares. Cada grupo de aventureiros contratado fica responsável por desbravar completamente uma ilha e averiguar a existência de sereias ou de qualquer outro indício relacionado a estes estranhos acontecimentos.

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • O verdadeiro temor dos clérigos do Oceano é as sereias sejam apenas asseclas de algo mais maléfico e ardiloso. Os sussurros internos falam na criatura conhecida como Senhor das Profundezas, capaz de controlar a mente e a vontade do coração de sereias, tritões e outras criaturas aquáticas.
  • O uso corrompido do doce parece ter despertado o desagrado do deus Oceano. Ao menos é a única explicação plausível para as sereias envolvidas com as armadilhas estarem perdendo sua capacidade de cantar!

O que vem por aí

Os chefs Elisa Guimarães e Vinicius Mendes estão preparando outros episódios de Live do Sal & Tormenta. Novidades vêm aí!

Comente abaixo qual mistura de ingredientes insana você já fez!

Sal & Tormenta

Sal & Tormenta 01 — Lena e Khalmyr
Sal & Tormenta 02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
Sal & Tormenta 03 — Arsenal, Tenebra e Thwor
Sal & Tormenta 04 — Wynna, Lin-Wu, Nimb
Sal & Tormenta 05 — Allihanna, Azgher e Oceano
Sal & Tormenta 06 — Hynnin, Sszzaas e Marah

Aventuras Anti-ácidas

Aventuras Anti-ácidas — Tenebra, Arsenal, Thwor e Thyatis
Aventuras Anti-ácidas 2 — Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr
Aventuras Anti-ácidas 3 — Wynna, Lin-Wu, Megalokk e Azgher

Podcast 126 – Ah bicho solto!

Conquistando a América pela terceira vez, chegou seu podcast favorito!

No episódio alviverde desta semana, Trevisan conta de sua comemoração solitária em Porto Alegre no dia do título do Palmeiras. Ele também fala sobre o documentário Get Back, e de como Paul Mccartney conseguia ser mais chato que o Della quando estava gravando. Já o acusado conta de sua decepção com a segunda temporada de Mestres do Universo, comenta seu assombro perante documentários de bichinho, e fala impressionantemente bem de Super Crooks. Glauco narra sua triste trajetória que o levou ao mundo terrível dos jogos “gacha”, e destila filosofia de boteco sobre Wolfenstein 2.

Para baixar, clique no link correspondente com o botão direito e escolha “Salvar como”.
Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o vídeo em youtube.com/jamboeditora.

Para ainda mais conteúdo, assine a Dragão Brasil — são mais de 100 páginas de RPG e cultura nerd todos os meses: dragaobrasil.com.br

Conheça nossos livros em: jamboeditora.com.br

Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Glauco Lessa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Sal e Tormenta — Manjar da Paz, Justos Virtuosos e Ovos de Raposa

Olá, amantes da boa comida e de combos safados. É um prazer tê-los mais uma vez ao redor de nossa mesa fantasiosa de delícias artonianas. No penúltimo post do ano, de Sal & Tormenta, Marah, Sszzaas e Hynnin são homenageados com suas sobremesas: Manjar da Paz de Marah, os Justos Virtuosos de Sszzaas más línguas dirão que é uma cópia, e os Ovos de Raposa tão caros a Hynnin! Como sempre, as belas imagens são de autoria de Matheus e as regras para uso em mesa, são do Rafael Dei Svaldi.

Nesse mês de novembro ainda tivemos a estreia de Vini, Elisa e Matheus na twich da Jambô cozinhando ao vivo, na tentativa de se tornarem respectivamente o Louro José, a Ana Maria Braga e o Boninho de Arton (se você ainda não viu, clique aqui)

 

Manjar da Paz

Essa delícia criada e compartilhada livremente pelos devotos de Marah é degustada ao redor de toda Arton. Há lendas afirmando que o doce foi servido antes dos principais acordos de paz e rendição do Reinado. O sabor adocicado e delicados do manjar se mistura e harmoniza perfeitamente com a calda de vinho especial repleta de especiarias afrodisíacas, seguindo os preceitos de amor e paz tão apreciados pelos devotos da deusa.

Como não poderia deixar de ser, essa delícia é 100% vegana e sem lactose, canso perfeitamente com os dogmas de paz e amor da deusa, afinal não há tempo para conflitos se todos estão de boca cheia.

Efeitos na Mesa

Uma vez nesse dia, quando você ou um aliado em alcance curto for atacado, você pode fazer com que o atacante jogue dois dados e use o pior resultado para a jogada de ataque.
Custo: 7$T

Receita de Manjar da Paz (a.k.a. Manjar de coco com calda de vinho com especiarias)

(mais…)

Brigada Ligeira Estelar: o Ano Perdido (05)

Brigada Ligeira Estelar

Brigada Ligeira Estelar: O Ano Perdido — Episódio Cinco: O Templo dos Guerreiros

Anterior: os pilotos da Brigada Ligeira Estelar estão com tempo livre enquanto a peça tecnológica é estudada. Contudo, ela acabou de localizar outra peça guardada neste mundo. Além disso, ela está desativada. Portanto, cabe aos protagonistas viajar para o local e pedir sua posse.

Local: Cidade-templo de Qarmat, Kabbadi (Ottokar)

Situação Prévia:

A princípio, os protagonistas chegam à cidade-templo de Qarmat. Ela é guardada por velhos sábios do Destino que protegem antigas tecnologias encontradas neste mundo. Entretanto, vivem de forma monástica, desenvolvendo uma arte de combate própria a ser usada em seus robôs lanceiros. Eles são pacíficos e pacientes, mas convencê-los a liberar esse material é quase impossível.

Evento:

Há mais de dois séculos os Homens Azuis do deserto vem tentando tomar o local e, assim, incorporar essa tecnologia desconhecida aos seus implantes. Contudo, eles conseguiram reunir três de suas grandes tribos para um cerco definitivo contra a cidade-templo. Todavia, a chegada de membros isolados da Brigada não afetará seus planos: agora, eles tem um mecanismo de pulso eletromagnético.

Consequentemente, o pulso deixa Qarmat incomunicável. Dessa maneira, cabe aos personagens, como representantes da Aliança Imperial, ajudar a defendê-la. Como agravante, os Homens Azuis jamais quiseram fazer nenhum tipo de acordo com a Aliança ou mesmo com a Regência. Assim, os Hussardos Imperiais até podem ajudar os lanceiros locais na sua defesa… mas, politicamente, este pode ser um campo minado!

Reviravoltas

Destrua a Máquina: os personagens podem entrar em uma missão para destruir o gerador de pulso e, dessa forma, convocar a Brigada Ligeira Estelar. Ela poderia varrer o inimigo com sua chegada. Contudo, o orgulho dos Homens Azuis jamais lhes permitiria se render. Concomitantemente, isso atiçaria todas as suas tribos em Ottokar… e seria usado politicamente contra a Brigada. Como proceder?

A Mão do Destino: uma tecnologia em especial, guardada nos subterrâneos da cidade-templo, não pode ter sua existência revelada nem cair nas mãos dos invasores. Caso seja acionada, o será em último e extremo caso. Mas… se os Homens Azuis, ou mesmo a Brigada, estiverem inevitavelmente perto dela? Será o caso de usá-la? Quais serão as consequências?

Duelo de Honra: uma forma de encerrar o combate, caso ambas as tropas se vejam em impasse, é desafiar o líder das forças combinadas dos Homens Azuis a um duelo. Entretanto, ele é um ciborgue cheio de implantes — com capacidade de combate, dentro e fora de um robô, turbinada. Dessa forma, a derrota não significa só a morte, mas também a chancela da invasão Azul!

Epílogo

Caso os personagens tenham sucesso em salvar a cidade-templo de Qarmat, os Sábios a tratarão como uma dívida de honra a ser paga. Provavelmente cederão a peça a ser encaixada na peça anterior e isso, obviamente, levarão a todos para o seu próximo passo na próxima sessão. Caso seja uma aventura one-shot, trate-a como um item isolado a ser entregue.

Ideias

Desenvolva a Cidade: ela pode ser algo mais do que uma cidadela no semi-árido. Se sua grande arma estiver oculta, por qual motivo três tribos se uniram para tomá-la? Por qual razão isso não aconteceu antes? E além dos lanceiros, temos outras defesas?

Aprendam técnicas novas: logicamente os Sábios não entregarão seus grandes segredos de combate para estranhos. Mas sob cerco, caso a impressão deixada pelos personagens seja positiva, eles podem ensinar novas manobras de combate — hora de gastar PEs!

Considerações para Brigada Ligeira Estelar RPG

Voltamos ao familiar terreno da Ficção Científica Militar, agora resgatando uma certa influência das aventuras colonialistas da velha Hollywood (e quando falamos de hussardos e lanceiros, eles também estão presentes nelas). No entanto, temos um twist: a Brigada Ligeira Estelar não quer ser uma força colonizadora. Ela precisa ser melhor do que isso.

Em suma, temos um dilema: a força total pode ser inevitável contra um inimigo completamente avesso à acordos. Falamos dos Homens Azuis de Ottokar em A Constelação do Sabre, Vol. 2 (páginas 30-31, 76, 87). Ahaggar, o Feroz, pode ser usado como seu líder.

Divirtam-se.

Episódios Anteriores

00 — Introdução (AQUI).
01 — O Sinal Desconhecido (AQUI)
02 — Madredeus (AQUI)
03 — A Fortaleza Lunar (AQUI)
04 — Cidade do Perigo (
AQUI)

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