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Arrepios 03 — Garras

horror pós-apocaliptico

O que acontece depois do fim do mundo? Eventos pós-apocalípticos são excelentes para criarmos enredos nos quais nem sempre o ambiente caótico e a dificuldade para sobrevivência são os fatores realmente importantes na trama.

Apesar de parecer um tópico distante, a destruição de tudo que nós conhecemos não está presa aos livros e filmes de Hollywood. Vivemos nossas vidas muitas vezes ignorando que um ataque nuclear, a fúria da natureza em resposta ao aquecimento global ou um meteoro em rota de colisão são possibilidades reais e, em alguns casos, já em andamento. Dependendo da sua crença, um evento apocalíptico não é só possível como já aconteceu. Afinal, uma inundação mundial que reduziu a humanidade a um barco com alguns animais nos torna sobreviventes de um pós-apocalipse bíblico. Ou até um em que os planos divinos não eram bem o esperado, como Neon Genesis Evangelion.

Uma doença que transforma 99% da população em vampiros (Eu sou a Lenda), uma bomba nuclear, monstros que se transformam em nossos piores medos (Caixa de Pássaros) ou a fúria da natureza, o final dos tempos transborda pela literatura e inunda nossas mentes. De maneira geniosa, nosso subconsciente trabalha contra a razão e se dilui em histórias de uma Terra devastada resumida a um punhado de sobreviventes lutando para não morrer. A coluna Arrepios deste mês tem um conto que mostra o que acontece quando a Terra perde a batalha contra o impossível, e tudo que resta é a selvagem vontade de sobreviver a qualquer custo. O que acontece depois do fim?


Garras

Detestava os sons de suas garras caminhando por entre o asfalto queimado ou as telhas de amianto tanto quanto detesto este silêncio. Meus ouvidos, outrora  alarmes biológicos reprogramados para autodefesa, agora são simples pregadores de peças. O arrepio que costurava minha coluna era o convite para a morte, agora é o medo da solidão. Meu eu do passado riria ao saber dos meus pensamentos, mas antes a certeza do doloroso fim entre seus dentes afiados e indiferentes a essa mórbida rotina desesperançosa, na qual o único intuito de levantar-se pela manhã é ter o que comer e conseguir espantar o frio.

Acordar, notar-se ainda viva, sentir o cheiro de corpos apodrecidos mesmo a quilômetros de distância, receber o pedido da fome e só depois abrir os olhos. Mexer na cortina, me entristecer com o  sol por trás da poeira que insiste em não sumir e torcer para não ver novamente o clarão azul que cruzou os céus e ficará gravado em minha retina para sempre. 

Não tivemos muito tempo para pensar no impacto. Os milhões que morreram sem ao menos entender o acontecido são sortudos, e os invejo. Não viram a sociedade sucumbir em poucos dias, o caos tomar o controle dos governos e o ser humano ser resumido a selvageria e egoísmo. Não precisaram  lutar para acumular mantimentos, tampouco descobrir que toda a destruição causada pela força imensurável do impacto  não foi nada além de um pouso bem sucedido, carregado do fim.

Nossos cientistas morreram em vão, não encontraram pontos fracos, não descobriram maneiras de derrotá-los, não entenderam seu propósito e tampouco conseguiram mostrar se eram máquinas, seres ou demônios. Não sei dizer quão grande foram seus esforços, visto que muitos defendiam que a extinção seria causada pelo impacto e os cruéis alienígenas  que vieram a seguir pareciam apenas querer antecipar o processo. Ou garantir que ele fora o suficiente.

A maioria das pessoas se rendeu ao temor indigesto causado pelo apocalipse anunciado por várias religiões. Alguns líderes surgiram e evocaram a palavra de Deus contra os “demônios do inferno” que ironicamente vieram do céu. Esses líderes sumiram com a mesma velocidade com que foram criados, lutaram contra, mas acabaram destroçados como cubos de gelo em um liquidificador.

Já não sou mais a mesma, sinto que não sou a mesma, não só pelos frangalhos borrados do meu psicológico, mas também com mudanças tristes que enxergo como evolução, Temo que meu corpo tenha enfim entendido que a reprodução não mais seja parte de seu caminho, desligando em definitivo a nascente de cor forte que mostrava que a humanidade poderia lutar contra a extinção. Chorei um dia por isso, um longínquo momento que tive segundos de paz para preocupar-me comigo mesma. 

Agora foco meus pensamentos em não desistir. Procuro máscaras para me proteger da poeira, me enrolo em roupas que eu mesma faço para tentar lidar com o frio opressor. Onde antes havia calor e diversão, hoje é coberto por restos de tudo. O colorido das pessoas hoje é substituído pelo cinza infinito, cobrindo a terra como se o diabo confeitasse um bolo podre A preocupação constante com um teto ao observar as nuvens negras de chuva ácida controla meu êxodo sem destino. Antes os gritos, uivos ou que quer que fosse os sons horripilantes que pareciam contorcer meus timpanos me lembravam constantemente que eu estava viva. Agora, o torpor da falta de sentido queima meu ego, já enfraquecido por saber que só estou aqui por ser boa em me esconder. Nosso grupo teimou em enfrentar algo acima da nossa capacidade humana, lutando contra a morte em sua pura essência. Seres que não pareciam querer se alimentar, satisfazendo sua vontade apenas com o som de ossos quebrados e o silêncio abafado de gritos. Não mastigavam as vítimas, não sentiam remorso. Atacavam com a vontade de extinguir os humanos da Terra, selvageria pura e bem organizada. 

Encontrei um oásis de puro ânimo, uma máquina de refrigerantes lotada. Um pouco de normalidade, cortando o silêncio deste prédio em ruínas por um som familiar que me traz memórias que normalmente só vem em sonhos. O vermelho da lata contrastando com o cinza úmido é estranhamente alegre, quase me dá vontade de sorrir. Sento em cima de entulhos indistinguíveis, aprecio o gás voltando pela minha garganta e o eco engraçado do arroto reverberando por metros e mais metros de concreto remoído, enquanto observo uma nova luz azul, muito maior que a primeira, cortar a atmosfera. 

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Podcast 119 – Spoilercast: ROUND 6

Brincando de batatinha frita, um, dois, três, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, SPOILERS DE ROUND 6! Felipe Della Corte, Thiago Rosa e Vinícius Mendes falam sobre a série que se tornou o último grande fenômeno mundial. Nossos editores debatem o roteiro da trama, falam de seus personagens favoritos, discutem sobre o final polêmico e até revelam seus crushs de elenco. Tudo isso, claro, com a participação dos nossos conselheiros e dos assinantes da Twitch!

Para baixar, clique no link correspondente com o botão direito e escolha “Salvar como”.

Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o video em youtube.com/jamboeditora.

Para ainda mais conteúdo, assine a Dragão Brasil — são mais de 100 páginas de RPG e cultura nerd todos os meses: dragaobrasil.com.br

Conheça nossos livros em: jamboeditora.com.br

Créditos
Participantes:
Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter)
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Aventuras Anti-ácidas — Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr

Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr

Olá aventureiros da Gangue do Algodão Doce! Continuando nossas ideias de aventuras com as Sobremesas dos Deuses de Sal & Tormenta, hoje contemplamos os doces de Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr.

***

Fada do milho

A Cidadela de Alenkor, em Bielfeld, é conhecida como ótimo ponto de parada a viajantes que rumam à Valkaria. Além de tavernas animadas e estalagens razoavelmente confortáveis, a localidade possui o Templo de Lena, costumeiramente o primeiro ponto de parada a qualquer recém-chegado.

No templo, as sacerdotisas de Lena mantêm a tradição local de demonstrar hospitalidade oferecendo gratuitamente a aventureiros e viajantes uma generosa porção do doce revigorante Caldo de Lena. Mas, ao que parece, a tradição será quebrada, já que o carregamento de milho não chegou, e sem ele, não há como preparar o doce que leva o nome da Deusa da Vida.

Chamado à aventura

Em meio à estrada, viajantes deparam-se com uma carruagem carregada de milho. No local há somente uma diminuta fada, Lurieh, que conta sua história: pregou uma peça, assustando o condutor de uma carroça que passava no local. Contudo, ela afirma que enganou tantas pessoas na vida que a própria Lena surgiu em sua frente e a repreendeu pelas maldades. A deusa afirmou que a carruagem destinava-se a um templo onde o milho seria usado para fazer doces a viajantes e incautos. Mas, graças à Lurieh, o condutor fugiu assustado, tudo a preço de algumas risadas de diversão.

Apesar do desgosto, Lena teria dado a Lurieh uma oportunidade de redimir-se: deveria a fada contar cada grão de milho da carruagem até o anoitecer ou seria transformada em sabugo de milho! Desesperada, Lurieh implora por auxílio para terminar a tempo a árdua tarefa.

Será a história verdadeira ou outro truque da fada?

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades abaixo:

  • As sacerdotisas do templo em Alenkor já conhecem Lurieh e seus truques. Estão à procura de aventureiros que aceitem lidar com a fada sem ferí-la.

A Tormenta passou açúcar em mim

A cada noite, o sono de mais um habitante de Nova Malpetrim é perturbado por um pesadelo. Não qualquer pesadelo, mas exatamente o mesmo que perturba outras pessoas.

Quem foi vitimado por tamanha perturbação narra as cenas do pesadelo da seguinte maneira: a pessoa se vê em uma Área de Tormenta que, contudo, parece vazia. Quanto mais a pessoa se aproxima, mais vai tomando forma a única outra criatura no local. Aproximando-se o bastante, é possível ver que se trata de uma criatura humanoide e que, estranhamente, parece entretida com uma tigela que tem em mãos. Aproximando-se mais um pouco nota-se que a criatura está comendo vagarosamente o que parece ser o doce Tormenta em Camadas.

Chamado à aventura

Temendo que os pesadelos sejam alguma nova forma de avanço da Tormenta, diversas organizações em Nova Malpetrim estão contratando aventureiros para investigar a ocorrência. Arcanistas com poderes mentais ou qualquer indivíduo com capacidades de controlar sonhos serão altamente recompensados para lidar com esse problema.

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Aqueles que consigam visualizar ou adentrar nos pesadelos (utilizar a magia Sonho (Tormenta20, página 199) vão notar que, embora pareçam exatamente iguais (com exceção do protagonista, que é sempre quem está sonhando), os pesadelos possuem diferenças sutis entre eles. Esses detalhes podem ser a resposta para entender o que está acontecendo.

 

Torneios & Tretas

A Ordem de Khalmyr e a Ordem da Luz estão reunidas para uma festividade. Torneios de justa, combate individual e competição de bardos acirram a disputa amigável entre as duas organizações históricas que se devotam ao Deus da Justiça.

A cada noite, um grande baile celebra a união entre as duas organizações e homenageia os vencedores do dia. Para abri-lo, há a solenidade de distribuir a todos os presentes os doces Justos de Khalmyr, símbolo de refeições coletivas e amigáveis. Assim ocorreu nas três primeiras noites de festividade.

Na quarta noite, o clima azedou: os doces estavam terrivelmente amargos. O baile foi encerrado, temendo-se haver veneno nos Justos, o que logo foi descartado. A festividade seguiu com o cronograma nos dias seguintes, mas o que se vê desde então é um clima bélico crescente, com os cavaleiros e cavaleiras de ambas as ordens exasperados em cada disputa e culpando a ordem adversária por um suposto envolvimento no azedume dos quitutes.

Chamado à aventura
A festividade é motivo para presença de muitos mercadores, viajantes e todo tipo de forasteiros. Aventureiros e aventureiras que pareçam eficientes e discretos e estejam pelo festival podem ser contratados pelos líderes das duas ordens. A missão é simples, embora nada fácil: descobrir quem está por trás do ocorrido com os doces e qual a intenção do ato.

Seria um plano para implementar desavença entre as ordens? Algum tipo de peça de humor duvidoso?

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Muitas competições paralelas ocorrem durante esse tipo de festival. É uma boa oportunidade para implementar disputas e torneios para habilidades variadas que os Personagens Jogadores possuam, além de trazer um clima mais alegre e menos formal. Torneio de arremesso de faca, disputa de levantamento de peso e, quem sabe, algo como o Torneio do Beberrão de Khalmyr, em que o competidor que conseguir beber mais canecos de cerveja e ainda recitar perfeitamente o juramento das duas ordens será declarado campeão ou campeã.
  • Caso descubram que a autoria do ato foi de uma das duas ordens, os aventureiros contratados informarão a descoberta, sabendo que a revelação pode levar a uma desavença ainda mais aberta?

 

Casamento Flambado

Estão indo de vento em popa os preparativos para o casamento de Fynne Holdyr, herdeiro do Condado Holdyr, em Ahlen. A Condessa Mylenda, sua mãe, está cuidando de todos os detalhes para que o casamento seja uma festa de opulência o bastante para fazer inveja mesmo às três grandes famílias do reino.

O ponto alto da festa de matrimônio, planeja Mylenda, será quando for servido a cada um dos 772 convidados um doce Ouro de Dragão, tostado na hora por fogo mágico de arcanistas contratados por ela.

Contudo, os detalhes do evento vão além da ostentação social de uma nobre ambiciosa. Em verdade, Mylenda secretamente cultua Kallyadranoch, e pretende fazer do casamento do filho um tipo de grande ritual para conseguir riqueza crescente para sua família e boas graças do Deus dos Dragões.

Chamado à aventura

Apesar de ser cuidadosa, Condessa Mylenda Holdyr menosprezou a capacidade alheia. Alguns acontecimentos do casamento, anunciados abertamente e parecendo ser apenas exuberância, foram notados por outros aristocratas de Ahlen por conter simbolismos religiosos. O número de convidados, 772, é exatamente a quantidade de anos que o Deus dos Dragões ficou fora do Panteão e o doce Ouro de Dragão é conhecido por homenagear Kallyadranoch. Essas pessoas atentas às intenções maléficas de Mylenda estão contratando inúmeros aventureiros para sabotar os planos do ritual sem estragar o casamento. Afinal, os noivos Fynne e Luke não parecem ter envolvimento com o culto maléfico e não merecem ter o importante dia prejudicado.

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Os aristocratas que contratam os aventureiros podem ser asseclas de Mylenda. Ora, é isso o que dá confiar em pessoas de Ahlen.
  • Um Tirano do Terceiro (Tormenta20, página 298) é um grande perigo que aventureiros enxeridos podem se deparar. Ele é um aliado poderoso de Mylenda e está auxiliando-a no plano de estabelecer um culto a Kallyadranoch em Ahlen.

***

O que vem por aí

No próximo Aventuras Anti-ácidas continuaremos com mais aventuras, doces e deuses.

Uma Condessa ambiciosa, uma fada travessa, cavaleiros enraivecidos ou pesadelos da Tormenta. Comente aí o que te assusta mais!

Mais Aventuras Anti-ácidas

Aventuras Anti-ácidas — Tenebra, Arsenal, Thwor e Thyatis

Adoce suas aventuras com Sal & Tormenta

Sal & Tormenta 01 — Lena e Khalmyr
Sal & Tormenta 02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
Sal & Tormenta 03 — Arsenal, Tenebra e Thwor
Sal & Tormenta 04 — Wynna, Lin-Wu e Nimb

Mesa Sonora — Tensão e Música No RPG

músicas tensas para rpg

Como toda narrativa, o RPG precisa de momentos de tensão para ficar interessante. Como toda narrativa, a música também se beneficia de tensão. Sim, a música também é uma narrativa e muitas de suas técnicas de composição e efeitos causados nos ouvintes podem ser comparados ao ato de contar uma história. Mas calma, nada tema, darei uma breve explicação de como isso funciona e como encontrar essas tais músicas tensas para RPG.

Na música

O uso de tensão no contexto musical é amplamente explorado há séculos. Pode ser conseguida de muitas formas, como no ritmo, na melodia ou, mais comumente, na harmonia. No geral, a música cria tensão para eventualmente alcançar uma resolução que satisfaça o ouvinte. Pense no refrão da sua música favorita, muito provavelmente ele termina de maneira “confortável”, como se a música tivesse “voltado para casa”, essa é umas maneiras comuns de se resolver tensão em música. Como em toda arte, essa experiência pode variar. Assim como um conto de terror, uma música pode acabar sem uma resolução satisfatória, deixando uma sensação de desconforto proposital.

No RPG

O bom mestre é aquele que sabe aproveitar dos elementos de sua aventura para deixar os jogadores sentados na borda de suas cadeiras. A sensação de antecipação pode ser amplificada através da trilha sonora certa. Aqui cabe um pouco de preparo do narrador, pois da mesma forma que a música certa ajuda a criar o clima de arrepio dos cabelos, também é necessário pensar na resolução. A música que você escolheu possui uma resolução satisfatória para sua cena, ou será preciso escolher outra? O que vem depois da tensão? Talvez seja um algo mais calmo, ou empolgante, ou até mesmo triste, mas pense em como trazer seus companheiros de mesa de volta ao “normal”. Eles merecem.

Encontrando essas tais músicas tensas para RPG

Por sorte, essa parte é mais fácil do que parece: trilhas sonoras de filmes, séries e videogames estão recheadas de músicas de tensão porque, como foi dito, são parte fundamental de recursos narrativos. Temas de vilões, de chefes de fase, de grandes batalhas, de monstros, e de momentos de grandes revelações nas histórias são excelentes pedidas para essas horas. Mas é claro, eu selecionei algumas favoritas para vocês usarem como músicas tensas de RPG:

Tema da Batalha dos Campos de Pelennor

A música da Batalha dos Campos de Pelennor da trilogia O Senhor dos Anéis é um primor de ambientação tensa. A grande batalha que acontece nos livros e no filme foi acompanhada de uma composição magnífica, que coloca o espectador no meio da ação. Essa peça evoca heroísmo e camaradagem entre irmão de armas, o que a torna excelente para uso em grandes e épicos combates.

Tema de Magus

O tema do vilão Magus do jogo Chrono Trigger é um dos muitos temas de vilão que podem ser usados na sua campanha. Cheia de personalidade e com a clássica orquestração em 16 bits dos tempos do Super Nintendo, essa música é atemporal (trocadilho com o jogo que envolve viagem no tempo 100% proposital) e pode ser usada como atmosfera de quase qualquer tipo de cenário.

Duel Of The Fates

A peça Duel Of The Fates de Star Wars – A Ameaça Fantasma é instantaneamente reconhecível por qualquer pessoa que tenha visto o filme. Além de ser parte de uma das lutas mais emocionantes da franquia, essa música é épica do primeiro ao último segundo. Ótima para ser usada para antecipar e iniciar um confronto entre heróis e vilões.

Tema dos Guardiões

O tema dos Guardiões de The Legend of Zelda – Breath of The Wild provoca um medo imediato em quem experimentou o jogo. Essa música é apenas tensão. Apesar do arranjo relativamente simples, ela existe apenas para causar uma sensação de desespero e desconforto e pode ser utilizada contra seus jogadores também.

Marte, O Mensageiro da Guerra

Saindo um pouco de trilhas sonoras, a peça Marte, O Mensageiro da Guerra de Gustav Holst é uma aula de composição de como provocar diferentes sensações no ouvinte. Essa música utiliza das mais variadas ferramentas musicais para provocar tensão. Dos ritmos errantes até a harmonia incrivelmente eficiente. É certamente o pano de fundo para momentos grandiosos.

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Qual música nunca falha em te deixar arrepiado? Deixe um comentário abaixo!

 

Mesa Sonora

Músicas empolgantes para RPG

Podcast 118 – Nem todo mundo é o Frodo

Atacando com uma arma ninja pouco prática, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa falam do terror de Missa da Meia-Noite, comparam Round Six com o Caldeirão do Huck (sim, pra gente ainda é do Huck) e avaliam A Trilogia Terra Partida (de N.K. Jemisin). Também sobrou tempo para analisar o gênero de fan-fics bizarras de BTS, relembrar o saudoso Ninja Burguer, falar besteiras e responder as dúvidas dos Conselheiros!

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Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o video em youtube.com/jamboeditora.

Para ainda mais conteúdo, assine a Dragão Brasil — são mais de 100 páginas de RPG e cultura nerd todos os meses: dragaobrasil.com.br Conheça nossos livros em: jamboeditora.com.br

Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Bençãos da Deusa — Como seria se casar com os deuses do Panteão de Tormenta20?

Panteão

Fui desafiada a imaginar como seria se casar com cada um dos deuses do Panteão de Tormenta20, e óbvio que aceitei, pois ninguém melhor que a maior casadeira RPGística de toda Arton pra isso! Então, vamos lá — por ordem alfabética para não nos perdermos! (ATENÇÃO: para maiores de 18 anos. ATENÇÃO [2]: e pode conter spoilers de mudanças recentes no cenário)

Aharadak

Um dos mais novos deuses a compor o Panteão, casar com Aharadak pode ser um paraíso fetichista; afinal, todos estes braços, bocas e tentáculos podem servir pra muito mais do que devorar a realidade de Arton, não é?

Allihanna

Pense nesta possibilidade apenas se você também for um animalzinho.

Arsenal

O mais novo integrante do Panteão, por baixo daquela máscara esconde um homão da porra. Ele não parece muito preocupado em casar, a não ser que você seja uma arma sagrada ou de destruição em massa. Se esse é seu objetivo, pense bem na construção da sua próxima ficha.

Azgher

O Deus-Sol parece se importar muito com todos ao seu redor, então a bondade faria parte constante desta relação. E com a intensidade que sua luz brilha, um bom bronzeado seria constante também.

Hynnin

O engraçadão que quer sempre pregar uma peça em todo mundo, obviamente não pouparia nem quem se casasse com ele. Ou você entra na brincadeira e vive se divertindo assim, ou você vai pedir o divórcio rapidinho.

Kallyadranoch

Um dos deuses mais gostosos de Arton, sorte de quem conquistar este coração. Mas lembre-se sempre de que ele é o maior, o melhor, o mais poderoso e incrível ser que já pisou no mundo, senão a briga vai ser feia. Dragões costumam ter o ego muito frágil.

Khalmyr

O casamento “perfeitinho”. Tudo sempre estará bem, em equilíbrio, organizado, estável, como deve ser. Você pode esperar muito carinho e amor, mas não espere surpresas, reviravoltas nem nada que fuja da rotina. Aqui é só o equivalente ao “papai e mamãe”.

Lena

Nem pense nisso. Lena é uma criança.

Lin-Wu

O deus da honra com certeza seria fiel a quem estivesse ao seu lado. Porém, poderia ser um pouco rude às vezes e ter dificuldade de lidar com falhas – ou o que ele julgar uma falha. Mas sempre tentará conciliar as coisas com uma conversa – a não ser que se sinta desonrado ou traído. Aí, não tem mais volta.

Marah

O casamento perfeito entre paz e putaria. Nada de brigas, discussões bobas, intrigas… Somente amor, paz e muita agarração. Afinal, para Marah, quem transa não tem tempo pra guerra.

Megalokk

Você tem certeza que quer se casar com, literalmente, um monstro?

Nimb

Provavelmente Nimb nem vai notar que está casado, então vai ser uma loucura total. Não dá nem pra tentar prever como seria um “casamento” desses.

Oceano

Mais um deus delicioso que é impossível resistir. Mas, talvez por sua natureza aquática, o que ele faz de melhor é: nada. Ele nunca vai tomar a iniciativa, nunca vai fazer uma surpresa, nunca vai lembrar de fazer nada sem que você peça. Vai estar sempre lá, lindo e pleno, mas só isso.

Sszzaas

Preciso dizer que o mínimo que te espera num casamento desses é traição? Se ele não tentar matar você já será lucro.

Tanna-Toh

Uma senhorinha meio sinistra, mas que será sempre uma ótima companhia para uma bom papo e um chá. Assunto nunca vai faltar, mas talvez seja chato conviver com alguém que sabe absolutamente TUDO – e nunca vai deixar você falar, porque ela já sabe o que quer que você queira contar.

Tenebra

A gótica suave do Panteão é um pedaço de mal caminho – às vezes no sentido literal. Extremamente sensual, cair em suas graças pode ser uma benção, mas a qualquer momento você pode ser descartado: apesar de abençoar todos os seres renegados da noite, sua maior preocupação é ela mesma – e aparentemente, ela se enjoa fácil.

Thwor

Mais um novato no Panteão, o deus duyshidakk já faz sucesso entre os seus – já virou deus tendo uma penca de filhos. Mas é preciso provar seu valor e estar ao seu lado na luta pelo “mundo como deve ser”. E não deixe que os destinos de vocês se afastem no Akzath, senão o final não vai ser feliz. 

Thyatis

Se você descobrir como casar com uma fênix de fogo, me avisa.

Valkaria

Ela não vai querer casar com você – e nem com ninguém. Mas que dá vontade, dá, né?

Wynna

Praticamente três em uma, casar com Wynna parece ser uma felicidade imensa! Talvez seja um pouco difícil acompanhar seu ritmo, pois a deusa da magia parece não parar nunca. O maior problema vai ser a concorrência: essa gata – ou essas gatas? – são praticamente unanimidade, e pelo menos metade de Arton vai querer disputar o amor de Wynna com você.

 

E aí o que acharam? Com qual destas divindades vocês preferem casar? Não deixem de me contar nos comentários, e dizerem o motivo! E que vocês sejam muito feliz com a divindade que escolherem — se for possível!

Brigada Ligeira Estelar: Homens do Espaço

Fora da ordem estabelecida em Brigada Ligeira Estelar

Brigada Ligeira Estelar é um cenário de space opera. Muito foco é centrado nos planetas principais da Aliança Imperial. Mas a Constelação não se limita a eles — e aqui falaremos dos Homens do Espaço. Existentes desde o começo da expansão humana no passado, eles são aqueles à parte das regras. Preferem viver em colônias espaciais fora do alcance do império. Não é uma vida ideal, mas é o preço por deixarem de estar à mercê das leis estabelecidas.

Geralmente eles se ocultam em cantos bem obscuros de um sistema solar, subsistindo de forma idêntica aos antigos viajantes espaciais em suas longas jornadas para povoar o universo. Criam culturas agrícolas hidropônicas. Estabelecem cultivos de células clonadas para gerar partes específicas de bois, frangos e porcos para consumo. Exploram o gelo nos cinturões de kuiper para obter água (ou hidrogênio líquido, obtendo água por hidrólise).

Homens do espaço são sobreviventes e se organizam cooperativamente, sem ligação com as autoridades centrais. Era assim antes da Aliança Imperial e é assim agora, apesar dos eventuais esforços individuais para inserir essa gente na ordem vigente. Eles também tem defesas próprias, com robôs refugos ou outros modelos modificados. Tem também grupos avançados com o objetivo de buscar itens úteis, sem entregarem a sua posição no espaço.

Negociando para Sobreviver

Além disso, quando uma colônia de homens do espaço localiza outra, eles compartilham mutuamente seus mapas. Assim, efetuam uma rede de escambos, alertando a todos quando uma é descoberta. Geralmente, piratas espaciais se beneficiam disso, trocando essas peças (e outros itens confeccionados nessas estações) por víveres de longo prazo e bens baratos de consumo. Para os piratas esse é um bom arranjo e isso garante certa segurança a essas colônias.

Por outro lado, elas são relativamente frágeis e não tem como enfrentar ataques de proscritos, dispostos a saquear e destruir — ou de milícias, interessadas em torná-las postos avançados. Apelar para a Marinha Espacial tende a ser o fim da linha: quando isso acontece, normalmente uma parte permanece e aceita a nova ordem, por inércia ou por cansaço. Outra vai embora e decide construir uma nova colônia em outro lugar, com os recursos à disposição.

Nada é Mais tão Fácil…

Porém, isso vem mudando: com a invasão proscrita, os Homens do Espaço tem se fortificado na Ponta do Sabre e no Quadrângulo Negro, com grupos avançados obtendo restos de tecnologia, robôs e naves. Eles agora podem contar com irregulares, misturando estranhamente tecnologia sabreana e proscrita, e assim se defenderem por si próprios. Além disso, a rede de escambos já se espalhou para o Fio do Sabre. Contudo, eles ainda tem seus próprios problemas.

O maior é a possibilidade deles não se encaixarem mais em ambientes planetários. O pé-de-valsa é um sintoma disso: ele é um problema comum para pessoas em ambientes artificiais no espaço por muito tempo: basta pôr os pés em um planeta e eles sentirão tonturas, perdendo o equilíbrio e caindo no chão (1d6 dias de cama e 1d6+4 para andar, com um redutor em habilidade de –3. No antepenúltimo e no penúltimo dia, –2 — e –1 no último dia antes da alta).

Quem é um Pé-de-Valsa aí?

Jogue 1d6 para todos os jogadores com R2 ou R1 em solo após sua primeira viagem ao espaço (personagens com R0 fatalmente serão pés-de-valsa, sem rolagens). Um 1 indica um pé-de-valsa. Contudo, quanto mais viagens se fizer, mais resistência se adquire: na segunda e na terceira vez serão 1d3 dias de cama e 1d3+4 para andar (para simular 1d3, subtraia 3 de qualquer resultado 4, 5 ou 6). Da quarta vez eles terão apenas –1 em Habilidade por três dias.

Da quinta vez em diante, será mais ou menos equivalente ao cansaço ao se sair de uma rodoviária: bastará um teste simples de resistência ao descer no planeta. Sendo bem-sucedido, você nem sentirá. Caso contrário, você terá –1 em H pelo resto do dia e se houver alguma urgência, você pode fazer o teste de novo após pelo menos uma hora (o máximo de testes permitidos por dia corresponde ao seu valor de R) — isso se recupera com uma boa noite de sono.

Qual a relação disso com os Homens do Espaço?

Quem vive no espaço desde sempre tende a esse problema — mas pior: todos os Homens do Espaço sofrem do pé-de-valsa, e sua primeira experiência em solo planetário será mais grave (1d6+3 de cama e 1d6+6 para caminhar), passando pelo processo normal nas próximas vezes. Isso reflete não um período, mas toda uma vida em estações espaciais de baixa qualidade, com necessidades diárias de manutenção com peças de segunda linha, obtidas na base do escambo.

Dessa forma, há o risco desses problemas se tornarem características adquiridas com as gerações — ou pior, tornarem inviáveis um eventual retorno dessas pessoas aos mundos habitáveis da constelação. Assim, eles não são só um problema social, mas uma questão de saúde pública. Logo, como convencê-los se eles tem todo tipo de minhoca enfiada na cabeça para justificar um auto-isolamento sob péssimas condições de vida em meio ao fogo espacial cruzado?

Para o Jogador de Brigada Ligeira Estelar

Não é incomum o Homem do Espaço jovem, por vontade de conhecer a Constelação, sair da sua comunidade. Porém, ele precisa sobreviver e, por isso, é compreensível sua junção à piratas espaciais, contrabandistas ou, para os mais avessos a conflito, meros transportadores. Por sua tendência a rejeitar ou desconfiar de autoridades, a entrada em uma guarda de cavaleiros regenciais ou mesmo na Brigada Ligeira Estelar é um tanto rara — mas não impossível.

Ele pode se tornar um batedor ou, se tiver um motivo concreto o bastante, se juntar à Brigada Ligeira Estelar por falta de opção ou um ato impensado. Nesse caso, ele berra um Ponto (Impulsivo) como perfil de personagem, com todos os clichês do ás esquentado e, nesse caso, é conveniente para ele uma habilidade boa e uma perícia pilotagem. Afinal, a Brigada costuma ser tolerante com alguma indisciplina… se os resultados compensarem.

Para concluir…

É claro, a ideia de uma campanha só focada nos Homens do Espaço não é impossível. Todos teriam diferentes funções e sua missão seria garantir a sobrevivência de seu povo em meio ao turbilhão ao seu redor. Há bastante potencial aqui. No entanto, é preciso deixar claro: a cabeça dura dessas pessoas pode condenar a elas e suas próximas gerações. Além disso, em um contexto como a invasão proscrita, permanecer vivendo dessa forma pode ser um suicídio.

Talvez a maior luta não seja protegê-los, mas tirá-los dali. Cair na real, negociar com a Aliança, colonizar uma lua em terraformação, qualquer coisa. A Brigada não vai querer destruí-los, mas uma milícia como a TIAMAT ou até as fragilidades da vida espacial podem colocá-los em perigo. No passado, as pessoas não encararam estações espaciais como transitórias à toa. Se fosse diferente, ninguém pensaria em terraformação.

Até a próxima e divirtam-se.

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AMOSTRA GRÁTIS — Revista Dragão Brasil 171

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Você já conhece a Dragão Brasil? Essa publicação mensal foi pioneira ao falar de RPG no Brasil e foi o berço do universo de Tormenta ainda na década de 90! Hoje, a Dragão existe digitalmente, apoiada por seus assinantes e trazendo mais de 100 páginas de conteúdo nerd de primeiríssima qualidade, além de extras como mapas de batalha, tokens de RPG e volumes inéditos do mangá Khalifor. A partir deste mês, vamos compartilhar uma amostra grátis da edição mais recente, o editorial e uma matéria escolhida a dedo pelo editor da revista, J.M. Trevisan.

Neste mês, a matéria escolhida foi a coluna Toolbox, escrita pelo autor de Tormenta Leonel Caldela. Você pode baixar a amostra grátis aqui!

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Podcast 117 – Masterizando a parada

Ensinando sem te enrolar, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Glauco Lessa falam das várias (e fascinantes) faces da palavra “capaz” ao redor do Brasil, do submundo dos jogos de Playstation 2 e 3 em 2021 e do arrasador MOBA de Pokemon. Também sobrou tempo para sentar o pau nos coaches de RPG, responder as dúvidas dos Conselheiros e acrescentar mais umas bobagens!

Para baixar, clique no link correspondente com o botão direito e escolha “Salvar como”.

Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o video em youtube.com/jamboeditora.

Para ainda mais conteúdo, assine a Dragão Brasil — são mais de 100 páginas de RPG e cultura nerd todos os meses: dragaobrasil.com.br

Conheça nossos livros em: jamboeditora.com.br

twitch.tv/jamboeditora

Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Glauco Lessa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Sal & Tormenta — Deleite Mágico, Bolos de Jade e Frescor de Nimb

sal & tormenta

Agora que o frio deu uma trégua em Porto Alegre, finalmente foi possível colocar as receitas geladas para votação nas Sobremeas dos Deuses aqui na coluna Sal & Tormenta! Como pessoas vindas de lugares quentes o ano todo, nem eu nem Elisa Guimarães tivemos coragem de encarar sorvete e raspadinha em nosso primeiro inverno no Rio Grande do Sul. Essa também foi a edição com algumas das receitas mais estranhas, mas surpreendendo a todos (até nós mesmos), elas ficaram bem gostosas!

Esperamos que gostem!

Como sempre no Sal & Tormenta, regras por Rafael Dei Svaldi e fotos por Matheus Tietbohl! Ana Carolina Gonçalves foi cobaia.

Lembrando que a CD de preparo de todos os doces dos deuses é 20.

Deleite Mágico

Em Arton, a magia pode até ser algo comum, mas nem por isso deixa de criar seus momentos de maravilhamento. A sobremesa de Wynna, deusa da magia, sempre será um desses momentos: é possível perceber que a receita foi bem sucedida porque ela sempre terá algum elemento surpresa que a torna encantaodora e apetitosa. Uma mudança súbita de cor, a temperatura que se adequa sozinha até se tornar perfeita, um aroma misterioso e sedutor… 

Sobre esta receita: Nós sabemos que o chá de clitória, que muda de cor na presença de ácidos ou bases, não é fácil de conseguir no Brasil (a gente comprou no Shopee). Ele não tem gosto de nada e a função na receita é só o efeito da mudança de cor. Se você gosta de limão, quer algo gelado e fácil de fazer e não tem acesso ao chá, a gente recomenda fazer sem.

Efeitos na mesa

Escolha uma magia de 1º círculo. Até o final do dia você pode lançar essa magia uma única vez, sem aprimoramentos, pagando 2 PM (atributo-chave Inteligência).

Custo:  6 T$ 

Receita de Deleite Mágico (a.k.a granita de limão com chá de clitória e rosas)

Ingredientes

  • 5 limões sicilianos
  • 1 limão taiti
  • 1 litro de água
  • 2 xícaras de açúcar
  • 1 colher de sopa de água de rosas
  • 500 ml de água
  • flores secas de clitória a gosto

Preparo

  1. Misture as 2 xícaras de água e o açúcar e leve ao fogo até que todo o açúcar se dissolva. Não é preciso ferver.
  2. Espere a mistura esfriar e acrescente o suco de todos os limões. Caso não vá fazer o chá, acrescente também a água de rosas. Leve a mistura ao freezer até congelar completamente.
  3. Caso vá servir com o chá, ferva os 500 ml de água e deixe as flores de clitória infusionarem no chá. Quanto mais flores, mais azul vai ficar. Misture a água de rosas e leve à geladeira.
  4. Quando a base da granita estiver totalmente congelada, basta raspá-la com uma colher ou garfo e servir. Para o efeito da mudança de cor, acrescente o chá ao gelo raspado na hora de servir.

Bolinhos de Jade

Como um deus preocupado com a honra e a verdade, Lin-Wu abençoa seus protegidos com uma guloseima barata, acessível e portátil. Capaz de agradar em mesma medida os nobres em seus banquetes, o mais simples dos camponeses e os aventureiros que precisam ficar longos períodos fora de casa. Como sinal da gratidão da divindade e seu povo pelo acolhimento após o terrível ataque da Tormenta, esse pão macio e da cor de jades tem um recheio que talvez fosse mais esperado em uma mesa tipicamente valkariana, sob um preciosismo típico de Tamu-ra.  

Efeitos na mesa

Ao fazer um ataque corpo a corpo, você pode gastar o efeito desta comida. Se acertar o ataque, causa dano máximo.

Custo:  4 T$ 

Receita de Bolinhos de Jade (a.k.a baos de matcha no vapor recheados com brigadeiro)

Ingredientes

  • 1 2/3 xícara de farinha de trigo branca
  • 1/4 xícara de água
  • 1/3 xícara de leite
  • 3 colheres de sopa de açúcar
  • 1 pitada de sal
  • 1 colher de chá de fermento seco para pão
  • 1 colher de sopa de matcha (chá verde em pó)
  • 1 lata de leite condensado
  • 2 colheres de cacau ou chocolate em pó
  • papel manteiga

Preparo

  1. Misture a farinha, o fermento e o matcha. Esquente a água, o leite e o açúcar até a mistura ficar morna e o açúcar dissolver.
  2. Misture o leite à farinha com fermento com a mão. Acrescente a pitada de sal. 
  3. Polvilhe uma fina camada de farinha em uma bancada para não grudar. Sove a massa por 15 minutos (ou até a mistura ficar homogênea). Acrescente aos poucos mais farinha na bancada sempre que a mistura voltar a grudar na bancada.
  4. Coloque a massa em uma bacia, tampe com um plástico filme e deixe crescer em um lugar mais quente até que a mistura dobre de tamanho.
  5. Enquanto isso, prepare um brigadeiro normal até desgrudar do fundo da panela e ficar em ponto de enrolar. Espere esfriar, divida em 8 porções e enrole 8 bolinhas. Deixe na geladeira.
  6. Assim que a massa dobrar de tamanho, sove-a novamente até voltar a ficar homogenea. Divida em 8 poções de mesmo tamanho, forme bolinhas e reserve para que fermentem e cresçam novamente.
  7. Abra as bolinhas com um rolo (ou uma garrafa de vidro) enfarinhado para que a massa não grude. Cubra cada um dos brigadeiros com um dos discos de massa formando uma bolinha.
  8. Corte 8 quadrados de papel manteiga e coloque um pãozinho sobre cada um deles.
  9. Cozinhe os pães no vapor por 15 minutos com um espaço entre eles, porque eles crescerão no calor. Retire do vapor e estão prontos.
  10.  Caso você não tenha uma panela de cozinhar no vapor (que foi nosso caso), coloque uma caneca de cerâmica (ou outro recipiente que aguente calor) em uma panela alta com tampa. Encha a panela com água até metade da altura do recipiente e ferva a água. Nesse momento, coloque um prato com os bolinhos sobre a caneca e tampe a panela.

 

Frescor de Nimb

Mesmo os paladares mais refinados de Arton, aqueles que provaram os sabores mais exóticos, raros e estranhos tem uma grande dificuldade em explicar como é provar o Frescor de Nimb, ainda que nenhum deles tenha algo além de elogios para falar da experíência. Um creme gelado a primeira vista, dizem que a sobremesa é capaz de refrescar e esquentar aqueles que a consomem ao mesmo tempo, em uma confusão de reações físicas que só o olhar do deus do caos poderia levar até os mortais.

Efeitos na mesa

O próximo resultado “1” que você rolar em um teste será considerado um “20”. E o próximo resultado “20” que você rolar será considerado um “1”.

Custo:  2 T$ 

Receita de Frescor de Nimb (a.k.a sorvete de baunilha, chocolate e pimenta)

Ingredientes

  • 300 g de creme de leite ou nata bem gelados
  • 1 lata de leite condensado
  • 100 g de chocolate (nós usamos 70% e recomendamos usar um menos doce, mas vai do seu gosto)
  • 1 colher de sopa de essência ou extrato de baunilha
  • 10 unidades de pimentas dedo de moça(na verdade, vai de quão picante você aguentar. Nós usamos habanero e dedo de moça, passamos dois dias com as mãos ardendo)
  • 1 maçã descascada e picada
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 1/4 de xícara de água
  • 1 colher de chá de limão

Preparo

  1. Para a geleia de pimenta, corte das pimentas no meio, retire as sementes e pique-as. Leve ao fogo com a maçã, o açúcar, a água e o limão. Cozinhe até a maçã começar a derreter e a mistura ficar com consistência de geleia. Deixe esfriar e reserve.
  2. Para o sorvete, bata o creme de leite gelado até atingir picos médios, ou seja, engrossar a pouco de ganhar consistência mas ainda não manter a forma. É importante não bater creme de leite fresco ou nata demais, se não vira manteiga.
  3. Misture o leite condensado e bata a mistura até atingir pico duro, ou seja, ser capaz de manter a forma.
  4. Acrescente a geleia de pimenta, a baunilha e o chocolate picado. Misture o suficiente só para incorporar.
  5. Leve ao freezer de um dia para o outro.

Bonus: Matheus e Ana provando o Frescor de Nimb!

Mais Sal & Tormenta

Sal & Tormenta 01 — Lena e Khalmyr
Sal & Tormenta 02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
Sal & Tormenta 03 — Arsenal, Tenebra e Thwor

Terminou a refeição? Que tal Aventuras Anti-ácidas?

Aventuras Anti-ácidas — Temebra, Arsenal, Thwor e Thyatis

Heróis de Bolso 01 — Fichas prontas para Tormenta20

Fichas prontas para Tormenta20

Olá, leitores! Precisa de fichas rápidas para aquela mesa de Tormenta20 que rolou de última hora? Vai participar de um evento online e quer personagens prontos? Heróis de Bolso vem ajudar em todas suas necessidades de ficha (combo não necessariamente incluso). Todos os meses vou trazer fichas prontas pra Tormenta20, de várias raças e classes. Também é ideal para acompanhar as aventuras prontas das Breves Jornadas, minha nova coluna que estreia na Revista Dragão Brasil deste mês!

Vocês podem baixar todas as fichas por Diogo Almeida aqui, ou baixá-las individualmente abaixo!

Minotauro Cavaleiro 1, Guarda

Iniciativa +0, Percepção +0, faro.
Defesa 19, Fort +6, Ref +0, Von +0.
Pontos de Vida 24.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 3.
Corpo a corpo. Espada Longa +7 (1d8+5, 19) ou lança +7 (1d6+5).
Baluarte. Você pode gastar 1 PM para receber +2 na Defesa e nos testes de resistência até o início do seu próximo turno. A cada quatro níveis, pode gastar +1 PM para aumentar o bônus em +2.
Chifres. Você possui uma arma natural de chifres (dano 1d6, crítico x2, perfuração). Quando usa a ação atacar, pode gastar 1 PM para fazer um ataque corpo a corpo extra com os chifres.
Código de Honra. Você não pode atacar um oponente pelas costas (em termos de jogo, não pode se beneficiar do bônus de flanquear), caído, desprevenido ou incapaz de lutar. Se violar o código, você perde todos os seus PM e só pode recuperá-los a partir do próximo dia.
Faro. Você não fica desprevenido e sofre apenas camuflagem (em vez de camuflagem total) contra inimigos em alcance curto que não possa ver.
Medo de Altura. Se estiver adjacente a uma queda de 3m ou mais de altura (como um buraco ou penhasco), você fica abalado.
For 20 Des 10 Con 18 Int 12 Sab 10 Car 10
Poderes. Estilo de Arma e Escudo.
Perícias. Atletismo +7, Guerra +3, Investigação +3, Luta +7, Nobreza +3.
Equipamentos. Brunea, escudo leve, espada longa, lança, mochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Devoto de Khalmyr
Espada Justiceira (Livre, 1 PM) — Você encanta sua espada (ou outra arma corpo a corpo de corte que esteja empunhando). Ela recebe +1 em testes de ataque e rolagens de dano até o fim da cena.
Obrigações & Restrições — Devotos de Khalmyr não podem recusar pedidos de ajuda feitos por pessoas inocentes. Também devem cumprir as ordens de superiores na hierarquia da igreja (qualquer devoto do Deus da Justiça de nível maior) e só podem usar itens mágicos criados por devotos do mesmo deus.

Lefou Arcanista (Feiticeiro) 1, Eremita

Iniciativa +7, Percepção +4, visão no escuro.
Defesa 15, Fort +2, Ref +4, Von +4.
Pontos de Vida 10.
Deslocamento 9m (6q).
Pontos de Mana 9.
À distância. Arco curto +4 (1d6, x3, médio).
Busca Interior. Quando você e seus companheiros estão diante de um mistério, incapazes de prosseguir, você pode gastar 1 PM para meditar sozinho durante algum tempo e receber uma dica do mestre.
Cria da Tormenta. Você é uma criatura do tipo monstro e recebe +5 em testes de resistência contra efeitos causados por lefeu e pela Tormenta.
Linhagem Rubra Básica. Quando adquire um poder da Tormenta, você pode aplicar a penalidade em Carisma a outro atributo. Sua relação com a invasão aberrante lhe permite sacrificar partes específicas de seu ser.
Magias. 1º — Conjurar Monstro, Imagem Espelhada, Setas Infalíveis de Talude. CD 13.
For 7 Des 18 Con 14 Int 8 Sab 12 Car 16
Poderes. Antenas, Carapaça.
Perícias. Adestramento +5, Misticismo +3, Sobrevivência +3.
Equipamento. Arco curto, barraca, kit de medicamentos, mochila, saco de dormir, traje de viajante e T$ 14.

Opcional — Devoto de Kallyadranoch
Escamas Dracônicas — Você recebe +1 na Defesa.
Obrigações & Restrições — Para subir de nível, além de acumular XP suficiente, o devoto de Kally deve realizar uma oferenda em tesouro. O valor é igual à metade da diferença do dinheiro inicial do nível que vai alcançar para o nível atual (por exemplo, T$ 200 para subir para o 4° nível). Sabe-se, também, de devotos malignos que sacrificam vítimas a Kally (não permitido para personagens jogadores).

Qareen (Ar) Clériga de Wynna 1, Circense

Iniciativa +2, Percepção +3
Defesa 12, Fort +2, Ref +4, Von +5, resistência a eletricidade 10.
Pontos de Vida 18.
Deslocamento 9m (6q).
Pontos de Mana 11.
À distância. Besta leve +2 (1d8, 19, médio).
Desejos. Se lançar uma magia que alguém tenha pedido desde seu último turno, o custo da magia diminui em –1 PM. Fazer um desejo ao qareen é uma ação livre.
Escudo Mágico. Quando lança uma magia, você recebe +2 na Defesa até o início do seu próximo turno.
Tatuagem Mística. Você pode lançar a magia Imagem Espelhada. Caso aprenda novamente essa magia, seu custo diminui em –1 PM.
Truque de Mágica. Você pode lançar Explosão de Chamas, Hipnotismo e Transmutar Objetos, mas apenas com o aprimoramento Truque. Esta não é uma habilidade mágica — os efeitos provêm de truques e prestidigitação.
Obrigações & Restrições de Wynna. Ainda que a magia jamais possa ser negada para quem a busca, devotos de Wynna devem praticar a bondade e a generosidade de sua deusa, jamais recusando um pedido de ajuda. Além disso, devotos de Wynna são proibidos de matar seres mágicos (elfos, qareen, sílfides e outros a critério do mestre) e conjuradores arcanos.
Magias. 1º — Armadura Arcana, Benção, Curar Ferimentos, Imagem Espelhada.
For 10 Des 14 Con 14 Int 10 Sab 16 Car 14
Poderes. Bênção do Mana, Teurgista Místico.
Perícias. Diplomacia +4, Intuição +5, Religião +5.
Equipamento. Besta leve, mochila, saco de dormir, traje de viajante, 10 virotes, T$ 14.

Opcional — Temeroso (Desvantagem)
Você tem medo de se machucar. Como alternativa, treinou apenas com armas de ataque à distância e não sabe o que fazer quando as coisas ficam mais “pessoais”. Você sofre –5 em Luta.
Poder Bônus — Magia Ilimitada: Você soma seu modificador do atributo-chave no limite de PM que pode gastar numa magia.

Anã Inventora 1, Membro de Guilda

Iniciativa +0, Percepção +0, visão no escuro
Defesa 13, Fort +4, Ref +0, Von +2
Pontos de Vida 17.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 4.
Corpo a corpo. Machado de guerra certeiro +9 (1d12+2, x3).
Conhecimento das Rochas. Você recebe visão no escuro e +2 em testes de Percepção e Sobrevivência realizados no subterrâneo.
Engenhosidade. Quando faz um teste de perícia, você pode gastar 2 PM para receber um bônus igual ao seu modificador de Inteligência no teste. Você não pode usar esta habilidade em testes de ataque.
Foco em Perícia. Quando faz um teste de Ofício (Armeiro), você pode gastar 1 PM para rolar dois dados e usar o melhor resultado.
Rede de Contatos. Graças à influência de sua guilda, você pode usar Diplomacia para obter informação sem custo (veja Investigação, Tormenta20, p. 120).
Tradição de Heredrimm. Você é perito nas armas tradicionais anãs, seja por ter treinado com elas, seja por usá-las como ferramentas de ofício. Para você, todos os machados, martelos, marretas e picaretas são armas simples. Você recebe +2 em ataques com essas armas.
For 14 Des 10 Con 14 Int 18 Sab 10 Car 12
Perícias. Conhecimento +6, Diplomacia +3, Intuição +2, Misticismo +6, Ofício (Alquimia) +6, Ofício (Armeiro) +6, Ofício (Engenhoqueiro) +6.
Equipamento. Couro batido, machado de guerra certeiro, mochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 14.

Opcional — Devoto de Tenebra
Carícia Sombria (Padrão, 1PM) — Você cobre sua mão com energia negativa e tocar uma criatura em alcance corpo a corpo. A criatura sofre 2d6 pontos de dano de trevas (Fortitude CD 10) e você recupera PV iguais à metade do dano causado.
Obrigações & Restrições — Tenebra proíbe que seus devotos sejam tocados por Azgher, o odiado rival. O devoto deve se cobrir inteiramente durante o dia, sem expor ao sol nenhum pedaço de pele.

Podcast 116 – Grandes Desgraças da Lutinha!

Apoiado por patrocinadores reversos, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Camila Gamino falam
do trágico documentário Dark Side of the Ring, de como funcionam as lógicas de joguinhos, como é tomar uma gostosa injeção no joelho, dissertam sobre barracos familiares em reality shows e descobrem quem foi o único integrante do podcast que NUNCA ganhou um presente do Victor Lucky! Também tivemos tempo de falar um pouco de Nier Automata (será que o Della gostou?), Sex and Education e de responder as dúvidas dos Conselheiros!

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Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Camila Gamino (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)