Olá, artonianos, sejam novamente bem-vindos à Escolinha de Tanna-Toh! Neste mês vamos tratar de um assunto um tanto diferente, sendo motivo de terror para muitas pessoas, tanto para quem lê quanto para quem escreve: o famigerado Queísmo!
Mas o que é isso?
Queísmo nada mais é do que o uso excessivo do termo “que”. Simples, não?
Conceitualmente sim, mas a sua ocorrência pode prejudicar fortemente textos que, sem a sua presença, poderiam ser muito melhores e fluidos. Isso acontece porque palavras que se repetem muito ou que possuem sons que se parecem, podem dar a entender que quem escreveu é alguém que possui um vício de linguagem ou alguém que possui um vocabulário que é fraco.
Percebeu?
Vamos de novo: Isso acontece porque palavras usadas repetidamente, ou de sonoridade semelhante, podem dar a entender que o escritor está com um vício de linguagem ou possui pouco vocabulário.
Veja que, na primeira explicação, eu usei o termo “que” sete vezes, e na segunda, apenas uma, deixando o trecho muito mais fluido e simples de ler. O Queísmo é um fenômeno bastante comum porque o termo “que” pode exercer diversas funções gramaticais dentro de uma frase, funcionando como substantivo, pronome, conjunção e até mesmo como preposição.
Assim, é importante sabermos como substituir esse termo quando, por distração ou cansaço, o usamos em excesso. Aqui vão algumas dicas:
Os verbos no infinitivo são seus amigos
A forma infinitiva de um verbo é o seu próprio nome, por exemplo, “haver” é a forma no infinitivo do verbo haver.
A frase: Precisamos tomar cuidado para que não haja desperdício de PM.
Pode ser reescrita como: Precisamos tomar cuidado para não haver desperdício de PM.
Trocar as palavras de lugar é um recurso valioso
Os clérigos de Arsenal querem que mais templos sejam construídos.
Se mudarmos o lugar de “mais templos” para o final da frase, temos:
Os clérigos de Arsenal querem a construção de mais templos.
Importante notar que, ao trocar as palavras de lugar, precisamos prestar atenção às suas formas e quais serão modificadas ou não.
Reduzir frases e orações também elimina os “quês”
Assim que subir de nível, poderá escolher um novo poder.
Ao subir de nível, poderá escolher um novo poder.
O cavaleiro que vestia a capa vermelha fugiu.
O cavaleiro de capa vermelha fugiu.
O recurso de redução de frases não é útil apenas para a eliminação de termos que possam causar ruídos. Escrever frases curtas que transmitam o sentido que se deseja podem ser úteis em diversos casos, desde a simples organização do texto na fase de diagramação, facilitando a organização do espaço na página (especialmente em livros com ilustrações junto ao texto), mas também se você precisa manter o texto dentro de um número máximo de caracteres ou palavras. Lembre-se que a maioria dos editais de escrita impõem um limite máximo de caracteres ou palavras.
Aumente o seu vocabulário
Se você quer (ou precisa) diminuir a repetição de palavras nos seus textos, o melhor caminho é expandir seu vocabulário, e embora exista mais de uma forma de fazer isso, a melhor ainda é a leitura. Leia tanto quanto puder e procure experimentar livros de autores desconhecidos para você. Aqui no site da Jambô, você encontra uma boa disposição de títulos na aba Jambô Curadoria, com livros recomendados por quem entende (muito!) de escrita. Boa pesquisa e boa leitura!
Uma última recomendação: quando tiver terminado seu texto, respire e descanse. Vá fazer outra coisa. Cansado e com a mente ligada no que você acabou de escrever, uma releitura ou revisão imediata pode fazer você deixar de ver erros e ruídos óbvios ou bobos. Descanse e só depois releia seu material, tenho certeza de que você vai perceber nuances e detalhes que haviam passado despercebidos.