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Heróis de Bolso 04 — Fichas prontas para Tormenta20

Fichas prontas para Tormenta20

Sejam bem-vindos, leitores! Mais um mês, mais uma Heróis de Bolso para suprir todas suas necessidades de fichas para Tormenta20! Não importa se está narrando uma aventura para aqueles amigos que nunca criam seus próprios personagens, ou se está se preparando para narrar uma das Breves Jornadas, publicadas na Revista Dragão Brasil, estes aventureiros de 1º nível estão prontos para qualquer desafio!

Vocês podem baixar todas as fichas prontas para Tormenta20 em arquivos em PDF por Diogo Almeida aqui ou baixá-las individualmente abaixo!

Qareen (Água) Guerreira 1, Guarda

Iniciativa +3, Percepção -2.
Defesa 17, Fort +4, Ref +4, Von -2, resistência a frio 10.
Pontos de Vida 22.
Deslocamento 9m (6q).
Pontos de Mana 3.
Corpo a Corpo. Alabarda +6 (1d10+9, x3, alongada) ou tridente +6 (1d8+4).
A Distância. Azagaia +5 (1d6+4, alcance médio).
Ataque Especial (1 PM). Quando faz um ataque, você pode gastar 1 PM para receber +4 no teste de ataque ou na rolagem de dano.
Desejos. Se lançar uma magia que alguém tenha pedido desde seu último turno, o custo da magia diminui em –1 PM. Fazer um desejo ao qareen é uma ação livre.
Estilo de Duas Mãos. Se estiver usando uma arma corpo a corpo com as duas mãos, você recebe +5 nas rolagens de dano.
Tatuagem Mística. Você pode lançar a magia Primor Atlético.
For 18, Des 16, Con 14, Int 10, Sab 6, Car 12.
Perícias. Investigação +2.
Equipamento. Alabarda, apito, azagaia x5, escudo leve, gibão de peles, insígnia da guarda, mochila, saco de dormir, trajes de viajante, tridente, T$ 10.

Opcional — Devota de Wynna
Poder Concedido — Benção do Mana. Você recebe +3 pontos de mana.
Obrigações & Restrições. Devotos de Wynna devem praticar a bondade e a generosidade de sua deusa, jamais recusando um pedido de ajuda. Além disso, devotos de Wynna são proibidos de matar seres mágicos (elfos, qareen, sílfides e outros a critério do mestre) e conjuradores arcanos.

 

Golem (Ar) Lutador 1

Iniciativa +4, Percepção +0, visão no escuro.
Defesa 18, Fort +5, Ref +4, Von +0, imunidade à eletricidade.
Pontos de Vida 23.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 3.
Corpo a Corpo. Ataque desarmado +8 (1d6+6).
Canalizar Reparos (Completa). Você pode gastar pontos de mana para recuperar pontos de vida, à taxa de 5 PV por PM.
Criatura Artificial. Você é uma criatura do tipo construto. Recebe visão no escuro e imunidade a doenças, fadiga, sangramento, sono e venenos. Além disso, não precisa respirar, alimentar-se ou dormir. Por fim, não recupera pontos de vida por descanso e não se beneficia de habilidades de cura e itens da categoria Alimentação.
Espírito Elemental. Você é imune a dano de eletricidade. Se fosse sofrer dano mágico de eletricidade, em vez disso cura PV em quantidade igual à metade do dano.
Golpe Relâmpago (1 PM). Quando usa a ação atacar para fazer um ataque desarmado, você pode gastar 1 PM para realizar um ataque desarmado adicional.
For 22, Des 14, Con 16, Int 8, Sab 10, Car 8.
Perícias. Acrobacia -1, Atletismo +8.
Equipamento. Gibão de peles, mochila, saco de dormir, trajes de viajante, T$ 14.

Opcional — Ingênuo (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre –5 em Enganação, Intuição, Investigação e Ladinagem.
Poder Bônus — Ataque Poderoso. Declare que está usando este poder antes de fazer um ataque corpo a corpo. Você sofre –2 no teste de ataque, mas recebe +5 na rolagem de dano.

Hynne Arcanista (Feiticeira) 1, Refugiada

Iniciativa +6, Percepção -1.
Defesa 14, Fort +4, Ref +4, Von +1, resistência a fogo 5.
Pontos de Vida 15.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 11.
A Distância. Funda +4 (1d6-1, alcance médio).
Arremessadora. Quando faz um ataque à distância com uma funda ou uma arma de arremesso, seu dano aumenta em um passo.
Estoica. Sua recuperação de pontos de vida e pontos de mana com descanso aumenta em uma categoria: normal em condições ruins, confortável em condições normais e assim por diante.
Linhagem Dracônica Básica. Você soma seu modificador de Carisma em seus pontos de vida iniciais e recebe resistência a fogo 5.
Magias. 1º – Armadura Arcana, Conjurar Monstro, Explosão de Chamas. CD 15.
Pequeno e Rechonchudo. Seu tamanho é Pequeno (veja a página 106) e seu deslocamento é 6m. Você recebe +2 em Enganação e usa o modificador de Destreza para Atletismo (em vez de Força).
Sorte Salvadora (1 PM). Quando faz um teste de resistência, você pode gastar 1 PM para rolar este teste novamente.
For 8, Des 18, Con 14, Int 10, Sab 8, Car 20.
Perícias. Atletismo +4, Enganação +7, Misticismo +2.
Equipamento. Balas x40, caixa de charutos hynne no valor de T$ 100, funda, mochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 13.

Opcional — Devota de Kallyadranoch
Poder Concedido — Escamas Dracônicas. Você recebe +1 na Defesa.
Obrigações & Restrições — Para subir de nível, além de acumular XP suficiente, o devoto de Kally deve realizar uma oferenda em tesouro. O valor é igual à metade da diferença do dinheiro inicial do nível que vai alcançar para o nível atual.

Humana Clériga de Oceano 1, Maruja

Iniciativa +3, Percepção +4.
Defesa 20, Fort +4, Ref +5, Von +6.
Pontos de Vida 18.
Deslocamento 9m (6q), natação 9m (6q).
Pontos de Mana 9.
Corpo a corpo. Lança +5 (1d6+5).
A Distância. Lança +3 (1d6+5, alcance curto).
Acrobática. Você pode usar seu modificador de Destreza em vez de Força em testes de Atletismo. Além disso, terreno difícil não reduz seu deslocamento nem o impede de realizar investidas.
Anfíbio. Você pode respirar embaixo d’água.
Arsenal das profundezas. Você recebe +2 nas rolagens de dano com azagaias, lanças e tridentes (já contabilizado).
Esquiva. Você recebe +2 em Defesa e Reflexos (já contabilizado).
Mestra dos Mares. Você pode falar com animais aquáticos (como o efeito da magia Voz Divina).
Magias. 1º — Acalmar Animal*, Arma Espiritual, Benção, Curar Ferimentos. CD 14.
Obrigações e Restrições de Oceano. As únicas armas permitidas para devotos do Oceano são a azagaia, a lança, o tridente e a rede. Podem usar apenas armaduras feitas de couro. O devoto também não pode se manter afastado do oceano por mais de uma semana.
For 16, Des 16, Con 14, Int 10, Sab 18, Car 10.
Perícias. Pilotagem +5, Religião +6, Sobrevivência +6.
Equipamentos. Corda, escudo leve, gibão de peles, lança, cochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 21.
*Apenas contra criaturas aquáticas.

Opcional — Matugo (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre –5 em Investigação e em testes de Iniciativa e Percepção em cidades. Quando descansa nesse ambiente, sua recuperação é uma categoria pior (se já era ruim, você recupera apenas 1 PV e 1 PM, independentemente do seu nível).
Poder Bônus — Magia Ilimitada. O limite de PM que pode gastar numa magia é 5 (seu nível + modificador de Sabedoria).

Para mais personagens:

Heróis de Bolso 01 — Fichas prontas para Tormenta20
Heróis de Bolso 02 — Fichas prontas para Tormenta20
Heróis de Bolso 03 — Fichas prontas para Tormenta20

Escolinha de Tanna-Toh — Uso dos porques

Imagem em Preto e Branco. Na esquerda está o rosto de Talude, olhando para a direita. Na direita, o rosto de Vectorius, olhando para a esquerda.ra direita, está

Feliz Dia do Reencontro, artonianos! É com muita alegria e satisfação que venho trazer o primeiro texto da Escolinha de Tanna-Toh de 2022 e desejar a todos vocês que este seja um ano cheio de novos conhecimentos!

No texto de hoje vamos falar sobre um dos assuntos que mais gera dúvidas e insegurança em nós: as quatro formas dos porquês e seus usos.

Quando usar Por que

“Por que”, separado e sem acento, é usado em dois tipos de frases. O primeiro, e mais visto, ocorre no início de frases interrogativas, como nos exemplos:

Por que Vectorius e Talude são rivais?

Por que os devotos de Lin-Wu não podem mentir?

Nesses casos, o “por que” é o mesmo que “por qual motivo ou razão”:

Por qual motivo Vectorius e Talude são rivais?

Por qual razão os devotos de Lin-Wu não podem mentir?

O segundo tipo ocorre ao estabelecer relação com um termo anterior na frase, sendo chamado de “por que relativo”:

Os motivos por que lutei são apenas meus.

A estrada por que passei é muito boa.

Nesses casos, o “por que” é o mesmo que “pelos quais”, “pela qual”, mas em outros exemplos ainda poderia ser “pelo qual”, “pelas quais”, “por qual” ou “por quais”, conforme a concordância de gênero e número dos termos, veja:

Os motivos pelos quais lutei são apenas meus.

A estrada pela qual passei é muito boa.

Imagem em Preto e Branco. Embaixo está Vectorius, olhando à frente. Acima, olhando para direita, está Talude

Quando usar Porque

“Porque”, junto e sem acento é usado em frases explicativas e em respostas. É uma conjunção causal ou explicativa, que, como diz o nome, serve para apresentar uma causa ou explicação.

Vectorius e Talude são rivais porque eles disputam o título de “Maior Arcanista de Arton”.

Devotos de Lin-Wu não podem mentir porque mentir é um comportamento desonrado.

“Porque” pode ser substituído por outros termos explicativos, como: pois, visto que, uma vez que etc.

Vectorius e Talude são rivais pois eles disputam o título de “Maior Arcanista de Arton”

Devotos de Lin-Wu não podem mentir uma vez que mentir é um comportamento desonrado.

Quando usar Por quê

“Por quê”, separado e com acento, é usado no final de frases, seguido por ponto de interrogação ou ponto final. Seu uso é diferenciado do “por que” (separado e sem acento) de acordo com a posição na frase.

VOCÊ NÃO VENCEU POR QUÊ?

O clérigo gargalhava, mas não conseguia dizer por quê.

“Por quê” pode ser substituído por “por qual motivo” ou “por qual razão”:

VOCÊ NÃO VENCEU POR QUAL MOTIVO?

O clérigo gargalhava, mas não conseguia dizer por qual razão.

Quando usar Porquê

“Porquê”, junto e com acento, é usado como um substantivo, geralmente acompanhado de um artigo definido ou indefinido (o/os ou um/uns).

Nem Klunc sabe o porquê de gostar tanto de presunto.

Glórienn deixou o Panteão sem que os artonianos soubessem os porquês.

“Porquê” pode ser substituído por “motivo”ou “razão”:

Nem Klunc sabe o motivo de gostar tanto de presunto.

Glórienn deixou o Panteão sem que os artonianos soubessem as razões.

Lembrem-se de que os porquês têm funções que são usadas em situações diversas e que a melhor dica para saber qual das quatro formas você deve usar é pensar no sentido que a sua frase carrega. Seja para fazer uma pergunta, ou para dar uma explicação, a forma a ser utilizada deve ajudar a construir esse sentido.


Mais dicas de escrita da Escolinha de Tannah-Toh

Gramática
Vírgula

Brigada Ligeira Estelar: o Ano Perdido (06)

Brigada Ligeira Estelar

Brigada Ligeira Estelar: O Ano Perdido — Episódio Seis: Zona Devastada

Anterior: após sua jornada a Kabbadi, nossos pilotos da Brigada Ligeira Estelar precisarão cortar caminho. Porém, há perigos extremos na rota da Zona Devastada. Logo, isso significa tanto o risco de ataques proscritos como potenciais conflitos contra os Enclaves de Ferro…

Local: Shu-Turul, Enclave da Zona Devastada (Ottokar)

Situação Prévia:

Shu-Turul tem uma história comum a vários enclaves na Zona Devastada: a princípio, surgiu como uma aglomeração de sobreviventes do grande ataque Proscrito a Ottokar. Logo a seguir, por não ter defesas contra um eventual novo ataque dos invasores, acabou gerando seu próprio Senhor da Guerra. Consequentemente, ele tomou o poder das lideranças locais pela força das armas. Dessa forma, ele o mantém com violência.

Evento:

Os protagonistas tem sua nave danificada por um ataque de robôs canibais (ver link mais adiante) e assim, acabam abatidos no deserto. Querem tomar a nave e seus robôs — contudo, morderam mais do que podem carregar. Portanto, aprisionam a todos e os levam para um enclave governado por um perigosíssimo Senhor da Guerra. Afortunadamente, ele nem desconfia da peça especial…

Porém, é claro, em algum momento ele pode descobrir. Além disso, o povo do local está à mercê dele e de seus pilotos carniceiros. Por isso, resgatá-los para fora da zona devastada é dever da própria Brigada Ligeira Estelar. Todavia, pedir ajuda é novamente uma impossibilidade. Arrematando, caso o Senhor da Guerra perceba a natureza da tecnologia em mãos… o que ele pode se tornar?

Reviravoltas

Fujam da Prisão: Em primeiro lugar, não é interessante matar os pilotos hussardos quando eles ainda podem fazer seus equipamentos funcionarem… e consequentemente, ter naves e robôs inteiros é melhor do que depenar tudo para incorporar peças a novos equipamentos. Contudo, eles serão obviamente mortos quando sua utilidade acabar. Assim, eles podem escapar por si? Ou precisarão de ajuda externa?

Colaboração Difícil: o povo desse enclave perdeu a esperança de ser resgatado da Zona Devastada e, consequentemente, a grande maioria prefere tolerar os abusos e a violência do Senhor da Guerra e seus carniceiros. Na prática, eles os vêem como sua chance de ter um mínimo de civilização e uma proteção contra os proscritos. Portanto, eles podem denunciar os personagens, com medo de serem punidos.

Máquina-Monstro: caso o Senhor da Guerra instale a tecnologia misteriosa em seu robô pessoal, terá um construto perigoso e, por isso, impossível de ser vencido por um único piloto. Entretanto, explodi-lo seria explodir também a peça. Assim, os personagens precisarão vencê-lo sem destruí-lo… e talvez, ele prefira morrer a ser capturado, levando a todos com ele.

Epílogo

Caso ponham sua nave para funcionar, os protagonistas poderão pedir por vários cruzadores para resgatar esse povo. Assim, deixarão uma cidade fantasma para trás e, talvez, alguns carniceiros. Porém, eles procurarão um novo enclave para servir ou reiniciarão o ciclo neste lugar. Assim, caso essa trama não seja um one-shot, deixe alguns carniceiros vivos.

Ideias

Mapeie o Enclave: caso os protagonistas escapem sem ajuda, eles vão precisar achar sua nave e seus robôs por conta e risco. Assim, se perder é muito fácil. Provavelmente eles conseguirão encontrar quem os informe e oriente — porém, até lá, as chances de tudo dar errado são grandes!

Saqueiem tecnologia: o pós-apocalíptico é o exemplo máximo da lei do mais forte. Dessa forma, os personagens jogadores podem tomar tepeques de inimigos vencidos e, assim, incorporar a seus robôs! Além disso, o mestre de jogo pode preparar com antecipação alguns e, consequentemente, deixá-los à escolha logo após os combates!

Considerações para Brigada Ligeira Estelar RPG

Ottokar já nos ofereceu o folhetim exótico e uma revisão da aventura colonial. Chegou a hora de brincarmos com a Ficção Científica Pós-Apocalíptica. Recomendamos a leitura desse artigo AQUI, cobrindo os Enclaves e seus governantes, os Senhores da Guerra. Diferentemente do episódio anterior, o tom é sujo e violento, análogo aos OAVs japoneses dos anos 90!

Mas ao mesmo tempo, os personagens tem uma missão simples e heroica: libertar uma população de seu tirano. Aqui, há poucas complexidades — e isso vai servir de refresco para os jogadores acostumados a contornar regras e restrições legais.

Divirtam-se.

Episódios Anteriores

00 — Introdução (AQUI).
01 — O Sinal Desconhecido (AQUI)
02 — Madredeus (AQUI)
03 — A Fortaleza Lunar (AQUI)
04 — Cidade do Perigo (
AQUI)
05 — O Templo dos Guerreiros (
AQUI)

Twitter de Brigada Ligeira Estelarhttps://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar:
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Instagram de Brigada Ligeira Estelar:
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Sal e Tormenta – Tesouro de Valkaria e Bombas de saber

BolÀ esquerda o Bolo de Valkaria sobre mesa de madeira e à direita 4 doces Bombas do Saber sobre prato branco

Olá, nesse mês especial temos postagem dupla de Sal & Tormenta.

Na semana passada, você conferiu a maravilhosa Ceia do Reencontro e suas aplicações em mesa de jogo. A ceia do Reencontro é um símbolo de união ao redor da comida, a celebração do dia que os colonos encontraram a grande estátua de Valkaria. Cheque o post completo aqui https://blog.jamboeditora.com.br/ceia-do-dia-do-reencontro/

Com o finalzinho do ano, também encerramos nosso ciclo de sobremesas em homenagem aos Deuses de Arton. Deixamos as favoritas por último, duas deusas muito importantes: Tanna-toh e Valkaria. A deusa do Conhecimento e a líder do Panteão, a criadora dos humanos.

Tesouro de Valkaria

Bolo de Valkaria Tormenta20

Esse doce é o favorito para os devotos comerem como sobremesa após a Ceia do Reencontro. Uma mistura de cores e sabores que com certeza vai agradar a todo mundo, repleto de elementos de diversas culturas e locais, Valkaria junta tudo e todos em uma deliciosa explosão de sabores.

Efeitos em Mesa

Uma vez nesse dia, você pode gastar uma reação e o efeito deste prato para receber +5 em um teste para evitar uma condição de paralisia.

Custo: T$ 20

Bolo de Valkaria Imagem fechada do Bolo de Valkaria, mostrando as frutas em cima, a cobertura de chocolate e o recheio verde no meio

Ingredientes

Massa

  • 8 ovos inteiros
  • 8 colheres de sopa de farinha
  • 8 colheres de sopa de açúcar
  • 3 colheres de sopa de hibisco em pó (opcional)

Recheio

  • 2 latas de leite condensado
  • 2 colheres de sopa de chocolate em pó
  • 1 colher  sopa de café de pó de café solúvel
  • 3 colheres de matcha

Cobertura

  • 250g de chocolate meio-amargo
  • 200g nata ou creme de leite
  • Frutas picadas à gosto para decorar

Modo de Preparo

Massa

  • Para preparar a massa do bolo primeiro pré-aqueça o forno a 180°C.
  • Em uma tigela limpa, separe as claras das gemas dos ovos e o açúcar, bata em velocidade alta até que fique em neve.
  • Acrescente as gemas, uma a uma e aos poucos a farinha de trigo.
  • Use uma forma de fundo falso para ser mais fácil desenformar, ou qualquer forma circular sem furo no meio, de aproximadamente 18 cm de diâmetro. O objetivo é ter um bolo alto o suficiente para cortar em duas ou três camadas. Leve ao forno baixo (180°C), não é necessário untar as laterais da forma com manteiga, apenas o fundo.
  • Estará pronto quando estiver dourado e o palito sair limpo (aproximadamente 40 minutos).

Recheio

  • Leve uma panela com uma lata de leite condensado e o pó matcha em fogo médio. Mexendo bem até que desgrude do fundo da panela.
  • Leve uma panela com uma lata de leite condensado, chocolate em pó e o café em fogo médio. Mexendo bem até que desgrude do fundo da panela.

Cobertura

  • Esquente o creme de leite em uma panela, não deixe ferver. Despeje sobre o chocolate em pedaços e misture bem até derreter.

Montagem

(se quiser ver a montagem que fizemos na live, clique aqui)

  • Com o bolo frio, desenforme-o e o parta ao meio no horizontal ou em duas camadas.
  • Espalhe os recheios dentro do bolo, como preferir, um tipo em cada camada, metade de cada lado. E coloque a outra camada de bolo por cima.
  • Despeje a ganache sobre o bolo recheado.
  • Decore com as frutas conforme seu gosto.

Bombas de Saber

O conhecimento e o estudo é a maior paixão e fonte de prazer dos devotos de Tanna-Toh. Eles precisam de um doce que lhes deixe alerta e forneça energia para horas e horas de estudos sem fim. Então essas pequenas doçuras repletas de café e um creme sedoso que se desfaz na língua são ideias para comer em uma biblioteca com uma mão só sem fazer bagunça, ou em uma masmorra deixando uma mão livre.

Efeitos em Mesa

Uma vez nesse dia, você pode fazer um teste de Conhecimento como se fosse treinado nesta perícia. Se já for treinado, você recebe +2 nesse teste.

Custo: uma porção de 3 custa T$ 5

Ingredientes

Massa:

  • 100 ml de água
  • 80 ml de leite
  • uma pitada de sal
  • uma pitada de açúcar
  • 75g de manteiga
  • 100g de farinha de trigo
  • 3 ovos

Recheio

  • 500 ml de leite
  • 4 gemas
  • 80g de açúcar
  • 1 colher de café solúvel
  • 40g de maisena
  • 2 sementes de cardamomo
  • 200g de chocolate meio-amargo
  • 200g de creme de leite ou nata

Modo de Preparo

Massa

  • Ferva a água com o leite, manteiga, o sal e açúcar, depois de ferver acrescente a farinha de uma vez só. Mexa sem parar em fogo baixo.
  • Quando a massa estiver desgrudando da panela, e estiver aparentemente cozida.
  • Desligue o fogo, transfira da panela para uma tigela grande.
  • Ponha a massa na batedeira ainda quente, acrescente um ovo por vez. Só incorpore um de cada vez.
  • Ponha em um saco de confeiteiro e faça as bolinhas ou as linhas  na espessura que você desejar. Deixe um bom espaço para a massa crescer.
  • Pré-aqueça o forno a 200°C e asse a 180°C até ficar dourado (aprox. 30 minutos).

Recheio

  • Separe as gemas das claras e coloque as gemas em um recipiente que suporta bem calor.
  • Misture com as gemas o açúcar e a maisena. Misture bem com um garfo até as gemas ficarem mais claras e o creme fofinho.
  • À parte, ferva o leite com o café solúvel e as sementes de cardamomo trituradas. DICA: as favas em que vem o cardamomo normalmente devem ser abertas, as sementes estão dentro do grão.
  • Quando o leite ferver, pegue uma concha do leite e despeje com cuidado sobre os ovos misturando bem. Coloque mais duas conhas do leite, uma de cada vez, sempre misturando bem.
  • Junte a mistura ao resto do leite e retorne para fogo médio, mexendo sempre para que não empelote. Quando a mistura ficar espessa e lisa, desligue o fogo e a transfira a um recipiente para esfriar. A fim de evitar uma película grossa ao esfriar, cubra com filme plástico ou papel manteiga.
  • Para a ganache esquente o creme de leite ou a nata, não deixe ferver, e o depespeje sobre o chocolate picado. Misture com cuidado até que derreta por completo.

Montagem

  • Com as bombas já frias, faça um pequeno furo na parte de baixo e preencha com o creme de café. É necessário um bico de confeiteiro para isso, ou será preciso cortar o topo da massa para rechear com o creme.
  • Uma vez recheadas, basta passar na ganache pronta. Para que dê certo é importante que a ganache ainda esteja quente. Se ela esfriar vai endurecer e o banho de chocolate será impossível.

PS: Essas fotos são tão diferentes porque foram tiradas do Instagram do Vini. Como ele entrou de férias, fui fazer a sobremesa sozinha, mas meu forno está desregulado então o ponto da massa ficou bem diferente, como vocês podem ver nas fotos. A temperatura do forno é CRUCIAL para essa receita funcionar corretamente. O recheio e a ganache ficaram iguais.

Com essas receitas fechamos o ano e agradecemos todo mundo que nos acompanhou ao longo dessa jornada doce. Em 2022 teremos mais, com novidades e novas receitas cada vez melhores.

Se você perdeu alguma das colunas de Sal & Tormenta, confira:
Sal & Tormenta 01 — Lena e Khalmyr
Sal & Tormenta 02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
Sal & Tormenta 03 — Arsenal, Tenebra e Thwor
Sal & Tormenta 04 — Wynna, Lin-Wu, Nimb
Sal & Tormenta 05 — Alihanna, Azgher e Oceano
Sal & Tormenta 06 — Manjar da Paz, Justos Virtuosos e Ovos da Raposa

Terminou a refeição? Que tal Aventuras Anti-ácidas?

Aventuras Anti-ácidas — Tenebra, Arsenal, Thwor e Thyatis
Aventuras Anti-ácidas 2 — Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr
Aventuras Anti-ácidas 3 — Wynna, Lin-Wu, Megalokk e Azgher
Aventuras Anti-ácidas 4 — Alihanna, Oceano e Nimb

Bençãos da Deusa — Personagens das Raças e Classes do Tormenta20

O Livro Básico do Tormenta20 trás lindas ilustrações, especialmente para representar suas raças e classes básicas. Estas ilustrações não são apenas artes soltas, são personagens do universo Tormenta. Quem são eles? Em que obra estão? É isto que vou elucidar agora, com os links para encontrar as obras citadas e entre parênteses o tipo de obra.

Esta matéria foi feita com a ajuda da Guilda do Submundo de Valkaria. Não perguntei como chegamos neste assunto, eu não lembro. =D

Raças

Humano:

Vallen – O Inimigo do Mundo – Trilogia: Livro 1 ( Romance)
Drikka – Ledd (Mangá)

Anão:

Golinda – Ledd (Mangá)
Ingram –  O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus– Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Dahllan:

Lisandra – Holy Avenger (Mangá)

Elfo:

Gwen: Crônicas da Tormenta 2 (Coletânea de Contos); A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)
Fren: Dungeon Crawlers (Mangá)

Goblin:

Dok: Cronicas da Tormenta 2 (Coletânea de Contos); A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)
Gradda: A Flecha de Fogo (Romance)

Lefou:

Asha – Ataque à Khalifor (Livro-jogo)
Ichabod – A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)

Minotauro:

Artorius – O Inimigo do Mundo e O Crânio e o Corvo – Trilogia: Livro 1 ( Romance)

Qareen:

Kadeen – Guilda do Macaco (Stream)
Niala – O Mundo de Arton (Suplemento para TRPG) e Holy Avenger: Paladina (Mangá)

As demais raças são as extras, que aparecem ilustrações genéricas (apesar da Medusa parecer a Verônica, de A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)

Classes:

Arcanista:

Ripp: Ledd (Mangá)

Bárbaro:

Klunc: Guilda do Macaco (Stream)

Bardo:

Senomar: O Inimigo do Mundo  e O Terceiro Deus – Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Bucaneiro:

Nargom: Guilda do Macaco (Stream)

Caçador:

Enver: Khalifor (Mangá)

Cavaleiro:

Orion Drake: O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus – Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Clérigo:

Vanessa Drake: O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus – Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Druida:

Oihanna: A Joia da Alma (Romance)

Guerreiro:

Val: 20 Deuses (Mangá)

Inventor:

Marlin: DBride (Mangá)

Ladino:

Leon Galtran: Holy Avenger (Mangá)

Lutador:

Maquius: Ataque a Khalifor (Livro-jogo), A Deusa no Labirinto (Romance) e Crônicas da Tormenta 3 (Coletânea de Contos)

Nobre:

Lady Ayleth: Guilda do Macaco (Stream)

Paladino:

Lothar – Guilda do Macaco (Stream)

E aí, conheciam todos? Alguns são bastante conhecidos, outros um pouco mais estranhos, especialmente para quem está chegando agora. Então é hora de aproveitar a lista e pôr em dia as leituras e streams de Tormenta!

Ceia do dia do Reencontro

4 retângulos verticais, em cada um a foto de um prato da Ceia de Valkaria. Na esquerda a farofa, logo a salada verde e vermelha, a carne de trobo e, por fim, a batata palha

Olá, pessoas glutonas queridas!

Mais um ano se aproxima do final, época bem propícia para confraternizações regadas a muita comida boa. Então, pensando nisso, aprontamos uma live preparando uma ceia completa para que você possa dividir com seus entes queridos.

Mas, como não poderia deixar de ser, em Arton a prática de reunir-se ao redor de uma mesa cheia de coisas gostosas uma vez por ano para comemorar uma data especial é bem comum. Mais precisamente, no Dia do Reencontro, data que os primeiros migrantes encontraram a estátua da deusa Valkaria onde erigiriam sua cidade, que se tornaria a maior e mais diversa do continente, um verdadeiro caldeirão cultural. Para manter o espírito gregário e aventureiro da deusa líder do panteão, os pratos tradicionalmente servidos são de várias origens e estilos.

Se você ainda não assistiu a live de Sal & Tormenta em que Vini e Elisa cozinham ao vivo enquanto o Matheus ataca de DJ, assista aqui.

4 tigelas com os 4 pratos da Ceia de Valkaria

Custos e a ceia em seu jogo

Diferente dos outros pratos, a ceia do Reencontro tem uma peculiaridade. Os benefícios só são obtidos se os pratos forem consumidos juntos, individualmente o benefício se resume a uma refeição gostosa.

A ceia do Reencontro é um banquete divino ainda mais especial. Preparado por pelo menos três devotos de deuses diferentes. Ao invés de o habitual 20 em ofícios culinária, a CD é 25 para fazer cada prato da ceia.

Se preparada com sucesso, a Ceia do Reencontro concede um benefício especial. Cada participante pode, uma vez pelo próximo ano, recuperar uma quantidade de PM igual ao seu nível.

Custo

A cada T$ 180 quatro pessoas são alimentadas. O máximo de pessoas que três devotos cozinheiros conseguem alimentar é 100.

Salada de Verão

Este prato refrescante e natural é atribuído aos elfos. O belo povo é famoso por seu gosto refinado e amor por alimentos frescos, assim nada melhor para alimentar bem e ainda refrescar o paladar depois de muita comida e bebida mais pesada.

Ingredientes

  • 3 xícaras de tomate cereja cortado ao meio
  • 1 xícara de melancia picada, sem sementes
  • 1 xícara e meia de pepino picado, sem sementes parcialmente descascado
  • 1 maço de hortelã
  • 1 maço de rúcula
  • 1 maço de agrião
  • 1 maço de manjericão
  • 2 limões Taiti
  • azeite e sal à gosto

Modo de fazer

  • Lave bem todos os ingredientes em água corrente e depois deixe de molho por 30 minutos em uma solução de hipocloreto de sódio e água (para cada litro de água, 1 colher de sopa de hipocloreto).
  • Misture os ingredientes com delicadeza em uma saladeira.

Mixórdia da Liberdade

Relatos dizem que esse prato foi descoberto por aventureiros no sopé das Montanhas Uivantes, ou nos charcos gelados que cercam a bacia do rio dos Deuses, mas mesmo com uma localização original incerta, o fato é que com o passar do tempo a receita foi modificada. Novos ingredientes foram sendo acrescentados pelos grupos de aventureiros, a verdade é que cada grupo tem sua própria receita. Escolhemos a mais popular nas guildas de aventureiros de Valkaria.

Ingredientes

  • 2 filés de peito de frango cozidos e desfiados (cozinhe-os com o tempero de sua preferência)
  • 3 cenouras raladas
  • 2 maçãs verdes em cubinhos
  • 1 talo de salsão picado
  • 1 cabeça de alho assada a 180c por 1 hora
  • 1 xícara de cevadinha hidratada por 1 hora e cozida por 40 minutos ou até ficar al dente
  • 1 xícara e meia de batata palha
  • 2 ovos
  • 1 colher de mostarda
  • óleo gelado (aproximadamente 1 xícara)

Modo de fazer

  • Primeiro, para fazer a maionese bata no liquidificador em velocidade alta os ovos, a mostarda, o alho. Quando estiver tudo bem misturado, vá acrescentando o óleo em um fio constante, sem desligar o liquidificador em velocidade alta. Quando a maionese estiver consistente, acrescente o sal a gosto e a reserve.
  • Misture os demais ingredientes em um refratário grande e acrescente a maionese até que todos os ingredientes estejam bem cobertos.
  • Reserve a batata palha e a deixe por último. Misture só na hora de servir.

Assado de Trobo


A estrela da Ceia do Reencontro geralmente é um prato principal com bastante carne para aplacar o apetite de todos os apreciadores. O tipo de carne pode variar bastante conforme o poder aquisitivo dos comensais e seus gostos pessoais. Mas mesmo com tantas opções, a mais famosa e apreciada ao longo por todo o Reinado é o Assado de Trobo.

Ingredientes

  • 1 rodela de pernil de porco de tamanho médio marinado em 700ml de cerveja preta
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 1/4 de xícara de sal
  • 2 xícaras e meia de cogumelos da preferência
  • 1 xícara de cenoura cortada em rodelas grossas
  • 3 xícaras de cebola em pétalas
  • 1 colher de sopa de páprica defumada
  • 1 colher de mostarda
  • 1 maço de alecrim
  • 1 maço de tomilho

Modo de fazer

  • Em uma travessa funda coloque o sal, a páprica, o açúcar mascavo, o alecrim, o tomilho, a carne e a cerveja. Deixe a carne marinando por pelo menos 8h na geladeira.
  • No dia posterior, prepare a cama da carne com as cebolas, batatas e cogumelos. Acomode a carne sobre eles, despeje um pouco do líquido da marinada.
  • Leve a carne ao forno alto 240°C por mais ou menos 40 minutos. Desligue quando a carne estiver cozida e levemente dourada.

Assado de Trobo

Quikécest

Um prato delicioso encontrado inicialmente nas ruelas do bairro dos goblins. Dizem os conhecedores da história da gastronomia valkariana que um dia, um chef de um restaurante famoso passeava em busca de inspiração (historiadores goblins dirão que ele estava em busca de queijo de minotauro defumado), quando foi atraído pelo incrível aroma exalando de um prato na janela de uma casa humilde. Era o prato que ficou conhecido como quikéscest: ganhou lugar cativo em todos os banquetes e ceias de todos os lugares do Reinado.

Ingredientes

  • 100g de banana passa picada
  • 100g de uva passa
  • 1 xícara e meia de farinha de mandioca
  • 3 colheres de sopa de manteiga
  • 3 dentes de alho amassados
  • 1/2 cebola picada
  • 2 xícaras de bacon em cubinhos
  • 1 xícara de linguiça em cubinhos

Modo de Fazer

  • Frite o bacon na própria gordura, quando já estiver bem dourado acrescente a linguiça.
  • Em seguida, frite a cebola, quando ela já estiver transparente, acrescente o alho.
  • Ponha as duas colheres de manteiga para derreter, junte as bananas e a farinha aos poucos.

Balbúrdia Narrativa — Stream de RPG não é RPG de Mesa: A Síndrome de Matthew Mercer

Calma, o título é clickbait. Às vezes eu gosto de falar groselha em voz alta para chamar atenção e depois esmiuçar a ideia. Então, agora que você já está lendo este texto, devo dizer que não creio que o título seja uma completa mentira, apenas uma verdadezinha exagerada. RPG por stream é RPG de mesa, sim, mas também é algo a mais.

A perspectiva de uma stream de RPG de mesa

Critical Role é uma das maiores e mais antigas streams existentes de RPG de mesa. Com Matthew Mercer assumindo o manto de narrador, Critical Role já está em sua terceira campanha. E com tamanho alcance, certamente foi responsável por apresentar o hobby a incontáveis novos fanáticos e inspirar aventuras de RPG ao redor de todo o mundo. O que alguns chamam de “Síndrome de Matthew Mercer” é quando o mestre e/ou jogadores, inspirados por estas campanhas transmitidas com tanta qualidade, tentam transformar sua aventura rotineira em uma obra com o mesmo nível de produção.

Porém, quando colocamos lado a lado uma stream de RPG de mesa mestrada por Mercer e uma campanha cotidiana de seus inspirados seguidores, existem diferenças gigantescas. Começando pelo fato de que uma stream tem espectadores, e se ela não conseguir prender o seu público, ele vai embora. Não é à toa que Matthew Mercer e todos os jogadores de Critical Role, além de muito experientes no sistema jogado, também são dubladores. Interpretar personagens é o que fazem profissionalmente. Eles sabem como entregar um show.

Várias outras streams de RPG de mesa têm uma proposta parecida, não contando com um time de atores, mas com pessoas ao menos acostumadas a interagir frente às câmeras. Tudo isso ajuda a transformar uma mera campanha de RPG em um espetáculo de entretenimento quase cinematográfico.

Matthew Mercer alfineta a sua alma a cada segundo que você olha pro celular durante uma sessão.

A experiência dos que conduzem uma stream de RPG de mesa

RPG é uma narrativa coletiva. E como já dito, tanto Matthew Mercer quanto seus jogadores são dubladores. Isso significa que eles têm muita experiência narrativa. Mercer sabe conduzir uma história com maestria, e cada jogador tem ciência do tamanho do seu papel ali dentro. Ainda mais considerando que os jogadores se conhecem e jogam juntos há anos, a sinergia entre aquelas pessoas é natural para qualquer pessoa que assista.

Além disso, no Brasil também temos excelentes streams de RPG de mesa, como as do Mestre Pedrok, do Cellbit e as da própria Jambô. Todas inspirações monumentais para a comunidade. Porém, também devemos considerar que Mestre Pedrok é um grandessíssimo ator, inclusive foi professor de teatro por anos. Cellbit é um dos maiores streamers e youtubers do país atualmente, e sua habilidade com o público já se tornou orgânica. Leonel Caldela, narrador da recente Fim dos Tempos no canal da Jambô, é um romancista veterano e consagrado. Todos eles possuem um histórico pesado que deixa claro por que têm tais habilidades narrativas.

A equipe por trás da stream

Em streams de RPG de mesa de tamanhas proporções, costuma existir uma equipe por trás dos jogadores. A iluminação, a troca das câmeras, a trilha sonora (muitas vezes original) surgindo e sumindo na hora certa, as artes exclusivas dos personagens, criaturas e cenários. Tudo isso feito por um time preparado para somar ao entretenimento.

Arte original para a campanha Fim dos Tempos
Arte original para a campanha Fim dos Tempos

Essa necessidade de entreter transforma o RPG por stream em uma campanha diferenciada, normalmente acelerada. Os jogadores não se desviam da trama com facilidade, acontecimentos importantes surgem mais frequentemente, o narrador não precisa de um tempo para trocar de música e raramente vai parar o jogo para conferir regra no manual. Porém, o oposto provavelmente vai acontecer em sua mesa de RPG pelo discord, e está tudo bem. É assim mesmo.

Preparar uma campanha toma um tempo absurdo do mestre, mas uma stream de RPG de mesa pede por uma produção e cuidado ainda maior e completamente não-obrigatórios para uma singela reunião de amigos.

É claro que tornar uma mesa comum em uma campanha mais ativa e com elementos cinematográficos sempre pode torná-la mais interessante. Eu mesmo gosto de usar diferentes playlists para ambientações. Chamo a atenção de jogadores quando estão prestes a se desviar para um assunto paralelo para não quebrar a imersão e tento fisgá-los com acontecimentos marcantes quando menos esperam para trazer a tensão de volta à mesa. Mas tudo isso são coisas que vêm com a prática de jogar e narrar ao longo do tempo, portanto você não precisa se cobrar ou cobrar de seu mestre e jogadores.

Então por favor, não seja um babaca, pois seu mestre não é Matthew Mercer e você e seus companheiros de mesa não são um time de dubladores profissionais auxiliados por uma equipe técnica.

Ser ou não ser RPG de mesa?

Enfim, existe uma galera que defende que streams de RPG de mesa deixam de ser RPG de mesa pelos motivos que falei aí em cima. Muitos ainda dizem que Critical Role e outras campanhas de larga escala são roteirizadas, ou que os jogadores já têm pelo menos uma ideia do que vai acontecer para poderem se preparar para os eventos. Não vou entrar no debate de roteirizado x não roteirizado, pois o que se tem sobre isso praticamente são burburinhos de twitter e conversas de reddit.

Porém, discordo completamente sobre a parte de não ser um RPG de mesa, pois sua essência ainda está ali. Um grupo de personagens sendo guiado pelo mestre através de uma narrativa onde os jogadores tomam suas decisões e assumem os riscos e responsabilidades. Se por acaso os jogadores são entertainers e existe uma equipe exclusiva para auxiliar na produção, isso apenas torna a stream em um RPG de mesa com algo a mais. E esse algo a mais é apenas uma perspectiva um pouco diferente da de juntar cinco pessoas e se divertir sozinhos por algumas horas. É a proposta de fazer dezenas, centenas ou até milhares de pessoas se divertirem também.

Mesa Sonora — A música tema do seu personagem de RPG

coração vermelho com cabos P10 de música conectando no coração como se fossem veias

Muito do que foi discutido até agora nesta coluna até o momento foi voltado mais a mestres do que jogadores. Experimentação sonora na mesa, uso de músicas com clima de tensão, tudo isso pode e deve ser discutido com a mesa inteira, mas o dever de planejar e decidir usar esses recursos é, em geral, realmente do narrador. Mas hoje quero falar diretamente com os jogadores. Como VOCÊ acha que deveria ser o tema musical do seu personagem na mesa? Trago a vocês alguns pontos que acredito que podem te ajudar nessa decisão, na ordem em que acho adequados.

O que combina com o cenário

O primeiro filtro de músicas deve ser aquele que define o que combina com a ambientação da aventura, o cenário em si. Combinar a música do seu personagem com o cenário é uma mera questão de lembrar que seu personagem também é parte da ambientação. Claro, um herói merece ter uma trilha sonora digna de seus feitos, mas não é muito harmonioso que se escolha um tema completamente destoante de tudo ao seu redor. Claro, isso pode ser subvertido se for combinado com os outros jogadores, em especial se houver motivos para isso (exemplo: um personagem forasteiro ou que venha de outra época pode se beneficiar de uma certa estranheza em seu tema escolhido).

O que combina com o clima da mesa

A segunda questão é definir possibilidades de música que concordem com o clima da mesa. Não adianta você querer que seu personagem seja acompanhado de uma balada superanimada numa campanha séria e cheia de tragédia. Fugir disso pode prejudicar a imersão dos jogadores durante a aventura, então existem bons motivos para se ater a esse princípio. Como no ponto anterior, pode haver boas razões para querer fazer o oposto, uma opção seria usar de um tema bem diferente como efeito cômico numa mesa mais bem-humorada com um ou mais personagens bem caricatos.

O que combina com seu personagem

Aqui começamos a afunilar mais e mais as opções, pois além dos pontos anteriores, precisamos combinar com o personagem também. Quem é seu personagem? Ele é heroico? Covarde? Ardiloso? Honesto? Alegre? Monótono? Violento? Todas essas características de humor e personalidade podem ser usadas para definir uma música tema digna do seu jogo. Existem muitos elementos musicais que podem representar ânimos e personalidades através de som. Por exemplo: alguém muito alegre e bem-humorado pode ter um tema mais dançante e festivo, enquanto outro personagem mais sério e rígido pode ter uma música mais marcial ou sombria.

Pessoalmente, eu gosto de atribuir instrumentos musicais específicos aos meus personagens. Com isso eu posso definir melhor o tipo de música que procuro para combinar com eles. Alguns exemplos: eu “ouço” paladinos como instrumentos de metal; bardos quase sempre são cordofones ou flautas; bárbaros são tambores; ladrões são violinos sendo tocados em pizzicato. Nada disso é regra, são apenas como eu “escuto” esses personagens na minha mente, pode ser drasticamente diferente para você.

O que combina com você

O último e mais importante filtro. Não adianta atender a todos os outros requerimentos se o jogador não gosta da peça escolhida. Você vai ouvir essa música várias vezes durante a campanha, é importante eu você goste dela. Aproveite o tema escolhido, relaxe e prepare os dados, porque na hora que sua música começa, você precisa estar pronto para a ação e aventura. Afinal de contas, temas musicais não são para qualquer um, são privilégios de grandes heróis (ou, bem… vilões! Vamos falar disso no futuro)!

Exemplos de temas memoráveis de personagens

O clássico tema do maior espião do cinema, James Bond. Uma música rapidamente identificável, cheia de nuances, mas ainda direta ao ponto. Charmosa como o espião 007. Você ouve e sabe que está na hora da ação.

A música dos filmes antigos do Superman evoca heroísmo e bravura. Feita sob medida para um herói capaz de praticamente qualquer coisa, mas que ainda esbanja virtudes e desejo por justiça.

O tema de Indiana Jones já pesa um pouco mais para a o clima de aventura e descobertas, o que funciona melhor para o arqueólogo mais querido da ficção. É uma música de descobertas e maravilhas.

Seu personagem tem uma música tema na sua mesa? Não tem mas você já pensou no assunto? Conta pra gente nos comentários!

Playlist da Mesa Sonora

1. Ex Tenebris, Lux: uma música sobre a Tormenta
2. Tensão e Música no RPG
3. Músicas Empolgantes para RPG

Filmes de horror dos Deuses de Tormenta20

Nessa longa viagem ao longo do ano cheio de arrepios, sustos e dicas envolvendo deixar suas experiências de jogos mais arrepiantes, foi um grande prazer desfrutar desse ano com vocês. E para variar um pouco da nossa proposta habitual, lhes trago uma brincadeira. 

Junte-se a mim nesse exercício de criatividade. Como seriam os filmes de terror preferidos dos deuses?

Aharadak

Um desses filmes bem estilo invasor de corpos, um clássico dos anos 70. Com muita gosta e paranoia, será que você é um deles?

Allihanna

Há duas possibilidades: ou um filme estilo a natureza se vinga em que de repente as plantas se rebelam e começam a envenenar a humanidade, uma pegada meio Fim dos Tempos do Shyamalan (só que melhor executado), ou um filme de de desastre natural em grandes proporções, como The Fog adaptado da obra do Stephen King.

Arsenal

Nada mais a cara de Arsenal que um filme estilo Aliens – O Resgate. Onde o mais forte sobrevive no final.

Azgher

Um bom filme de múmia é uma ótima pedida. Os pobres devotos estão no meio do deserto e terminam sendo perseguidos por hordas de múmias que se regeneram ao consumir partes das vítimas.

Hynnin

Esse deus não acharia muita graça em filmes de horror. Afinal, qual a graça trapacear alguém que está morrendo de medo? Nem é possível apreciar uma boa cara de decepção assim.

Kallyadranoch

Ele flerta muito com horror gótico. Nada mais a cara desse deus que um castelo ancestral cheio de demônios e tesouros inestimáveis como o filme Crimson Peak.

Khalmyr

O novo Candyman é um filme que caberia perfeitamente no que o deus da Justiça consideraria o mais medonho e assustador. Pessoas tratadas injustamente e com regras mutáveis dentro de um sistema que deveria ser idôneo e isonômico.

Lena

Como deus da vida, o Cemitério Maldito baseado na obra de King, preenche completamente o quesito de suor frio, às vezes viver é o pior horror.

Lin-Wu

Apesar de Lin-Wu ser o deus da honra e não necessariamente  essa ser a temática central, filmes de horror criados e executados em países da ásia exploraram ricamente honra e punição.

Marah

A guerra é aterrorizante, e nada deixaria mais em estado de horror que um filme de guerra bem sangrento como Platoon.

Megalokk

Um clássico filme de horror dos anos 60 estrelando Formigas Atômicas Zumbis ou o Monstro do Pântano arrancariam sorrisos satisfeitos mostrando as presas gigantescas de suas várias bocarras.

Nimb

Filme? Que filme? Isso é a realidade!

Oceano

20 mil léguas submarinas de 1954 pode não se encaixar completamente no gênero de horror, mas merece figurar nessa lista graças aos monstros das profundezas esculpidos por Oceano com maestria.

Szzass

Filmes com cultos macabros podem divertir o Deus Serpente, mas só como uma mera distração menor. Afinal, se deixar filmar é um erro primário.

Tannah-toh

Não é exatamente um filme de horror, mas o filme Ágora, que relata a morte de Hipátia e destruição da biblioteca de Alexandria, causaria arrepios na deusa.

Tenebra

Apreciando os terrores noturnos como seus queridos filhos, Tenebra colocaria em sua coleção pessoal filmes como 30 dias de noite como uma diversão casual. Mas para deixar a deusa amedrontada nada faria melhor o trabalho que Midsommar, o filme de Ari Aster que se passa durante o dia.

Thwor

O deus dos goblinóides se sentiria em casa assistindo o Labirinto, com david Bowie, e Gremlins 1 e 2.

Thyatis

Não existe muito no cinema que esse deus considere digno de sua atenção, já que fênix gigante e não pode comer pipoca.

Valkaria

Com seu espírito aventureiro, a deusa acha correto e divertido tudo que os incautos personagens de filme de horror fazem. Para ela, o mais aterrorizante mesmo é comédia romântica.

Wynna

Magias dando errado e mexendo com forças além da compreensão é só mais uma segunda-feira na rotina daqueles que adoram essa deusa. Por isso, Wynna se faz de difícil quando o assunto é filme de horror, mas nada é mais arrepiante do que a perspectiva de estar em um mundo totalmente sem magia como em Metrópolis.

As Brumas de Avalon Vol. 2: A Grande Rainha

A Senhora da Magia

Esse mês me ocupei de ler o volume 2 de As Brumas de Avalon, de nome A Grande Rainha. Me lembro de já ter lido esses livros quando mais novo, mas queria ter a história fresca para saber o que falar sobre. 

Por conta do título, já imaginava que seria focado em Guinevere e em todas as suas frustações relacionadas ao casamento com Arthur e o seu amor proibido com Lancelot, mesmo assim me incomodou um pouco o foco em uma personagem tão irritante quanto esta, acho que em parte pois me apeguei de mais ao núcleo de Avalon.

Aqui vemos a capacidade da autora em escrever personagens. O que senti com esse livro foi um misto de ódio, amor e pena por todos os personagens, em especial aquela que teve maior destaque em toda a trama, a esposa do grande rei Arthur. Senti pena da criação extremamente religiosa centrada na imposição de culpa, que fazia com que a maioria das mulheres da época sentissem por um pecado que não haviam cometido. Ao mesmo tempo, senti ódio de várias falas e atitudes dela, que foram tanto devido a sua arrogância como nobre como ao seu fanatismo religioso. Marion Zimmer Bradley soube retratar isso muito bem, de forma a despertar sentimentos antagônicos em relação a mesma personagem.

Ler esse livro me fez perceber como nós podemos ser paradoxos em relação a sentimentos e pensamentos. Tanto em relação às minhas próprias reações em relação a Arthur, Guinevere e Lancelot, que iam de raiva profunda a pena e até compreensão e carinho, quanto aos sentimentos da própria rainha, que tinha que lidar com sua criação extremamente cristã, seu amor e devoção para com seu rei e seu desejo incontrolável por Lancelot, além da vontade de ter um filho, que a faria cogitar ir contra tudo o que ela acreditava apenas para dar um herdeiro ao trono da Grande Bretanha.

Confesso que senti bastante falta das partes narradas por Morgana.

Muitas vezes eu parei para respirar um pouco e digerir o que acontecia, já que a raiva que eu senti de certas atitudes dos personagens me impedia de continuar a leitura no momento. Essa raiva não estragou, porém, o prazer da leitura. Como um autor que eu gosto muito me disse uma vez: “Quando alguém tem sentimentos tão fortes como a raiva lendo algo que eu escrevi é porque estou fazendo algo certo.”, o que significa que quando uma obra mexe com a gente (tanto na forma de mostrar os personagens como no enredo em si) a ponto de nos fazer sentir ódio, raiva, amor, compaixão, é porque o autor fez um bom trabalho, e a leitura desse livro nos faz sentir tudo isso.

Como cereja do bolo temos o personagem Kevin, que nesse livro teve um pouco mais de tempo do que no anterior. O bardo se tornou um alívio para meus olhos e foi de fato o único personagem do qual eu não senti raiva em nenhum instante. De fato, eu posso afirmar que ele já é o meu segundo personagem favorito em todos os quatro volumes da série.

Ao mesmo tempo doce e amargo, Kevin me causou o sentimento que mais eu gosto de sentir ao ler um personagem. Mais uma vez eu senti uma identificação enorme com o personagem e tudo o que ele pensava e sentia, e sobre a forma como as pessoas lidam com ele. O bardo me fez sorrir nos momentos em que todas as cenas me faziam querer esganar certos personagens. Nesse livro eu consegui enxergar a mim mesmo no personagem. Fiquei satisfeito com isso.

E você? Já leu A Grande Rainha? Me conta o que achou aqui embaixo.

A Jornada da Mestra — Primeiro, o básico

jornada da mestra

Algo importante que eu aprendi assistindo Masterchef, além de que a pimenta do reino deve ser sempre moída na hora, foi que, para fazer algo diferente, você precisa começar com o básico e fazê-lo bem. Isso pode parecer um pouco óbvio, mas é muito comum se frustrar com os resultados de algo feito pela primeira vez porque as expectativas estavam muito além da realidade.

Toda vez que eu encerro uma sessão, penso bastante se eu não poderia ter feito alguma mudança. Seja ter desenvolvido melhor uma parte da aventura ou ter cortado alguma informação ou NPC inútil. No começo, eu senti que estava errando muito e fiquei incomodada, mas isso é o normal.

Que mestre não quer narrar uma boa aventura? Uma campanha épica na qual os jogadores se sintam como heróis? Mas isso não significa que você não possa errar e seu jogo precise ganhar o GOTY. Quantas vezes você não se divertiu com jogos simples porque estava com os amigos? As maiores gargalhadas que eu dei foram com desenhos feios no Gartic Phone.

Você dificilmente vai sair da sua primeira partida de Valorant com 15 headshots se nunca chegou perto de um FPS. Ninguém inicia a vida na confeitaria fazendo um bolo de casamento com 5 andares, mas começa por um simples de laranja ou chocolate. Inícios precisam de prática e paciência.

O livro básico de regras será o seu melhor amigo durante a jornada. Não é à toa que há seções dedicadas a explicar sobre cenas e estruturas de uma aventura. Claro que não há verdades absolutas, e é sempre possível adaptar as coisas para o funcionamento da sua mesa, mas saber as técnicas básicas ajuda, e muito.

O único jeito de se aprimorar na arte de fazer seus jogadores arrancarem os cabelos é jogando. Entender a maneira como você mestra é importante, compreender como sua mesa joga também. Eu, por exemplo, percebi que gosto de valorizar as escolhas caóticas dos jogadores, e talvez seja muito tolerante em alguns aspectos, mas isso se deu pelo tom descontraído da mesa e por todos estarem aprendendo a jogar.

Um dos meus maiores erros, e teimosias, é enfiar um monte de coisa dentro de uma única cena. Por exemplo: eu estava narrando um combate com três tipos diferentes de inimigos: o chefe principal, um mini chefe e dois capanguinhas mixurucas. Eu sempre faço uma única iniciativa para os NPCs, até porque ninguém é de ferro, mas ainda assim eram três fichas diferentes ao mesmo tempo para controlar. Quando encerramos a cena, eu percebi que passei pelo menos 70% do combate sem atacar com os capanguinhas e não usei metade das habilidades do chefe. Me senti a pessoa mais lerda do mundo, mas na aventura seguinte eu fiz a mesma coisa. Tentei facilitar a minha vida anotando num post-it as CA dos inimigos e alguns pontos importantes, mas eu continuei me embananando porque ainda eram três fichas diferentes e o chefe era mais complexo que o anterior.

Uma coisa que eu não tentei foi estruturar a campanha inteira logo de cara. Quando eu escrevo ficção, normalmente traço um caminho com o personagem principal para que eu não me perca durante a narrativa, entretanto às vezes as coisas não saem como o planejado e eu preciso mudar a rota. E, se isso acontece com um personagem que estou “controlando”, seria um inferno fazer isso com jogadores imprevisíveis. Eu sei a motivação dos vilões, o que eles estão fazendo enquanto os personagens se embriagam na taverna e só. Até porque eu não sabia como balancear uma aventura — ainda estou tentando, inclusive — e o rumo da história poderia descambar para qualquer lado. Foi muito mais fácil criar algo simples de início para amarrá-lo em algo complexo mais tarde.

Além disso, a própria mesa me ajuda a conduzir a narrativa. Entender sobre as expectativas dos jogadores me auxilia a construir novas aventuras, inserindo suas preferências ao longo da construção. Se alguém está interessado na Tormenta, se gostou de um deus específico, ou se simplesmente quer descer a porrada em tudo o que se move. O RPG te permite modificar as coisas ao longo do tempo, é um trabalho contínuo de construção.

Resumindo: comece pequeno, focando em fazer bem o básico. Começar com um dragão adulto, mais seus escravos kobolds e um clérigo de Kallyadranoch que estão conspirando com mais três planos da existência talvez gere um TPK prematuro e você se embanane para controlar tudo isso. Muitas mecânicas diferentes ao mesmo tempo talvez não sejam muito saudáveis logo no início.

O simples e bem feito é melhor que algo complexo, mas todo cagado. Um bolo de laranja molhadinho é mais gostoso que um bolo de casamento que metade dos andares caiu no caminho e a pasta americana tem gosto de isopor. (nota do editor: toda pasta americana tem gosto de isopor, coloquem isso nos seus bolos não)

Lembre-se de ler o livro e se divertir, estamos jogando RPG de mesa e não apresentando uma tese de doutorado.

Até a próxima!

Escolinha de Tanna-Toh — O Poder da Vírgula

crase

Bem-vindos de volta à Escolinha de Tanna-Toh, nossa padroeira do conhecimento que, em sua divina bondade, incentiva a propagação de conhecimento até os pontos mais longínquos de Arton. Para ajudar aqueles interessados em escrever para a Iniciativa T20, hoje vamos falar sobre uma das mais frequentes pontuações da língua portuguesa, por ser um tópico que pode gerar muitas dúvidas e que frequentemente é subutilizada, em especial nas redes sociais às quais estamos todos (ou quase todos) muito acostumados.

O que é a vírgula?

“Ah, a vírgula é aquela pausa para respirar.” Não. A vírgula é uma pontuação (símbolo gráfico) que é usada para separar elementos e expressões dentro de uma frase, indo muito além da pausa rítmica que algumas vezes é ensinada nas escolas. Resumindo, é um elemento organizador do texto. Possui alguns usos mais complexos, especialmente nos casos em que é não é obrigatória ou quando pode ser usada em um ou outro lugar da frase, mas é mais simples do que pode parecer à primeira vista. Neste texto vou destacar os usos mais comuns, mas que também são importantes e podem acabar gerando dúvidas.

Separa-se por vírgula elementos listados em uma frase:

Aharadak, Arsenal, Kallyadranoch, Megalokk, Sszzaas e Tenebra só permitem aos seus clérigos canalizar energia negativa.

É usada após o vocativo, ou seja, quando chama alguém:

— Mestre, vou rolar meu ataque contra o dragão.

É usada para separar um aposto, ou seja, uma explicação que interrompe a frase, do restante dela:

  • Para usar um chicote, uma arma exótica, um personagem deve possuir a proficiência adequada.
  • Davi, o líder do vilarejo, está contratando aventureiros para lidar com monstros.

É usada para separar orações adversativas, ou seja, que expressam oposição, na sua frase:

Arcanistas são conjuradores poderosos, mas não podem conjurar magias divinas.


Há também as situações em que nunca se deve usar a vírgula, pois há elementos dentro da frase que não devem ser separados.

Nunca separe sujeito do verbo:

Maquius, lutou e venceu na arena de Tapista. (errado)

Maquius lutou e venceu na arena de Tapista. (certo)

Lembrando que o sujeito não deve ser confundido com o vocativo. Vocativo é quando você chama, evoca, o nome da pessoa com quem se fala. Sujeito é quem faz a ação.

Também não se deve separar o verbo do complemento:

Maquius lutou e venceu, na arena de Tapista. (errado)

Maquius lutou e venceu na arena de Tapista. (certo)

A vírgula também serve para isolar os nomes de lugares das datas, em uma carta por exemplo:

São Paulo, 7 de dezembro de 2021

Um uso um pouco mais complexo é omitir um termo que seria repetido no texto, esse uso é chamado de elipse:

  • Arcanistas conjuram magias arcanas e clérigos, magias divinas.
  • Vectorius mora em Vectora e Talude, na Academia Arcana.

Na primeira frase, o termo suprimido é o verbo “conjurar”, na segunda frase o termo suprimido é o verbo “morar”.


A vírgula e o sentido

Outro ponto muito importante é analisar o sentido que se quer para a frase e como a vírgula pode alterá-lo completamente, veja essas duas frases:

  • Se Khalmyr soubesse o valor que tem, Tenebra se arrastaria a seus pés.
  • Se Khalmyr soubesse o valor que tem Tenebra, se arrastaria a seus pés.

Na primeira frase, é dito que se Khalmyr soubesse seu próprio valor, Tenebra é quem se arrastaria aos pés dele. Na segunda frase, é dito que se Khalmyr soubesse o valor que Tenebra tem, ele se arrastaria aos pés dela.

A vírgula pode determinar se o grupo vai escapar da masmorra ou não:

  • Não, há outro caminho.
  • Não há outro caminho.

Na primeira frase, indica que há sim um outro caminho a ser seguido, e na segunda, que não há.

Pode mudar quem é acusado:

Aquele, cavaleiro, é corrupto.

Aquele cavaleiro é corrupto.

Na primeira frase, alguém fala ao cavaleiro que outro personagem é corrupto (repare que nessa frase, cavaleiro é um vocativo), na segunda, acusa o cavaleiro de ser corrupto.


Lembre-se, quando estiver escrevendo, de olhar para o texto e pensar na organização daquilo que você quer dizer, assim ficará muito mais fácil de saber como e onde utilizar a vírgula para não errar nem a gramática, nem o sentido que você quer dar ao texto.


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