Categoria:Artigos

Como (quase) matar um grupo novato

Olá, aventureiros!

Depois de me recuperar dessa virada de ano com muita poção restauradora, voltei com mais uma crônica fresquinha de RPG! Prontos? 

Novos aventureiros

Eu jogo RPG há mais de 15 anos e não me lembrava qual havia sido a última vez que joguei com um grupo quase todo iniciante. Particularmente amo ver pessoas novas se empolgando meio inseguras com a criação de personagens, tentando entender os cálculos de ataque e defesa, comprando um monte de coisa inútil… ai, ai. 

Bom, indo ao ponto, entrei em um grupo praticamente todo iniciante, até mesmo o mestre (mostrando que não precisa fazer curso para mestrar cof cof). A premissa da campanha era que tínhamos que derrotar um tirano chamado Jaire LePurse (cof cof again).

Todos criaram seus backgrounds e eu escolhi jogar como aggelus paladina de Azgher (visto que ninguém ali tinha poder de cura e eu gosto de dar porrada também). 

Como já devem ter percebido nas outras crônicas, não sou muito contida nas mesas que jogo, então decidi que ficaria na minha, não sairia tomando iniciativa para deixar o pessoal jogar sem sentir pressão.

Iniciativa é questão de sorte

A aventura foi indo, o pessoal novato foi parecendo se esquecer do objetivo principal e se embrenhando em quests menores. Nada contra fazer missões secundárias, até é legal demais para entrosar o grupo e conseguir itens, mas eu sentia que os jogadores estavam esquecendo o objetivo de cada de seus personagens e tive medo de que acabassem “esfriando”, então decidi agir. 

Mas só um pouquinho.

O mestre disse que teria um torneio realizado pelo LePurse para limpar a sua imagem diante dos outros nobres da região, e ele nos deu duas opções:

1 – Treinar e ganhar itens

2 – Ir direto para o torneio

Eu, ansiosa que sou e vendo o povo querendo treinar, puxei todo mundo para o torneio. No caminho fui pensando em como poderia criar uma situação de conflito que não matasse todo mundo. Decidimos ir disfarçados e participar do torneio enquanto obtinha informações internas.

Então o pior aconteceu: um dos jogadores tirou um dado baixo e foi barrado pelos guardas.

O outro jogador não sabia o que fazer para salvá-lo e eu tive que agir. Sem pensar, claro.

Menti para salvar o companheiro.

Perdi meus PM.

Conseguimos nos inscrever no torneio e percebi que, mais uma vez, o pessoal estava esquecendo do objetivo principal da campanha e focando em ganhar o torneio.

Nesse ponto eu já tinha desistido de ficar apenas observando.

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço

Então eu fiz o que todo maluco que joga RPG faria (faria sim!): Meti o louco, tirei o disfarce e apontei o dedo para o Jaire no meio de uma justa.

“Seu facista de merda!” não falei isso, mas foi quase “A gente vai te derrubar”.

Usei a exposição que Jaire achou que o protegeria para atacá-lo. Meus companheiros ficaram pálidos (na mesa e no torneio). O mestre arregalou os olhos.

E joguei tudo para o alto.

Meus companheiros queriam fugir, eu disse para eles ficarem onde estavam, no meio do povo, porque o Jaire não nos atacaria na frente de todo mundo. Comecei a falar com todos os NPCs presentes (a maioria cavaleiros devotos de Khalmyr kkkkk) e fui fazendo teste de diplomacia para angariar um exército. (Um trabalhão para o mestre hahahaha).

Jaire, o tirano que tínhamos que derrotar, conseguiu se sair bem na diplomacia e teve a oportunidade de nos atacar nas sombras. 

Então temos uma batalha com:

  • A paladina sem PM e com uma arma que dá 1D6 de dano;
  • Um caçador bêbado e quase sem flechas (porque ficou tentando ganhar o torneio de arco e flechas, perdeu e foi afogar as mágoas);
  • Um ladino que só queria invadir e roubar a casa do LePurse;
  • Um mago recém ressuscitado.

Eu queria contar o que acontece depois, mas ainda está acontecendo.

Podemos todos morrer no próximo encontro? Sim. Me arrependo? Um pouco, nem deixei os bichinhos pegarem umas poções de cura kkkkrying. Mas adorei já botar todo mundo no olho do furacão até mesmo o mestre . É o meu jeitinho.

Fique ligado com o desfecho dessa campanha nas próximas Crônicas.

***

Mas fala ai: Já jogou com um grupo iniciante? Como foi?

E me sigam no Twitter e no Instagram!

Mesa Sonora — Músicas em 16-bits para sua mesa de RPG

Se você é leitor frequente desta coluna, você já deve ter percebido que sou apaixonado por trilhas sonoras de filmes, séries e videogames. De fato, eu sou um apreciador de longa data desse tipo de música, até coleciono algumas em mídia física. Tento não falar exclusivamente sobre elas aqui na Mesa Sonora porque acredito que em todo lugar existe música que pode combinar com a sua mesa de RPG, mas é inegável que trilhas sonoras possuem algumas facilidades.

Para começo de conversa, elas geralmente são feitas para evocar emoções em momentos específicos da história, o que costuma ser o mesmo tipo de uso que o narrador de uma sessão de RPG tem em mente. Outro fator é a abundância de motivos diferentes dentro de uma mesma obra, seguindo uma sequência de temas comuns dentro da narrativa (conflito, derrota, resolução etc.). Mas hoje eu quero comentar e recomendar algumas músicas favoritas dentro de um critério específico: músicas em 16-bits.

O que são músicas em 16-bits

É comum se referir a trilhas sonoras de videogames antigos como chiptune, são músicas que eram feitas programando computadores para criar e executar os sons na sequência e maneira correta. Essas músicas eram comumente programadas em softwares conhecidos como trackers e executadas pelos chips de áudio dos consoles da época.


(Aqui um exemplo atual de uma música minha, os trackers modernos são capazes de emular diversos chips de áudio diferentes.)

A parte de 16-bits se refere à geração dos videogames da época. Chips de 8-bits, como do Nintendinho (ou NES) e do Master System são mais limitados, enquanto os chips de consoles 16-bits, como o Super Nintendo e o Mega Drive são muito mais versáteis e oferecem mais canais de polifonia (o número de notas que podem ser tocadas simultaneamente).

Considerando que ainda fazem músicas em 8 e 16-bits hoje em dia, essa lista não será apenas de composições antigas, tem coisa moderna aqui também. Comentarei cada item abaixo com minhas impressões e algumas ideias de usos na sua mesa de RPG.

O som do passado no seu RPG de agora

Sonic 3 – Hydrocity Zone

Opiniões: Essa música é demais. Você achou que eu começaria com algo simples e mais fraquinho pra depois chegar nas melhores? Achou errado, eu já começo com Sonic, uma série que consistentemente tem trilhas sonoras boas. O baixo e a bateria têm uma batida animada e pra cima que deixa o humor bem leve e as expectativas lá no alto.

Uso em RPG: Claramente para uma ambientação mais moderna (mas isso vai ao gosto do mestre), é uma música que pode ser usada para ambientações urbanas, associada a um lugar específico, de preferencia bem movimentado e com várias opções de coisas pra fazer (mercados, lojas, monumentos…). Para mim tem gosto de início de aventura.

The Legend of Zelda: A Link To The Past – Hyrule Castle

Opiniões: Correndo o risco de soar repetitivo, porque não é a primeira vez que eu menciono músicas da série Zelda, eu trago essa peça magnífica. Uma grande prova de que limitações tecnologicas não conseguem conter a criatividade e a majestade de uma obra grandiosa. Essa música faz você sentir o frio na espinha de explorar um ambiente grande e cheio de perigos.

Uso em RPG: Ou como tema da masmorra final ou da batalha final de uma aventura. Claro que se for uma masmorra de um vilão importante e majestoso fica ainda mais legal. Essa música possui todos os elementos legais para dar o clima de exploração e tensão do grande perigo final da aventura. Não tenha medo de deixar os jogadores um pouco nervosos.

The Messenger – Harnessing the Wind (Howling Grotto) (Versão Futuro)

Opiniões: Eu disse que nem de velharias viveria essa lista. Essa peça foi feita usando trackers e softwares mais modernos e isso se reflete na pegada. É uma música excelente para explorações de ambientes perigosos e dinâmicos, com desafios rápidos. A batida rápida pede agilidade dos ouvintes e deixa os jogadores nas bordas das cadeiras.

Uso em RPG: Sabe quando ativam uma armadilha numa masmorra e o grupo tem pouquíssimo tempo pra resolver o desafio e desarmar o mecanismo antes que todos virem patê ou espetinhos? Pois é! Também é legal para desafios que não exigem tanto raciocínio e sejam mais baseados em rolagens rápidas de perícias.

Chrono Trigger – Wind Scene (600AD)

Opiniões: Uma das músicas mais reconhecíveis de um dos jogos mais amados dos tempos do Super Nintendo (e até hoje!). Eu poderia fazer um post apenas com músicas de Chrono Trigger e eu duvido que alguém fosse reclamar disso (me avisem se quiserem que eu faça, eu não tenho vergonha na cara). Uma música muito simples, tanto na composição quanto no arranjo, mas com um sentimento misto de tranquilidade e tensão pela aventura que virá a seguir.

Uso em RPG: A música dos primeiros passos rumo ao novo objetivo. Os aventureiros acabaram de sair da cidade/castelo/vila onde receberam a missão e pela primeira vez se encontram em campo aberto, contando apenas com suas habilidades de lidar com problemas. Ainda sem as cicatrizes e histórias que virão com os perigos vindouros.

Mega Man X – Armored Armadillo Stage

Opiniões: Não poderia deixar de fora uma música da série Mega Man X. Assim como as música de Sonic, são preciosidades da era 16-bits. Essa peça evoca uma tensão ao mesmo tempo em que encoraja o jogador a querer seguir em frente a qualquer custo. Também tem uma pegada mais futurista, mas pode ser usada em quaisquer cenários se o mestre assim desejar.

Uso em RPG: Um tema de vilão, sem dúvida. Talvez não do Grande Vilão da campanha como é o caso da música de Zelda que apresentei, mas um tema de vilão ainda assim. Para mim, essa música combina com aquele inimigo que tem algum segredo ou pegadinha para ser derrotado, e que não vai cair só com golpes de espada ou tiros de pistola.

Gostou das recomendações? Que músicas de videogames, antigos ou modernos, você já usou no seu jogo de RPG? Conta pra gente nos comentários abaixo!

A jornada da mestra — Coerência ao mestrar

Martelo de juiz sobre mesa de madeira

Eu tenho pensado bastante sobre ações e consequências. Na Dragão Brasil de novembro, o editorial falou sobre um mestre que matou o personagem do jogador novato por um erro de principiante. Após ler, compartilhei no twitter quando uma das minhas jogadoras ameaçou de morte um soldado dentro de um forte militar.

Acho que ações e consequências têm muito haver com controle. Na vida real, você não possui poder sobre os resultados das suas escolhas, mas isso acontece no RPG?

Brincando com Newton

Mantenho a coerência ou dou uma colher de chá?

A minha situação foi de mal a pior. Além da ameaça, a jogadora falhou no teste de intimidação pelo 20 natural do soldado. O mais lógico seria levar todo mundo em cana, certo? Talvez. Mas eu sabia que essa seria uma decisão “ruim”.

Por que?

Porque eu sabia que a jogadora e o resto do grupo se desestabilizariam. Eles não estavam entrosados e todos são iniciantes. Fiquei com medo de traumatizar alguém. Particularmente, eu prefiro que meus jogadores aloprem um pouco do que sintam medo de agir. Ou pior, que desistam da mesa.

Deixei claro que o grupo estava ameaçado e, na semana seguinte, apareci com uma mecânica simples de “moral” para dar uma chance aos jogadores de reverterem a situação ou de chutarem o balde.

Não estou dizendo para não punir os personagens quando eles fazem cagadas. Puna. Mas faça isso de maneira criativa, de modo que não assuste o coleguinha.

Um outro jogador queria comprar uma pistola, mas a campanha se passa no reinado dentro de um forte militar. Bela ideia, né? Contudo, eu não queria vetá-la porque ele havia pego o poder “estilo de disparo” e eu evito ao máximo voltar atrás em decisões. Como eu havia preparado um plot sobre contrabando de armas de fogo, permiti a compra da bendita pistola, deixando claro que ele poderia ser pego a qualquer instante. Na sessão seguinte, uma comitiva de investigação chegou ao forte e ele teve grandes chances de ver o sol nascer quadrado. O destino ficou nas mãos de Nimb, mas o jogador foi esperto o suficiente para esconder a pistola longe de seu quarto. No fim, após um cagaço inacreditável, deu tudo certo.

Meu maior problema foi Verena, uma NPC inimiga que os jogadores resgataram de um esquema envolvendo puristas, coisa que eu não havia planejado. Durante a investigação, ela não passou nos testes e foi pega no pulo do gato. Apesar dela não saber sobre o contrabando, ela havia envolvido-se com canalhas planejando matar civis.

Eu não queria que ela fosse presa porque eu rolo mal e resolvi usar outro NPC, um clérigo de Thyatis, para um “mini julgamento”. Com uma cena de roleplay muito divertida, o grupo passou na prova da OAB, libertando Verena sem fiança.

(In)felizmente o problema não era tão simples assim.

Os vilões sabiam que ela estava viva, logo, era uma ameaça. Ela podia não saber tudo sobre eles, mas pouco já era o suficiente. Fiquei muito tempo pensando se eu não deveria matá-la por ser o mais lógico, entretanto, eu mesma ficaria broxada caso, após uma aventura, eu encontrasse morta a personagem com a qual eu havia criado um vínculo por tanto tempo.

Imagine sua série favorita. Você vê o episódio mais recente e descobre que seu personagem favorito morreu. Mesmo que faça sentido para a narrativa, que outros personagens contem como aconteceu, não é a mesma coisa que ver o desenrolar do evento, porque isso é algo importante para a história.

Agora imagine que você tinha a chance de salvá-lo, mas não pôde porque sim.

Com esse dilema em mãos, precisei de criatividade para elaborar uma maneira de resolvê-lo. O resultado dessa saga sairá em algum momento quando meus jogadores pararem de brincar com macacos e voltarem para a história principal.

Deixe Nimb entrar, mas mantenha Khalmyr na sala

É importante manter a coerência? Sim, não queremos Nimb sambando na sua campanha. É imprescindível? Não. Faça o que é melhor para a sua mesa. Há o que funciona e o que não funciona, só você saberá disso.

Assim como o mestre tem controle sobre algumas coisas, os jogadores também precisam ter. Controle as consequências de maneira criativa. Dar chances para jogadores principiantes, além de mostrar que a história não é algo rígido, dá liberdade para que eles experimentem coisas novas e aprendam com as decisões ruins sem traumas.

E isso não significa que sua mesa deva virar bagunça. Mostre grandes níveis de ameaça: faça um personagem perder um poder temporariamente, um NPC querido, alguma parte do próprio corpo. Coloque em risco algo que importe para o personagem, não para o jogador. Puna o personagem, não o jogador. Um exemplo simples: o meu bardo cortou a palma da mão para um ritual e recebeu um debuff para atacar e tocar música.

A mesa com seus amigos não é uma copa do mundo, é uma pelada divertida de sábado a noite. Aliás, ainda bem que não existe VAR no RPG.

Até a próxima!

Aventuras Anti-ácidas — Hynnin, Valkaria, Sszzaas, Marah e Tanna-Toh

Colina com relva esverdeada. No centro uma parede de pedra incrustada na colina e com porta gradeada de madeira. Representa a Masmorra do Matrimônio, uma uma das Aventuras Anti-Ácidas

Olá, anti-famélicos!

Hoje trago a última das Aventuras Anti-ácidas, com ideias de aventura contemplando os deuses faltante de Sal & Tormenta! Marah, Hynnin, Valkaria, Sszzaas e Tanna-Toh!


Double Trouble

Eventos de caráter acadêmico não são raros no reino de Wynnla. Convenções de arcanistas das mais variadas especializações ocorrem ao longo do ano, buscando promover o conhecimento difundir novas descobertas arcanas.

Em 3 semanas ocorrerá o Sétimo Congresso Arcanista de Sophand. O evento é o assunto do momento na Corte de diversos reinos, afinal o cronograma divulgado demonstra que, dentre os palestrantes de prestígio, estão Talude e Vectorius!

Chamado à aventura

Na verdade, a participação dos dois arquimagos foi um equívoco. Os dois célebres arcanistas estavam em uma lista prévia de palestrantes, aguardando os organizadores do evento confirmarem quais seriam, de fato, convidados. Algum bucrocrata divulgou a lista como sendo a final e um alvoroço surgiu. Com a besteira já feita, os organizadores resolveram confirmar os boatos, além de acrescentar que a presença dos dois mais célebres magos de Arton demonstra a preocupação do evento em promover o conhecimento arcano. Uma saída diplomática, alguns diriam.

De qualquer maneira, a organização do congresso tenta fazer malabarismos para decidir em que dia e horário Talude e Vectorius palestrarão – não pode ficar a impressão de que um é a atração principal, ou que a fala de outro é em horário mais nobre. Enquanto isso, a maga Zofyy foi encarregada de preparar um Manjar da Paz para ser servido aos dois arquimagos, afinal o doce de Marah é um símbolo de paz. Zoffy está recrutando aventureiros para ir a locais ermos buscar ingredientes para o prato que clérigas de Marah cozinharão. Além disso, outras missões são para buscar componentes de magia necessários para a apresentação do doce, já que os planos são fazer o manjar vir flutuando até os convidados e emitir “pequenas explosões brilhantes de encantamento”.

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades abaixo:

  • Ter Talude e Vectorius no mesmo recinto e ao mesmo tempo pode trazer, na verdade, outros problemas. Assassinos ou loucos podem querer aproveitar a oportunidade para eliminar as duas celebridades ao mesmo tempo. Um hynne especialista em explosivos de arremesso está na lista de suspeitos da segurança do congresso.

Imagem em Preto e Branco. Embaixo está Vectorius, olhando à frente. Acima, olhando para direita, está Talude. A rivalidade dos dois é uma das possibilidades de trama das Aventuras Anti-ácidas

Mais uma família brigando pelo terreno

A Baronesa Dulkerínea Advolk faleceu há pouco, sem deixar testamento ou herdeiros diretos. Seus 14 sobrinhos e sobrinhas iniciaram uma discussão acalorada sobre quem teria maior merecimento sobre as terras do baronato e o título, postergando em uma semana o sepultamento de Dulkerínia. Com o tempo passando e a solução não parece estar mais à vista do que antes, a curiosa solução trazida por um forasteiro pareceu razoável aos envolvidos.

O hynne Deudoril chegou na cidade de Advolk com boas vestes e alegando ser um mercador das Repúblicas Livres de Sampúrdia. Disse também ser um clérigo de Hynnin, o que não o faria ser bem recebido, não estivessem todos em situação tão delicada. Deudoril sugeriu decidir sobre a herança por meio da aleatoriedade, e se dispôs a preparar 14 ovos cozidos. Em uma reunião comum, cada pretendente à herança deverá comer um dos ovos. Um dos ovos, avisou o hynne, será diferente, um Ovo de Raposa, doce que homenageia o Deus da Trapaça.

Com a concordância de todos, aquele que tirar o Ovo de Raposa será o herdeiro ou herdeira do baronato!

Chamado à aventura

Apesar da cidade Advolk ficar em Zakharov, a ganância transformou os envolvidos em nobres tão vis quanto aqueles de Ahlen. Temerosos de não escolherem o ovo certo, alguns pretendentes estão preparando estratagemas para garantir sua própria vitória na disputa. Um deles, o senhor Lanterall, está contratando aventureiros para rapidamente encontrarem outro clérigo de Hynnin e pagá-lo para cozinhar Ovos de Raposa. O plano é simples: caso outra pessoa escolha o ovo correto, Lanteral retirará um dos ovos que manteve oculto nos bolsos e anunciará também ser o vitorioso. Não sabe se conseguirá a vitória, mais buscará uma chance em meio ao caos!

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Deudoril imaginou que sua solução também faria os candidatos tentarem enganar uns aos outros. Desde o início seu plano é ver os gananciosos herdeiros tentando sobressaírem-se com artimanhas e subterfúgios que honrarão o deus Hynnin!

Colocando lenha na fogueira

Clérigos e cavaleiros de Khalmyr foram recrutados para resolver uma situação delicada em uma cidadela de Zakharov. Como bons juízes, foram até o a cidade de Advolk realizar a arguição adequada. Ponderaram sobre as dificuldades de definir quem teria, de fato, a herança legítima, ainda mais com os ânimos tão exaltados após um clérigo de Nimb ter sugerido uma medida que trouxe mais rusgas do que soluções.

Buscando implementar uma decisão justa e rápida, os devotos de Khalmyr informaram que haveria um julgamento dali dois dias, onde todos os candidatos à herança apresentariam seus argumentos. O cavaleiro mais antigo atuaria como juiz e, ao final, daria seu veredito. Também buscando acalmar os ânimos, os cavaleiros ofereceram a todos Justos de Khalmyr. Mas um dos doces era, na verdade, um Justo Virtuoso, a versão preparada por devotos de Sszzaas. Quando mordiscou o prato amargo, a candidata Lufínea Advolk esbravejou que a estavam ameaçando, logo um primo seu disse que os cavaleiros de Khalmyr estavam zombando da cidade.

O caos havia retornado a Advolk!

Chamado à aventura
Os cavaleiros recém chegados estão contratando aventureiros para descobrir sobre algum culto de Sszzass que possa existir na cidade. Prender os responsáveis rapidamente é o único caminho para restabelecer a paz na cidadela e terminar de uma vez com o furdunço que lá se criou!

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Primeiro o hynne Deudoril trouxe o doce de Hynnin. Depois surgiu um doce de Sszzaas! Será que cultos dessas duas divindades estão trabalhando conjuntamente? Qual intenção por trás disso?

Provar o Doce de Sszzaas gera essa reação. Aventuras Anti-ácidas com ideias de aventura

Na masmorra ou na tristeza

Os dogmas de Valkaria delimitam que devotos da deusa são proibidos de casar ou ter união estável (Tormenta20, página 105). Contudo, a clériga Irinna do Gorjal Perpétuo sempre discordou dessa limitação. Agora, após décadas de dedicação à fé na Deusa da Ambição, e com idade bastante avançada, a devota implementou seu plano para permitir que outros devotos encontrem o matrimônio desejado. Se forem capazes.

Irina reformou uma masmorra que conquistara ainda na juventude. Empregou aventureiros para instalar armadilhas, arcanistas para incluir desafios mágicos aqui e ali, e fez acordo com alguns monstros para que habitem o local e matem qualquer um que surja. Bardos espalham a notícia sobre a Masmorra do Matrimônio, onde devotos de Valkaria receberão a bênção de uma clériga legítima, caso sejam ambiciosos o suficiente para superar os desafios do local.

Chamado à aventura
Irina tem permanecido no último aposento do local, descansando e orando enquanto os aventureiros perecem aos muitos perigos do local. Sempre que alguém parece próximo de chegar ao fim do desafio, a clériga cozinha um Tesouro de Valkaria para oferecer aos recém-chegados e, diz ela, ser também o bolo de casamento! Ela própria realiza o rito de matrimônio para aqueles que conseguem chegar até sua presença.

Devotos de Valkaria que desejam se casar costumam recrutar aventureiros para formar grupos e adentrar na masmorra.

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Oferecer a outros a possibilidade de descumprir um dogma de Valkaria é algo sério. Pior ainda, Irina ainda celebra pessoalmente a união, desobedecendo a deusa de forma nunca antes vista. Talvez outros importantes clérigos estejam dispostos a percorrer a masmorra para punir a idosa!
  • Muitos desafios e perigos encontrados na Masmorra do Matrimônio parecem demasiadamente similares ao Labirinto de Valkaria, existentes no interior da imensa estátua. Alguns teorizam que a deusa se compadeceu de Irina, admirando a determinação da devota em não aceitar sem luta uma imposição que considera inadequada. Assim, a Deusa da Ambição teria colocado alguns desafios no local, incentivando o heroísmo de desafiantes (e aumentando consideravelmente a dificuldade!).

Matrimônio devotando Valkaria é possível com uma das Aventuras Anti-ácidas com ideias de aventura

Leituras e doces

Embora Norm seja a cidade sede da Ordem da Luz, recentemente dezenas de sacerdotes de Tanna-Toh estão sendo vistos pela cidade.Muitos deles utilizam as estalagens, enquanto os mais importantes estão hospedados no castelo dos cavaleiros devotos de Khalmyr.

A presença dos devotos da Deusa do Conhecimento foi um pedido da própria Ordem da Luz. Ainda que os cavaleiros estejam há algumas semanas tentando lidar com a incumbência de determinar quem é o legítimo herdeiro de um marquesado de Bielefeld, o que pode evitar uma guerra entre alguns dos pretendentes ao trono, a tarefa não é tão simples. Assim, chegaram os devotos de Tanna-Toh para pesquisar linhagens antigas, averiguar relações de parentesco e tudo mais para chegar em um veredito.

Chamado à aventura
Aventureiros e exploradores têm sido pagos para buscar em locais ermos ingredientes das Bombas do Saber. O doce parece ser o combustível que mantém os sacerdotes da Deusa do Conhecimento lendo e pesquisando por horas ininterruptas, e ninguém quer que o trabalho frenético pare!

Complementos e complicações
A aventura pode ser incrementada com as possibilidades detalhadas abaixo.

  • Algum dos pretendentes ao marquesado quer colocar em um dos bolinhos um pequeno papel com uma oferta generosa. Se o plano der certo, um sacerdote de Tanna-Toh influente aceitaria o suborno. Agora é preciso encontrar aventureiros capazes de se infiltrar na cozinhar, colocar a oferta dentro da Bomba do Saber e entregá-la à pessoa correta!


O que vem por aí

No próximo mês, teremos outro episódio de Live do Sal & Tormenta. Os chefs Elisa Guimarães e Vinicius Mendes vão novamente cozinhar ao vivo!

Confira aqui como foi a primeira live.

Você gostam da restrição ao casamento imposta por Valkaria? Comente abaixo o que você achou dessas Aventuras Anti-Ácidas.

Sal & Tormenta

Sal & Tormenta 01 — Lena e Khalmyr
Sal & Tormenta 02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
Sal & Tormenta 03 — Arsenal, Tenebra e Thwor
Sal & Tormenta 04 — Wynna, Lin-Wu, Nimb
Sal & Tormenta 05 — Allihanna, Azgher e Oceano
Sal & Tormenta 06 — Hynnin, Sszzaas e Marah
Sal & Tormenta 07 — Valkaria e Tanna-Toh

Aventuras Anti-ácidas

Aventuras Anti-ácidas — Tenebra, Arsenal, Thwor e Thyatis
Aventuras Anti-ácidas 2 — Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr
Aventuras Anti-ácidas 3 — Wynna, Lin-Wu, Megalokk e Azgher
Aventuras Anti-ácidas 4 — Alihanna, Oceano e Nimb

Heróis de Bolso 04 — Fichas prontas para Tormenta20

Fichas prontas para Tormenta20

Sejam bem-vindos, leitores! Mais um mês, mais uma Heróis de Bolso para suprir todas suas necessidades de fichas para Tormenta20! Não importa se está narrando uma aventura para aqueles amigos que nunca criam seus próprios personagens, ou se está se preparando para narrar uma das Breves Jornadas, publicadas na Revista Dragão Brasil, estes aventureiros de 1º nível estão prontos para qualquer desafio!

Vocês podem baixar todas as fichas prontas para Tormenta20 em arquivos em PDF por Diogo Almeida aqui ou baixá-las individualmente abaixo!

Qareen (Água) Guerreira 1, Guarda

Iniciativa +3, Percepção -2.
Defesa 17, Fort +4, Ref +4, Von -2, resistência a frio 10.
Pontos de Vida 22.
Deslocamento 9m (6q).
Pontos de Mana 3.
Corpo a Corpo. Alabarda +6 (1d10+9, x3, alongada) ou tridente +6 (1d8+4).
A Distância. Azagaia +5 (1d6+4, alcance médio).
Ataque Especial (1 PM). Quando faz um ataque, você pode gastar 1 PM para receber +4 no teste de ataque ou na rolagem de dano.
Desejos. Se lançar uma magia que alguém tenha pedido desde seu último turno, o custo da magia diminui em –1 PM. Fazer um desejo ao qareen é uma ação livre.
Estilo de Duas Mãos. Se estiver usando uma arma corpo a corpo com as duas mãos, você recebe +5 nas rolagens de dano.
Tatuagem Mística. Você pode lançar a magia Primor Atlético.
For 18, Des 16, Con 14, Int 10, Sab 6, Car 12.
Perícias. Investigação +2.
Equipamento. Alabarda, apito, azagaia x5, escudo leve, gibão de peles, insígnia da guarda, mochila, saco de dormir, trajes de viajante, tridente, T$ 10.

Opcional — Devota de Wynna
Poder Concedido — Benção do Mana. Você recebe +3 pontos de mana.
Obrigações & Restrições. Devotos de Wynna devem praticar a bondade e a generosidade de sua deusa, jamais recusando um pedido de ajuda. Além disso, devotos de Wynna são proibidos de matar seres mágicos (elfos, qareen, sílfides e outros a critério do mestre) e conjuradores arcanos.

 

Golem (Ar) Lutador 1

Iniciativa +4, Percepção +0, visão no escuro.
Defesa 18, Fort +5, Ref +4, Von +0, imunidade à eletricidade.
Pontos de Vida 23.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 3.
Corpo a Corpo. Ataque desarmado +8 (1d6+6).
Canalizar Reparos (Completa). Você pode gastar pontos de mana para recuperar pontos de vida, à taxa de 5 PV por PM.
Criatura Artificial. Você é uma criatura do tipo construto. Recebe visão no escuro e imunidade a doenças, fadiga, sangramento, sono e venenos. Além disso, não precisa respirar, alimentar-se ou dormir. Por fim, não recupera pontos de vida por descanso e não se beneficia de habilidades de cura e itens da categoria Alimentação.
Espírito Elemental. Você é imune a dano de eletricidade. Se fosse sofrer dano mágico de eletricidade, em vez disso cura PV em quantidade igual à metade do dano.
Golpe Relâmpago (1 PM). Quando usa a ação atacar para fazer um ataque desarmado, você pode gastar 1 PM para realizar um ataque desarmado adicional.
For 22, Des 14, Con 16, Int 8, Sab 10, Car 8.
Perícias. Acrobacia -1, Atletismo +8.
Equipamento. Gibão de peles, mochila, saco de dormir, trajes de viajante, T$ 14.

Opcional — Ingênuo (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre –5 em Enganação, Intuição, Investigação e Ladinagem.
Poder Bônus — Ataque Poderoso. Declare que está usando este poder antes de fazer um ataque corpo a corpo. Você sofre –2 no teste de ataque, mas recebe +5 na rolagem de dano.

Hynne Arcanista (Feiticeira) 1, Refugiada

Iniciativa +6, Percepção -1.
Defesa 14, Fort +4, Ref +4, Von +1, resistência a fogo 5.
Pontos de Vida 15.
Deslocamento 6m (4q).
Pontos de Mana 11.
A Distância. Funda +4 (1d6-1, alcance médio).
Arremessadora. Quando faz um ataque à distância com uma funda ou uma arma de arremesso, seu dano aumenta em um passo.
Estoica. Sua recuperação de pontos de vida e pontos de mana com descanso aumenta em uma categoria: normal em condições ruins, confortável em condições normais e assim por diante.
Linhagem Dracônica Básica. Você soma seu modificador de Carisma em seus pontos de vida iniciais e recebe resistência a fogo 5.
Magias. 1º – Armadura Arcana, Conjurar Monstro, Explosão de Chamas. CD 15.
Pequeno e Rechonchudo. Seu tamanho é Pequeno (veja a página 106) e seu deslocamento é 6m. Você recebe +2 em Enganação e usa o modificador de Destreza para Atletismo (em vez de Força).
Sorte Salvadora (1 PM). Quando faz um teste de resistência, você pode gastar 1 PM para rolar este teste novamente.
For 8, Des 18, Con 14, Int 10, Sab 8, Car 20.
Perícias. Atletismo +4, Enganação +7, Misticismo +2.
Equipamento. Balas x40, caixa de charutos hynne no valor de T$ 100, funda, mochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 13.

Opcional — Devota de Kallyadranoch
Poder Concedido — Escamas Dracônicas. Você recebe +1 na Defesa.
Obrigações & Restrições — Para subir de nível, além de acumular XP suficiente, o devoto de Kally deve realizar uma oferenda em tesouro. O valor é igual à metade da diferença do dinheiro inicial do nível que vai alcançar para o nível atual.

Humana Clériga de Oceano 1, Maruja

Iniciativa +3, Percepção +4.
Defesa 20, Fort +4, Ref +5, Von +6.
Pontos de Vida 18.
Deslocamento 9m (6q), natação 9m (6q).
Pontos de Mana 9.
Corpo a corpo. Lança +5 (1d6+5).
A Distância. Lança +3 (1d6+5, alcance curto).
Acrobática. Você pode usar seu modificador de Destreza em vez de Força em testes de Atletismo. Além disso, terreno difícil não reduz seu deslocamento nem o impede de realizar investidas.
Anfíbio. Você pode respirar embaixo d’água.
Arsenal das profundezas. Você recebe +2 nas rolagens de dano com azagaias, lanças e tridentes (já contabilizado).
Esquiva. Você recebe +2 em Defesa e Reflexos (já contabilizado).
Mestra dos Mares. Você pode falar com animais aquáticos (como o efeito da magia Voz Divina).
Magias. 1º — Acalmar Animal*, Arma Espiritual, Benção, Curar Ferimentos. CD 14.
Obrigações e Restrições de Oceano. As únicas armas permitidas para devotos do Oceano são a azagaia, a lança, o tridente e a rede. Podem usar apenas armaduras feitas de couro. O devoto também não pode se manter afastado do oceano por mais de uma semana.
For 16, Des 16, Con 14, Int 10, Sab 18, Car 10.
Perícias. Pilotagem +5, Religião +6, Sobrevivência +6.
Equipamentos. Corda, escudo leve, gibão de peles, lança, cochila, saco de dormir, traje de viajante, T$ 21.
*Apenas contra criaturas aquáticas.

Opcional — Matugo (Desvantagem, Revista Dragão Brasil 156)
Você sofre –5 em Investigação e em testes de Iniciativa e Percepção em cidades. Quando descansa nesse ambiente, sua recuperação é uma categoria pior (se já era ruim, você recupera apenas 1 PV e 1 PM, independentemente do seu nível).
Poder Bônus — Magia Ilimitada. O limite de PM que pode gastar numa magia é 5 (seu nível + modificador de Sabedoria).

Para mais personagens:

Heróis de Bolso 01 — Fichas prontas para Tormenta20
Heróis de Bolso 02 — Fichas prontas para Tormenta20
Heróis de Bolso 03 — Fichas prontas para Tormenta20

Escolinha de Tanna-Toh — Uso dos porques

Imagem em Preto e Branco. Na esquerda está o rosto de Talude, olhando para a direita. Na direita, o rosto de Vectorius, olhando para a esquerda.ra direita, está

Feliz Dia do Reencontro, artonianos! É com muita alegria e satisfação que venho trazer o primeiro texto da Escolinha de Tanna-Toh de 2022 e desejar a todos vocês que este seja um ano cheio de novos conhecimentos!

No texto de hoje vamos falar sobre um dos assuntos que mais gera dúvidas e insegurança em nós: as quatro formas dos porquês e seus usos.

Quando usar Por que

“Por que”, separado e sem acento, é usado em dois tipos de frases. O primeiro, e mais visto, ocorre no início de frases interrogativas, como nos exemplos:

Por que Vectorius e Talude são rivais?

Por que os devotos de Lin-Wu não podem mentir?

Nesses casos, o “por que” é o mesmo que “por qual motivo ou razão”:

Por qual motivo Vectorius e Talude são rivais?

Por qual razão os devotos de Lin-Wu não podem mentir?

O segundo tipo ocorre ao estabelecer relação com um termo anterior na frase, sendo chamado de “por que relativo”:

Os motivos por que lutei são apenas meus.

A estrada por que passei é muito boa.

Nesses casos, o “por que” é o mesmo que “pelos quais”, “pela qual”, mas em outros exemplos ainda poderia ser “pelo qual”, “pelas quais”, “por qual” ou “por quais”, conforme a concordância de gênero e número dos termos, veja:

Os motivos pelos quais lutei são apenas meus.

A estrada pela qual passei é muito boa.

Imagem em Preto e Branco. Embaixo está Vectorius, olhando à frente. Acima, olhando para direita, está Talude

Quando usar Porque

“Porque”, junto e sem acento é usado em frases explicativas e em respostas. É uma conjunção causal ou explicativa, que, como diz o nome, serve para apresentar uma causa ou explicação.

Vectorius e Talude são rivais porque eles disputam o título de “Maior Arcanista de Arton”.

Devotos de Lin-Wu não podem mentir porque mentir é um comportamento desonrado.

“Porque” pode ser substituído por outros termos explicativos, como: pois, visto que, uma vez que etc.

Vectorius e Talude são rivais pois eles disputam o título de “Maior Arcanista de Arton”

Devotos de Lin-Wu não podem mentir uma vez que mentir é um comportamento desonrado.

Quando usar Por quê

“Por quê”, separado e com acento, é usado no final de frases, seguido por ponto de interrogação ou ponto final. Seu uso é diferenciado do “por que” (separado e sem acento) de acordo com a posição na frase.

VOCÊ NÃO VENCEU POR QUÊ?

O clérigo gargalhava, mas não conseguia dizer por quê.

“Por quê” pode ser substituído por “por qual motivo” ou “por qual razão”:

VOCÊ NÃO VENCEU POR QUAL MOTIVO?

O clérigo gargalhava, mas não conseguia dizer por qual razão.

Quando usar Porquê

“Porquê”, junto e com acento, é usado como um substantivo, geralmente acompanhado de um artigo definido ou indefinido (o/os ou um/uns).

Nem Klunc sabe o porquê de gostar tanto de presunto.

Glórienn deixou o Panteão sem que os artonianos soubessem os porquês.

“Porquê” pode ser substituído por “motivo”ou “razão”:

Nem Klunc sabe o motivo de gostar tanto de presunto.

Glórienn deixou o Panteão sem que os artonianos soubessem as razões.

Lembrem-se de que os porquês têm funções que são usadas em situações diversas e que a melhor dica para saber qual das quatro formas você deve usar é pensar no sentido que a sua frase carrega. Seja para fazer uma pergunta, ou para dar uma explicação, a forma a ser utilizada deve ajudar a construir esse sentido.


Mais dicas de escrita da Escolinha de Tannah-Toh

Gramática
Vírgula

Brigada Ligeira Estelar: o Ano Perdido (06)

Brigada Ligeira Estelar

Brigada Ligeira Estelar: O Ano Perdido — Episódio Seis: Zona Devastada

Anterior: após sua jornada a Kabbadi, nossos pilotos da Brigada Ligeira Estelar precisarão cortar caminho. Porém, há perigos extremos na rota da Zona Devastada. Logo, isso significa tanto o risco de ataques proscritos como potenciais conflitos contra os Enclaves de Ferro…

Local: Shu-Turul, Enclave da Zona Devastada (Ottokar)

Situação Prévia:

Shu-Turul tem uma história comum a vários enclaves na Zona Devastada: a princípio, surgiu como uma aglomeração de sobreviventes do grande ataque Proscrito a Ottokar. Logo a seguir, por não ter defesas contra um eventual novo ataque dos invasores, acabou gerando seu próprio Senhor da Guerra. Consequentemente, ele tomou o poder das lideranças locais pela força das armas. Dessa forma, ele o mantém com violência.

Evento:

Os protagonistas tem sua nave danificada por um ataque de robôs canibais (ver link mais adiante) e assim, acabam abatidos no deserto. Querem tomar a nave e seus robôs — contudo, morderam mais do que podem carregar. Portanto, aprisionam a todos e os levam para um enclave governado por um perigosíssimo Senhor da Guerra. Afortunadamente, ele nem desconfia da peça especial…

Porém, é claro, em algum momento ele pode descobrir. Além disso, o povo do local está à mercê dele e de seus pilotos carniceiros. Por isso, resgatá-los para fora da zona devastada é dever da própria Brigada Ligeira Estelar. Todavia, pedir ajuda é novamente uma impossibilidade. Arrematando, caso o Senhor da Guerra perceba a natureza da tecnologia em mãos… o que ele pode se tornar?

Reviravoltas

Fujam da Prisão: Em primeiro lugar, não é interessante matar os pilotos hussardos quando eles ainda podem fazer seus equipamentos funcionarem… e consequentemente, ter naves e robôs inteiros é melhor do que depenar tudo para incorporar peças a novos equipamentos. Contudo, eles serão obviamente mortos quando sua utilidade acabar. Assim, eles podem escapar por si? Ou precisarão de ajuda externa?

Colaboração Difícil: o povo desse enclave perdeu a esperança de ser resgatado da Zona Devastada e, consequentemente, a grande maioria prefere tolerar os abusos e a violência do Senhor da Guerra e seus carniceiros. Na prática, eles os vêem como sua chance de ter um mínimo de civilização e uma proteção contra os proscritos. Portanto, eles podem denunciar os personagens, com medo de serem punidos.

Máquina-Monstro: caso o Senhor da Guerra instale a tecnologia misteriosa em seu robô pessoal, terá um construto perigoso e, por isso, impossível de ser vencido por um único piloto. Entretanto, explodi-lo seria explodir também a peça. Assim, os personagens precisarão vencê-lo sem destruí-lo… e talvez, ele prefira morrer a ser capturado, levando a todos com ele.

Epílogo

Caso ponham sua nave para funcionar, os protagonistas poderão pedir por vários cruzadores para resgatar esse povo. Assim, deixarão uma cidade fantasma para trás e, talvez, alguns carniceiros. Porém, eles procurarão um novo enclave para servir ou reiniciarão o ciclo neste lugar. Assim, caso essa trama não seja um one-shot, deixe alguns carniceiros vivos.

Ideias

Mapeie o Enclave: caso os protagonistas escapem sem ajuda, eles vão precisar achar sua nave e seus robôs por conta e risco. Assim, se perder é muito fácil. Provavelmente eles conseguirão encontrar quem os informe e oriente — porém, até lá, as chances de tudo dar errado são grandes!

Saqueiem tecnologia: o pós-apocalíptico é o exemplo máximo da lei do mais forte. Dessa forma, os personagens jogadores podem tomar tepeques de inimigos vencidos e, assim, incorporar a seus robôs! Além disso, o mestre de jogo pode preparar com antecipação alguns e, consequentemente, deixá-los à escolha logo após os combates!

Considerações para Brigada Ligeira Estelar RPG

Ottokar já nos ofereceu o folhetim exótico e uma revisão da aventura colonial. Chegou a hora de brincarmos com a Ficção Científica Pós-Apocalíptica. Recomendamos a leitura desse artigo AQUI, cobrindo os Enclaves e seus governantes, os Senhores da Guerra. Diferentemente do episódio anterior, o tom é sujo e violento, análogo aos OAVs japoneses dos anos 90!

Mas ao mesmo tempo, os personagens tem uma missão simples e heroica: libertar uma população de seu tirano. Aqui, há poucas complexidades — e isso vai servir de refresco para os jogadores acostumados a contornar regras e restrições legais.

Divirtam-se.

Episódios Anteriores

00 — Introdução (AQUI).
01 — O Sinal Desconhecido (AQUI)
02 — Madredeus (AQUI)
03 — A Fortaleza Lunar (AQUI)
04 — Cidade do Perigo (
AQUI)
05 — O Templo dos Guerreiros (
AQUI)

Twitter de Brigada Ligeira Estelarhttps://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar:
https://brigadaligeiraestelar.com/
Instagram de Brigada Ligeira Estelar:
https://www.instagram.com/brigadaligeiraestelar

Sal e Tormenta – Tesouro de Valkaria e Bombas de saber

BolÀ esquerda o Bolo de Valkaria sobre mesa de madeira e à direita 4 doces Bombas do Saber sobre prato branco

Olá, nesse mês especial temos postagem dupla de Sal & Tormenta.

Na semana passada, você conferiu a maravilhosa Ceia do Reencontro e suas aplicações em mesa de jogo. A ceia do Reencontro é um símbolo de união ao redor da comida, a celebração do dia que os colonos encontraram a grande estátua de Valkaria. Cheque o post completo aqui https://blog.jamboeditora.com.br/ceia-do-dia-do-reencontro/

Com o finalzinho do ano, também encerramos nosso ciclo de sobremesas em homenagem aos Deuses de Arton. Deixamos as favoritas por último, duas deusas muito importantes: Tanna-toh e Valkaria. A deusa do Conhecimento e a líder do Panteão, a criadora dos humanos.

Tesouro de Valkaria

Bolo de Valkaria Tormenta20

Esse doce é o favorito para os devotos comerem como sobremesa após a Ceia do Reencontro. Uma mistura de cores e sabores que com certeza vai agradar a todo mundo, repleto de elementos de diversas culturas e locais, Valkaria junta tudo e todos em uma deliciosa explosão de sabores.

Efeitos em Mesa

Uma vez nesse dia, você pode gastar uma reação e o efeito deste prato para receber +5 em um teste para evitar uma condição de paralisia.

Custo: T$ 20

Bolo de Valkaria Imagem fechada do Bolo de Valkaria, mostrando as frutas em cima, a cobertura de chocolate e o recheio verde no meio

Ingredientes

Massa

  • 8 ovos inteiros
  • 8 colheres de sopa de farinha
  • 8 colheres de sopa de açúcar
  • 3 colheres de sopa de hibisco em pó (opcional)

Recheio

  • 2 latas de leite condensado
  • 2 colheres de sopa de chocolate em pó
  • 1 colher  sopa de café de pó de café solúvel
  • 3 colheres de matcha

Cobertura

  • 250g de chocolate meio-amargo
  • 200g nata ou creme de leite
  • Frutas picadas à gosto para decorar

Modo de Preparo

Massa

  • Para preparar a massa do bolo primeiro pré-aqueça o forno a 180°C.
  • Em uma tigela limpa, separe as claras das gemas dos ovos e o açúcar, bata em velocidade alta até que fique em neve.
  • Acrescente as gemas, uma a uma e aos poucos a farinha de trigo.
  • Use uma forma de fundo falso para ser mais fácil desenformar, ou qualquer forma circular sem furo no meio, de aproximadamente 18 cm de diâmetro. O objetivo é ter um bolo alto o suficiente para cortar em duas ou três camadas. Leve ao forno baixo (180°C), não é necessário untar as laterais da forma com manteiga, apenas o fundo.
  • Estará pronto quando estiver dourado e o palito sair limpo (aproximadamente 40 minutos).

Recheio

  • Leve uma panela com uma lata de leite condensado e o pó matcha em fogo médio. Mexendo bem até que desgrude do fundo da panela.
  • Leve uma panela com uma lata de leite condensado, chocolate em pó e o café em fogo médio. Mexendo bem até que desgrude do fundo da panela.

Cobertura

  • Esquente o creme de leite em uma panela, não deixe ferver. Despeje sobre o chocolate em pedaços e misture bem até derreter.

Montagem

(se quiser ver a montagem que fizemos na live, clique aqui)

  • Com o bolo frio, desenforme-o e o parta ao meio no horizontal ou em duas camadas.
  • Espalhe os recheios dentro do bolo, como preferir, um tipo em cada camada, metade de cada lado. E coloque a outra camada de bolo por cima.
  • Despeje a ganache sobre o bolo recheado.
  • Decore com as frutas conforme seu gosto.

Bombas de Saber

O conhecimento e o estudo é a maior paixão e fonte de prazer dos devotos de Tanna-Toh. Eles precisam de um doce que lhes deixe alerta e forneça energia para horas e horas de estudos sem fim. Então essas pequenas doçuras repletas de café e um creme sedoso que se desfaz na língua são ideias para comer em uma biblioteca com uma mão só sem fazer bagunça, ou em uma masmorra deixando uma mão livre.

Efeitos em Mesa

Uma vez nesse dia, você pode fazer um teste de Conhecimento como se fosse treinado nesta perícia. Se já for treinado, você recebe +2 nesse teste.

Custo: uma porção de 3 custa T$ 5

Ingredientes

Massa:

  • 100 ml de água
  • 80 ml de leite
  • uma pitada de sal
  • uma pitada de açúcar
  • 75g de manteiga
  • 100g de farinha de trigo
  • 3 ovos

Recheio

  • 500 ml de leite
  • 4 gemas
  • 80g de açúcar
  • 1 colher de café solúvel
  • 40g de maisena
  • 2 sementes de cardamomo
  • 200g de chocolate meio-amargo
  • 200g de creme de leite ou nata

Modo de Preparo

Massa

  • Ferva a água com o leite, manteiga, o sal e açúcar, depois de ferver acrescente a farinha de uma vez só. Mexa sem parar em fogo baixo.
  • Quando a massa estiver desgrudando da panela, e estiver aparentemente cozida.
  • Desligue o fogo, transfira da panela para uma tigela grande.
  • Ponha a massa na batedeira ainda quente, acrescente um ovo por vez. Só incorpore um de cada vez.
  • Ponha em um saco de confeiteiro e faça as bolinhas ou as linhas  na espessura que você desejar. Deixe um bom espaço para a massa crescer.
  • Pré-aqueça o forno a 200°C e asse a 180°C até ficar dourado (aprox. 30 minutos).

Recheio

  • Separe as gemas das claras e coloque as gemas em um recipiente que suporta bem calor.
  • Misture com as gemas o açúcar e a maisena. Misture bem com um garfo até as gemas ficarem mais claras e o creme fofinho.
  • À parte, ferva o leite com o café solúvel e as sementes de cardamomo trituradas. DICA: as favas em que vem o cardamomo normalmente devem ser abertas, as sementes estão dentro do grão.
  • Quando o leite ferver, pegue uma concha do leite e despeje com cuidado sobre os ovos misturando bem. Coloque mais duas conhas do leite, uma de cada vez, sempre misturando bem.
  • Junte a mistura ao resto do leite e retorne para fogo médio, mexendo sempre para que não empelote. Quando a mistura ficar espessa e lisa, desligue o fogo e a transfira a um recipiente para esfriar. A fim de evitar uma película grossa ao esfriar, cubra com filme plástico ou papel manteiga.
  • Para a ganache esquente o creme de leite ou a nata, não deixe ferver, e o depespeje sobre o chocolate picado. Misture com cuidado até que derreta por completo.

Montagem

  • Com as bombas já frias, faça um pequeno furo na parte de baixo e preencha com o creme de café. É necessário um bico de confeiteiro para isso, ou será preciso cortar o topo da massa para rechear com o creme.
  • Uma vez recheadas, basta passar na ganache pronta. Para que dê certo é importante que a ganache ainda esteja quente. Se ela esfriar vai endurecer e o banho de chocolate será impossível.

PS: Essas fotos são tão diferentes porque foram tiradas do Instagram do Vini. Como ele entrou de férias, fui fazer a sobremesa sozinha, mas meu forno está desregulado então o ponto da massa ficou bem diferente, como vocês podem ver nas fotos. A temperatura do forno é CRUCIAL para essa receita funcionar corretamente. O recheio e a ganache ficaram iguais.

Com essas receitas fechamos o ano e agradecemos todo mundo que nos acompanhou ao longo dessa jornada doce. Em 2022 teremos mais, com novidades e novas receitas cada vez melhores.

Se você perdeu alguma das colunas de Sal & Tormenta, confira:
Sal & Tormenta 01 — Lena e Khalmyr
Sal & Tormenta 02 — Aharadak, Thyatis e Kallyadranoch
Sal & Tormenta 03 — Arsenal, Tenebra e Thwor
Sal & Tormenta 04 — Wynna, Lin-Wu, Nimb
Sal & Tormenta 05 — Alihanna, Azgher e Oceano
Sal & Tormenta 06 — Manjar da Paz, Justos Virtuosos e Ovos da Raposa

Terminou a refeição? Que tal Aventuras Anti-ácidas?

Aventuras Anti-ácidas — Tenebra, Arsenal, Thwor e Thyatis
Aventuras Anti-ácidas 2 — Aharadak, Kallyadranoch, Lena e Khalmyr
Aventuras Anti-ácidas 3 — Wynna, Lin-Wu, Megalokk e Azgher
Aventuras Anti-ácidas 4 — Alihanna, Oceano e Nimb

Bençãos da Deusa — Personagens das Raças e Classes do Tormenta20

O Livro Básico do Tormenta20 trás lindas ilustrações, especialmente para representar suas raças e classes básicas. Estas ilustrações não são apenas artes soltas, são personagens do universo Tormenta. Quem são eles? Em que obra estão? É isto que vou elucidar agora, com os links para encontrar as obras citadas e entre parênteses o tipo de obra.

Esta matéria foi feita com a ajuda da Guilda do Submundo de Valkaria. Não perguntei como chegamos neste assunto, eu não lembro. =D

Raças

Humano:

Vallen – O Inimigo do Mundo – Trilogia: Livro 1 ( Romance)
Drikka – Ledd (Mangá)

Anão:

Golinda – Ledd (Mangá)
Ingram –  O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus– Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Dahllan:

Lisandra – Holy Avenger (Mangá)

Elfo:

Gwen: Crônicas da Tormenta 2 (Coletânea de Contos); A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)
Fren: Dungeon Crawlers (Mangá)

Goblin:

Dok: Cronicas da Tormenta 2 (Coletânea de Contos); A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)
Gradda: A Flecha de Fogo (Romance)

Lefou:

Asha – Ataque à Khalifor (Livro-jogo)
Ichabod – A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)

Minotauro:

Artorius – O Inimigo do Mundo e O Crânio e o Corvo – Trilogia: Livro 1 ( Romance)

Qareen:

Kadeen – Guilda do Macaco (Stream)
Niala – O Mundo de Arton (Suplemento para TRPG) e Holy Avenger: Paladina (Mangá)

As demais raças são as extras, que aparecem ilustrações genéricas (apesar da Medusa parecer a Verônica, de A Joia da Alma e A Deusa no Labirinto (Romance)

Classes:

Arcanista:

Ripp: Ledd (Mangá)

Bárbaro:

Klunc: Guilda do Macaco (Stream)

Bardo:

Senomar: O Inimigo do Mundo  e O Terceiro Deus – Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Bucaneiro:

Nargom: Guilda do Macaco (Stream)

Caçador:

Enver: Khalifor (Mangá)

Cavaleiro:

Orion Drake: O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus – Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Clérigo:

Vanessa Drake: O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus – Trilogia: Livros 2 e 3 (Romance)

Druida:

Oihanna: A Joia da Alma (Romance)

Guerreiro:

Val: 20 Deuses (Mangá)

Inventor:

Marlin: DBride (Mangá)

Ladino:

Leon Galtran: Holy Avenger (Mangá)

Lutador:

Maquius: Ataque a Khalifor (Livro-jogo), A Deusa no Labirinto (Romance) e Crônicas da Tormenta 3 (Coletânea de Contos)

Nobre:

Lady Ayleth: Guilda do Macaco (Stream)

Paladino:

Lothar – Guilda do Macaco (Stream)

E aí, conheciam todos? Alguns são bastante conhecidos, outros um pouco mais estranhos, especialmente para quem está chegando agora. Então é hora de aproveitar a lista e pôr em dia as leituras e streams de Tormenta!

Ceia do dia do Reencontro

4 retângulos verticais, em cada um a foto de um prato da Ceia de Valkaria. Na esquerda a farofa, logo a salada verde e vermelha, a carne de trobo e, por fim, a batata palha

Olá, pessoas glutonas queridas!

Mais um ano se aproxima do final, época bem propícia para confraternizações regadas a muita comida boa. Então, pensando nisso, aprontamos uma live preparando uma ceia completa para que você possa dividir com seus entes queridos.

Mas, como não poderia deixar de ser, em Arton a prática de reunir-se ao redor de uma mesa cheia de coisas gostosas uma vez por ano para comemorar uma data especial é bem comum. Mais precisamente, no Dia do Reencontro, data que os primeiros migrantes encontraram a estátua da deusa Valkaria onde erigiriam sua cidade, que se tornaria a maior e mais diversa do continente, um verdadeiro caldeirão cultural. Para manter o espírito gregário e aventureiro da deusa líder do panteão, os pratos tradicionalmente servidos são de várias origens e estilos.

Se você ainda não assistiu a live de Sal & Tormenta em que Vini e Elisa cozinham ao vivo enquanto o Matheus ataca de DJ, assista aqui.

4 tigelas com os 4 pratos da Ceia de Valkaria

Custos e a ceia em seu jogo

Diferente dos outros pratos, a ceia do Reencontro tem uma peculiaridade. Os benefícios só são obtidos se os pratos forem consumidos juntos, individualmente o benefício se resume a uma refeição gostosa.

A ceia do Reencontro é um banquete divino ainda mais especial. Preparado por pelo menos três devotos de deuses diferentes. Ao invés de o habitual 20 em ofícios culinária, a CD é 25 para fazer cada prato da ceia.

Se preparada com sucesso, a Ceia do Reencontro concede um benefício especial. Cada participante pode, uma vez pelo próximo ano, recuperar uma quantidade de PM igual ao seu nível.

Custo

A cada T$ 180 quatro pessoas são alimentadas. O máximo de pessoas que três devotos cozinheiros conseguem alimentar é 100.

Salada de Verão

Este prato refrescante e natural é atribuído aos elfos. O belo povo é famoso por seu gosto refinado e amor por alimentos frescos, assim nada melhor para alimentar bem e ainda refrescar o paladar depois de muita comida e bebida mais pesada.

Ingredientes

  • 3 xícaras de tomate cereja cortado ao meio
  • 1 xícara de melancia picada, sem sementes
  • 1 xícara e meia de pepino picado, sem sementes parcialmente descascado
  • 1 maço de hortelã
  • 1 maço de rúcula
  • 1 maço de agrião
  • 1 maço de manjericão
  • 2 limões Taiti
  • azeite e sal à gosto

Modo de fazer

  • Lave bem todos os ingredientes em água corrente e depois deixe de molho por 30 minutos em uma solução de hipocloreto de sódio e água (para cada litro de água, 1 colher de sopa de hipocloreto).
  • Misture os ingredientes com delicadeza em uma saladeira.

Mixórdia da Liberdade

Relatos dizem que esse prato foi descoberto por aventureiros no sopé das Montanhas Uivantes, ou nos charcos gelados que cercam a bacia do rio dos Deuses, mas mesmo com uma localização original incerta, o fato é que com o passar do tempo a receita foi modificada. Novos ingredientes foram sendo acrescentados pelos grupos de aventureiros, a verdade é que cada grupo tem sua própria receita. Escolhemos a mais popular nas guildas de aventureiros de Valkaria.

Ingredientes

  • 2 filés de peito de frango cozidos e desfiados (cozinhe-os com o tempero de sua preferência)
  • 3 cenouras raladas
  • 2 maçãs verdes em cubinhos
  • 1 talo de salsão picado
  • 1 cabeça de alho assada a 180c por 1 hora
  • 1 xícara de cevadinha hidratada por 1 hora e cozida por 40 minutos ou até ficar al dente
  • 1 xícara e meia de batata palha
  • 2 ovos
  • 1 colher de mostarda
  • óleo gelado (aproximadamente 1 xícara)

Modo de fazer

  • Primeiro, para fazer a maionese bata no liquidificador em velocidade alta os ovos, a mostarda, o alho. Quando estiver tudo bem misturado, vá acrescentando o óleo em um fio constante, sem desligar o liquidificador em velocidade alta. Quando a maionese estiver consistente, acrescente o sal a gosto e a reserve.
  • Misture os demais ingredientes em um refratário grande e acrescente a maionese até que todos os ingredientes estejam bem cobertos.
  • Reserve a batata palha e a deixe por último. Misture só na hora de servir.

Assado de Trobo


A estrela da Ceia do Reencontro geralmente é um prato principal com bastante carne para aplacar o apetite de todos os apreciadores. O tipo de carne pode variar bastante conforme o poder aquisitivo dos comensais e seus gostos pessoais. Mas mesmo com tantas opções, a mais famosa e apreciada ao longo por todo o Reinado é o Assado de Trobo.

Ingredientes

  • 1 rodela de pernil de porco de tamanho médio marinado em 700ml de cerveja preta
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 1/4 de xícara de sal
  • 2 xícaras e meia de cogumelos da preferência
  • 1 xícara de cenoura cortada em rodelas grossas
  • 3 xícaras de cebola em pétalas
  • 1 colher de sopa de páprica defumada
  • 1 colher de mostarda
  • 1 maço de alecrim
  • 1 maço de tomilho

Modo de fazer

  • Em uma travessa funda coloque o sal, a páprica, o açúcar mascavo, o alecrim, o tomilho, a carne e a cerveja. Deixe a carne marinando por pelo menos 8h na geladeira.
  • No dia posterior, prepare a cama da carne com as cebolas, batatas e cogumelos. Acomode a carne sobre eles, despeje um pouco do líquido da marinada.
  • Leve a carne ao forno alto 240°C por mais ou menos 40 minutos. Desligue quando a carne estiver cozida e levemente dourada.

Assado de Trobo

Quikécest

Um prato delicioso encontrado inicialmente nas ruelas do bairro dos goblins. Dizem os conhecedores da história da gastronomia valkariana que um dia, um chef de um restaurante famoso passeava em busca de inspiração (historiadores goblins dirão que ele estava em busca de queijo de minotauro defumado), quando foi atraído pelo incrível aroma exalando de um prato na janela de uma casa humilde. Era o prato que ficou conhecido como quikéscest: ganhou lugar cativo em todos os banquetes e ceias de todos os lugares do Reinado.

Ingredientes

  • 100g de banana passa picada
  • 100g de uva passa
  • 1 xícara e meia de farinha de mandioca
  • 3 colheres de sopa de manteiga
  • 3 dentes de alho amassados
  • 1/2 cebola picada
  • 2 xícaras de bacon em cubinhos
  • 1 xícara de linguiça em cubinhos

Modo de Fazer

  • Frite o bacon na própria gordura, quando já estiver bem dourado acrescente a linguiça.
  • Em seguida, frite a cebola, quando ela já estiver transparente, acrescente o alho.
  • Ponha as duas colheres de manteiga para derreter, junte as bananas e a farinha aos poucos.

Balbúrdia Narrativa — Stream de RPG não é RPG de Mesa: A Síndrome de Matthew Mercer

Calma, o título é clickbait. Às vezes eu gosto de falar groselha em voz alta para chamar atenção e depois esmiuçar a ideia. Então, agora que você já está lendo este texto, devo dizer que não creio que o título seja uma completa mentira, apenas uma verdadezinha exagerada. RPG por stream é RPG de mesa, sim, mas também é algo a mais.

A perspectiva de uma stream de RPG de mesa

Critical Role é uma das maiores e mais antigas streams existentes de RPG de mesa. Com Matthew Mercer assumindo o manto de narrador, Critical Role já está em sua terceira campanha. E com tamanho alcance, certamente foi responsável por apresentar o hobby a incontáveis novos fanáticos e inspirar aventuras de RPG ao redor de todo o mundo. O que alguns chamam de “Síndrome de Matthew Mercer” é quando o mestre e/ou jogadores, inspirados por estas campanhas transmitidas com tanta qualidade, tentam transformar sua aventura rotineira em uma obra com o mesmo nível de produção.

Porém, quando colocamos lado a lado uma stream de RPG de mesa mestrada por Mercer e uma campanha cotidiana de seus inspirados seguidores, existem diferenças gigantescas. Começando pelo fato de que uma stream tem espectadores, e se ela não conseguir prender o seu público, ele vai embora. Não é à toa que Matthew Mercer e todos os jogadores de Critical Role, além de muito experientes no sistema jogado, também são dubladores. Interpretar personagens é o que fazem profissionalmente. Eles sabem como entregar um show.

Várias outras streams de RPG de mesa têm uma proposta parecida, não contando com um time de atores, mas com pessoas ao menos acostumadas a interagir frente às câmeras. Tudo isso ajuda a transformar uma mera campanha de RPG em um espetáculo de entretenimento quase cinematográfico.

Matthew Mercer alfineta a sua alma a cada segundo que você olha pro celular durante uma sessão.

A experiência dos que conduzem uma stream de RPG de mesa

RPG é uma narrativa coletiva. E como já dito, tanto Matthew Mercer quanto seus jogadores são dubladores. Isso significa que eles têm muita experiência narrativa. Mercer sabe conduzir uma história com maestria, e cada jogador tem ciência do tamanho do seu papel ali dentro. Ainda mais considerando que os jogadores se conhecem e jogam juntos há anos, a sinergia entre aquelas pessoas é natural para qualquer pessoa que assista.

Além disso, no Brasil também temos excelentes streams de RPG de mesa, como as do Mestre Pedrok, do Cellbit e as da própria Jambô. Todas inspirações monumentais para a comunidade. Porém, também devemos considerar que Mestre Pedrok é um grandessíssimo ator, inclusive foi professor de teatro por anos. Cellbit é um dos maiores streamers e youtubers do país atualmente, e sua habilidade com o público já se tornou orgânica. Leonel Caldela, narrador da recente Fim dos Tempos no canal da Jambô, é um romancista veterano e consagrado. Todos eles possuem um histórico pesado que deixa claro por que têm tais habilidades narrativas.

A equipe por trás da stream

Em streams de RPG de mesa de tamanhas proporções, costuma existir uma equipe por trás dos jogadores. A iluminação, a troca das câmeras, a trilha sonora (muitas vezes original) surgindo e sumindo na hora certa, as artes exclusivas dos personagens, criaturas e cenários. Tudo isso feito por um time preparado para somar ao entretenimento.

Arte original para a campanha Fim dos Tempos
Arte original para a campanha Fim dos Tempos

Essa necessidade de entreter transforma o RPG por stream em uma campanha diferenciada, normalmente acelerada. Os jogadores não se desviam da trama com facilidade, acontecimentos importantes surgem mais frequentemente, o narrador não precisa de um tempo para trocar de música e raramente vai parar o jogo para conferir regra no manual. Porém, o oposto provavelmente vai acontecer em sua mesa de RPG pelo discord, e está tudo bem. É assim mesmo.

Preparar uma campanha toma um tempo absurdo do mestre, mas uma stream de RPG de mesa pede por uma produção e cuidado ainda maior e completamente não-obrigatórios para uma singela reunião de amigos.

É claro que tornar uma mesa comum em uma campanha mais ativa e com elementos cinematográficos sempre pode torná-la mais interessante. Eu mesmo gosto de usar diferentes playlists para ambientações. Chamo a atenção de jogadores quando estão prestes a se desviar para um assunto paralelo para não quebrar a imersão e tento fisgá-los com acontecimentos marcantes quando menos esperam para trazer a tensão de volta à mesa. Mas tudo isso são coisas que vêm com a prática de jogar e narrar ao longo do tempo, portanto você não precisa se cobrar ou cobrar de seu mestre e jogadores.

Então por favor, não seja um babaca, pois seu mestre não é Matthew Mercer e você e seus companheiros de mesa não são um time de dubladores profissionais auxiliados por uma equipe técnica.

Ser ou não ser RPG de mesa?

Enfim, existe uma galera que defende que streams de RPG de mesa deixam de ser RPG de mesa pelos motivos que falei aí em cima. Muitos ainda dizem que Critical Role e outras campanhas de larga escala são roteirizadas, ou que os jogadores já têm pelo menos uma ideia do que vai acontecer para poderem se preparar para os eventos. Não vou entrar no debate de roteirizado x não roteirizado, pois o que se tem sobre isso praticamente são burburinhos de twitter e conversas de reddit.

Porém, discordo completamente sobre a parte de não ser um RPG de mesa, pois sua essência ainda está ali. Um grupo de personagens sendo guiado pelo mestre através de uma narrativa onde os jogadores tomam suas decisões e assumem os riscos e responsabilidades. Se por acaso os jogadores são entertainers e existe uma equipe exclusiva para auxiliar na produção, isso apenas torna a stream em um RPG de mesa com algo a mais. E esse algo a mais é apenas uma perspectiva um pouco diferente da de juntar cinco pessoas e se divertir sozinhos por algumas horas. É a proposta de fazer dezenas, centenas ou até milhares de pessoas se divertirem também.

Mesa Sonora — A música tema do seu personagem de RPG

coração vermelho com cabos P10 de música conectando no coração como se fossem veias

Muito do que foi discutido até agora nesta coluna até o momento foi voltado mais a mestres do que jogadores. Experimentação sonora na mesa, uso de músicas com clima de tensão, tudo isso pode e deve ser discutido com a mesa inteira, mas o dever de planejar e decidir usar esses recursos é, em geral, realmente do narrador. Mas hoje quero falar diretamente com os jogadores. Como VOCÊ acha que deveria ser o tema musical do seu personagem na mesa? Trago a vocês alguns pontos que acredito que podem te ajudar nessa decisão, na ordem em que acho adequados.

O que combina com o cenário

O primeiro filtro de músicas deve ser aquele que define o que combina com a ambientação da aventura, o cenário em si. Combinar a música do seu personagem com o cenário é uma mera questão de lembrar que seu personagem também é parte da ambientação. Claro, um herói merece ter uma trilha sonora digna de seus feitos, mas não é muito harmonioso que se escolha um tema completamente destoante de tudo ao seu redor. Claro, isso pode ser subvertido se for combinado com os outros jogadores, em especial se houver motivos para isso (exemplo: um personagem forasteiro ou que venha de outra época pode se beneficiar de uma certa estranheza em seu tema escolhido).

O que combina com o clima da mesa

A segunda questão é definir possibilidades de música que concordem com o clima da mesa. Não adianta você querer que seu personagem seja acompanhado de uma balada superanimada numa campanha séria e cheia de tragédia. Fugir disso pode prejudicar a imersão dos jogadores durante a aventura, então existem bons motivos para se ater a esse princípio. Como no ponto anterior, pode haver boas razões para querer fazer o oposto, uma opção seria usar de um tema bem diferente como efeito cômico numa mesa mais bem-humorada com um ou mais personagens bem caricatos.

O que combina com seu personagem

Aqui começamos a afunilar mais e mais as opções, pois além dos pontos anteriores, precisamos combinar com o personagem também. Quem é seu personagem? Ele é heroico? Covarde? Ardiloso? Honesto? Alegre? Monótono? Violento? Todas essas características de humor e personalidade podem ser usadas para definir uma música tema digna do seu jogo. Existem muitos elementos musicais que podem representar ânimos e personalidades através de som. Por exemplo: alguém muito alegre e bem-humorado pode ter um tema mais dançante e festivo, enquanto outro personagem mais sério e rígido pode ter uma música mais marcial ou sombria.

Pessoalmente, eu gosto de atribuir instrumentos musicais específicos aos meus personagens. Com isso eu posso definir melhor o tipo de música que procuro para combinar com eles. Alguns exemplos: eu “ouço” paladinos como instrumentos de metal; bardos quase sempre são cordofones ou flautas; bárbaros são tambores; ladrões são violinos sendo tocados em pizzicato. Nada disso é regra, são apenas como eu “escuto” esses personagens na minha mente, pode ser drasticamente diferente para você.

O que combina com você

O último e mais importante filtro. Não adianta atender a todos os outros requerimentos se o jogador não gosta da peça escolhida. Você vai ouvir essa música várias vezes durante a campanha, é importante eu você goste dela. Aproveite o tema escolhido, relaxe e prepare os dados, porque na hora que sua música começa, você precisa estar pronto para a ação e aventura. Afinal de contas, temas musicais não são para qualquer um, são privilégios de grandes heróis (ou, bem… vilões! Vamos falar disso no futuro)!

Exemplos de temas memoráveis de personagens

O clássico tema do maior espião do cinema, James Bond. Uma música rapidamente identificável, cheia de nuances, mas ainda direta ao ponto. Charmosa como o espião 007. Você ouve e sabe que está na hora da ação.

A música dos filmes antigos do Superman evoca heroísmo e bravura. Feita sob medida para um herói capaz de praticamente qualquer coisa, mas que ainda esbanja virtudes e desejo por justiça.

O tema de Indiana Jones já pesa um pouco mais para a o clima de aventura e descobertas, o que funciona melhor para o arqueólogo mais querido da ficção. É uma música de descobertas e maravilhas.

Seu personagem tem uma música tema na sua mesa? Não tem mas você já pensou no assunto? Conta pra gente nos comentários!

Playlist da Mesa Sonora

1. Ex Tenebris, Lux: uma música sobre a Tormenta
2. Tensão e Música no RPG
3. Músicas Empolgantes para RPG