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Enfrentando os Fins dos Tempos

compilado fim dos tempos

Não é segredo algum que eu dou as caras em lives de RPG com alguma regularidade. Seja no canal da Jambô Editora onde já fui avistado jogando Mutantes & Malfeitores em Vanguarda e Tormenta20 na Arena de Valkaria, seja em outros canais nos mais variados sistemas, vocês sempre podem me ver tentando variar bastante o tipo de personagem eu faço. Claro, como boa parte dos jogadores de RPG que conheço, eu tenho minhas preferências por estilos de jogos e tipos de personagem, mas estou constantemente me desafiando a interpretar tipos bem diferentes dos meus favoritos.

Com o lançamento do livro de Fim dos Tempos, no fim do ano passado, surgiram diversos grupos jogando essa campanha. E com esses grupos, vieram muitas e muitas streams diferentes da mesma campanha (eu sinto que deveríamos publicar uma lista dessas transmissões aqui no blog, vou falar com o chefe sobre isso). Todas elas contam, em geral, uma história ao redor dos mesmos acontecimentos, e ainda assim são completamente diferentes entre si. Personagens diferentes têm vidas diferentes, como vocês sabem.

Pois bem, fui privilegiado o suficiente para receber dois convites diferentes que combinavam com meus horários (o calendário é, sabidamente, o maior inimigo do RPGista moderno). Em vez de escolher um ou outro, optei por ser honesto com os dois grupos e lhes disse: “já recebi outro convite, mas estou disposto a jogar duas mesas diferentes, isso seria um problema para vocês?”. Com todos de acordo, eu me comprometi: vou jogar as duas campanhas de maneiras completamente diferentes. E ambas seriam em stream, para me complicar mais ainda.

Lidando com duas mesas da mesma campanha

A maioria dos mestres que conheço aborda aventuras prontas de forma a evitar spoilers e metagames que poderiam ser prejudiciais. Essa abordagem varia desde a só aceitar jogadores que nunca leram ou jogaram a aventura antes, até selecionar com cuidado extra jogadores que possuem histórico de não deixar essa influência atrapalhar as decisões de seus personagens. No meu caso não havia como correr disso: eu sou sabidamente um espectador assíduo da stream de Fim dos Tempos. Eu publiquei músicas, memes e fanarts sobre ela, sendo que algumas dessas publicações se tornaram referências dentro do lore da aventura original (“Se você quer ficar rico, mas não sabe fazer nada, pode confiar na nossa fada”, “Reston & Dubitatius: um escritório que existe”, a última canção da Kiki no Forte Cabeça de Martelo etc.). Não havia como esperar que eu não soubesse o que acontece na história, quem me convidou já sabia disso, eu tenho até nome nos créditos do programa.

Era, portanto, razoável pensar que jogar a mesma aventura de maneira paralela não seria um problema para mim, principalmente com meu compromisso de viver dois Fins dos Tempos tão diferentes. O que me leva ao próximo ponto: diferentes como?

A diferença entre as mesas

A primeira diferença é a mais óbvia de todas: se eu jogo com grupos distintos, a experiência será distinta. Faz sentido, não há outros jogadores em comum entre as duas campanhas além de mim. Mais ainda, enquanto uma campanha é composta de pessoas já bastante conhecidas no meio do RPG brasileiro e até alguns fãs já célebres de Tormenta, a outra tem uma presença grande de pessoas que nunca tinham ouvido falar de Tormenta ou Arton antes. E isso não é tudo.

A maior de todas as diferenças é a língua e o contexto cultural dos participantes. De um lado eu jogo em uma mesa completamente formada por brasileiros, onde todos falam e jogam em português, com os termos e jargões que se usam oficialmente em Tormenta. Do outro lado, eu estou na mesma campanha com um grupo misto de brasileiros e americanos, onde o inglês é o idioma usado para comunicação e jogo. Não foi exagero quando eu disse que algumas pessoas nunca tinham ouvido falar em Tormenta antes. Estas pessoas estão experimentando Arton pela primeira vez através de seus personagens, e é um prazer fazer parte disso. Para diferenciar as duas, eu uso os títulos das streams: “Fim dos Tempos” e “End of Times”.

Isso já seria o palco ideal para viver duas aventuras bem separadas, ainda que centradas nos mesmos acontecimentos. Mestres e jogadores diferentes já fariam tudo acontecer de maneira única se eu estivesse usando o mesmo personagem nas duas mesas, mas eu não estou, o que me leva à próxima parte…

tempestade vermelha ao fundo, tendo demônios da tormenta de ambos os lados. No centro o título End of Times

A diferença entre os meus personagens

Para mim tudo o que já foi citado não é suficiente. Eu realmente quero viver duas aventuras distintas. Os personagens que fiz são tão parte disso quanto todo o resto, afinal.
Em “Fim dos Tempos”, eu interpreto Don Batráquio, um homem-sapo nobre que detesta resolver as coisas com as próprias mãos, preferindo sempre negociar um resultado favorável (e lucrativo) a seu favor. Uma mesa cuja maior parte dos integrantes e do público é bem familiarizada com o sistema é excelente para esse tipo de abordagem. É um personagem cuja raça foi feita como homebrew e alguns dos poderes foram levemente alterados para fins de interpretação. Os exemplos mais evidentes são os kobolds: Don Batráquio é um devoto de Kallyadranoch e realmente pode usar Servos do Dragão, mas foi estabelecido que, para fins de narrativa, os kobolds que ele convoca nada mais são que funcionários de suas empresas, que o acompanham escondidos, se fazendo revelar quando necessário. Com isso, algumas coisas que são feitas por Don Batráquio em termos de regras são, na verdade, realizadas pelos kobolds no roleplay (por exemplo, Don Batráquio explicitamente não carrega a maior parte do próprio equipamento, embora ela sempre tenha acesso aos seus itens, e ainda cumpra as regras de carga). O próprio tributo pago à Kallyadranoch como requisito para subir de nível se transformou no salário pago aos “associados” do aristocrata anfíbio, que supostamente recebem até vale-refeição e plano de saúde. Don Batráquio é um personagem único, que exige jogador e grupo com experiência no cenário para lidar com suas particularidades.

Organograma da Don Batráquio Ltda.
(O fato de o jogador ter tempo livre para fazer essas maluquices também ajuda.)

Em “End of Times”, por outro lado, eu dou vida a Crimson Void (Vazio Carmesim), um lefou bárbaro das Uivantes, devoto de Arsenal. No extremo oposto do nobre tagarela e inteligente de “Fim dos Tempos”, Crimson Void é um personagem forte e ignorante, que se considera um soldado no grande exército do Deus da Guerra. Ele foi feito justamente para tentar ser uma forma de facilitar que os outros jogadores se familiarizem com o mundo e o sistema. Crimson Void admite que não se preocupa em “saber de coisas” além do que considera necessário para sua sobrevivência e habilidade de combate, deixando o espaço de conhecimento sobre o cenário aberto para que o narrador e outros jogadores expliquem Arton para ele, o que na verdade é uma forma de contar um pouco do mundo para o público anglófono. Originalmente ele seria apenas ignorante às informações que recebe, mas discreto sobre isso. Porém, como dizemos no fandom de Tormenta, “não existe estratégia que sobreviva à Nimb” e os dados discordaram das minhas decisões. Crimson Void caiu na luta contra o chefe da primeira aventura, ficando bastante tempo em coma. Ele despertou mais forte, poderoso e decidido a nunca mais cair em combate com vida (ou seja, eu vou pegar Espírito Inquebrável em algum momento), mas com algumas peculiaridades novas na forma como ele vê e interage com o mundo, se tornando um personagem cada vez mais absurdo e sem sentido na forma como se comporta, além de demonstrar certos delírios de grandeza. Fora da live e do personagem, expliquei ao grupo que Crimson Void está exibindo sintomas de um trauma cerebral ocorrido em combate (mas não expliquei que também é aumento da influência da Tormenta em seu organismo… um dia eles vão descobrir isso). Com tudo isso e uma build excelente para causar dano, Crimson Void é minha opção de personagem para ajudar o restante do grupo a brilhar, mostrando o potencial infinito do sistema T20 para o mundo, enquanto ele ajuda a segurar a barra nos combates.

E assim tem sido minha rotina quinzenal de RPG em live. As duas campanhas estão basicamente no mesmo momento, então tem sido incrivelmente interessante lidar com os mesmos acontecimentos de formas diferentes em tão pouco tempo. Especialmente porque meus personagens cumprem papéis diferentes em seus grupos. Don Batráquio é um líder, ainda que bastante democrático, e todas as decisões do grupo passam por ele, enquanto Crimson Void precisa se esforçar para sequer entender um plano antes de avançar, em fúria, contra os inimigos. É uma experiência muito gratificante, ainda que cansativa.

Se todas essas minhas descrições te deixaram interessado, você pode acompanhar as aventuras de Don Batráquio ao vivo em twitch.tv/vrikolaka, ou ver os episódios gravados em youtube.com/@vrikolaka. Além disso, você pode acompanhar o Diário de Don Batráquio, o blog que criei para registrar as aventuras do personagem em primeira pessoa, em donbatraquio.wordpress.com (levemente atrasado, eu sei, mas já vou resolver isso).

Crimson Void pode ser visto ao vivo em twitch.tv/onlyonestv, ou em episódios gravados em youtube.com/@onlyonestv, o primeiro canal de streams de Tormeta20 em inglês. Isso torna essa transmissão excelente para quem quiser treinar a compreensão no idioma ou apresentar Tormenta para amigos estrangeiros.

Gostou do artigo? Tem alguma pergunta sobre essas experiências ou personagens? Deixe seu comentário abaixo, talvez eu faça uma continuação deste artigo no futuro, quando as campanhas tiverem progredido um pouco mais.

A repercussão de Blue Rose RPG

capa do livro Blue Rose RPG, ao lado gatos com asas, mais à direita o livro aberto mostrando duas páginas abertas. Por fim, um elfo em pé ao lado.

Lançado em abril de 2023 no Brasil, Blue Rose RPG gerou uma repercussão positiva no público. De um lado entusiastas que conheciam o jogo, mas aguardavam a tradução e suporte de uma editora brasileira. De outro, RPGistas que notaram o impacto do lançamento e estão conhecendo agora a inovadora temática de fantasia romântica.

Além do enfoque em intrigas na Corte e drama político, Blue Rose também chama a atenção pelo visual. A arte possui um estilo bucólico e com identidade própria, não sendo à toa que o jogo ganhou, já em seu lançamento, a medalha de prata na categoria Melhor Arte de Capa no Ennies, o maior prêmio de RPG do mundo. Já o sistema de regras leve e dinâmico do AGE System contribuiu para a boa recepção desse lançamento, tornando-o um destaque do primeiro semestre do ano.

Buscando facilitar o acesso à informação de quem está querendo saber mais sobre Blue Rose RPG, compilamos abaixo conteúdos variados sobre o jogo.

capa do livro Blue Rose RPG, ao lado gatos com asas, mais à direita o livro aberto mostrando duas páginas abertas. Por fim, um elfo em pé ao lado.

 

MESA DE RPG OFICIAL DE BLUE ROSE

Não tem maneira mais empolgante de conhecer um RPG do que vê-lo sendo jogado, na prática.

Mestrada pela Iza, Buquê de Espinhos é uma mesa streamada no canal da Jambô Editora, que durou 3 episódios!
Clique aqui para acompanhar os episódios.

Se está em dúvida de qual o plot da mesa, confira:

Cinco suspeitos. Um baile. Uma promessa de assassinato. Quando a segurança da realeza está ameaçada, a corte tem que contar com seus próprios espiões para proteger seus nobres. Entre intrigas familiares e corações partidos, cabe a eles descobrir qual das flores do castelo destila veneno – e usar os espinhos contra as próprias rosas.

 

MATÉRIA DO CHECKPOINT42

O Checkpoint42 lançou essa matéria com uma resenha do jogo. Além de uma visão geral, destaque para o tópico Três elementos fantásticos em Blue Rose RPG.

Matéria ou release de algum parceiro -coluna

 

MAIS DETALHES DO SISTEMA AGE

Esse episódio do Podcast Dragão Brasil foi focado em Blue Rose e no Sistema AGE, utilizado nos RPGs de Dragon Age, The Expanse e, claro, Blue Rose. Thiago Rosa, editor da versão braisl, conversou com Glauco Lessa, Hita Aisaka e Victor Lucky sobre o sistema, suas características e a aplicação em jogos.

 

COLUNA SOBRE BLUE ROSE NO SITE DA JAMBÔ EDITORA

Aqui você pode acompanhar a coluna Em Nome da Rosa. Escrita por Lux D’arc, aborda diversos aspectos do jogo e tudo que o torna inovador!

 

ONDE ADQUIRIR O LIVRO?

O livro pode ser adquirido em versão física ou digital clicando aqui.
A versão física possui 390 páginas, é inteiramente colorido em capa dura.

 

 

 

 

Balbúrdia Narrativa — Stream de RPG não é RPG de Mesa: A Síndrome de Matthew Mercer

Calma, o título é clickbait. Às vezes eu gosto de falar groselha em voz alta para chamar atenção e depois esmiuçar a ideia. Então, agora que você já está lendo este texto, devo dizer que não creio que o título seja uma completa mentira, apenas uma verdadezinha exagerada. RPG por stream é RPG de mesa, sim, mas também é algo a mais.

A perspectiva de uma stream de RPG de mesa

Critical Role é uma das maiores e mais antigas streams existentes de RPG de mesa. Com Matthew Mercer assumindo o manto de narrador, Critical Role já está em sua terceira campanha. E com tamanho alcance, certamente foi responsável por apresentar o hobby a incontáveis novos fanáticos e inspirar aventuras de RPG ao redor de todo o mundo. O que alguns chamam de “Síndrome de Matthew Mercer” é quando o mestre e/ou jogadores, inspirados por estas campanhas transmitidas com tanta qualidade, tentam transformar sua aventura rotineira em uma obra com o mesmo nível de produção.

Porém, quando colocamos lado a lado uma stream de RPG de mesa mestrada por Mercer e uma campanha cotidiana de seus inspirados seguidores, existem diferenças gigantescas. Começando pelo fato de que uma stream tem espectadores, e se ela não conseguir prender o seu público, ele vai embora. Não é à toa que Matthew Mercer e todos os jogadores de Critical Role, além de muito experientes no sistema jogado, também são dubladores. Interpretar personagens é o que fazem profissionalmente. Eles sabem como entregar um show.

Várias outras streams de RPG de mesa têm uma proposta parecida, não contando com um time de atores, mas com pessoas ao menos acostumadas a interagir frente às câmeras. Tudo isso ajuda a transformar uma mera campanha de RPG em um espetáculo de entretenimento quase cinematográfico.

Matthew Mercer alfineta a sua alma a cada segundo que você olha pro celular durante uma sessão.

A experiência dos que conduzem uma stream de RPG de mesa

RPG é uma narrativa coletiva. E como já dito, tanto Matthew Mercer quanto seus jogadores são dubladores. Isso significa que eles têm muita experiência narrativa. Mercer sabe conduzir uma história com maestria, e cada jogador tem ciência do tamanho do seu papel ali dentro. Ainda mais considerando que os jogadores se conhecem e jogam juntos há anos, a sinergia entre aquelas pessoas é natural para qualquer pessoa que assista.

Além disso, no Brasil também temos excelentes streams de RPG de mesa, como as do Mestre Pedrok, do Cellbit e as da própria Jambô. Todas inspirações monumentais para a comunidade. Porém, também devemos considerar que Mestre Pedrok é um grandessíssimo ator, inclusive foi professor de teatro por anos. Cellbit é um dos maiores streamers e youtubers do país atualmente, e sua habilidade com o público já se tornou orgânica. Leonel Caldela, narrador da recente Fim dos Tempos no canal da Jambô, é um romancista veterano e consagrado. Todos eles possuem um histórico pesado que deixa claro por que têm tais habilidades narrativas.

A equipe por trás da stream

Em streams de RPG de mesa de tamanhas proporções, costuma existir uma equipe por trás dos jogadores. A iluminação, a troca das câmeras, a trilha sonora (muitas vezes original) surgindo e sumindo na hora certa, as artes exclusivas dos personagens, criaturas e cenários. Tudo isso feito por um time preparado para somar ao entretenimento.

Arte original para a campanha Fim dos Tempos
Arte original para a campanha Fim dos Tempos

Essa necessidade de entreter transforma o RPG por stream em uma campanha diferenciada, normalmente acelerada. Os jogadores não se desviam da trama com facilidade, acontecimentos importantes surgem mais frequentemente, o narrador não precisa de um tempo para trocar de música e raramente vai parar o jogo para conferir regra no manual. Porém, o oposto provavelmente vai acontecer em sua mesa de RPG pelo discord, e está tudo bem. É assim mesmo.

Preparar uma campanha toma um tempo absurdo do mestre, mas uma stream de RPG de mesa pede por uma produção e cuidado ainda maior e completamente não-obrigatórios para uma singela reunião de amigos.

É claro que tornar uma mesa comum em uma campanha mais ativa e com elementos cinematográficos sempre pode torná-la mais interessante. Eu mesmo gosto de usar diferentes playlists para ambientações. Chamo a atenção de jogadores quando estão prestes a se desviar para um assunto paralelo para não quebrar a imersão e tento fisgá-los com acontecimentos marcantes quando menos esperam para trazer a tensão de volta à mesa. Mas tudo isso são coisas que vêm com a prática de jogar e narrar ao longo do tempo, portanto você não precisa se cobrar ou cobrar de seu mestre e jogadores.

Então por favor, não seja um babaca, pois seu mestre não é Matthew Mercer e você e seus companheiros de mesa não são um time de dubladores profissionais auxiliados por uma equipe técnica.

Ser ou não ser RPG de mesa?

Enfim, existe uma galera que defende que streams de RPG de mesa deixam de ser RPG de mesa pelos motivos que falei aí em cima. Muitos ainda dizem que Critical Role e outras campanhas de larga escala são roteirizadas, ou que os jogadores já têm pelo menos uma ideia do que vai acontecer para poderem se preparar para os eventos. Não vou entrar no debate de roteirizado x não roteirizado, pois o que se tem sobre isso praticamente são burburinhos de twitter e conversas de reddit.

Porém, discordo completamente sobre a parte de não ser um RPG de mesa, pois sua essência ainda está ali. Um grupo de personagens sendo guiado pelo mestre através de uma narrativa onde os jogadores tomam suas decisões e assumem os riscos e responsabilidades. Se por acaso os jogadores são entertainers e existe uma equipe exclusiva para auxiliar na produção, isso apenas torna a stream em um RPG de mesa com algo a mais. E esse algo a mais é apenas uma perspectiva um pouco diferente da de juntar cinco pessoas e se divertir sozinhos por algumas horas. É a proposta de fazer dezenas, centenas ou até milhares de pessoas se divertirem também.

Bençãos da Deusa — Criando aventuras: Você (não) precisa estar sozinho

RPG em grupo

O trabalho de mestrar no geral é solitário; sentar no computador, abrir seus livros, pensar, ler, anotar, preparar. Algumas vezes as ideias fluem; outras, travamos no meio ou temos um final e não sabemos como chegar até lá ou não temos ideia nem de por onde começar. Aí, começa a bater o desespero com as ideias que não vêm, com o trabalho que não anda, com a mesa que está parada, apenas esperando pela gente para seguir.

Se tem algo que eu descobri é o quanto é incrível não criar sozinho.

Mestrando na Guilda, no final do ano passado, resolvi jogar um Dragão da Tormenta filhote nos personagens de nível 3. Era pra ser uma one shot (como todas as missões da Guilda) e ser resolvida ali, com os aventureiros salvando a vila que os contratou. Os dados, porém, não ajudaram: os jogadores não conseguiam rolar mais do que 7 ou 8, e meu dragãozinho estava prestes a dar um TPK quando um amigo que ouvia a sessão (as missões são abertas para qualquer membro ouvir desde que permaneça com o microfone mutado) me mandou uma mensagem inbox: “por que você não faz o dragão fugir e começa um plot de perseguição a ele?”. Achei a ideia maravilhosa, recém estava começando a mestrar na guilda e não tinha nenhum. O dragão fugiu, eles saíram da caverna abalados, pois agora tinha um Dragão da Tormenta solto por Arton e para por mais peso ainda na derrota, ao chegarem na vila, o dragão tinha gastado seus últimos PM soprando ácido sobre aquela gente, matando e ferindo boa parte da população. Tudo improvisado ali, na hora.

Alguns dias depois, este mesmo amigo perguntou se eu ia tratar especificamente sobre como cultista de nível tão baixo conseguiram “fazer” um dragão da Tormenta, pois ele tinha tido uma ideia. Dali, decidimos seguir o plot juntos, debatendo a história, as missões, as ameaças. Foi uma das experiências mais legais que eu tive jogando RPG. A troca de ideia enriqueceu a história de uma forma incrível. Quando um travava, o outro aparecia com uma ideia ótima que fazia tudo se encaixar. O plot acompanhou boa parte dos jogadores até o nível 15/17 (as missões na guilda pegam 3 níveis) e terminou de forma incrível e emocionante, fazendo a gente chorar, os jogadores chorarem, quem tava ouvindo a última missão chorar. Nada disso teria sido tão foda se não fosse o trabalho criativo compartilhado.

Dessa experiência, ficou um costume muito importante e que me acompanha até hoje: compartilhar o que eu estou planejando com alguém. Cada missão, cada aventura, cada monstro que eu crio, eu compartilho com um ou mais amigos que também jogam. Falo do que eu estou pensando, do que eu pretendo, quais minhas ideias e dificuldades, e assim o que antes ficaria trancado e talvez engavetado por muito tempo começa a tomar forma, ou mesmo uma aventura que eu já tinha planejado fica ainda melhor.

O trabalho de preparação do mestre não precisa ser solitário. Demorei um pouco para entender que precisar de ajuda não me faz menos mestre nem menos criativa, e todos ganham com isso. Nós ganhamos tempo e nos estressamos menos pensando em soluções que não vêm, os jogadores ganham uma aventura muito mais rica, os amigos com quem conversamos ganham novas ideias. Pode parecer estranho num primeiro momento, pois não estamos acostumados a isso, mas depois de experimentar este tipo de troca, não sei mais trabalhar de outra forma. Mesmo que eu já saiba o que fazer, peguei gosto por compartilhar minhas ideias com amigos e ver o que eles têm a dizer, a acrescentar, a questionar.

Como muito bem dito pelo amigo com quem dividi o plot citado acima, Thiago Trot: “RPG foi feito pra ser jogado em grupo. Os jogadores vão estar em grupo e vão ser 4-6 pessoas jogando juntas e pensando juntas ‘contra’ você. Pq você tem q jogar ‘sozinho’? Quanto mais mentes pensando no desafio, melhor ele fica e todos se divertem”. Claro, quando falamos “contra, é força de expressão: RPG é um jogo de construção coletiva. Mas esta construção coletiva pode começar muito antes do grupo se reunir, e envolver outras pessoas. É mais leve, mais divertido, mais eficiente.

Mesmo que pareça estranho num primeiro momento, tentem. Eu tive a sorte de conhecer um grupo de pessoas que faz dessa prática um exercício constante de colaboração, e só tenho a agradecer por isso, pois além de me ajudar quando preciso, me deixou mais confiante. E se vocês já têm este costume, contem nos comentários como funciona pra vocês.  Chega de quebrar a cabeça sozinhos.

RPG em grupo
Não seja um Shinji, aceite ajuda e mestre RPG “em grupo”

Quer continuar sua aventura? Aqui temos mais artigos sobre formas de jogar RPG em grupo

Comunidades de Tormenta no Discord
Diferentes maneiras de jogar RPG
Como começar a mestrar

RPGista é a mãe! — uma rápida reflexão sobre maternidade no RPG

dia das mães

Dia das Mães. Uma data aconchegante que sempre suscita reflexões sobre a passagem das gerações. Por isso, no post de hoje vamos deixar as dicas e análises costumeiras um pouco de lado. Aproveitando a proximidade do segundo domingo de maio, quero compartilhar um pouquinho com vocês minha jornada de filha para mãe como fã do nosso hobby favorito.

O início da jornada: A relação da minha mãe com RPG

Mamãe é uma pessoa que ama livros e criatividade. Então, quando meu irmão e eu aparecemos em casa com livros estranhos, uma revista esquisita (era um exemplar da Dragão Brasil) e uns dados meio exóticos, ao invés de condenar de imediato, ela quis dar uma olhada.

Depois de ler tudo e meditar uns dias a respeito, pediu pra jogar com a gente, a fim de saber como o jogo funcionava. E eu, ainda que muito toscamente, narrei uma história de Vampiro: A Máscara pra minha mãe e irmão. Essa primeira história gerou muitas conversas interessantes e papos metafísicos muito malucos, que guardo como uma das memórias mais legais da minha adolescência.

A experiência de jogar com sua família, aliás, é muito legal. Se tiver oportunidade, faça isso — especialmente hoje em dia que RPG é bem mais popular. Vai mudar totalmente a percepção deles e a sua do jogo. Recomendo!

A parte boa: agora a mãe sou eu!

Muita gente larga o RPG quando os filhos chegam. Mesmo que não seja uma escolha exatamente consciente, o roleplay com os amigos vai ficando de lado. Uma sessão é pulada, depois outra desmarcada e quando você dá por si, não rola um mísero dadinho há meses. Isso é natural, porque, pense comigo: se toda a vida mudou com a chegada do bebê, a relação com o tempo e com os hobbies também vai mudar. Só que mudar é diferente de abandonar.

Assim, eu digo e repito: não largue o que você gosta e te faz feliz. Insista, porque vai valer a pena. Muito!

O início é meio esquisito. Você se sente um pouco deslocada em uma mesa, já que a sua atenção nunca está 100% no jogo. Mesmo que alguém esteja cuidando da criança pra que a partida role mais tranquila, uma parte do seu pensamento SEMPRE está ligada no filhote. A nível subconsciente, a mãe nunca para de se preocupar.

Sim, caro amigo, mesmo você tendo 30 anos e morando fora do país, uma parte da sua mãe está constantemente ligada em você e se perguntando se você está bem. É quase como respirar, você não nota a maior parte do tempo, mas faz o tempo inteiro.

Mas isso não é impedimento para que a mãe se divirta. Quando se ganha o bilhete para esse clube tão comentado da maternidade, um novo mundo se abre — o que não quer dizer que o antigo se feche. Muitas mães recentes são excluídas pelos amigos e colegas de jogo, que assumem coisas como “para não incomodar”, “ela não vai querer”, entre outras.

Se você é mãe, não deixe ninguém tomar decisões por você. Jogue, mestre, escreva… a vida ainda é sua. E deixe bem claro para os seus colegas de jogo e amigos — em letras garrafais, se necessário — que você ainda é a mesma pessoa de antes do seu bebê nascer.

Se você é parte do grupo de jogo com uma recém-mãe, ou quer convidar alguém que tenha filhos para jogar com você, não assuma nada. Só pergunte. Se o horário, o momento forem inconvenientes ou se ela simplesmente não estiver a fim, vai deixar bem claro (esperamos).

Você é a mesma pessoa, só que agora é responsável por outra pessoa.

Mãe, seus gostos não mudaram automaticamente e nem você virou a sua mãe, ou sua avó, ou qualquer outra pessoa. Demais jogadores, sua amiga não foi metamorfoseada em um alienígena, é quem sempre foi… só tem uma novidade a mais!

Um bom grupo de amigos deveria saber dialogar e buscar acolher as mudanças para que todos continuem a se divertir juntos. Isso exige um pouco de paciência e adaptação, especialmente se a cria está presente — ou quando o jogo é online, que é a realidade vigente em tempos de pandemia — é quase certo que vai gerar interrupções, fazer algum barulho e tudo mais. Mas pense direitinho, toda sessão já passa por pausas (pra fazer a vaquinha do lanche, porque alguém conta uma piada, porque toca a campainha lá fora…). E no fim das contas, é um preço pequeno a se pagar pra voltar com a diversão toda, né?

Joguem mais. Joguem sempre.

E sempre busquem apoio de seus iguais. Tenho certeza que há muito mais mães RPGistas além de mim por aí, ávidas pra jogar!

Você é uma mãe RPGista? Conte um pouco da sua experiência para nós aí nos comentários. E feliz Dia das Mães!

Saiba mais também sobre nossa promoção para o Dia das Mães de 2021!

Bençãos da Deusa — Jogando Online: Guia para mestrar no Roll20, Parte 3

roll20

Conforme prometido, vamos para a parte 3 do nosso Guia para mestrar no Roll20! Hoje vamos falar desta linda barra vertical que fica no canto superior esquerdo da sua tela (em verde). Você pode ler a parte 1 aqui e a parte 2 aqui.

Seta

Esta seta abre duas opções: “Selecionar/Mover” (laranja) e “Mover visão” (verde). A maior parte do tempo você estará usando esta seta, e na opção “selecionar/mover”, pois é como você mexe objetos, tokens e outra coisas no mapa. A opção “Mover visão” é para mexer a tela em cima; raramente uso, pois acho mais fácil fazer isso clicando com o botão direito do mouse ao invés de ficar alternando as duas.

Camadas

Aqui que a magia começa. Existem 3 opções de camadas no Roll20 (em vermelho):

“Plano de Fundo” (verde): como diz o nome, é onde fica o fundo da tela, geralmente o mapa, grid ou imagem daquela cena. Para colocar um mapa, basta deixa a opção “Plano de Fundo” selecionada e arrastar de outra pasta para o Roll20. Ali, você faz os ajustes necessários de tamanho.

“Objetos e Tokens” (laranja): é a camada usada pelos jogadores, e você também vai usá-la a maior parte do tempo. É onde ficam os tokens dos jogadores, dos inimigos, NPCs, enfim, tudo que aparece para os jogadores está aqui. Esta é a única camada que eles podem enxergar.

“Camada do Mestre” (roxo): é onde o mestre deixa tudo que somente ele pode ver. Uma marcação, um inimigo escondido pronto para aparece, qualquer coisa que guie o mestre. Posteriormente mostrarei como passar algo da camada do mestre para a camada de Objetos e Tokens.

“Opacidade de sobreposição do MJ” (amarelo): é o quão nítidas ou opacas as coisas que estão na camada do mestre aparecem para você.

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Pincel

A ferramenta Pincel (vermelho) tem uma série de opções que não vou explicar uma a uma, uma vez que são autoexplicativas. Você pode desenhar no mapa, fazer formas geométricas, escrever e uma série de outras coisas. Infelizmente a opção “limpar desenhos” (verde, no final) apaga tudo que tiver sido desenhado no mapa.

Zoom

A Ferramenta zoom (vermelho), como o nome diz, aumenta ou diminui o zoom da tela. Usando a ferramenta pela barra vertical, você escolhe entre os valores fixos. Porém, há uma barra vertical à direita (preto) onde você controla, podendo obter porcentagens de zoom diferentes.

Régua

A ferramenta de Régua (vermelho) é muito usada principalmente durante combates. Serve para medir a distancia entre objetos, personagens, verificar se o ataque ‘pega”. As opções de encaixe (laranja) marcam a partir de que parte do quadrado a régua começa a medir: do centro, do canto ou sem encaixe (o que vale é onde você clicou). As opções de mostrar ou esconder (verde) no geral servem principalmente se o mestre quer medir algo sem que os jogadores vejam. A régua em si (roxo) mostra a distância em medidas e em quadrados. É possível mudar a unidade de medida, falarei disso depois.

Nuvem

A “nuvenzinha” (vermelho) serve para ocultar áreas para os jogadores não verem. No geral, é usado para exploração de lugares. Em “Ocultar áreas” (verde), você esconde as áreas que não quer que os jogadores vejam, assim como em “Revelar áreas” (azul) você mostra as áreas que quer para seus jogadores. Na segunda imagem (seta laranja) mostro como fica a visão da área ocultada (ao redor) e revelada (no centro) pela visão do mestre. Na terceira imagem (seta roxa) mostro a mesma cena, mas do ponto de vista dos jogadores ( token do Pikachu representa um jogador da mesa. Certamente será uma mesa eletrizante xD). Para Ocultar, bem como para Revelar uma área, basta clicar na opção e selecionar o espaço desejado.

roll20

Iniciativa

Este em vermelho é o botão da iniciativa. É a ordem de ações, geralmente em combates. Ao clicar nele, abrirá a caixinha verde. Ali é onde estarão o nome dos personagens e inimigos e suas iniciativas. Dependendo da ficha utilizada, os jogadores podem selecionar seu próprio token e fazer a rolagem pela ficha, e seus nomes e números vão automaticamente para a lista.

Clicando no botão com a engrenagem (rosa) você abre as configurações da Turn Order. A primeira opção é em qual ordem você quer que apareça: ordem decrescente ou crescente (numérica) e ordem A-Z ou Z-A (alfabética). No geral, usamos a ordem Decrescente (do maior número para o menor número).

A segunda opção (laranja) é para adicionar itens à Turn Order. Podem ser os inimigos ou algum jogador que rolou e esqueceu de clicar no seu token antes de rolar. Ali você escreve o nome e clica em “adicionar”. O valor você põe manualmente na própria Turn Order depois que o nome aparecer ali.

O último botão (amarelo) é onde você limpa a Turn Order para um novo combate, todos os nomes e valores são apagados

roll20

Dados

Ao clicar neste botão que tem um d20 (vermelho), você abre este rolador de dados. A primeira opção é a rolagem básica (em verde): você clica no dado que quer rolar e ele rola automaticamente. Na opção avançada (em azul) você pode escolher quantos dados, qual dado e pôr um modificador, tanto positivo quanto negativo. Em baixo ele mostra suas últimas rolagens (em laranja) e você pode clicar em “Re-Roll” para rolá-las novamente sem ter que digitar tudo de novo na parte avançada.

roll20

Por último, temos a interrogação; este é o ícone de ajuda do próprio Roll20, e desta forma não cabe explanar sobre aqui.

E aí? Conseguiram entender até agora? Com esta parte 3 vocês já pode começar a montar suas mesas no Roll20! Teremos ainda uma parte 4, onde falarei das configurações de mapas e tokens. Por fim, espero que estejam gostando e sigam acompanhando o Guia! Até lá!

Leia também a Parte 1, Parte 2 e os Extras!

Bençãos da Deusa — Jogando Online: Guia para mestrar no Roll20, Parte 2

roll20

Continuando com nosso Guia para mestrar no Roll20, vamos começar a organizar o jogo e entender as ferramentas disponíveis. Você pode ler a Parte 1 aqui e a Parte 3 aqui!

Quando você entra no jogo, essa é a tela que aparece, onde temos dois menus: um vertical à esquerda (em verde) e um horizontal à direita (vermelho).

Hoje eu eu falei do menu horizontal à direita (vermelho):

Roll20

Chat

Este primeiro ícone é o “Chat” e leva para o chat de texto e rolagem. É bem simples, pois é apenas isso.

Roll20

Biblioteca de Imagens

Este ícone é o “Biblioteca de imagens”; ele é geral. pois toda imagem que você subir para o Roll20 aparecerá em qualquer mesa sua neste botão. Clicando no botão ‘upload’, circulado em vermelho, você abrirá a caixinha ao lado, e basta clicar em ‘choose a file’ para subir as imagens que você quiser. Isso será muito importante, pois é onde estarão todas as imagens que você irá usar na mesa: tokens dos jogadores, dos inimigos, mapas, aliados, enfim, tudo estará armazenado aqui.

Roll20

Diário

Este ícone é o “Diário”: é onde ficarão as fichas do personagens, dos inimigos e cards que você quer mostrar para os jogadores durante o jogo. Clicando no botão “adicionar”, aparecerá o pequeno menu circulado em verde: em “personagens” você adiciona novas fichas de personagem em branco de acordo com o modelo que você escolheu quando criou a mesa (tanto para os jogadores quanto para você usar para os inimigos). Clicando em “panfletos” você adiciona um card onde pode colocar um título, uma imagem, um texto para mostrar aos jogadores e um texto que somente você pode ver. Porém, nenhuma delas é obrigatória, você utiliza o card como quiser. Clicando em “pasta” você adiciona novas pastas para organizar seu material: ‘Characters’ e ‘Handouts’ são duas pastas que já vêm por padrão no Roll20.

Jukebox e Coleção

Sobre o quarto e quinto ícones, respectivamente “Jukebox” (em laranja)  e “Coleção” (em azul) são mais avançados, por tanto não falarei aqui, uma vez que saber usá-los não interfere diretamente no jogo.

Minhas Configurações

O último ícone é “Minhas configurações” (roxo). Vou mostrar algumas que podem ser interessantes para você.

“Reentrar como jogador” (amarelo): Você entra na mesa tendo a visão que seus jogadores terão, sem acesso às ferramentas e camadas do mestre (da qual falarei na próxima parte). É importante para você ver como sua organização está do ponto de vista dos jogadores. Para voltar, no lugar deste botão estará “Reentrar como mestre”.

“Nome de Exibição”: é o nome que parecerá na tela. Lá em cima você pode ver que embaixo, à esquerda, tem um card com meu nome; é o nome que parecerá ali. Especialmente para os jogadores pode ser legal usar o nome dos personagens durante a mesa para facilitar a interação.

“Habilitar dados 3D” e “Rolar dados 3D automaticamente” (verde): marcando estas duas opções, aparecerão dados rolando na tela quando você fizer uma rolagem pelo Roll20.

“Tamanho do player de vídeo/avatar” (vermelho): mostra o tamanho daquele card com nome e foto que falei lá em cima. Dá para deixá-lo  maior, menor ou ‘apenas nomes” que tira a imagem de todos, opção que costuma ajudar a não deixar a tela poluída.

“Quero transmitir para os outros” e “Quero receber dos outros” (azul): o Roll20 tem sistema de voz e vídeo, que não aconselho usarem pois é bem ruim. Toda mesa criada por padrão vem com ambos ativados, então é necessário ir até os dois botões e selecionar em ambos a opção “Nada”.

 

Então, estas são as configurações básicas do menu superior direito horizontal. Espero que tenha ficado claro para vocês, e qualquer dúvida mandem nos comentáriosque eu tentarei responder. Você pode conferir a parte 2 aqui!  Até mais!

Leia também a Parte 1Parte 3 e os Extras!