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Aylarianna Purpúrea, Personagem de Karen Soarele

fim dos tempos

Hoje é quinta-feira, dia de Fim dos Tempos! Para os aventureiros que estavam pegando tesouros em uma masmorra sem sinal de internet e não ficaram sabendo, Fim dos Tempos é a primeira campanha canônica de Tormenta20, ou seja, é uma mesa de RPG que vai fazer parte da história oficial de Tormenta, assim como os livros e quadrinhos. Vocês podem assistir à mesa toda quinta-feira, às 20 horas, ao vivo e de graça, no Twitch da Jambô Editora, que é o melhor jeito, já que dá para interagir com o pessoal da mesa ao vivo. Assinantes do Twitch podem assistir depois a qualquer momento, e todos os episódios estão sendo publicados também no canal oficial do Youtube da Jambô.

A campanha é mestrada pela criatura mais perigosa de Arton, mais que a própria Tormenta, Leonel Caldela. Ou seja, provavelmente os jogadores vão ter que fazer mais de uma ficha cada um. E falando em ficha, para vocês irem entrando no clima, hoje começamos uma série de posts com cada uma delas aqui no blog, ou pelo menos, aquelas usadas pelas vítim… digo, jogadores. A primeira é a de Ayla, personagem de Karen Soarele, acompanhando também a arte oficial por Samuel Marcelino!

Aylarianna Purpúrea, a sílfide arcanista

Aylarianna Purpúrea — ou apenas Ayla, para os chegados — é uma fadinha pequena e delicada, que cansou de ser menosprezada por seu tamanho e decidiu transformar sua aparência inofensiva em seu maior trunfo. Com a habilidade de manipular ingredientes alquímicos e manipular os compradores na hora da negociação, tornou-se uma caixeira-viajante. Ela fabrica itens como ácidos, bálsamos e venenos, que são de verdade. Funcionam. Porém, também faz elixir de crescer cabelo, poção de sumir verruga, panacéia para todos os males… Esses não funcionam, mas dão um bom dinheiro.

Em algum momento, um cliente insatisfeito cometeu a audácia de levantar acusações sobre o comércio altamente legítimo e bem conceituado de Ayla. Sem opções, ela teve que se esconder. Assim, fugiu para as Colinas Centrais, onde procura por um herói grande, forte e ingênuo, que acredite em sua inocência e seja capaz de protegê-la. Ayla está sempre em busca de mordomia, de comer bem e de ser tratada como uma fada nobre, preciosa e mágica.

Ficha de Aylarianna Purpúrea

Fim dos Tempos: ficha de Aylarianna Purpúrea

Ficha com fonte alternativa

Veja também

Fim dos Tempos: Uma campanha de Leonel Caldela

Fanarts do primeiro episódio

Mais fanarts de Fim dos Tempos

Fichas de Fim dos Tempos

Arius Gorgonius Dubitatius

Rexthor 

Kiki

Ignis Crae

Flor de Sangue: O terror do nosso cotidiano

flor de sangue

As histórias de terror só podem acontecer fora do Brasil? Era esse tipo de pergunta que pairava nesta cabeça quando era adolescente. Todos aqueles que amam narrativas de terror sabem que uma grande parte delas não aconteciam em território nacional. Parece até  que essas histórias só podem acontecer nas ruas frias e com neblinas de Londres ou em cidadezinhas nos Estados Unidos. Fica longe do imaginário coletivo de que seriais killers podem viver entre nós: os brasileiros. O leitor já está habituado com esses cenários. Mas o que aconteceria se em uma cidade de São Paulo vivesse uma personagem psicopata e outra extremamente talentosa com a pintura? Apresento a vocês Flor de Sangue, romance de estreia de Waldir L. Santos.

Flor de Sangue: Uma história sobre pessoas

O livro traz para o leitor algo que eu realmente gosto: personagens bem trabalhados. Personagens, para essa pessoa que vos fala, são peças fundamentais dentro de qualquer narrativa. “Ah! Mas isso é o que todo mundo fala e diz mesmo”, sim, mas excelentes ideias de roteiros não se sustentam com personagens mal trabalhados, já personagens profundos podem salvar um roteiro. Percebem a diferença? De certa forma é a personagem que fisga o leitor e isso pode ser sentido em Flor de Sangue.

Primeiro, é necessário atentar-se ao fato que as personagens centrais do livro são apresentadas em dois desdobramentos de leitura: um yin yang; uma dicotomia.  Se por um lado se acompanha uma personagem ácida, egoísta e extremamente bela, que busca sempre o melhor para a sua própria vida, por outro lado acompanhamos alguém esforçado, talentoso e humilde (e não no sentido de submisso, mas sim de alguém que conhece suas próprias limitações e é modesto). Uma personagem é a escuridão e a outra a luz. As duas figuras se completam e deixam o leitor na penumbra. O leitor fica preso nessa nuance cinza, uma vez que é muito difícil aceitar que também pode existir escuridão dentro de você.

Se enxergando na escuridão

Durante a leitura, pode-se negar que faria muito do que a personagem feminina fez, contudo se você, enquanto leitor, trouxer as atitudes dela para fora das páginas, mesmo não realizando os mesmos atos na mesma intensidade, alguma coisa acabaria por fazer. “Como assim?! Eu jamais agiria como ela!”, pode pensar, mas convido a fazer um pequeno exercício de olhar para si mesmo. Sendo honesto consigo mesmo, poderá encontrar algum  momento em que agiu para conseguir ser beneficiado. Encontrará algo simples, como uma pequena mentira para faltar ao trabalho depois de uma bebedeira, ou alguma desculpa dada a um professor para fazer uma prova simplesmente por não ter estudado. Se vasculhar direito em sua memória, vai encontrar algo que te deixe envergonhado demais para assumir em voz alta e essa, meus caros, é a nossa escuridão interior; é nesse ponto que se aproximamos dessa personagem em Flor de Sangue.

Flor de Sangue: Uma história sobre uma cidade

A escolha de São Paulo como palco completa a relação entre essas duas personagens e revela muito de nós mesmos: leitores brasileiros. Nascemos e crescemos em um país no qual a maioria de nós precisa ralar, ralar muito mesmo, para conseguir alguma coisa. A maioria de nós não nasceu em berço de ouro e precisa ficar presos feito sardinhas em transportes públicos percorrendo longas distâncias para se chegar ao trabalho. E fora a jornada dupla de ter que estudar no período noturno com o sonho de conseguir pelo menos um espaço debaixo da sombra. Nesse sentido, a cidade de São Paulo nos mostra a sua face como toda metrópole: é preciso ser forte para sobreviver e às vezes sentimos muito medo de nosso próprio destino se perguntando se conseguiremos um amanhã melhor para as nossas ínfimas vidas.

O espectro do terror em Flor de Sangue está nesses dois pilares: as duas personagens dicotômicas e a cidade. O livro te leva para o mais perto de todo o tipo de violência que acontece todos os dias em grandes metrópoles: estupro, vícios, corrupção, a falta do básico… E esse é o nosso eterno pesadelo e terror nessa terra que parece perecer cada vez mais todos os dias.

Fim dos Tempos: As fanarts do primeiro episódio

fim dos tempos

A campanha canônica Fim dos Tempos, mestrada por Leonel Caldela e exibida ao vivo no Twitch da Jambô Editora e depois no canal do Youtube está indo de vento em popa. E como era de se esperar, a comunidade de Tormenta está dando um show com sua participação! Hoje nós separamos alguns fanarts incríveis baseados na mesa e compilados das redes sociais.

As fanarts de Fim dos Tempos

O Éder Gil (@EderHQ) retratou Aylarianna, a sílfide feiticeira espertinha interpreta por Karen Soarele em 360º nesse gif que você pode ver logo abaixo. De acordo com ele, ainda tem mais coisa por vir, e já estamos bem curiosos.

Amanda Dassié (@corvogro) desenhou esta página de quadrinho com interação de Aylarianna e Arius, o minotauro nobre de Guilherme Dei Svaldi. A Amanda já colocou até mais fanart de Fim dos Tempos no feed dela!

O Gabriel (@Aurash_III) retratou a mesma cena com Aylarianna e Arius. É bem legal ver que ele publicou uma foto do caderno de desenhos dele (que deve estar cheio neste “tintubro”).

E por fim, temos o Gustavo (@Gustavo_MF_) com o gladiador humano Rextor, personagem de Rex, e mais uma vez, Aylarianna, em estilo de pixel art!

Nós gostamos muito de ver as artes que vocês tem feito para Fim dos Tempos, então não se esqueçam de marcar o perfil da Jambô e a hashtag #Tormenta20 quando forem publicar nas redes.

Como assistir Fim dos Tempos

Fim dos Tempos, a mesa canônica de Tormenta20 mestrada por Leonel Caldela, vai ao ar toda quinta-feira, às 20 horas. Você pode acompanhar a aventura ao vivo e de graça pela Twitch da Jambô Editora, o melhor jeito de todos porque dá para interagir com o pessoal da mesa pelo chat. Os assinantes da Twitch podem assistir os vídeos a hora em que quiserem, mas se você não for assinante e perdeu a mesa ao vivo, não se preocupe: todos os episódios estão sendo disponibilizados no canal de Youtube da Jambô!

Nos vemos com mais novidades e um episódio novo na quinta-feira!

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Fim dos Tempos: Uma campanha de Leonel Caldela

fim dos tempos

Fim dos Tempos é a primeira campanha oficial de Tormenta20! É uma mesa mestrada por Leonel Caldela que leva as vítim… digo, jogadores às Colinas Centrais, uma região do reino de Zakharov esquecida até mesmo pelos deuses.

A princípio, a campanha pode ser acompanhada toda quinta-feira, às 20h, ao vivo e de graça no Twitch da Jambô Editora. Os espectadores podem interagir pelo chat, por isso, é a forma mais divertida de se aventurar com os nossos heróis!

Após serem transmitidas ao vivo, os episódios são publicadas no Youtube da Jambô Editora. A campanha será dividida em aventuras, e a primeira delas, Tragam-me a Cabeça de Bartram Zonnar, já pode ser visto do começo ao fim no canal!

A partir da semana que vem, vamos postar as fichas dos personagens de Fim dos Tempos e mais algumas surpresas aqui no blog da Jambô!

Fim dos Tempos, uma campanha canônica

Antes de tudo, o que significa a campanha ser “canônica”? Isso quer dizer que ela fará parte da narrativa oficial de Tormenta, assim como os livros e quadrinhos do universo. Assim, acompanhar Fim dos Tempos é como assistir  a criação de mais uma parte da história de Arton, assim como o surgimento de novos heróis e vilões!

Quem são os participantes do massacr… digo, de Fim dos Tempos?

Leonel Caldela, o Mestre

Tirem as crianças da sala, que o Leonel vai mestrar! Aclamado pela escatologia e sadismo nos romances de Tormenta e consagrado mestre do NerdCast RPG, Leonel Caldela apresenta sua nova campanha, com nome vagamente sugestivo… Fim dos Tempos! Será que rola TPK?

Schaeppi

Nosso querido narrador do CBLoL é um entusiasta de Tormenta, só que aqui ele não vai narrar: vai jogar! Seu dever como jogador é sobreviver a seja lá quais insanidades o mestre Leonel Caldela preparou. Seu personagem é Ignis Crae, um golem paladino criado com a missão sagrada de dar uma nova chance a Sternachten — depois do que aconteceu em A Flecha de Fogo, será que ainda há alguma esperança? Er… Será que a resposta a essa pergunta está no título da campanha?

Katiucha Barcelos

Conhecida pelo Cinema com Rapadura, NerdCast e por seu próprio canal sobre cinema e cultura pop, Kat tem agora uma missão mais difícil do que todas essas: sobreviver à mesa de RPG do mestre Leonel Caldela! Para isso, escolheu jogar com Kir’zanaath “Kiki” Odello, uma medusa barda. Após se libertar dos piratas que a venderiam como escrava, Kiki hoje está livre. Assim,  busca recuperar o tempo perdido e explorar o mundo de Arton.

Guilherme Dei Svaldi

Parece que o jogo virou, não é mesmo? Após matar um terço dos jogadores na última mesa em que mestrou, Guilherme Dei Svaldi agora participa de Fim dos Tempos como jogador! Editor-chefe da Jambô e um dos criadores de Tormenta20, Guilherme será Arius Gorgonius Dubitatius, um minotauro estudioso, filósofo e poeta… ou seja, a vergonha da família! Apesar de ter sofrido as sanções por seus interesses divergentes da sociedade táurica, Arius tomou para si a responsabilidade de trazer a capital Tiberius de volta a seu esplendor original.

Karen Soarele

Romancista de Tormenta20 e gerente de marketing da Jambô, Karen gostou dessa história de jogar RPG ao vivo! Para isso, jogará com Aylariana Purpúrea – ou Ayla, para os mais chegados – uma sílfide que vivia tranquilamente como caixeira viajante, vendendo seus xaropes mágicos… até alguém descobrir a ineficácia de suas poções!

Rex

Para concluir essa mesa de peso, teremos Rex, o nerd mais forte do mundo. Depois de perder sanidade no Nerdcast RPG, ele agora vem perder sanidade em Tormenta20! Além disso, não satisfeito em ser marombeiro só na vida real, ele também será um brutamontes no RPG. Seu personagem é um humano que passou por experimentos, pelo cativeiro e por uma arena subterrânea mortal, até receber a chance de encontrar sua própria saída do Abismo. Nasce Rexthor, o Campeão das Profundezas!

Como acompanhar Fim dos Tempos?

Toda quinta-feira, às 20h, no Twitch da Jambô Editora. Posteriormente, os episódios ficam disponíveis na própria Twitch (para assinantes) e no Youtube da Jambô Editora (para todo público).

Nos vemos na live! 😀

Veja também

Fanarts do primeiro episódio

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Fichas de Fim dos Tempos

Aylarianna Purpúrea

Arius Gorgonius Dubitatius

Rexthor 

Kiki

Ignis Crae

Baú Referencial: Super Robot Wars OG

O EXAGERO TOTAL PARA SUA CAMPANHA DE BRIGADA LIGEIRA ESTELAR!

Brigada Ligeira Estelar é um cenário de ficção científica com batalhas espaciais e robôs gigantes. Sendo assim, Referências são relevantes. A seção Baú Referencial nunca foi um espaço para adaptações de animes, realmente: ela sempre foi voltada à elementos de outras animações e sua adaptação ao cenário. Uma ambientação pode ser fruto de várias influências mas, apesar de tudo, precisa de identidade própria, caso contrário se tornará um Frankenstein temático.

Mas e quando a graça é jogar tudo no liquidificador e mandar ver?

Robôs gigantes! Ataques especiais com nomes gritados em combate! YAY!

Super Robot Wars Original Generation (SWROG, para encurtar): The Inspector não tem pé nem cabeça, mas é divertidíssimo e as batalhas são ótimas — cortesia de um especialista no assunto, Masami Obari.

A série é continuação do menos inspirado SWROG: Divine Wars e é baseada na linha homônima de videogames — e esta por sua vez é uma espécie de spin-off da série Super Robot Wars tradicional, famosa por reunir personagens de diferentes séries animadas para saírem no tapa entre si. Se você quer ver um Gundam peitando um Valkyrie de Macross, SWR é sua pedida.

SWROG faz basicamente a mesma coisa, mas com personagens da casa em um universo próprio, uma linha de tempo compreensível e algum desenvolvimento lógico de eventos.

De uma forma simples, o universo de SWROG pode ser definido em “e se pudéssemos transformar a mistureba dos jogos normais de SRW em um universo minimamente coerente? Por esse motivo, não se espantem com similaridades suspeitas. Quando os personagens não são derivativos, são arquétipos quase em estado bruto. Nenhum deles deveria ser confundido com um ser humano, mas isso é parte da graça.

Ah, já falei do exagero?

Tapem os olhos das crianças na sala: é MECHA PORN, gente!

VALE-TUDO DE VERDADE!

Ninguém assiste SWROG: The Inspector pelo roteiro. Aqui, todos os clichês estão no volume máximo: robôs com designs absurdos, discursos melodramáticos em cabines de piloto, ataques especiais dignos de um mangá de luta da Shonen Jump, vilões maniqueístas (no Episódio 02 um vilão diz: “Você quer evitar mortes desnecessárias de civis, eu sei mas o problema é que ADORO mortes desnecessárias de civis… BWAHAHAHA!!!”), reviravoltas que exigem suspensão de descrença…

Infelizmente, essa série também pode ser bem caótica para quem chega — e conta pontos para isso a sua quantidade imensa de personagens e robôs. Se eu fosse escolher um episódio à parte, seriam o 7 e o 10: mostram os protagonistas da história em uma missão para retomar um reino tomado por terroristas.

Para o jogador de BRIGADA LIGEIRA ESTELAR RPG, aqui tem de tudo: princesas valentes com poderes psíquicos, discursos (prestem atenção na Princesa Shine — ela é um exemplo perfeito de nobre leal entre os protagonistas), vilões maquiavélicos… o mestre pode pensar em uma campanha no teor de Gundam mas, provavelmente, seus jogadores vão deixá-la parecida é com isso!

Mas e se falarmos em abrirmos a porteira de BRIGADA LIGEIRA ESTELAR para o nível de ação, octanagem e absurdo de um SRWOG: The Inspector?

”Em Brigada Ligeira Estelar O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ??????!!!!!”

ADAPTANDO PARA BRIGADA LIGEIRA ESTELAR

Por incrível que pareça, isso é perfeito para Brigada Ligeira Estelar Alpha. O sistema foi feito justamente para esse grau de exagero, fazendo de personagens com menos níveis de poder um tanto limitados dentro de seu espectro de características.

Nesses termos, essa série é um exemplo perfeito do tom “Uh-Huuuuu!!!” de campanha (rebatizado de Épico na atual versão)! Se você por algum motivo não quiser fazer a migração de sistema quando o novo livro vier, monte personagens com doze pontos, deixe os robôs ainda mais poderosos, libere os tepeques e siga em frente!

“Ah, mas eu vou precisar de ameaças à altura para os personagens”… Ora, vocês tem os Proscritos e a Tiamat só para começar! E vocês lembram, sem spoilers, do chefe final em Belonave Supernova? Pensem nisso!

No entanto, em BRIGADA LIGEIRA ESTELAR RPG a coisa vai mudar. O sistema foi pensado para retratar de forma eficiente o gênero como o vemos nas telas — e aumentar o nível das pontuações dos robôs é apenas o começo. Vamos a uma série de sugestões para subir o tom de sua campanha, não importando a versão!

”Minha espada é maior do que a sua!”

OVER THE TOP!!!

Mais Duro, Melhor, Mais Rápido, Mais Forte: aumentar o valor das características dos robôs é o primeiro e mais óbvio passo. Isso não faz deles apenas mais poderosos em si — aumenta também o espaço de customização para seus tepeques. Com isso, você pode fazer combinações mais poderosas e com mais implementos — deixe os combos à solta em nome desse espírito! apenas lembre-se de colocar o mesmo nível de poder nas mãos dos oponentes. E falando nisso…

Personalização é Tudo: o mestre não deveria se incomodar em soltar os jogadores… porque a regra do cool é soberana! Uma solução para ajustar tais níveis de poder ao cenário seria fazer seus protagonistas membros de uma unidade de elite muito especial. Racionalizações justificariam sua existência facilmente: “estamos testando novas tecnologias com os Andro-Ginóides” ou “Depois de estudar a tecnologia proscrita, vamos reproduzi-la com nossos recursos”. 

Ameaças são Enormes: obviamente, para existirem unidades como essas, os protagonistas precisam enfrentar encrencas acima das possibilidades normais. Uma cidade fortaleza flutuante se transforma em robô gigante, causando devastação em seu mundo? Leviatãs começaram a formar cardumes no espaço e atacar planetas? Exércitos Defendróides estão construindo uma Esfera de Dyson ao redor de uma estrela, começando a resfriar os mundos ao redor?

”Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.”

SEM MEDO DO ABSURDO

Pseudo-Ciência: vamos ser diretos — SWROG é um vale-tudo. O “Real Robot” nunca teve uma linha tão delimitada assim em relação ao “Super Robot”, mas aqui eles forçam a amizade… e em alguns momentos específicos eles patinam perigosamente perto do místico. Para encaixar isso no Sabre sem transformar tudo em baderna, o jeito é apelar para a pseudo-ciência das histórias em quadrinhos de super-heróis.

Use termos sem sentido quando analisados friamente (“quântico” é uma palavrinha mágica nessas horas, acreditem), mas convincentes em um primeiro momento por passarem uma falsa impressão científica. Configuradores são personagens coadjuvantes perfeitos para se manter por perto, podem acreditar.

Robôs Gigantes do Zodíaco: pense Shōnen de luta. Isso mesmo. Os protagonistas não precisam de energias misteriosas como o ki, o chakra, o cosmo ou o que for para manifestarem técnicas absurdas — mas o tratamento da tecnologia chega quase lá. É bom lembrar que a série é baseada em um videogame aonde robôs se estapeiam. É interessante notar que os protagonistas também agem, muitas vezes, como se este fosse um “mangazinho de porrada…”

”MORRA, SEIYA!!!!”

UM TOQUE PARA OS JOGADORES DE BRIGADA LIGEIRA ESTELAR

Entre no espírito da coisa — é pegar ou largar, sem meio-termo.

SWROG: The Inspector não é nem de longe uma obra-prima do gênero e nem pretende ser. Ela é só um mero produto de divulgação, voltado para agradar seus fãs e trazer novos consumidores para seu produto no processo. Em suma, ele é desconcertantemente honesto — mais do que vários animes que pregam contra a guerra mas vivem de sua glamourização. Sim, vocês sabem para quem estou apontando esse dedo.

Então eu só posso recomendar a aceitação dessa honestidade caso vocês queiram encampar essa abordagem: não pensem em backgrounds imensos e repletos de coadjuvantes, mantenham o senso de perspectiva e aceitem a canastrice generalizada! O clichê é seu amigo! Em suma, divirtam-se.

Mas não é este o motivo pelo qual estamos aqui?

Até a próxima.

Twitter de Brigada Ligeira Estelar: https://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar: https://brigadaligeiraestelar.com/

Instagram de Brigada Ligeira Estelar: https://www.instagram.com/brigadaligeiraestelar

Bençãos da Deusa — Como começar a mestrar RPG

Como começar a mestrar RPG?

Então você quer mestrar RPG?

Independentemente de ser um jogador veterano que resolveu se aventurar do outro lado do escudo ou de um novato que já começará no meio do RPG cumprindo o papel de mestre, não há o que temer: mestrar é muito mais simples do que parece – além de ser muito divertido!

Nesse artigo, vou dar algumas dicas para quem quer aprender a mestrar sem complicações.

Um bicho de sete cabeças

Você pode ter visto algumas pessoas falando que mestrar é um ato sublime que exige todo o seu ser para divertir os jogadores, e que é tarefa para poucos escolhidos, mas eu te digo: isso é balela.

Mestrar é fazer parte do jogo e se divertir junto com todos, mas de uma maneira diferente. Não é preciso nenhuma habilidade especial pra mestrar RPG.

Ok, vou nessa! O que eu preciso para mestrar RPG?

Vamos partir da ideia de que você já tem um grupo de RPG (não tem? existem vários grupos nas redes sociais ávidos por um mestre).

Primeiro vocês vão escolher o que vão jogar. Conversem e decidam qual vai ser o sistema e cenário utilizados. Não sabe a diferença entre sistema e cenário? Eu explico isso no post Como começar a jogar RPG.

Enfim, a ideia é que seja algo que todos curtam, incluindo você. Você não está lá para servir ao grupo, e sim para se divertir junto com eles, então precisa ser algo do seu interesse também.

Montando a aventura de RPG

Com tudo escolhido, é hora de montar uma aventura. Se você tem uma ideia de história, é hora de colocar no papel – ou na tela – essa história.

Ela precisa ter uma certa estrutura, ou seja, você terá que pensar em como os jogadores vão chegar em cada parte da história de forma que faça sentido. Pode parecer difícil num primeiro momento, mas é uma questão de prática.

Uma ideia muito boa para mestres iniciantes – e eu uso muito até hoje – é usar aventuras prontas.

Em geral, a maioria dos sistemas e cenários têm suplementos ou aventuras introdutórias prontas. Como o nome já diz, elas vêm prontinhas para serem narradas, com a história já escrita, os inimigos e desafios já determinados e um objetivo final já definido.

São muito práticas, especialmente quando se está começando, pois assim é possível prestar atenção em outras coisas durante a sessão de jogo. Não tenha medo de usar e abusar de aventuras prontas.

O sistema do jogo

Claro que você precisa conhecer alguma coisa do sistema que vai mestrar, mas não precisa decorar tudo.

O mestre não tem obrigação de saber todo o livro de regras. Entenda o funcionamento básico do jogo e o resto você e o grupo vão aprendendo juntos enquanto jogam.

Ninguém vai morrer se pararem para conferir uma regra no meio da sessão ou descobrir no encontro seguinte que estavam usando uma regra errada.

Mudanças acontecem… O tempo todo!

Você pode tentar prever todos os caminhos que os jogadores podem tomar, a aventura pronta provavelmente vai trazer várias opções de acordo com o que o grupo resolver seguir, mas a grande graça do RPG é isso: é impossível prever todas as possibilidades, porque num jogo de RPG elas são infinitas.

O limite é a criatividade.

Em algum momento, os jogadores vão fazer algo que você não previu. Ou vão tomar um caminho inesperado, ou vão tentar uma ideia que você nem imaginou ser possível. Não tenha medo de deixá-los fazer o que você não pensou.

E também não tenha medo de dizer “pessoal, eu não pensei no que fazer nessa situação, então vamos fazer um intervalo/encerrar por hoje pra eu me organizar”. Você não precisa ter resposta pra tudo.

Mas eu vi numa live….

Para encerrar, esse é um ponto muito importante: não se compare com outras pessoas. Cada um tem seu jeito, seu estilo, suas experiências.

Lives de RPG são um caso ainda mais à parte: ali também tem o show para quem está assistindo. Não é errado, mas é diferente de jogar com seus amigos. Você pode se inspirar em alguma coisa que você viu e gostou, mas não tente imitar.

Descubra a forma de mestrar que funciona com você.

As sete cabeças do monstro… Pera, cadê o monstro?

Esse monstro na verdade é um gatinho muito fofinho e divertido, que até pode dar uns sustos às vezes, mas não é ameaçador.

Ficar nervoso é normal, a gente quer que tudo saia o melhor possível e todos se divirtam, então não se preocupe. Um amigo meu que joga RPG há muitos e muitos anos me disse uma vez que o dia que ele perder esse frio na barriga antes de mestrar ele para de jogar, pois é porque perdeu a graça.

Claro que você pode ir atrás de dicas, textos e vídeos para melhorar ou fazer coisas diferentes, mas isso não é o fundamental nesse primeiro momento. Mestre, veja o que funciona e o que não funciona. Esse é o essencial para começar. No final das contas, são você e seus amigos se divertindo e contando uma história juntos.

O que são fanfics e como elas estão ganhando o mercado editorial

Quando os fãs resolvem usar da imaginação para construir novas histórias em seus universos favoritos, nascem as fanfics. Conheça um pouco sobre essas obras criadas por fãs e fique sabendo como algumas dessas obras ganharam o mundo.

O que são as fanfics?

Fanfic é a abreviação de fan fiction, uma expressão em inglês que se traduz para “ficção de fã”. Ou seja, é quando um admirador se inspira em uma trama consolidada no mercado para criar uma história própria, decidindo novos destinos e situações para personagens criados por outra pessoa.

Um enredo seu com personagens da cultura pop? Parece uma ótima ideia e realmente é!

Muitas pessoas se enganam ao acreditar que as fanfics nascem e morrem como histórias de “gaveta”, pois existem vários exemplos conhecidos de best-sellers que surgiram a partir de uma história de fã.

Para citar alguns exemplos

Posso começar citando 50 Tons de cinza, romance hot que lotou tanto as filas dos cinemas quanto as livrarias. E.L James nunca escondeu a origem de seu renomado livro: Crepúsculo. Sim, 50 tons de Cinza é uma fanfic adaptada do best-seller.

Bella e Edward foram transformados em Anastasia Steele e Christian Grey, o livro perdeu o universo vampiresco para ganhar tons mais sensuais e o vampiro se tornou um playboy rico com desejos incomuns.

 

Os protagonistas das adaptações cinematográficas de 50 tons de Cinza e Crepúsculo. A imagem foi montada pelo site Antena 3.

 

Outra história que atravessa os séculos e é oriunda de outra história é Romeu e Julieta. Um dos dramas trágicos mais famosos do mundo é uma fanfic do poema de Arthur Brook.

Assim, percebemos que as fanfics abrem diversas possibilidades e vem ganhando público rapidamente. Muitas histórias chegam a milhares, algumas vezes milhões, de leituras na internet, agradando os fãs e perpetuando grandes obras.

No Brasil, não é raro uma fanfic ser adaptada e ganhar contornos próprios. Aqui, eu cito Astral, de Marcela Alban, que nasceu com Naruto, Sakura e companhia como personagens principais de uma história baseada no universo de Masashi Kishimoto. A fanfic, entretanto, transformou-se em uma história sobre Milena, a louca dos signos, em seus julgamentos e desventuras.

 

Romeu e Julieta interpretados por Claire Danes e Leonardo DiCaprio no filme Romeo + Juliet, de 1996.

A evolução das fanfics

Definir quando as fanfics começaram é quase impossível. De Romeu e Julieta a Star Trek, de Crepúsculo a Star Wars, os fãs há anos investem seu tempo em histórias baseadas em seus livros e filmes favoritos.

Esse tipo de literatura popularizou-se na década de 60 no resto do mundo. E no Brasil, vem ganhando uma quantidade de fãs cada vez maior nas redes sociais e sites especializados.

A popularização da internet é um evento crucial para o crescimento dessa categoria. Blogs dedicados a escrita e redes sociais voltadas aos escritores tornaram o escrever e disponibilizar histórias mais democrático e acessível, abrindo espaço nesse meio. Claro, como tudo na vida, esse crescimento trouxe vantagens e desvantagens ao ramo da escrita.

 

Star Wars e Star Trek, duas franquias que geram muitas fanfics. A imagem foi montada pelo site Screen Rant.

 

Enquanto a possibilidade de escrever sobre personagens favoritos cobriu a internet, trazendo textos mal-acabados, publicações sem qualquer tipo de revisão e um mundaréu de obras escritas sem o mínimo de cuidado, fomos também agraciados com histórias bem acabadas, tramas envolventes e autores dedicados e determinados a entregar o seu melhor para o público.

Se ainda existe certo preconceito por leitores que não gostam de fanfics por apostarem na falta de originalidade, esse preconceito vem diminuindo conforme os autores se dedicam mais e mais para entregar uma história coerente. Os leitores de fanfics procuram algo
inédito e criativo, que mantenha a coerência com o universo inspirado.

Existem fanfics focadas em responder pontas soltas nas histórias, aplicando teorias discutidas no meio aos fãs e muitas vezes tão interessante quanto o plot da obra.

A fanfic de Naruto que virou uma comédia sobre signos

Antes de lançar Astral pelo selo Odisséias da Jambô, Marcela Alban atingiu a incrível marca de 60 fanfics escritas.

A experiência da autora com a escrita é traduzida na qualidade da obra. E é por isso que, apesar de ser seu primeiro livro lançado, Astral é maduro, bem construído e tem uma narrativa coerente. O livro foge dos erros comuns de autores iniciantes e da habitual pressa que o escritor tem de lançar seus “filhos” para o mundo.

Marcela é prova de que um autor consegue adquirir experiência criando textos baseados em um universo existente, além de conseguir amadurecer uma ideia e, de maneira eficiente, entregar um livro de qualidade.

 

Marcela Alban e seu livro, Astral.

 

Como dito anteriormente, Astral é oriundo de uma fanfic de Naruto. Marcela aproveitou os personagens e descreveu os signos conforme a data de aniversário real deles. Naruto, por exemplo, é libriano e a personagem que o substituiu em Astral também é.

Ao decidir lançar Astral, a autora transformou a história sobre um de seus personagens preferidos em um livro engraçado sobre Milena, uma louca por signos que julga as pessoas de acordo com seu Mapa Astral. A sagacidade do livro e sua originalidade são traços marcantes.

Marcela consegue prender o leitor modelando os personagens conforme a trama avança, deixando trilhas e cenas hilárias que fazem o leitor querer ler a próxima página e descobrir como Leonel, um leonino irritante e sedutor, vai conseguir reverter a opinião dos astros!

Com personagens carismáticos e uma escrita leve e cadenciada, Astral não parecia despercebido pelos editores do selo Odisseias, mesmo sendo uma história vinda de uma fanfic. Astral foi lançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2019.

Tudo isso começou com uma história que tinha como intenção apenas a satisfação própria, e acabou como um lançamento em um dos maiores eventos de livros no Brasil.

E você, terminou de ler pela quinta vez seu livro favorito? Sente falta das tiradas engraçadas de um personagem querido? Gostaria de conhecer outros pontos de vista daquele mundo tão bem criado por um escritor renomado? Dê uma chance às fanfics, descubra um mundo novo e divertido e aproveite para conhecer um pouco mais sobre autores com potencial e criatividade.

Brigada Ligeira Estelar e as línguas na Constelação do Sabre pt.1

Brigada Ligeira Estelar é ambientado não em um — mas em vários mundos (todos partes da Constelação do Sabre) e ele não é diferente da maioria dos cenários de RPG quando o assunto são línguas. Em suma, a interpretação sobre o tema se dobra de acordo com a conveniência e, por causa disso, todos tendem a falar a mesma língua.

Nosso convidado de hoje, o João Lucas Fraga, é tradutor profissional e tem um grande interesse (além de amplos conhecimentos) em linguística. Sendo assim, ele nos dará o prazer de interpretar a questão das línguas no cenário.

É conveniente mostrar personagens saltando entre mundos… sem se preocupar com línguas. Em Jornada nas Estrelas, inventaram tradutores universais. Em Guerra nas Estrelas, se trata da questão por alto: sempre há alguém fluente em uma língua alienígena quando é preciso, mas na prática todos falam inglês.

A princípio, é fácil imaginar a colonização da Constelação do Sabre sob um idioma comum — o Constelar — mas, se fosse dessa forma, todos teriam sido povoados por uma cultura comum. E uma olhada rápida nas relações e diferenças entre os planetas nos mostra que não é bem assim.

O Constelar é apenas uma língua franca de raiz neolatina, usada por conveniência para permitir a comunicação entre gente de culturas, planetas e, obviamente, idiomas diferentes.

A Constelação do Sabre foi colonizada por terráqueos, mas a Terra nunca foi um planeta de língua única.

Como a maioria dos colonizadores de cada planeta pertencia a uma determinada cultura há milênios atrás, o idioma desses povos acabou sendo o usado em um primeiro momento. Sendo assim, esse artigo mostrará quais idiomas formaram as línguas originais dos mundos e como eles falam o Constelar, mesmo depois de tanto tempo sob o mesmo império.

Línguas na Constelação do Sabre

Os mundos do Cabo

Altona: formado por uma miscelânea de idiomas. Em uma vista inicial, remete aos antigos Países Baixos da Terra, mas uma olhada atenta nos revela uma mistura mais ampla. Para complicar, tudo indica a herança de dialetos mais rústicos e informais (estigmatizados em algum momento como caipiras). Talvez por conta da provável civilização alienígena antiga, há muitos neologismos locais de tradução dificílima — normalmente ligados a esses elementos estranhos. Sendo assim, o Constelar aqui mantém esses traços, recheado de termos dessas línguas originais.

Albach: em um momento inicial, formado por línguas de raiz germânica mas pouco identificáveis a esta altura. Pessoas mais velhas e tradicionalistas utilizam um vocabulário exclusivo. Os mais jovens, porém, usam termos de outros idiomas e neologismos — algo da qual os velhos se ressentem. O Constelar segue o mesmo padrão, com os mais velhos sendo mais formais e rebuscados e se orgulhando de falar “corretamente”. Os mais jovens utilizam o idioma de forma fluida e dinâmica.

Annelise: de raiz alsaciana na época da colonização. Normalmente, pessoas de Annelise falarão baixo e em tom sereno (levantar demais o tom de voz, em certas circunstâncias, é visto por lá como uma falta de educação imensa), utilizando termos relativamente rebuscados. Os nativos de Annelise costumam iniciar conversas de forma extremamente doce, seja como for que isso se manifeste, e sua regionalização do Constelar incorporou os mesmos traços.

Formalidades e informalidades

Forte Martim: formado por línguas ibéricas como o português e o galego. Existem dois graus de formalidade em Forte Martim: o “informal”, entre iguais e para com aqueles socialmente inferiores — e o “formal” para com aqueles socialmente superiores. O informal varia entre amigável e diretamente desagradável. O formal é subserviente, com pronomes de tratamento aos montes e repleto de termos originalmente criados para o apaziguamento dos senhores de terra. Se o Constelar das oligarquias é o “padrão”, macaqueado das elites de Albuquerque, o dos mais pobres é rústico e carregado de sotaque.

Trianon: de clara raiz francesa e com dois graus de “formalidade” parecidos com os de Forte Martim… mas com uma diferença: há um terceiro registro, usado por rebeldes para falar de (e com) nobres. É o registro mais completamente rude de todos os idiomas. O mesmo se aplica ao Constelar local, com o registro rude sendo substituído por séries criativas de palavrões.

Gessler: um caso único na formação das línguas locais. Sua raiz linguística deriva do occitano, similar ao francês. É “O” idioma para negócios, com frases curtas e diretas ao ponto, pouco uso de adjetivos e conversas rápidas. O Constelar Gessleriano acabou absorvendo esses mesmos traços: seu falar tem um tom quase jornalístico.

Padrões e variantes

Albuquerque: traz o Constelar em sua forma mais padronizada. A língua recebe influência de todos os idiomas locais, fazendo-a mudar de forma com extrema velocidade neste mundo — novos termos surgem e somem em questão de meses.

Viskey: é um derivado radical do antigo japonês, com variantes distintas entre si. Há um sem-número de registros de formalidade diferentes, utilizados com extremo rigor. Assim, vertentes mais “bonitinhas” da língua envolvem falar de si na terceira pessoa (seguida do arcaico mas popular sufixo japonês “chan”) e outras coisas dessa natureza, enquanto tipos mais másculos falam de forma mais dramática e viril… e registros formais são muito formais. O Constelar local acabou sendo marcado por esse espírito, com a variante “fofinha” da língua se parecendo muito com a de Annelise.

Tarso: o mais radicalmente próximo à raiz latina do Constelar, com muitos ecos do italiano e uma tendência “expansiva”, especialmente quando alguém deseja reforçar um argumento. Logo, seu constelar se forjou de forma similar e com um tom mais severo, sempre com termos e expressões carregados das ideias de poder, força, trabalho e tradição — e sempre com um toque leve de ameaça se o interlocutor estiver em posição de poder na interação.

Bismarck: sua formação linguística expôs, acima de qualquer outro mundo da Constelação, sua raiz germânica — expansiva e manifestada em frases curtas, claras e diretas. Sendo assim, um nativo de Bismarck falará de modo a não dar margem a perguntas. O Constelar de Bismarck é recheado de termos regionais e eles parecem se orgulhar em manter o sotaque.

Infelizmente nosso artigo sobre as Línguas na Constelação do Sabre ficou muito grande e, por isso, precisará ser dividido em duas partes. Até a próxima!

(Arte do topo por Eudetenis).

Quando o suporte do grupo decide atacar primeiro e perguntar depois

Quando o suporte do grupo decide atacar primeiro e perguntar depois

O ano era 2019. Em minhas mãos estava um dos playtests de Tormenta 20. Havia uma nova raça, com nome estranho, que demorei para me familiarizar. Escolhi jogar com uma dahllan.

Antes de mais nada, as meio-dríades, ou dahllan, foram incluídas no T20 após a busca por uma nova raça que tivesse um representante icônico no cenário, no caso Lisandra de Holy Avenger, e alta sabedoria. Se quiser saber melhor dessa história, corre lá na DB 144 e se delicie no “Dicas do Mestre”.

Contudo, não estou aqui para dar a ficha técnica dessa raça. Vim para contar um causo e, quem sabe, ganhar mais fieis à iniciativa dahllan…

Voltando a 2019 e minha ficha (que, se fosse um espelho quando a finalizei, estaria refletindo um sorriso maníaco), eu estava ansiosa demais para testar o novo sistema. Não me recordo de todas as raças na mesa, mas lembro-me de ter um humano paladino, um ladino, um mago e a druida aqui.

Jogo vai, jogo vem…

Eu, dentro da personagem com bastante sabedoria, pouca inteligência e tamanho, fazia bem o papel suporte de irritante que no fim tentava deixar uma mensagem motivacional. Bem no estilo coach.

Sempre joguei como suporte, nunca vi problema nisso. As magias de cura e recuperação sempre foram minhas favoritas, entretanto nessa campanha eu estava inspirada a fazer diferente. Foi assim que, mesmo tendo uma classe sem perfil de ataque, acabei chegando perto de um grande e desastroso feito: quase matei sozinha um NPC muito poderoso.

E o ladino? O paladino? E o mago? Pfffff… Os dados não estavam do lado deles naquele dia.

Até aquele momento, minha personagem se limitava a curar e segurar os inimigos com a magia Controlar Plantas. Mal sabiam meus honoráveis companheiros de mesa que tudo estava sendo construído para apenas uma oportunidade. E ela chegou.

Lembrete importante: nunca menospreze seu suporte.

Eis que o grupo alcançou a floresta onde precisavam encontrar uma druída suprema magnânima, mas antes tínhamos que passar por esse guerreiro extremamente poderoso. E ele chegou montado em um alce feito de plantas.

Repito: um alce feito de PLANTAS.

Além disso, todos os seus soldados eram vegetais ambulantes.

Os olhos da Dahllan irritante aqui até brilharam demoniacamente. Era o meu momento de brilhar, e Nimb dançava animado sobre os meus dados naquele dia. Inocente, o mestre não esperava pelo que estava por vir. Da mesma forma, meus companheiros de grupo também não.

Palada quase morreu. Curei? Não. Ele que lutasse com sua auto-cura. O mago, coitado, tirava danos tão irrisórios que quase rasgou a ficha ao meio e foi jogar LoL. O ladino, então? A única utilidade até ali foi tirar uma com a cara do mago, porque nem perto da batalha ele podia chegar com seu ridículo saldo de PV.

Enquanto meus companheiros choravam por socorro, eu me enfiei no meio da batalha, usei Controlar Plantas e fui trazendo os inimigos para o meu lado. Passei em todos os testes. Cheguei a roubar um alce. Transformei em montaria para mim mesma.

Crítico atrás de crítico.

Meus companheiros agonizantes fazendo silêncio tumular.

A risada maligna de uma dahllan maluca montada num alce de alface.

Fui com tudo para o combate.

O mestre tentou avisar que o NPC era importante. Ainda assim, dei ouvidos? Claro que não.

Foi épico.

Espadas de samambaia cortando o ar. Escudos de sabugueiro sendo estraçalhados pelos golpes vorpais do meu pedaço de galho torto que chamava de arma. Alces pisoteando ao léu porque eu não tinha ações suficientes para fazer alguma coisa com eles. Nem PVs suficientes.

Minha dahllan, o símbolo da idiotice, ergueu o pedaço de galho acima da cabeça, bradou um urro megalomaníaco e voltou a descê-lo, acertando em cheio o inimigo. Assim, seiva escorreu pela boca do guerreiro da floresta ao cair de sua montaria.

Olhei-o de cima. Sorri. Meu galho estava pronto para dar o golpe de misericórdia.

Hasta la vista, baby.

Então o mestre usou seu poder de mestre e sugou a vítima para debaixo da terra antes que eu acabasse com a raça dele.

Logo depois disso fomos saber que o cara era marido da elfa druida super mega power poderosa que a gente tinha que encontrar. Até gelei. Imagina se mato o marido da mulher? Contra ela nem o maior combeiro com quatro braços e exoesqueleto reforçado teria chances.

Por fim, a gente tinha que entregar uma coruja para ela e levei um esporro por quase matar o NPC sem antes dialogar.

O que levei disso? Em primeiro lugar, uma equipe com habilidades que se complementam, com trabalho em equipe impecável e diálogo maduro, consegue jogar com harmonia e todos acabam se divertindo. E, além disso, talvez se eu tivesse feito meu trabalho de suporte e dado a oportunidade para os amigos do ataque…

Nah! Eu faria tudo de novo. Nunca me diverti tanto com minha raça de jogo!

Sessão Zero: Como incluir os jogadores na criação da campanha de RPG

Sessão Zero: Como incluir os jogadores na criação da campanha de RPG

É o dia do jogo. Você passou horas pensando e preparando a aventura, criou um mundo fantástico que mal pode esperar para mostrar aos jogadores, tem PNJs que tem certeza que todos vão amar e odiar e, o mais importante: está empolgado para narrar.

Um pouco depois que o jogo começa, entretanto, as coisas não vão bem como você esperava.

Os jogadores parecem desinteressados. Alguns mexem no celular, outros conversam sobre outros assuntos durante o jogo e, no geral, não dão muita atenção para a narrativa. Você tinha certeza que todos iriam amar o seu material, mas agora parecem entediados.

O que fazer para manter a atenção dos jogadores? Se você já narrou algumas vezes, talvez tenha passado por uma situação similar.

Há muitos fatores que podem levar a isso, porém se essa dispersão se tornar um problema, é sinal de que talvez você precise realizar uma sessão zero.

A sessão zero do RPG

A sessão zero é o encontro em que o narrador apresenta a proposta da campanha ou aventura e os jogadores criam os personagens.

Essa é uma ótima oportunidade para descobrir no que os jogadores estão interessados. Por isso, discuta o que cada um espera do jogo, que tipo de jogo desejam jogar e que tipo de história desejam criar. Apresente suas próprias ideias sobre o jogo e compare com o que foi dito. 

A sua empolgação com o jogo é tão importante quanto a dos seus jogadores, assim, em caso de divergências, o grupo deve negociar até que cheguem a um meio-termo. A medida em que a discussão avança, faça anotações listando os elementos de interesse individuais e coletivos dos jogadores – você as usará sempre que preparar aventuras e fizer decisões sobre o jogo.

Quando as expectativas sobre o jogo estiverem claras para todos, o grupo pode passar para a criação de personagens e construção de cenário colaborativa.

Construção de cenário colaborativa no RPG

Como narradores, nós gastamos bastante tempo e energia mental preparando e pensando nas aventuras, cenários e PNJs.

Logo, nosso investimento no jogo normalmente é maior, o que pode nos levar a ter apego a uma ideia de “como as coisas deveriam ser”. Dessa forma, deixar os jogadores definirem alguns elementos do cenário reforça a visão do jogo como algo coletivo, ajudando a evitar essa armadilha e abrindo espaço para que os próprios jogadores se tornem mais investidos no jogo.

Uma forma de tornar a criação do cenário mais colaborativa é através de perguntas.

Na sessão zero, você deve fazer várias delas para descobrir no que os jogadores estão interessados. As escolhas que os jogadores fazem durante a criação de personagens também dizem muito sobre seus interesses. Com base nisso, faça perguntas sobre elementos do mundo para os jogadores mais interessados nesses elementos.

Perguntas importantes

Por exemplo, pergunte ao ladino quais são as guildas de ladrões que existem na cidade. Pergunte ao elfo como são as festas de casamento do seu povo. Pergunte ao clérigo como são os templos do seu deus. Sempre que houver uma oportunidade na narrativa para preencher esses espaços, faça uma pergunta. 

O seu trabalho aqui é construir em cima das respostas, adaptando-as para para o tom da história. Não tenha medo das ideias que os jogadores podem trazer. Afinal, você ainda tem a palavra final sobre o que faz sentido para narrativa. O melhor é sempre tentar usar essas ideias de alguma forma.

Fazendo a história importar desde a sessão zero

Agora que o seu grupo tem um mundo que todos ajudaram a construir e com o qual todos se importam, você provavelmente está começando a pensar na campanha e na primeira aventura.

Você certamente pode ter uma história que deseja contar e vilões com planos terríveis para colocar em ação, mas tome cuidado para não deixar que esses planos passem por cima do que vocês já criaram juntos. A melhor campanha que você pode narrar para os seus jogadores é aquela em que apenas os personagens deles poderiam ter vivido.

Mais perguntas importantes

Para isso, novamente, faça perguntas. Pergunte aos jogadores sobre seus personagens: de onde eles vieram? Quem são as pessoas com que se importam? O que e quem eles odeiam? Com que pessoas e quais organizações eles têm contato? O personagem guerreiro veio de um vilarejo que foi atacado?

Pergunte ao jogador sobre os malfeitores. Foi algum grupo de bandidos ou uma horda de mortos-vivos? Como o personagem se sente? Será que busca vingança? O personagem mago era assistente de um necromante e então fugiu? Hmm… Será que esse necromante é responsável pela destruição da vila do guerreiro? Será que a vila era um teste para algo maior?

O melhor momento para isso é após a criação dos personagens, mas não tenha medo de perguntar durante o jogo também. Anote as respostas que conseguir e faça um mapa de relacionamento com esses itens. Assim, quando pensar sobre a campanha e criar aventuras, pense em como usar esses elementos para criar uma história única para os personagens.

Familiarizando os personagens

Em primeiro lugar, antes de criar cada aventura, pergunte por que os personagens se importam. Os jogadores vão tentar interpretar os personagens como se fossem pessoas reais, então ajude-os dando a eles motivos para seguirem o plot que você tem em mente.

Evite sempre oferecer ouro ou itens mágicos, torne as motivações para perseguir uma aventura pessoais. Sabe aqueles PNJs que seus jogadores criaram com quem os personagens podem contar? Coloque-os em perigo. Dê a entender, por exemplo, que o monge pode descobrir pistas do paradeiro do seu mestre nessa aventura.

Já existe um vilão que os jogadores odeiam e querem derrubar? Então, ofereça a possibilidade de obter informações sobre as suas fraquezas. Graças ao seu trabalho durante a sessão zero e todas as perguntas que seus jogadores têm respondido, você já tem todas as ferramentas que precisa para criar ganchos interessantes nesse ponto. Posteriormente, só é preciso de um pouco de criatividade.

E para encerrar…

E mesmo assim, você ainda pode ter sessões em que os jogadores parecem desinteressados.

Não é a sua responsabilidade, como narrador, manter o grupo engajado. Saiba reconhecer quando o grupo não está no clima para jogar e sugira ver um filme ou jogar um jogo de tabuleiro.

Entretanto, se você realizar uma sessão zero, deixar que os jogadores definam elementos do cenário, construir uma campanha a partir dos históricos dos personagens e dar motivações pessoais para que os personagens se importem com as aventuras, certamente terá um grupo de jogadores ansiosos para descobrir que vai acontecer em cada sessão.

Como mestrar RPG de horror

Sabemos que Tormenta é um mundo de fantasia riquíssimo e que permite vários tipos de abordagens e experiências de jogo diferentes. Assim, encontramos desde as clássicas buscas para resgatar monarcas sequestrados e recuperar artefatos em alguma tumba esquecida, até histórias complexas com intriga política e planos de ascensão mundial. Particularmente, eu adoro o terreno fértil das histórias góticas e de horror. Elementos como a Tormenta, Aslothia e alguns cultos e vilões têm o potencial para render aventuras típicas de contos dos Mythos de Lovecraft, Clark Smith, Bloch, sem nenhuma dificuldade.

Porém, muitos mestres têm dificuldade de conseguir dosar a medida ideal de medo e horror em suas mesas. Esse equilíbrio não é tão simples de alcançar. Frequentemente pendemos para extremos; ou nada causa medo aos personagens (e, por consequência, aos jogadores), ou o desconforto é tanto que faz os jogadores saírem da mesa ou se sentirem mal. Por isso, trago dicas de como criar o clima ideal de terror em suas mesas em uma série de artigos que serão publicados neste blog.

Começando pelo começo: afinal, o que é RPG de horror?

O medo está presente no ser humano desde o início dos tempos. É ele que nos mantém alertas ao nosso redor, nos faz ter cautela e é o responsável por aquela (agradável) sensação de coração disparado e mãos suadas quando somos confrontados por algo que não podemos controlar. Se o medo está diretamente ligado ao nosso senso de sobrevivência, onde se encaixa o horror nessa equação?

O horror está ligado diretamente à sensação de impotência ou inagência. Quando, dentro de uma situação de medo — do desconhecido, de perder a vida, de se machucar —, o poder de controle e de decisão é retirado de nós. O resultado é o horror em sua mais pura essência. Lembre-se dos melhores filmes de horror que você já assistiu. O que causa a tensão são os momentos de inevitabilidade, quando você sabe que os personagens estão condenados. Independente do curso de ação que tomarem, seu destino está traçado.

Quer dizer que, no RPG, devemos tirar o poder de escolha dos personagens? Eles já devem iniciar sua jornada sabendo que não vai adiantar? De jeito nenhum! A menos que essa seja sua proposta inicial, e tenha sido combinado com todos para nivelar as expectativas, isso seria muito irritante e tremendamente frustrante.

Inserindo horror na narrativa: controle de elementos ambientais

Você pode inserir pequenos fatores de tensão para incitar horror sem privar os jogadores da sua agência. Uma forma muito eficaz e simples de conseguir esse efeito é utilizando o ambiente. Luzes, sombras, calor, odores… Ou seja, tudo aquilo que os personagens conseguem perceber através dos cinco sentidos básicos. Se bem utilizados, podem ser ferramentas preciosas de indução de tensão.

O primeiro passo é refletir sobre o que é comum para os personagens. Quais os ambientes em que eles se sentem confortáveis? Há algum personagem que se sente mal no calor? Alguma raça que é particularmente vulnerável a luz ou ao frio? Partindo da zona de conforto deles, comece a pensar no que é desconfortável. O que faria com que eles se sentissem deslocados, mas não prejudicados per se?

Vamos fazer um exercício criativo para tornar esse exemplo mais palpável.

Exemplo de cena no RPG

Os personagens dos jogadores estão em uma masmorra escura, onde eles dependem das fontes de luz (mágicas ou não) que trouxeram para enxergar. Porém, ao passar por um determinado ponto, um glifo entalhado na parede apaga subitamente todas as luzes mágicas e força os jogadores, a partir daquele ponto, a usar tochas e lampiões comuns. Dependendo da luz incerta e bruxuleante do fogo, eles veem as sombras se tornarem maiores e distorcidas ao tremeluzir das chamas com as correntes de ar locais. Eles, que estavam confortáveis e confiando na luz mágica, já não sabem muito bem a extensão do local.

Você conseguiu incluir um elemento de tensão extra na história: a iminência da escuridão, que vai dar um senso de urgência aos personagens para conseguirem seu objetivo e cair fora antes que a luz se apague de vez, aliado a um elemento de inevitabilidade. Para fechar com chave de ouro, acrescente barulhos muito discretos de gorgolejos no limite da audição dos personagens, e sombras que se movem na visão periférica.

Assim, os personagens e, por consequência, os jogadores, estão tensos com um problema que traz a carga dramática do desconhecido. Senso de urgência e de ameaça, sem ser preciso mexer em nada além da iluminação mágica que eles já estão acostumados.

Em resumo, é possível inserir elementos de tensão ligados ao ambiente sem que seja necessário lidar com quaisquer gatilhos ou traumas que os jogadores tenham. Use o cenário ao seu favor, sempre. Mesmo que o horror em si não seja o foco da sua aventura ou campanha, vai tornar a experiência de jogo e a diversão mais rica e memorável.

Até a próxima!

Brigada Ligeira Estelar — Uma Reapresentação

Seja bem-vindo a essa saga espacial!

Essa é para você, entrando neste website pela primeira vez, provavelmente atraído pelo monumental sucesso do crowdfunding do Tormenta 20 e esperando anões, elfos, dragões, cava… não, você não encontrará isso nesse texto. CALMA, não vá embora agora. Não vai ter bolo, mas teremos naves espaciais, impérios interestelares, jovens pilotos… e robôs gigantes com espadas de energia e lança-mísseis. Sejam bem vindos ao universo de BRIGADA LIGEIRA ESTELAR.

Tal ambientação para 3D&T Alpha foi lançada em Novembro de 2011 pela Jambô Editora e, de lá para cá, vem sendo o cenário com mais suplementos para essa linha. Agora, Brigada Ligeira Estelar irá ser o primeiro OGL do sistema, sendo reinventado em vários aspectos. É um recomeço não tão diferente de quando o próprio Tormenta, nascido multi-sistema em 1999 mas voltado preferencialmente para o 3D&T (sistema da casa à época), migrou para o D20 em 2003.

Assim como as animações japonesas de ficção científica refletem as variantes do gênero em si (a space opera, o pós-cyber, o cyberpunk, qualquer um), o cenário também o faz, pulverizando-os em diferentes mundos. Você quer ser um ás indomável em meio a uma guerra espacial? Ou prefere vagar com um robô feito de refugo em um cenário devastado, enfrentando tiranos? Quem sabe, deseja ser um policial em uma cidade tecnológica? Tudo isso é possível aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=n0XpnyKKLMU

Tudo isso pode ser feito em seus jogos!

Vilões… e heróis!

O cenário evoluiu muito nestes nove anos. Quando foi criado, tomou como inspiração as clássicas animações japonesas de ficção científica, notadamente space operas como Patrulha Estelar, Gundam e Macross (Robotech)… e essa ainda é sua pedra fundamental. Mas esses subgêneros são um braço da própria ficção científica e, pouco a pouco, Brigada Ligeira Estelar absorveu e referenciou diferentes faces do gênero como um todo, pulverizados na ambientação.

Brigada, hoje, tem seis livros, uma conta oficial de Twitter e um blog do próprio autor focado em apoio para o mestre de jogo. No blog da Jambô, eu me dedicarei a expansões para o cânone — introduzindo personagens e locações novos. Além disso, a seção Baú Referencial (adaptando elementos de outras mídias para Brigada) também voltará. Mas vamos falar um pouco da ambientação?

O lar de suas aventuras é a Constelação do Sabre — um conjunto de vários sistemas solares com quase cem mundos. Dezenove desses planetas são (ou foram tornados) propícios para a presença humana mas a terraformação pode expandir esse número e, enquanto esse processo de séculos não é concluído em outros locais, há colônias espaciais tanto nas órbitas de corpos celestes quanto em superfícies inviáveis à vida (estas são conhecidas como áreas mascon).

A Constelação é também o lar de um grande império espacial — mais formalmente, a Aliança Imperial do Sabre. Isolados após séculos de guerras, ondas colonialistas e uma idade das trevas conhecida como o Grande Vazio (do qual pouco se sabe mas seu legado periodicamente ressurge de formas explosivas), a formação do Império em tese estabilizou as relações entre esses mundos, embora a intriga corra solta… mas nada os preparou para a tragédia a seguir.

 

O que é a Brigada Ligeira Estelar?

O isolamento foi rompido através de uma invasão interestelar comandada pelas forças conhecidas como Proscritos. Nada se sabia deles à época, mas gradualmente a verdade vem vindo à tona: são um povo brutal, avesso à empatia, culturalmente obcecado pelo individualismo (ao ponto de nenhum robô ou veículo seu ser igual ao outro), especializado em consumir ao máximo os recursos dos lugares por onde passam até nada restar… e dependentes de tecnologia.

A Brigada Ligeira Estelar é a principal frente contra os invasores Proscritos. Eles são algo além de uma mera divisão de assalto com robôs gigantes e carregam consigo um ativo simbólico. Foram criados pelo fundador da Aliança, Silas Falconeri, para representar o seu ideário e proteger as pessoas comuns da Constelação — tanto de ameaças espaciais ou insurreições quanto dos abusos da própria nobreza contra o povo. Isso fez dela odiada pelas elites.

Para criar paralelos simples de entender, os Pilotos Hussardos da Brigada Ligeira Estelar são em muito como mosqueteiros do espaço ou, caso você consuma fantasia medieval, como as ordens de cavaleiros heróicos (videm os Cavaleiros de Solamnia em Dragonlance ou os Envoys do RPG Blue Rose). Eles podem tanto pilotar robôs gigantes em frentes de batalha quanto desbaratar conspirações de nobreza e salvando o Império de traições. Mas não são os únicos.

Os personagens também podem se estruturar em guardas de cavaleiros a serviço de um nobre, ou se unir a uma tropa de mercenários, ou se alistar em um corpo de voluntários contra a invasão proscrita, ou formar um esquadrão de caçadores de recompensas, ou se juntar a uma nave de corsários espaciais (ou piratas espaciais, caso você não se incomode em ser perseguido pelas autoridades)… há várias opções, em campanhas que podem ir do heróico ao sombrio.

 

Os caminhos da aventura

Agora você vai perguntar: “mas se um livro novo vai sair, vale a pena encarar os livros antigos?” — e a resposta é “sim”. O primeiro livro, o suplemento de cenário Brigada Ligeira Estelar (daqui para frente o chamaremos de Brigada Ligeira Estelar Alpha para diferenciá-lo do futuro Brigada Ligeira Estelar RPG) nos traz os conceitos mais básicos do cenário. Enquanto o novo livro não vem, você vai precisar dele para aproveitar os demais suplementos.

O segundo livro a obter é o Arquivos do Sabre. Embora ele tenha sido o sexto a ser publicado, engloba a grande maioria dos artigos responsáveis pelo desenvolvimento do cenário no antigo site da Jambô, devidamente agrupados por tema e atualizados. Basicamente funciona como um livro do mestre, detalhando o funcionamento das forças militares e da nobreza… além de apresentar ameaças, inimigos e coadjuvantes. É o livro mais focado em regras opcionais.

Em seguida temos os fundamentais dois volumes de A Constelação do Sabre. Eles cumprem para Brigada Ligeira Estelar Alpha o mesmo papel dos clássicos suplementos do Reinado para Tormenta: apresentam os dezenove mundos principais do cenário (antes da inclusão posterior de Dabog e Saumenkar na lista), mais a “fronteira espacial”, além de detalhar as principais casas de nobreza de cada planeta, introduzir coadjuvantes… e trazer ideias para campanhas.

Por fim, novamente em dois volumes, o primeiro suplemento de campanha para 3D&T — Belonave Supernova. A ideia é trazer o espírito de um anime do gênero para sua mesa de jogo em uma campanha de vinte e seis sessões, com consequências para o futuro do cenário. Talvez seja o material mais ambicioso publicado para Brigada Ligeira Estelar Alpha. Não é uma campanha fácil e a morte de personagens jogadores é uma sombra constante. Mas faz parte do drama.

 

O futuro de Brigada Ligeira Estelar

Agora teremos um novo Brigada Ligeira Estelar RPG. Muitas mudanças foram baseadas nas experiência de jogo registradas ao longo desses anos. Dois dados, ao invés de um. Modificações nas características e na construção de personagens em geral. Rolagem contra dificuldade — apenas resultados maiores. A inclusão de andróides como “raça” jogável (aqui, andro-ginóides), atendendo a um pedido constante dos jogadores. Robôs personalizáveis desde o começo.

E o espírito do cenário continua o mesmo: vocês tem algo importante a proteger — gente amada, um futuro, um ideal… — e por esse algo, você está disposto a lutar. O universo ao seu redor pode até ser cinzento mas essa é a razão pelo qual ele precisa de heróis.

Se você é um leitor ou jogador das antigas, obrigado pela lealdade. Se você estiver entrando agora, seja bem-vindo. Vai ser bom estar aqui de novo regularmente.

Até a próxima.

Imagem de topo: Wellington Reis. Capas, na ordem apresentada, por Roberta Pares Massenssini, Israel de Oliveira, Eudetenis e Simone Beatriz.

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