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Por que ver o Gundam clássico?

The Expanse? Brigada Ligeira Estelar? Todos devem a um clássico!

Brigada Ligeira Estelar. The Expanse RPG. A princípio, parece clickbait. Porém, em uma dessas oportunidades raras, a Netflix estará pondo no ar neste dia 18 os três obrigatórios longas-resumo de Mobile Suit Gundam. Além disso, virá a conclusão de seu grande meta-arco, “Char Contra-Ataca” — e em breve teremos também sua sequência recente, Hathaway’s Flash (o primeiro de uma trilogia, com direito até a trailer oficial). Bem mais do que poderíamos esperar.

Esses filmes marcaram uma revolução na animação japonesa. Assim, como na editora Jambô temos dois RPGs diretamente relacionados aos seus temas, eu simplesmente… precisava falar alguma coisa. Na verdade, só a primeira trilogia já é motivo o suficiente para comemorar. Além disso, já fiz a defesa do gênero mecha antes — muitos por aqui o “odeiam” sem ter uma ideia de sua importância. Logo, vale a pena dizer por que esses filmes merecem ser vistos.

E sim, não estou sendo fanboy. Em primeiro lugar, a chegada oficial desses longas cobre parcialmente os juros de uma dívida histórica para com os fãs veteranos da animação japonesa no Brasil. Vimos Macross em suas duas encarnações: a série original (aqui, “A Guerra das Galáxias”) e seu híbrido estadunidense Robotech. Contudo, se Macross estabeleceu a gramática do gênero como o conhecemos, Gundam nos deu seu abecedário. Portanto, isso não é pouco.

E vamos ter Gundam Hathaway também! Com sorte quem sabe os outros longas aparecem…

Um Pouco de História

A princípio, após a Segunda Grande Guerra, indústria e tecnologia passaram a ser a incutidas na população japonesa como tábua de salvação e chance de futuro. Logo, em determinado momento, houve até uma rejeição às tradições em prol de uma ocidentalização cultural¹ — e assim, nesse contexto, a presença feroz da ficção científica na sua cultura de massas não foi surpresa nenhuma. Obviamente, muitos dos criadores de mangás e de animes eram, também, leitores do gênero.

Porém, enquanto os mangás, durante o período de 1965 a 1975, viveram uma era revolucionária², os animes ainda estavam presos a um paradigma mais infantil. Na verdade, tinham motivos: as indústrias de animação, e de brinquedos, precisavam de competitividade contra o produto estrangeiro³. Nesse contexto, a série Thunderbirds teve um impacto gigantesco no Japão, sendo exibido pela NHK já em 1966: trouxe o gigantismo aliado à uma relação positiva com a tecnologia.

Nada se cria do nada: Thunderbirds foi profundamente influente no Japão.

Animação e Brinquedos

Além disso, os vinte anos do fim da Segunda Guerra Mundial multiplicariam o número de filmes de guerra ao redor do mundo e, por tabela, de… kits de modelismo para um público mais velho. Na verdade, o Japão não tinha a menor vontade de relembrar da derrota. Porém, Thunderbirds salvou a pátria, vendendo muitos modelos no país e até influenciando os criadores locais: prestem atenção na Patrulha Científica de Ultraman, com suas naves, veículos — e longas decolagens.

Contudo, Thunderbirds estabeleceu um novo grau de exigência para as crianças japonesas. Eles mais e mais cobrariam verossimilhança e texturas realistas das máquinas apresentadas. Para piorar, a chegada do homem à Lua em 1969 aumentou o padrão de credibilidade para a ficção científica posterior. Logo, designs cartunescos demais como o Homem de Ferro 28 de Mitsuteru Yokoyama, não eram mais tão aceitáveis — e os quadrinhos já acompanhavam a tendência.

A franquia Ultraman mostra bastante da influência de Thunderbirds.

A Era dos Super Robôs

Assim, com os anos 70, amadureceu a primeira geração de pessoas crescidas sob a influência da televisão desde o nascimento… e consumindo o mesmo tipo de conteúdo de sua infância. Foi este o contexto da explosão dos super-robôs com Mazinger Z (também na Netflix): antes comandados à distância⁴, eles passaram a ser pilotados concomitantemente ao momento no qual a maior parte dos cidadãos japoneses passou a andar de carro (a “motorização”). Parece óbvio?

Mazinger e seus sucessores combinaram três elementos importantes: a ficção científica, mesmo como pano de fundo, o contexto cultural de desenvolvimento, claramente metaforizado pela união entre homem (o piloto) e a máquina (o pilotado)… e um monte de apetrechos prontos para esvaziar o bolso dos pais. A empresa de brinquedos patrocina, o estúdio produz o desenho e a televisão ganha com audiência e anúncios — daí vem toda a magia dos lucros. PORÉM…

Combattler V, Voltes V, Tosho Daimos. Os super-robôs que mudaram o gênero.

Calma, estamos quase lá!

… a maior parte dessas séries era bem… rasa. Na verdade, ninguém as via como algo além de um gigantesco anúncio de brinquedos de vinte e seis minutos. Contudo, isso começou a mudar graças a um tríptico de séries conhecido como A Trilogia do Romance dos Robôs de Nagahama:Combattler V, Voltes V e Tosho Daimos. Assim, elas trouxeram drama, romance e caracterização de personagens para o gênero — e com isso, deram o passo necessário para sua mudança.

Na verdade, ainda havia a busca pela audiência infantil. Contudo, com o cansaço dos super-robôs, surgiu uma margem para experimentação. Assim, um desses criadores-leitores de ficção científica se deixou influenciar por Tropas Estelares, de Robert A. Heinlein… encarando-o, todavia, com o ponto de vista cético de quem viu seu país arrasado por uma guerra⁵. Dessa forma, dois anos se passaram após o furacão mundial de Guerra nas Estrelas e seu efeito indelével na cultura pop…

Aqui começa o Real Robot: Mobile Suit Gundam!

Entra Mobile Suit Gundam

… e ao lado do lendário Patrulha Estelar, ele mudaria para sempre a animação japonesa. Ao invés dos conquistadores intergalácticos “do mal”, enviando um monstro da semana para o seu heroico robô gigante debulhar, tínhamos uma ficção científica militar com ecos de FC hard ecoando, inclusive, as próprias impressões do autor, Yoshiyuki Tomino, sobre a Segunda Guerra Mundial… e com questionamentos sobre o papel de um soldado no conflito⁶.

A princípio, Tomino quis até ir mais longe em Mobile Suit Gundam: trazer armaduras completamente brancas com mais ou menos três metros de altura. Porém, os produtores vetaram: o público estava acostumado a robôs colossais, logo ele não iria aceitar armaduras tão pequenas. Assim, escolheu-se o meio-termo: robôs na faixa dos dezoito ou vinte metros. Dessa forma, tivemos um golpe de sorte: o Gundam ainda era um robô gigante, capaz de grandes feitos.

Calma: o seu Gunpla (modelo articulado de Gundam) NÃO VAI FAZER ISSO.

Animes Não-Infantis não são mais Nicho

Assim como Patrulha Estelar, Gundam não fez sucesso em sua primeira exibição. Mas suas reprises em horários ermos atingiram um público mais velho e a série tinha boa reputação nas revistas especializadas em animação. Foi uma surpresa quando um ano depois do cancelamento, surgiram model kits voltados ao plastimodelismo. E assim, foi o sucesso deles quem bancou uma série de longas-resumo para cinema. Inclusive, são os mesmos que estarão na Netflix.

Tomino fez mais do que editar a série para exibição no cinema. Ele também eliminou todos os aspectos mais infantis residuais na série de televisão. Criou novas cenas. Fez ajustes nos rumos dos personagens. Com isso, as revistas sobre anime se multiplicaram, itens de merchandising passaram a ser dirigidos a um público não necessariamente infantil e o gênero começou a incorporar a ficção científica madura, já nos estertores dos super-robôs⁷.

Sábado, 22/02/1981. É lido o manifesto “Declaração de um novo século de Anime”. Nasce um fandom.

Nasce o Real Robot

Aliás, com Gundam se estabeleceu uma nova trend: o Real Robot. Aqui, entramos no terreno da ficção científica concreta. Gundam se valeu de conceitos científicos sobre exploração espacial difundidos na época e considerados seriamente. Inclusive, os cilindros de O’Neill da série não são, exatamente, uma criação ficcional: era uma proposta real do cientista Gerard O’Neill — e Tomino a encampou sem maquiagens para enfatizar o realismo de seu cenário.

Os robôs passaram a ser como tanques ou caças, fabricados industrialmente. Porém, graças à intervenção dos executivos, eles deixaram de ser “mais um” entre os demais: ainda preservaram as capacidades especiais e mentirosas dos super-robôs, inclusive destacando-se heroicamente. Foi a melhor coisa a ter acontecido — o robô gigante se tornou cool. O realismo se tornou relativo. Aqui cabe uma observação pessoal: isso permitiu a difusão do conceito.

Não pense em realismo. Pense em verossimilhança — e em ser cool.

O Real Robot se Multiplica

O ano de 1981 trouxe o primeiro seguidor do novo conceito: o sisudo e realista Taiyō no Kiba Dougram de Ryosuke Takahashi. Sucesso imediato. Em consequência, os anos de 1982 a 1984 foram um vagalhão — o nosso bom e velho Macross foi um dos primeiros dessa safra. As séries de super-robô remanescentes, inclusive as mais pop e comerciais, abraçaram conceitos de ficção científica mais concretos, com influência clara da literatura do gênero⁹.

Assim, os robôs gigantes foram estabelecidos de vez,como um símbolo icônico para a animação japonesa. A partir daqui, não falarei mais tanto sobre a história do gênero neste artigo. Há motivos: ela é gigantesca. A rigor, basta dizer que ele se confunde com sua evolução, passando pela explosão do mercado de home video (OVA) e se expandindo ao ponto de se tornar um segmento próprio, com inúmeras variantes de subgênero¹⁰ e de possibilidades.

A franquia Gundam se espalhou muito… e o real robot também.

Voltando aos RPGs da Casa

Basicamente, como eu disse na minha defesa ao gênero, o mecha ajudou no amadurecimento da animação japonesa e se não fosse sua cobertura comercial, muitos temas seriam considerados arriscados e não teriam a mesma abertura. Nossos robôs pilotáveis foram corajosos e desbravadores, pavimentando a maturidade da animação japonesa. E voltando ao meu peixe, Brigada Ligeira Estelar — o cenário escrito por mim e publicado pela Jambô — é um tributo a eles.

Brigada Ligeira Estelar, em sua representação dos diferentes aspectos adquiridos ao longo de décadas na animação japonesa de robôs gigantes, não existiria sem esses três longas na grade da Netflix. Aliás, se conceitualmente ele até parece ir mais longe, é porque o gênero foi mais longe: eu apenas o segui para onde ele foi. Mas tudo começou em nosso sistema solar, restrito às leis da física (ou pelo menos, as leis aplicadas textualmente no anime).

Brigada Ligeira Estelar: influência geral do gênero. Nem há como evitar a sombra de Gundam.

Brigada Ligeira Estelar: Tributo e Referência

Brigada Ligeira Estelar NÃO é Gundam, assim como não é Macross nem é Votoms, Five Star Stories, Patlabor ou Code Geass (que não é espacial, mas abraça boa parte dos seus tropos¹¹), porém bebe dessas fontes para criar um cenário aonde todos os elementos delas — e de diferentes outras séries — podem ser selecionados em sua mesa de jogo. Contudo, como Gundam foi a pedra fundamental de tudo, ela pode ser achada até em seus sucessores animados…

… e naturalmente isso se reflete no universo de nobreza e política de nosso cenário. Mas a exibição dos três longas de Gundam na Netflix representam uma oportunidade única para se assistir essa pedra fundacional — ver como o gênero começou. Se nada lhe parecer novidade, é porque todos os animes do gênero exploraram as bases propostas ali. A propósito: por se basear em conceitos reais de exploração espacial propostos à época, ele não está sozinho.

The Expanse RPG: separatismo em colônias espaciais, exploração do sistema solar, uma Terra fascista… Soa familiar?

The Expanse: Paralelos

Vou confessar: quando assisti a série The Expanse pela primeira vez, antes de ler o primeiro livro (publicado no Brasil pela editora Aleph), vi muito do Gundam original ali. Ele opera pelos mesmos princípios estabelecidos por Tomino em seu universo — só não tem robôs gigantes e seu ponto de vista não é militar. Fora isso, está tudo lá: as capacidades mentais especiais (aqui, atingidas através de drogas), a colonização espacial, atritos políticos…

Aliás, não sei se há inspiração direta ou se eles apenas partiram de influências comuns — de acordo com o(s) autor(es)¹² no seu Twitter, “I mean, you come at me with ‘you’re just ripping off Pohl, Heinlein, Le Guin, Bester, and Haldeman’, yeah, I’m going to fully own that.¹³ — porém, pelo menos na série, já tivemos um oficial dizendo “Earthers spirits are weighed down by gravity” — em uma nave chamada Scirocco…¹⁴.

O espaço é perigoso. E isso sempre deve ser lembrado tanto em Expanse RPG quanto em Brigada Ligeira Estelar.

Para fechar por enquanto

É divertido ver artigos como este e conversas na internet, traçando paralelos entre as séries (digite “The Expanse Gundam” no Twitter e divirta-se). Há quem force a barra e enxergue correlação entre os ELS de Gundam 00 e a Protomolécula de Expanse, inclusive. Mas os longas de Gundam também podem ser interessantes para os jogadores do novo RPG: separatistas espaciais, governos terrestres fascistas, política (algo fundamental ao real robot, aliás)…

Mas Gundam tem um bônus: robôs gigantes. Porque tudo, tudo fica mais bacana com robôs gigantes. E os longas ajudam a nos lembrar disso, independentemente se você for um jogador de Brigada Ligeira Estelar ou de The Expanse RPG. Então sente-se em uma poltrona confortável e comece a maratona. São pouco mais de seis horas de filmes animados. Você já assistiu bem mais do que isso de uma tacada só, confesse.

Até a próxima e, principalmente, divirtam-se.

O espaço é um lugar frio, seja em Expanse ou em Brigada Ligeira Estelar. Certamente o é em Gundam!

NOTAS

¹ Essa rejeição a traços tradicionais de identidade cultural foi relativamente breve — basta olhar séries da época como National Kid, aonde tudo é ocidentalizado e não se vê um quimono. Isso começou a ser revertido ainda nos anos 60 graças a obras como Gegege no Kitaro, transformando o folclore local em algo cool para as gerações posteriores. 
² Foi uma época aonde os novos autores se afastaram da influência de autores clássicos como Tezuka, Ishinomori e Yokoyama. Os quadrinhos juvenis passaram a absorver elementos estéticos e temáticos adultos para deter a migração etária de seus leitores e os quadrinhos adultos passaram a absorver elementos estéticos e temáticos juvenis para impedir um retorno de seus leitores às revistas para garotos. Dessa cozinha nasceu o quadrinho japonês de hoje.

MAIS NOTAS

³ Durante os anos 50 e 60, a indústria de brinquedos se viu competindo com as importações estadunidenses. Robôs e veículos foram a solução: eram angulosos e baseados em formas geométricas, sendo pintados com cores primárias e por isso, sendo bem mais fáceis de se produzir.
⁴ Em séries como Robô Gigante e Homem de Ferro 28, ambos de Mitsuteru Yokoyama, os robôs eram comandados por fedelhos de calças curtas, à distância. É bem fácil correlacionar isso aos brinquedos, aliás.
⁵ Há um contraponto claro à Patrulha Estelar: este serviu como uma espécie de passada de pano espiritual pelas culpas japonesas relacionadas à expansão japonesa no pacífico e à Segunda Grande Guerra, mais evidente no longa-animado que popularizou esses personagens. Contando esse fator, não é difícil enxergar o discurso pacifista de Mobile Suit Gundam como uma reação aos subtextos de direita nacionalista na saga do Cruzador Espacial Yamato.

AINDA MAIS NOTAS

⁶ Gundam sempre apelou para elementos de FC Hard para mascarar seus elementos mais livres (no caso os próprios robôs gigantes). Começando pelas Partículas Minovsky — a desculpa para a existência desses construtos.
⁷ Ao invés do protagonista bravo, heroico e decidido das séries de super-robô, Gundam nos traz um piloto sob estresse de combate e capaz de atos muito falhos. Ironicamente, isso ajudaria a fazer do seu grande adversário — o mascarado Char Aznable, com sua novelesca trama de vingança — uma figura bem mais popular via contraponto…
⁸ É possível ver isso em séries como a Trilogia J9 (Braiger, Baxinger e Sasuraiger), contemporânea demais ao 2010 de Arthur C. Clarke, focando na exploração e colonização do sistema solar, com alguns elementos mais hard, e posteriormente na terraformação das luas de Júpiter (desencadeadas pelo final apoteótico da primeira série J9).

MUITO, MUITO MAIS NOTAS

⁹ Gundam já havia sido influenciado por Heinlein e Macross havia sido influenciado por Inherit the Stars, o primeiro livro da série dos Gigantes, de James P. Hogan (vencedor do prêmio Seiun de melhor livro estrangeiro de ficção científica publicado no Japão, em 1981). Notem que essa relação entre os criadores japoneses e a ficção científica ocidental já é bem anterior: autoras como Moto Hagio foram influenciadas pela New Wave of Science Fiction e o primeiro capítulo de Space Adventure Cobra (1978) é descaradamente chupado de “We Can Remember It for You Wholesale”, o conto de Philip K. Dick no qual o filme “O Vingador do Futuro” se baseou.
¹⁰ Há mechas dentro de praticamente todas as vertentes da ficção científica. Compartilhando este link AQUI para não tornar estas notas maiores ainda. Recomendo a leitura.

ACHARAM QUE ACABOU?

¹¹ Code Geass, espertamente, inverte a equação proposta em Gundam: o protagonista Lelouch é o mascarado e seu principal adversário, Suzaku — veja bem, não o inimigo-chefe, mas o adversário central — tem todo o perfil de protagonista em uma série convencional de Real Robot.
¹² James S. A. Corey, na verdade, é o pseudônimo de uma dupla: Daniel Abraham e Ty Franck.
¹³ Traduzindo, “Eu quero dizer, se você vier para cima de mim com ‘você está apenas chupando (Frederik) Pohl, (Robert A.) Heinlein, (Ursula K.) Le Guin, (Alfred) Bester e (Joe) Haldeman, eu admito totalmente.
¹⁴ Essa frase espelha outra frase famosa, de Gundam — Char Contra-Ataca: “(…) because their souls are weighed down by gravity“. Dita em uma nave chamada Sirocco, isso se torna uma referência ao vilão de Zeta Gundam, Paptimus Sirocco. Não subestimem Gundam, não subestimem os animes de robô gigante.

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Podcast Dragão Brasil 101 – Os Cães das Colinas vem aí!

Lutando para sobreviver nas Colinas Centrais, chegou seu podcast favorito, que agora também é gravado AO VIVO na Twitch!

No episódio de hoje, mais uma vez usurpado pela aristocracia paulistana, Della recebe convidados especiais para falar sobre a nova abertura de Fim dos Tempos, mesa de RPG oficial da Jambô na Twitch! Leonel Caldela revela seu lado Kubrick e fala sobre como realizou seu sonho de ter uma abertura “pop punk” para uma mesa de RPG, recheadas de referências dos anos 90. Éder Gil, responsável pelo vídeo, fala dos diversos easter-eggs escondidos na abertura e de onde surgiu a ideia de colocar os personagens como membros de uma banda. Por fim, recebemos ao vivo a entidade Victor Lucky, que além de provar (ou não) sua existência, contou como o processo de gravar o tema da abertura o fez viajar pela sua infância nos desenhos animados das manhãs.

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Podcast Dragão Brasil 100 – MEGAEPISÓDIO CENTENÁRIO!

Centenaríssimo e cheio de novidades, chegou seu podcast favorito, que agora também é gravado AO VIVO na Twitch!

No episódio de hoje, trazemos dois blocos mais que especiais! No primeiro, J.M. Trevisan arranca de Karen Soarele, Leonel Caldela e Guilherme Dei Svaldi, a equipe original, o que diabos eles andaram fazendo de tão legal nesse tempo todo de ausência! Já no segundo bloco, Felipe Della Corte e o elenco Ultimate, formado por Camila Gamino, Glauco Lessa e Thiago Rosa, discutem a Jornada Heróica, o surgimento da lenda de GLECO, mortes de personagem e a tradicional cota de ódio semanal. E ainda tivemos DOIS blocos de perguntas dos Conselheiro e uma dose cavalar de bobagens!

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Brigada Ligeira Estelar: O Ano Perdido (03)

Brigada Ligeira Estelar

Brigada Ligeira Estelar: O Ano Perdido — Episódio Três: A Fortaleza Lunar

Anterior: nossos pilotos da Brigada Ligeira Estelar escaparam de Villaverde com uma peça misteriosa de tecnologia alienígena. Agora eles precisam levá-la aonde ela possa ser devidamente analisada!

Local: Base da Frente Lunar de Peleja (Peleja, lua de Villaverde)

Situação Prévia:

Os protagonistas vão pro espaço buscar cobertura da Frente Voluntária de Peleja. Dessa maneira, s inimigos os atacarão ao sair de Villaverde e os voluntários locais irão defendê-los. Na base, quando tudo se acalmar um pouco, eles serão levados a um cassino secreto por alguns desses voluntários para relaxar antes de sua jornada recomeçar. PORÉM…

Evento:

Um grande cruzador auxiliar, não-proscrito, dispara ataques localizados em Peleja. Assim, os personagens precisam voltar à base mas os trilhos são soterrados por um bombardeio. Pedir ajuda denunciará o local e tempo demais se perderá até o caminho ficar livre. Como sair de lá imediatamente e pegar seus robôs gigantes a tempo?

Além disso, aparentemente, os invasores infiltraram apoio operacional no solo antes de invadir a fortaleza. Portanto, eles parecem contar com agentes comuns e quando menos esperamos, eles se revelam e se põem no caminho. Eles querem a peça tanto quanto os proscritos — e consequentemente, estes podem se aproveitar da defesa aberta pelo invasor!

Reviravoltas

Tentações Perigosas: um dos personagens — o mais sujeito a isso — pode ser seduzido no Cassino por uma bela mulher ali presente. Na verdade, ela é uma das agentes do invasor, uma especialista em disfarces e infiltração — e é melhor combatente do que os próprios personagens. Ela sabe como sair dali, mas não vai se deixar capturar facilmente!

Invasão à Base de Peleja: o plano é usar o Cruzador Auxiliar para atrair os pilotos para fora do satélite enquanto os invasores vão buscar a peça. Ninguém está ali para fazer sacrifícios — todos são mercenários ou agentes de infiltração livres com planos de fuga concretos. Dessa maneira, os personagens encontrarão aliados e armas pelos corredores da base.

O Cruzador Auxiliar: Ele não atacará com todas as forças salvo se for cercado… mas dará trabalho aos personagens. Independentemente de conseguirem a peça ou não, ao romper a rede de defesas de Peleja eles atrairão os proscritos — e se aproveitarão disso para fugir enquanto os personagens enfrentam um inimigo pior!

Epílogo

Em qualquer hipótese, as defesas foram comprometidas e duas flotilhas da Brigada Ligeira Estelar estão circundando Peleja para protegê-la dos proscritos enquanto as redes protetoras estão sendo restabelecidas. Essa lua não é mais um lugar seguro por enquanto e os personagens precisarão partir para Ottokar, levando a peça para quem a examine.

Ideias

Introduza seu Vilão… em termos! Caso prefiram tratar esta aventura como um capítulo de uma campanha maior, é interessante introduzir um vilão menor regular. A agente sedutora pode ser uma lugar-tenente do verdadeiro inimigo, por exemplo — nesse caso, deixe-a fugir!

Plante ganchos futuros: como são na maioria mercenários, todos sabem pouco — mas levante informações esparsas: “decidiram nos infiltrar em Peleja após a peça ter sido acionada pela primeira vez”, “outra peça está nas mãos do chefe, é tudo o que sei”, etc.

Considerações para Brigada Ligeira Estelar RPG

O tom narrativo dessa aventura é de Space Opera. Pense em algo cheio de peripécias e reviravoltas, com uma grande ameaça (os proscritos) no final. Se o mestre quiser jogá-la como um one-shot, faça da peça um mero objeto a ser trazido pelos personagens, sem o contexto da fuga de Villaverde. Nesse caso, o papel do cruzador auxiliar pode ser alterado e ele se tornar a grande ameaça final — ou fazer da possível chegada dos proscritos o grande perigo a ser evitado a qualquer custo!

Além disso… é space opera! Capriche nas descrições lunares e estimule o sense of wonder de se estar em um ambiente espacial! Além disso, dê colorido aos personagens coadjuvantes — e se a agente sedutora se revelar uma espadachim, sempre com um plano B para qualquer situação?

Divirtam-se.

Episódios Anteriores

Introdução (AQUI).

Episódio 01 — O Sinal Desconhecido (AQUI)

Episódio 02 — Madredeus (AQUI)

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Podcast 99 – Hipster do ódio

Finalmente aceitando os post-its oferecidos, chegou seu podcast favorito.

No episódio de hoje, J.M. Trevisan homenageia o genial Kentaro Miura, falando das edições Deluxe de Berserk, passeia pelo mundo apocalíptico minucioso de Project Zomboid e abre as portas dos videos curtos de comédia realmente engraçada no YouTube; Della é tragado de volta ao mundo dos MMOs com Final Fantasy XIV; e Camila Gamino detalha sua especialidade rpgística: mestrar em festivais e áreas de Tormenta. E claro, respondemos às duvidas dos Conselheiros e falamos muita bobagem de bônus! E lembrem-se: terça-feira, 1 de junho, tem gravação AO VIVO do podcast 100 no canal da Jambô na Twitch!

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The Expanse RPG: Você está pronto para viver no espaço?

the expanse rpg

Chegou esse mês na loja da Jambô o RPG da aclamada série de ficção científica The Expanse, publicado pela editora Green Ronin em 2019. O livro básico, totalmente traduzido, é uma edição de luxo, com encadernação em capa dura e mais de 250 páginas coloridas!  

The Expanse nasceu como uma série de romances, mas ganhou fama no mundo geek através de sua adaptação para TV, hoje disponível no serviço de streaming da Amazon Prime. O que poucos sabem, no entanto, é que o universo nasceu mesmo em uma mesa de RPG, inspirada por aventuras espaciais jogadas pelos autores, décadas antes dos romances sequer serem escritos. Por isso, o RPG oficial de The Expanse é mais do que uma adaptação: é um retorno às origens, trazendo o universo de volta à sua primeira forma.

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The Expanse RPG

Humanidade fragmentada

Em The Expanse, a humanidade já conquistou e colonizou boa parte do nosso sistema solar. Com a Terra atingindo seu limite de população e recursos, a humanidade foi forçada a se unir em um esforço de buscar uma solução fora do planeta, colonizando a lua, Marte e até alguns satélites de Júpiter e Saturno. Mas um povo tão espalhado está fadado a se tornar desunido, e não demorou para que grandes colônias começassem sua luta por independência, gerando um cenário de tensão constante.

The Expanse apresenta um contexto moralmente denso e repleto de nuances políticas que rapidamente podem escalar para um conflito armado entre fragatas espaciais. Com um sistema solar inteiro para explorar, pilhar e, claro, salvar, os jogadores podem assumir o papel de mercenários protegendo um carregamento vital de gelo vindo dos anéis de Saturno, exploradores buscando minérios raros nas longínquas luas de Plutão, ou mesmo agentes secretos da República Parlamentar Marciana, em uma missão de altíssima importância que pode colocar em risco o delicado equilíbrio político-militar entre Marte e a Terra.

capa do The Expanse RPG

 

Mais ciência do que ficção

Por se tratar de um tipo muito específico de ficção, popularmente conhecido como “hard sci-fi”, The Expanse RPG leva a ciência muito a sério — mesmo a parte de fantasia da obra é totalmente baseada em princípios e modelos cientificamente aprovados. Isso acarreta em regras bastante complexas de astrofísica, física quântica e literalmente ciência de foguetes envolvidas no processo de jogo, que adicionam uma camada muito interessante às opções do jogador, com capítulos enormes abordando a tecnologia avançada sobre construção de naves e cálculo de distâncias planetárias.

Mas não se preocupe: os amantes de épicos espaciais vão adorar as regras dinâmicas de combate entre espaçonaves, que conseguem traduzir de forma divertida e empolgante as decisões da tripulação, tentando evadir torpedos enquanto manobram por um cinturão de asteroides!

Viver no espaço é uma constante aventura

Baseado no AGE System — o mesmo de Dragon Age RPGThe Expanse RPG consegue entregar a experiência empolgante e desafiadora de uma vida cruzando o vácuo do universo dentro de uma caixa de metal impulsionada por um foguete explosivo. Com regras fáceis mas complexas, é possível criar personagens completamente diferentes sem nem mesmo usar um sistema de classes, apenas combinando atributos e talentos que definem a origem e as habilidades de seu herói, seja um embaixador das Nações Unidas charmoso e perspicaz, um mecânico cinturano capaz de consertar qualquer coisa com fitas adesiva e algumas pancadas, ou uma atiradora de elite das forças militares marcianas.

O show à parte está na regra de Turbulência, um sistema desenhado para gerar complicações na trama da história conforme os personagens avançam, garantindo excelentes plot twits para os protagonistas de sua própria série de The Expanse.

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Podcast Dragão Brasil 98 – Kauê, vamo terminar aquela campanha

Pagando caro para testar games dos outros, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan faz uma tour por jogos de tiro e sobrevivência, passando pelo faroeste sobrenatural de Hunt: Showdown, e pela versão beta infinita de Escape from Tarkov; Glauco conta sua experiência ao mestrar Coração de Rubi para um grupo do qual Della NÃO faz parte; e Felipe Della Corte analisa a temporada mais recente de Castlevania, o longa A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, e os videos de um TikToker de drinks (só para maiores de 21 anos). Obviamente tivemos bobagens e as respostas para as dúvidas gritantes de nossos Conselheiros. E prepare-se: vem aí o Podcast 100!

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Balbúrdia Narrativa — Não Seja um Babaca: Dicas de convivência no RPG para jogadores empolgados

convivência no RPG

Não é tão difícil de entender isso, eu sei, e também sei que você sabe. Porém, ao tratar do nosso bom e velho RPG de mesa, alguns jogadores tendem a ser tomados pela síndrome do protagonismo ou a abusar da desculpa de estar agindo sob a perspectiva do personagem, e tomar a liberdade de serem babacas. No meu último texto aqui do blog, escrevi sobre a importância do manual de RPG para definir limites mecânicos na “brincadeira de imaginação” que é esse hobby. Agora, quero falar sobre convivência no RPG e alguns limites um pouco mais subjetivos.

O protagonismo no RPG é coletivo!

Se você não está jogando um livro-jogo, onde joga sozinho uma história pré-definida que cerca seu personagem, provavelmente estará acompanhado de pelo menos mais dois ou três jogadores. Isso significa que todos fazem parte dessa trama, e todos são responsáveis por leva-la adiante. Ainda assim, não é incomum encontrar grupos onde um ou dois personagens acabam tomando a frente em todas as situações e tentam resolver tudo sozinhos, resumindo os demais em uma simples ficha e rolagens de dados em momentos específicos. Eu acredito que uma das funções do mestre seja a de instigar estes personagens-jogadores deixados no escanteio. Trazer alguma figura de seu passado para interagir com ele ou ela ou desenvolver uma cena importante em um momento em que esteja sozinho são boas opções. Porém, é essencial que todos os jogadores entendam a importância do protagonismo coletivo a todo momento.

Ei, bárbaro cheirando a suor vestindo uma tanga manchada de sangue, com penalidade em inteligência e carisma! Por que você está conversando com esta baronesa de maneira tão formal e cordial enquanto o seu parceiro, cavaleiro com conhecimento em etiqueta e aristocracia, está contando formigas ali atrás? Ah, é por que a jogadora é tímida? Então incentive-a, boa convivência no RPG também é lembrar que vocês são um time!

As ações de seu personagem também são suas

Você e seu grupo terminaram a masmorra depois de várias sessões de preparação, derrotando o vilão da campanha de maneira excepcional. Portanto, decidem comemorar torrando os espólios na taverna mais sofisticada da capital. Comem e bebem feito reis, menestréis sobem ao palco para entoar baladas sobre vossos feitos. Eis que, no ápice caloroso da noite, um dos personagens decide que é uma ótima ideia abaixar as calças e se esfregar despido nas pessoas ao redor. Não, meu amigo, pelo amor e ódio de cada deidade que já foi adorada na história da humanidade, isso não é uma boa ideia.

Um (des)exemplo

Esse exemplo que dei é um exagero de uma situação que eu quase presenciei em uma mesa. O jogador percebeu o incômodo do mestre e demais jogadores e fechou o cinto antes de agir. Porém, aqui vai um outro exemplo que não é exagerado e foi vivido por mim:

Um tempinho atrás joguei em uma comunidade com uns vinte jogadores, como uma pequena guilda exclusiva a conhecidos e amigos dos organizadores. Em algumas missões, um dos meus colegas de grupo foi um bardo descomedido, o típico artista que queria aparecer demais, porém, sem um pingo de bom senso ou moderação. Ressaltava a musculatura e virilidade do guerreiro, o calor e intensidade da cura da clériga. Sempre com uma forte conotação sexual. Fazia piadas sobre a velocidade do ladino…

O jogador se defendia com o mesmo velho argumento de que não era ele quem estava agindo, e sim o seu personagem. Mas não se esqueçam, rapaziada, que quem controla seu personagem é você. O objetivo do RPG é se divertir, e se o seu personagem age de maneira a deixar qualquer outra pessoa na mesa desconfortável, quem está causando o desconforto é você. Ou seja, você está sendo o babaca.

Tem mais alguma dica sobre como não ser um babaca na mesa? Compartilha com a gente nos comentários.

Para mais bons exemplos de convivência no RPG, você pode acompanhar Fim dos Tempos toda quinta-feira, às 20 horas, no Twitch da Jambô Editora

Lica Metal, a caçadora de aço

Vida.

Uma palavra frágil demais para algo tão importante. Prefiro “existência”.

A minha começou num sopro, assim como a vida se vai. 

Uma peça de carruagem velha, um moinho desativado há anos, uma ferradura, pedaços de uma construção desmoronada. Foi daí que vim.

Construída a marteladas, desmonte, remonte, fogo, derrete, endurece, furada, encaixada. 

― Que nome dará, senhor?

― Achei engraçado o barulho que faz as suas engrenagens. Parece dizer: Liiiic.

― Lica?

― Será Lica. Doce, curto e inocente. Dê-lhe uma besta, virotes e espírito de caça.

Não ouvi esse diálogo, contara-me. Ainda não havia existência.

O sábio misterioso, como disseram-me, soprou em meu rosto. Não senti nada, não sentiria de qualquer forma.

― Como é despertar, Lica? ― Foi a primeira pergunta que me fizeram. Mas não a primeira palavra a me darem. Antes ouvi ordens, insultos e admiração.

― Não há experiência suficiente para te responder esta pergunta. 

Para ser aquilo que fui criada

Vestira-me como humano para ser confundida e atacada primeiro. Os invasores nunca tiveram essa chance.

Eu não durmo. Não me canso. Nunca. 

Passava dia e noite andando pelo perímetro com minha besta em mãos. 

Criaram-me para ser certeira. Atirar primeiro, atirar para matar.

― Em qualquer circunstância, ouviu bem? Caçar é o seu dever.

Caçar era o meu dever. 

Sentimentos são complexos para um coração de metal

Eu cumpri o meu dever.

Joselin, uma criada que não corria ao me ver, disse-me que o senhor estava com medo.

Medo. Guardei aquela palavra.

― Tente não ser tão…

― Não compreendo.

― Fria.

― Sou de metal.

Ela riu.

Vinte virotes atirados. Vinte alvos abatidos. 

Então eu descobri o que era medo. Com o dedo trêmulo, o senhor apontou a saída.

― Besta! Monstro!

Não entendi quem eram aqueles, mas segui as ordens e sai.

Caçar é preciso. Viver não é preciso.

Caminhei sem saber para onde estava indo, apenas segui na direção que ele apontou. No caminho as pessoas queriam me dar tibares em troca de caça. Ganhei muito.

― Sabe onde você pode ganhar muito mais? Conhece Valkaria?

E segui o caminho que o halfling me orientou.

Um grande coliseu e seus dizeres “Arena de Valkaria” foi onde parei. Ajeitei meu chapéu e caminhei até o barbudo que segurava um pergaminho.

― Conhece o sistema?

Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

― Vale tudo?

Ele sorriu. Assentiu com a cabeça e começou a anotar com uma pena.

― Nome?

― Lica.

― Só Lica?

― Só Lica.

― Preciso de mais. De essência, sabe?

Pensei. Tentei. Olhei para meu corpo e encontrei a essência ali.

― Metal.

― Lica Metal? ― Ele riu. ― Sei a parceira ideal para você. Talvez ela não te mate. Entre por ali e procure por Werna. Sua luta começa em 15 minutos. Boa sorte.

 

Sorte não é preciso. Apenas um alvo e um objetivo.

 

Lica Metal - Ricardo Mango

***

Lica Metal é minha personagem na Arena de Valkaria. Lutas em duplas no maior evento de gladiadores que Arton já viu! Acontece toda terça, às 20h, na Twitch da Jambô Editora. Perdeu as primeiras lutas? Não se aflija e assista lá no canal do YouTube!

Podcast Dragão Brasil 97 – Supervilão bom é supervilão morto

De collant, capa e cueca por cima das calças, chegou seu podcast favorito!

Trevisan está aguardando seus poderes mutantes após tomar a vacina conta COVID, fala das suas streams jogando games de terror, e de como desistiu de jogar Doki Doki Literature Club; Thiago revisita suas raízes do punk rock e fala sobre bandas misteriosas e tem sua índole como mestre de RPG julgada por seus companheiros ao promover um “assassinato involuntário” dos personagens ao desafias os limites do Nível de Desafio; Della faz uma verdadeira palestra sobre motivos de Jupiter’s Legacy não ter nada a ver com The Boys, abre um debate sobre o limite de ser uma pessoa “boa” e comenta a eficiência de Mark Millar, com um tempinho de sobra para lamentar a desgraça em forma de filme chamada Monster Hunter.

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J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Podcast Dragão Brasil 96: Pagodeiro transgressor

De traje espacial realisticamente projetado, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, Glauco mergulha na ciência ultrapesada de The Expanse, com todos os cálculos de sobrevivência em planetas e manobras de naves! Felipe Della Corte faz críticas contundentes a Sombra e Ossos, Invencível, e ainda relata o desafio de fazer uma torta de cookie de brigadeiro (o que já tá errado, porque é um prato cujo sabor é outro prato); e J.M. Trevisan continua sua jornada pelo mundo das streams, joguinhos de medo e muito mais! Claro que sobrou tempo para debates sem sentido e para as respostas às perguntas dos Conselheiros!

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Podcast Dragão Brasil 95: Se a treta é uma minhoca eu sou a enxada

Fazendo poses bizarras na hora da luta, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, JM Trevisan relata todo o glamour e as dores de ser um streamer iniciante em 2021 (e ele vai pedir para seguir o canal, então fica preparado); Camila Gamino recomenda uma misteriosa série islandesa de suspense — em que as pessoas ficam chocadas porque alguém morreu! — além de dar seu ponto de vista sobre o fim de Joias para Lamashtu; e Felipe Della Corte mergulha de novo na série de Castlevania, nos conta em primeira mão como foi o play testes do novo 3D&T (com seu personagem, H.P. Edson), e da uma leve palestra sobre Jojo’s Bizarre Adventure! E ainda tivemos tempo para bobagens aleatórias e para as dúvidas dos Conselheiros!

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