Segredos alienígenas em Brigada Ligeira Estelar!
Brigada Ligeira Estelar é um cenário repleto de mistérios, e um deles são os antigos habitantes de Altona. De um lado, os restos de sua civilização alienígena estão em todo lugar neste mundo. Provavelmente eram bípedes com dimensões similares às nossas, julgando pelos seus ambientes. De resto, pouco se sabe. Talvez seja até mesmo um sinal de desenvolvimento paralelo: circunstâncias semelhantes levam a evoluções semelhantes… mas é mera conjectura.
Entretanto, uma pista fundamental ocorreu quando algo, relativamente similar a um elmo, foi experimentado prematuramente por um jovem escavador. O elmo momentaneamente brilhou e pareceu queimar como se estivesse em curto circuito. Surpreendentemente, o garoto pareceu falar por horas em uma língua alienígena — agora com uma nova cor de íris em seus olhos, tendendo ao dourado, antes de dormir por dias e acordar com a aparência original normalizada.
Os Criptofatoriais
O criptofator é um engram — ou seja, uma unidade de informação cognitiva instalada em uma substância física. Basicamente, um meio através do qual memórias são armazenadas como alterações biofísicas ou bioquímicas no cérebro (ou em outro tecido biológico) como resposta a estímulos externos. No caso é uma “chave de tradução”, permitindo perceber e processar informações dos construtos alienígenas, normalmente incapazes de serem captados por humanos.
Um criptofatorial pode ler, traduzir, manipular e comunicar-se com esses elementos — mas, assim como um software de computador, engrams exigem espaço e memória para processamento. O problema é o “HD entupido”: quanto mais você o usa, mais espaço cerebral ele ocupa. Sua mente pode começar a ficar lenta, seu sistema nervoso começa a sofrer bugs… uma pessoa pode começar a perder suas memórias, personalidade, habilidades e até desaprender sua língua.
Os Riscos do Criptofator
Mas como se não bastasse chegar a um ponto no qual o usuário só pode se comunicar como um alienígena, há sinais de alteração da personalidade ao longo desse processo — e quanto maior o domínio sobre tais capacidades, maior o tempo para a cor dos olhos voltar ao normal. Para piorar, há novos sinais dessa tecnologia em alguns outros mundos da Constelação, inclusive em planetas não-habitados — e por isso há muito interesse na difusão do criptofator.
As corporações não se importam com o dano feito à mente de seus usuários e já conseguem replicar o engram (“O que você está disposto a apagar de si mesmo para ter mais desses recursos?”). Agora já existem pesquisas feitas no sentido de removê-lo e restaurar as memórias perdidas. Por sorte, poucos seres sencientes parecem ser capazes de recebê-lo a partir da replicação original (N. do A.: resultado 1 em 1d6). A razão para isso ainda é um mistério.
Avanços e Descobertas
O panorama dessas pesquisas, com o surgimento do Criptofator, começou a mudar: o simples conhecimento de códigos e linguagens ao redor de todos, sem ser percebido, já é uma diferença monumental — uma série de gravuras pode, na verdade, se revelar uma escrita e não desenhos em paredes ou objetos. Assim como os sinais até então não detectados de certas máquinas. Mesmo sem entendê-las claramente, saber que algo transmite sinais já é uma reviravolta.
Contudo, agora temos uma disputa entre, por um lado, corporações usando vítimas do criptofator para detectar, traduzir e tomar essa tecnologia — e, do outro lado, os núcleos científicos que abraçaram a pesquisa responsável, desenvolvendo experimentos para tentar replicar isso sem desarranjar a mente alheia. Talvez o criptofator não seja nefasto em si, mas tenha gerado consequências desastrosas ao ser implementado em humanóides. Não há como saber.
O Criptofator em Brigada Ligeira Estelar
Essencialmente, o Criptofator é uma mácula biotecnológica. Para fins de jogo, uma mácula é algum mal ou desvantagem ao qual um personagem está sujeito durante as aventuras, podendo piorar progressivamente de acordo com suas atitudes — porém, em compensação, também traz benefícios, aumentando seus poderes. Para se ter essa rara característica, podendo ser obtido na construção de um personagem por apenas –1 ponto por seu nível inicial.
Funciona como um atributo extra de valor flutuante: a cada uso, dependendo da intensidade do ato, o jogador pode receber 1d a 3d Pontos Criptofatoriais (PCFs), a critério do mestre. A partir do segundo nível, o personagem tem direito a um teste de Resistência (R) para evitar recebê-los — mas cada dado além do primeiro representa um redutor de –1 no seu teste. Assim, se você receber 3d PCFs do mestre, precisará fazer um teste de R–2.
Jogando em Brigada Ligeira Estelar com o Criptofator
Os PCFs funcionam como pontos de experiência — mas só para o uso do Criptofator. Sempre que um personagem acumular 10 PCFs, eles são automaticamente convertidos em 1 ponto na característica. Assim, você pode adicionar seu Criptofator atual a uma característica em um teste ou rolagem de dados, mas isso faz com que você receba 1 PCF. Por exemplo, se você possui Habilidade 3 e tiver CF2, pode aumentar seu teste de H, fazendo a rolagem contar como 5…
…mas receberá 1 PCF no mesmo momento. O mesmo valerá para testes: aceite receber 1 PCF ao rolar um teste de Resistência (R) contra essa tecnologia alienígena e a sua característica na verdade contará como R+CF. O valor de 10 PCFs por ponto de Criptofator é válido até CF5; para chegar a M6 é preciso 20 PFCs. Porém, chegando a CF6, sua mente se tornará totalmente alienígena, falando uma língua incompreensível — e desconectado do mundo ao seu redor.
O Retorno é Possível?
Como ele não tem comunicação com os demais ou lembranças de hoje, seu conhecimento se torna inútil e ele tende a ficar trancado em algum laboratório, sob o esforço das pessoas em lhe devolver a humanidade perdida. Ou, se depender das corporações privadas, nem isso: ele se torna um arquivo a ser queimado. Na verdade, embora muito esteja perdido, muita coisa pode ser recuperada — pelo menos antes do sexto estágio de desenvolvimento criptofatorial.
Geralmente, os danos psicológicos podem ser tratados através de um longo processo de terapia. Dessa forma, seu esforço em preservar suas lembranças podem ter dado resultado (aliás, é bem possível que elas ainda estejam lá em forma de, digamos, back-up. Vejam, nós dissemos “é possível”) e, quem sabe, memórias factuais tenham sido preservadas via interface homem-máquina e, de tal maneira, possam ser reinseridas sobre um engram devidamente deletado.
Removendo o Criptofator
Logo, reduzir 1 ponto de Criptofator exige o gasto de 10 PEs no 3D&T Alpha, representando tanto o esforço pessoal como outros recursos necessários (por exemplo, o tratamento). Pontos acima de 5 exigem mais esforço e recursos para serem reduzidos. O mestre também pode pedir, além do gasto de PEs, que algum outro requisito seja cumprido pelo personagem: por exemplo, que realize alguma missão para recuperar sua essência perdida em algum lugar, se esse for o caso.
Aliás, uma ideia para fortalecer o retorno é o apelo do grupo. O surgimento de um laço entre personagens também pode funcionar. Entretanto, um personagem que retorne ao nível 0 de Criptofator jamais poderá ser infectado por ele novamente, perdendo em defintivo todas essas capacidades. Talvez seja a hora dele voltar para os seus, abrindo o caminho para um novo personagem no time ou de encontrar um novo papel para si sob essas novas circunstâncias.
NO TOPO:
Arte de Roger Dean, autor de várias capas de rock progressivo dos anos 70 repletos de ambientes alienígenas. Altona tem muito essa cara… setentista, podem reparar. Querem procurar referências? Divirtam-se.
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