O drow Drizzt: o personagem que nasceu para ser protagonista

O drow Drizzt: o personagem que nasceu para ser protagonista

Na direita Drizzt, com roupas escuras e cabelos brancos. Ele segura uma espada virada para baixo na mão direita e tem a mão esquerda apoiada no dorse de uma pantera negra, ao seu lado. No fundo luzes arroxeadas e uma imensa caverna

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Não é segredo que existem diversas trilogias e quadrilogias de romances com o drow Drizzt e, com elas, algumas ordens de leitura possíveis. Muito antes de Star Wars popularizar o conceito de prequel, o escritor R. A. Salvatore fazia isso com esses romances incríveis e, principalmente, com esse personagem instigante.

Hoje vamos entender como o mais famoso personagem de Dungeons & Dragons foi de coadjuvante para protagonista na mesma velocidade de um golpe rápido de cimitarra!

O romance de origem

Quando lançou O Fragmento de Cristal, R. A. Salvatore pretendia desenvolver Forgotten Realms, um dos universos de D&D, e apresentar um grupo de aventureiros interessante. O bárbaro Wulfgar,  o anão Bruenor, a arcanista Catti-brie, o halfling Regis o elfo negro Drizzt Do’Urden formaram o grupo e tanto, claro, mas um personagem conseguiu tamanho sucesso que ofuscou os demais: Drizzt.

“Eu conheci muitas pessoas aqui em Dez-Burgos, na terra selvagem do Vale do Vento Gélido, que me aceitaram apesar de ser um elfo negro. Ainda assim, esses três, acima de todos os outros, se tornaram uma família para mim. Por que eles? Por que Bruenor, Regis e Catt-brie acima dos outros, três amigos que valorizo tanto quan Guenhwyvar, minha companheira por todos esses anos?
-Drizzt, O Fragmento de Cristal

Os dilemas de Drizzt em ter nascido em uma cidade maligna cujos valores não o representavam. Sua dificuldade em sair de casa e desbravar o mundo (o nome Pátria, romance posterior, diz muito). Tudo isso tornou o elfo negro demasiadamente interessante e cativante para prosseguir na posição de coadjuvante. O sucesso da obra foi imenso e o fascínio por Drizzt só crescia, de modo que as duas obras que finalizaram a Trilogia do Vale do Vento Gélido consolidaram Salvatore como um autor premiado e os romances diversas vezes como best-seller do New York Times. Mais do que isso, confirmaram que o ranger do Subterrâneo era um protagonista que devia ser tratado como tal.

Na direita um gigante e orcs estão sendo golpeados por um bárbaro de cabelos louros, um anão com um machado e um elfo negro de cabelos brancos. Ao fundo uma paisagem coberta de neve com mais orcs e gigantes se aproximando

O protagonista nos holofotes

Pense nos filmes da franquia Piratas do Caribe. Se olhar o primeiro, um ótimo filme, inclusive, verá que Jack Sparrow é um coadjuvante. A atuação de Johnny Depp e as cenas bem montadas tornaram o surgimento desse personagem como a agradável surpresa da obra. Nos dois filmes subsequentes, já é notável o quanto o capitão se tornou o protagonistae a história gira em torno dele.

A maior diferença de Jack Sparrow para Drizzt, no que diz respeito a galgar os holofotes de suas respectivas obras, está o quanto cada um, uma vez trabalhados como personagens principais, conseguiram sustentar as franquias. Piratas do Caribe, infelizmente, sofreu do conhecido fenômeno de piorar a cada novo filme. Já Drizzt, tem dezenas de livros (a Jambô Editora, felizmente, já lançou no Brasil 10 volumes traduzidos e segue dando continuidade nos lançamentos), além de se tornar um fênomeno cultural, capaz de ser o mais famoso personagem de D&D.

A cada novo romance, os detalhes sobre o elfo negro foram sendo desenvolvidos e apresentados. O sucesso foi tanto que, nascido em obras literárias, foi para outras mídias. A principal cidade dos drow foi desenvolvida em um suplemento de RPG Menzoberranzan, lançado em 1992. A deusa-aranha Lolth também foi apresentadas em aventuras como City of the Spider Queen, (2003), enquanto os elfos negros foram desenvolvidos em The Drow of the Underdark (1991) e afins. o Já Drizzt, apareceu em games, HQs, animações, suplementos de RPG, aventuras, booktrailers e tudo que é tipo de conteúdo. Nenhum deles, no entanto, supera ler os romances cheios de perigos épicos, reviravoltas surpreendentes e desafios ardilosos enfrentados pelo drow.

“Em uma dessas cavernas, de três quilômetros de largura e trezentos metros de altura, fica Menzoberranzan, um monumento à graça sobrenatural — e letal — que marca a raça drow.
Nos locais onde, em épocas passadas, havia uma caverna vazia de estalactites e estalagmites brutas, agora há fileiras e mais fileiras de palácios ressoando em um sutil fulgor mágico.”
– Pátria

Na Trilogia do Elfo Negro, conseguimos conhecer a origem de Drizzt. Nessa prequel, a sociedade matriarcal dos drow é apresentada, repleta de traição e intriga. O culto à deusa-aranha Lolth, o mundo do Subterrâneo (Underdark, no original) fascinando e instigante, e diversos perigos, problemas e descobertas que o elfo negro vai confrontando ao deixar seu lar e ir para os reinos da superfície.

Na direita o elfo negro de cabelos brancos Drizzt golpeando um drider, elfo negro com a parte de baixo do corpo em forma de aranha gigante. Ao fundo uma caverna de luz esverdeada com outros personagens feridos em batalha.

Por que ler os romances de Drizzt?

Para quem gosta de fantasia, não deve ser difícil imaginar bons motivos para ler quaisquer sagas de Drizzt. Todos os elementos que gostamos em uma saga de fantasia estão presentes e, mais ainda, magistralmente desenvolvidas pela escrita intensa de Salvatore. Lutas instigantes de espadachins, magia sinistra, raças fantásticas, monstros tenebrosos, hordas ameaçadoras, traições, reviravoltas e tensão.

No entanto, acompanhar a jornada do elfo negro é também testemunhar elementos únicos que cada obra traz. A sociedade dos drow é algo que, por si só, já valeria a leitura. Ver como o autor criou e desenvolveu uma sociedade maligna matriarcal, cheia de castas (sacerdotisas liderando, guerreiros subalternos servindo), tradições e liturgias, é ver um mundo fantásticos dentro de outro. Claro que há regiões interessantes que fazem parte de Forgotten Realms, um dos mais famosos universos de D&D, mas tudo que permeia a sociedade drow é a cereja do bolo.

No âmbito mais pessoal, acompanhar os dilemas que Drizzt passa são fascinantes. As dificuldades de ter crescido em uma sociedade que prima pela intriga e engação dos próximos, a contrariedade em encontrar em pessoas distantes uma amizade e empatia maiores do que entre os seus. As dificuldades em representar um povo visto como maligno, sem compactuar com a cultura do seu próprio povo. Não é à toa que o drow se tornou a epítome de protagonista de fantasia.

Por fim, há outros personagens secundários que ganham algum merecido destaque. Sem dar spoilers, o destaque vai para o impiedoso espadachim Artemis Entreri, e para Jarlaxle, um drow ambicioso e poderoso que cabe perfeitamente na categoria “vilões que amamos odiar”. Guenhwyvar, claro, não podia faltar nessa lista, afinal a pantera negra mágica é tão corajosa e determinada quanto uma junção de pet e companheiro animal fantástico poderia ser.

Livro Passagem para o Alvorecer em pé, em cima de outros livros da série Drizzt. Na direita dois pequenos frascos de vidro com líquido vermelho e verde e uma algibeira de couro.

Possíveis ordens de leitura de Drizzt

Os romances envolvendo Drizzt possuem diversos arcos de história. Isso é ótimo por permitir ler uma saga sem, necessariamente, ter lido outra. Sim, você pode pegar qualquer dessas trilogias e quadrilogias e lê-las separadamente.


Trilogia do Elfo Negro
(detalha a origem de Drizzt e a sociedade dos drow, cheia de intrigas e traições):
Vol 1: Pátria
Vol 2: Exílio
Vol 1: Refúgio


Trilogia do Vale do Vento Gélido
(primeira saga lançada, com Drizzt junto dos Companheiros do Salão enfrentando diversos perigos, lidando com tribos bárbaras e com um dispositivo mágico único):

Vol 4: O Fragmento de Cristal
Vol 5: Rios de Prata
Vol 6: A Joia do Halfling


Quadrilogia do Legado do Drow
(história épica em que a deusa maligna Lolth e suas hordas querem se vingar de Drizzt por tudo que fez!):
Vol 7: Legado
Vol 8: Noite sem Estrelas
Vol 9: Cerco das Trevas
Vol 10: Passagem para o Alvorecer


Quadrilogia Caminhos da Escuridão
(Drizzt lidera seus companheiros em uma tentativa de destruir de vez o artefato Fragmento de Cristal).

Vol 11: A Lâmina Silenciosa (LANÇAMENTO!)

A Lâmina Silenciosa é o primeiro livro do arco Caminhos da Escuridão. Foi vencedor do Origins Awards de Melhor Romance Relacionado a Jogos.

Nesse livro, o elfo negro lidera seus amigos em uma missão para destruir, de uma vez por todas o malígno fragmento de cristal. Além do inigualável Drizz, a história traz os já conhecidos Wulfgar e o terrível espadachim Artemis Entreri, além de intrias urbanas na superfício e na tenebrosa cidade subterrânea dos drow, Menzoberranzan.

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Capa do livro A Lâmina Silenciosa no centro, ilustração ao fundo mostrando o elfo negro Drizzt com um pântano ao fundo

 

 

Escrito por:

Matheus Tietbohl

Matheus acha que se sua biografia fosse um background de Personagem Jogador, Mestre algum aprovaria tanta coisa misturada. Formado em História, é também fotógrafo, designer, editor de vídeo. Já foi cosplayer (existe ex-cosplayer?), mas atualmente destila sua arte montando os Cortes da Jambô e como host do programa JambôVerso.

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