Olá, amantes da boa comida e de combos safados. É um prazer tê-los mais uma vez ao redor de nossa mesa fantasiosa de delícias artonianas. No penúltimo post do ano, de Sal & Tormenta, Marah, Sszzaas e Hynnin são homenageados com suas sobremesas: Manjar da Paz de Marah, os Justos Virtuosos de Sszzaas más línguas dirão que é uma cópia, e os Ovos de Raposa tão caros a Hynnin! Como sempre, as belas imagens são de autoria de Matheus e as regras para uso em mesa, são do Rafael Dei Svaldi.
Nesse mês de novembro ainda tivemos a estreia de Vini, Elisa e Matheus na twich da Jambô cozinhando ao vivo, na tentativa de se tornarem respectivamente o Louro José, a Ana Maria Braga e o Boninho de Arton (se você ainda não viu, clique aqui)
Manjar da Paz
Essa delícia criada e compartilhada livremente pelos devotos de Marah é degustada ao redor de toda Arton. Há lendas afirmando que o doce foi servido antes dos principais acordos de paz e rendição do Reinado. O sabor adocicado e delicados do manjar se mistura e harmoniza perfeitamente com a calda de vinho especial repleta de especiarias afrodisíacas, seguindo os preceitos de amor e paz tão apreciados pelos devotos da deusa.
Como não poderia deixar de ser, essa delícia é 100% vegana e sem lactose, canso perfeitamente com os dogmas de paz e amor da deusa, afinal não há tempo para conflitos se todos estão de boca cheia.
Efeitos na Mesa
Uma vez nesse dia, quando você ou um aliado em alcance curto for atacado, você pode fazer com que o atacante jogue dois dados e use o pior resultado para a jogada de ataque.
Custo: 7$T
Receita de Manjar da Paz (a.k.a. Manjar de coco com calda de vinho com especiarias)
“Economia é chato. Quem teve a ideia de fazer um artigo sobre isso? Não vou ler.” Calma! Economia pode ser legal! Olha só: uma das coisas mais divertidas em RPG é reunir tesouros e melhorar seu equipamento (o famoso “loot”). Mas conseguir uma espada mágica fodona só é bacana porque itens assim são raros. E essa raridade — ou escassez — é a base da economia.
A economia também pode servir de gancho para aventuras: a típica escolta de caravana, por exemplo, nada mais é do que uma missão motivada por economia. E agora que o mundo de Arton tem as Repúblicas Livres de Sambúrdia, uma coalizão de cidades-estados mercantes, oportunidades assim não faltarão.
Economia pode ser um assunto legal, mas certamente é um assunto complexo. Na verdade, é tão complicado que ninguém entende direito! Basta ver que volta e meia temos grandes crises financeiras globais… Se nem economistas de verdade entendem tudo do assunto, não há por que nos preocuparmos demais com ele. Porém, uma ideia geral de como funciona a economia do cenário é útil para mestrar aventuras e escrever histórias. Então, vamos falar aqui sobre o básico do básico.
Quanto ganha um plebeu no Reinado?
A resposta para essa pergunta é a base da economia, e pode ajudar muito a dar um senso de escala do valor do dinheiro em Tormenta — e, consequentemente, de qualquer coisa com preço.
Pessoas comuns não ganham dinheiro explorando masmorras e matando monstros. Elas fazem isso… trabalhando, veja só. Em termos de jogo, usam a perícia Ofício (Tormenta20, página 121) — mais especificamente, o uso “Sustento”. Pelas regras desse uso, um personagem pode fazer um teste de perícia contra CD 15 por semana. Se passar, ganha T$ 1, mais T$ 1 por ponto pelo qual seu teste exceder a CD.
Vamos considerar que nosso plebeu típico é um personagem de 2º nível, com treinamento na perícia que usa para sustento e valor no atributo relevante dela de 12 ou 13 (bônus +1). Ou seja, seu bônus nessa perícia será +4 (+1 da metade do nível, +1 do atributo, +2 do treinamento). Na média, o resultado do teste será 14 e 15 (rolagem de 10 ou 11 mais bônus de +4). Isso significa que ele ganha um Tibar semana sim, semana não — ou T$ 2 por mês. Considerando que gaste T$ 1 por mês para se manter, conseguirá acumular um mísero Tibar por mês. Itens como uma armadura completa (T$ 3.000) estão simplesmente fora da realidade dele.
Isso simula a realidade da Terra por boa parte da época medieval. Armaduras desse tipo eram usadas por nobres e seus herdeiros. Guerreiros comuns tinham que se contentar com equipamentos bem mais simples. É quase como um carro blindado hoje em dia — eles existem, mas são poucas as pessoas que têm acesso a um.
Mas, espere: nosso plebeu pode ter mais níveis ou um atributo mais alto. Um personagem de 4º nível com modificador de +2 no atributo relevante, por exemplo — uma pessoa competente, mas ainda não necessariamente extraordinária — conseguiria resultados médios de 16-17, para um ganho de T$ 2 a 3 por semana. Esse plebeu provavelmente seria uma pessoa próspera: um fazendeiro com terras próprias, um mercador etc. Ele terá uma vida confortável, mas os itens mais caros ainda estarão fora do alcance dele.
Claro, nosso plebeu pode ter um nível ou um modificador de atributo ainda maior. Entretanto, um NPC acima de 4º nível, ou com um modificador de atributo maior que +2, não se classifica mais como uma pessoa “comum”.
Resumindo a economia em Tormenta
Um plebeu típico (peão numa fazenda, estivador das docas etc.) ganha T$ 2 por mês, sendo que gasta T$ 1 para se sustentar — ele tem T$ 1 por mês para gastar em luxos (cerveja na taverna?) ou guardar. É uma vida humilde, mas assim são as coisas no Reinado. Lembre-se: Arton é um mundo mágico, mas ainda é um mundo medieval. Com poucas exceções, não há indústrias — fabricação de bens é artesanal, a maior parte das fazendas é de subsistência etc.
Um Tibar de ouro representa cinco meses de trabalho de um plebeu típico. Lembre-se disso da próxima vez que reclamar do tesouro que o mestre colocou na aventura…
No vindouro Atlas de Arton vamos nos aprofundar mais em questões relativas à vida no Reinado. Que conteúdos desse tipo você gostaria de ver no livro?