Tag : O Tratado dos Mil Cantos

Resenha do livro “O Tratado dos Mil Cantos”

O tratado dos mil cantos

À primeira vista o leitor pode estranhar um pouco como foi feita a organização de apresentação de “O tratado dos mil Cantos”. O autor preferiu organizar a sua narrativa mesclando acontecimentos do passado com o presente. A partir dessa cronologia, é apresentado para o leitor uma mitologia muito rica inspirada na antiga Mesopotâmia. Neste universo as pessoas podem manipular a água, o fogo, o ar, a terra, a luz e as trevas.
Nesse sentido, compreende-se que dois poderes dicotômicos que existiam ou era temido ou era muito desejado: as trevas e a luz. Se por um lado o poder da luz é raro e muito cobiçado devido as façanhas que poderia realizar, tal como curar. Por outro lado, o poder das trevas é, de certa forma, proibido.

O Tratado dos Mil Cantos: Uma boa história é feita de bons personagens

A história nos apresenta quatro personagens manipuladores de alguns dos elementos citados anteriormente que buscam chegar a um local sagrado para a realização de um ritual que decidirá o destino daquele mundo. É a partir dessa breve contextualização que entraremos em um dos aspectos mais importantes de uma narrativa: os personagens. Todo jogador de RPG sabe que os personagens são as peças mais essenciais para a construção de qualquer texto e quando a narrativa já é fantástica isso ajuda ainda mais na formação de personalidades.

Uma boa personagem carrega consigo elementos necessários que levará a narrativa adiante. Em O tratado dos mil Cantos, o autor nos apresenta quatro personagens extremamente fortes e trabalhados. Cada um com o seu passado contribui para o momento presente do livro, mas o que mais se destaca na história é que todos eles possuem algo em comum: a perda.

O abandono do passado em busca do amanhã

Com o passar de cada página é possível estar próximo desses personagens, cada um carregando em suas histórias pessoais o fardo de precisarem lidar com alguma privação, seja de um reino, de sua família, de sua liberdade… Todos estão entrelaçadas por algo que já foi perdido em seu passado e que culminou no encontro delas no presente. A partir disso o livro nos traz para uma reflexão para além das páginas: mesmo que tenham tirado de você algo muito importante e que as vozes de outrora insistam em dizer que o caminho tende sempre ser escuro e solitário, cabe a nós, em nosso presente, pegar o que é mais forte em nós mesmos e lutar por um hoje e um amanhã que acreditamos ser melhor.

3 curiosidades sobre O Tratado dos Mil Cantos, de Rafael Dias

Livro de estreia de Rafael Dias, O Tratado dos Mil Cantos é uma fantasia que se passa em um mundo inspirado na mitologia mesopotâmica. O autor do Selo Odisseias conta a história de quatro manipuladores dos elementos que precisam chegar a um local sagrado para decidir o destino do mundo a partir de um ritual de sangue. Logo abaixo, você confere algumas curiosidades sobre a obra, como as inspirações para o mundo, para os personagens e para o sistema de magia criado pelo autor.

1. Como tudo começou

Em uma época em que se tinha pouco trabalho e muita criatividade, Rafael Dias passava algumas horas escrevendo e trocando contos com um amigo de seu emprego da época. Com o passar do tempo, aquelas histórias foram ficando mais consistentes, tomando formas que nem ele mesmo acreditava, até sair o primeiro conto. Nessa narrativa, um ancião contava histórias para uma criança prodígio, e a partir daí saíram mais e mais contos, que por fim foram unidos por insistência de um dos amigos que finalmente, juntando cada uma dessas histórias, perceberam que existia quase um livro completo.

2. O mundo

Muita gente ao ler as primeiras páginas, tendo como base algum conhecimento prévio da história antiga oriental, já consegue se situar, ou pelo menos identificar alguma cultura, não à toa, pois, todo o romance está recheado de personagens históricos, cidades antigas, eventos importantes para as civilizações da época. Com pouco conhecimento é possível identificar cidades como Babilônia e sua busca pelo conhecimento e expansão, Gilgamesh e sua luta pelos segredos da vida, e por último, mas não menos importante, o Tratado de Kadesh, um acordo entre duas grandes potencias da região que acabaram por ditar algumas regras a outros povos e cidades que viviam próximos a ambos.

3. A magia

Assim que o leitor tem o primeiro contato com a magia em Mil Cantos, algum deles fazem uma ligação ao anime “A lenda de Aang”, porém, todos que isso fizeram, estão enganados, já que o sistema é altamente baseado nos RPGs lidos e jogados por Rafael Dias em sua adolescência. Na época, ele tinha o costume de criar personagens com poderes ligados a elementos primários e quando o sistema permitia, fundia tais elementos para criar outros. Inclusive, na criação de alguns personagens de seu livro, ele usou as fichas de RPG que ainda hoje estão guardadas em seu armário. Nele, tem personagens em que ele jogava e mostrava, agora fica para o leitor, tentar descobrir qual dos personagens do livro, era um NPC e qual é um personagem jogável.

O Tratado dos Mil Cantos está disponível nas versões física e digital.

Livro físico

Digital (pdf, epub e mobi)

Combo físico + digital