Tag : Dicas de RPG

A Jornada da Mestra — Às vezes, mestrar RPG não é para você

Mestre Dos Magos / Caverna Do Dragão / Treta / GIF - Careful Dungeons And Dragons Dungeon Master - Discover & Share GIFs

Que papo é esse? Qualquer um não pode ser mestre?

Exatamente, jovem padawan. Entretanto, o buraco aqui é mais embaixo. Mas o que isso quer dizer? Que você não é obrigado a mestrar, seja porque não gostou da dinâmica ou porque apenas não quer. 

Mestrar não é uma hidra de sete cabeças, mas exige um certo trabalho, sobretudo se você decide criar a sua própria história. E, mesmo utilizando uma aventura pronta, é sempre de bom tom ter um planejamento mínimo. Tenha sempre em mente que o fator caos dos jogadores pode te levar a qualquer lugar.

Não sei se posso criar uma checklist de características que um mestre deveria possuir — nem gosto muito disso —, mas posso falar sobre alguns pontos percebidos após um ano nessa aventura.

Imparcialidade

Judge Juiz GIF - Judge Juiz Juiza - Discover & Share GIFs

É bem chato quando aquela pessoa faz uma bobagem astronômica e sai impune, não é? É triste quando sua mãe guarda uma foto 3⁄4 sua na carteira, com aquela cara de desastre, mas mantém um pôster de cinema do seu irmão na porta de casa.

O mesmo serve para seus jogadores. 

Se um único personagem recebe toda a sua atenção, não é bacana. Imagine você, sentado numa mesinha de bar com seus amigos. Um deles convidou a galera, mas ele só responde um amigo em específico, ignora você e o resto ou responde na base do “uhum, ok, ciente”. No mínimo estranho. Não seja assim.

Se um personagem toma uma decisão duvidosa e não recebe uma consequência a altura, abrem-se portas para que os outros tomem as mesmas ações. E se você não tiver o mesmo tratamento com os outros, punindo-os pela ação questionável, eu mesma pergunto quanto custa o valor do suborno.

Isso nos leva ao próximo ponto.

Honestidade

Missão Impossível: Confissão Sacramental - O Catequista

Seja honesto com seus jogadores. Somos todos amigos, adultos e maduros, fingindo lançar magias com sonoplastia improvisada. A comunicação é importante, portanto seja honesto sobre suas ações e decisões. 

Tirou um natural naquela briga importantíssima? Oh, well

Um jogador ficou frustrado porque não compreendeu uma decisão sua? Explique

O monstro morreu com um único hit porque você balanceou mal? O monstro ficou muito badass porque você enlouqueceu e perdeu a mão? Cabe um balanceamento de última hora, caso você não queira um combate anticlimático, ou outra solução criativa. Pode dizer depois, não faz mal.

Não conseguiu planejar nada para a sessão? Diga. Não fazemos uma campanha sozinho.

Um jogador tomou a pior decisão possível e ele vai morrer por isso? Mate-o. O time inteiro, numa mesa na qual eu sou jogadora, tomou uma decisão extremamente burra e o mestre fez um TPK sem dó. Lembrando que, caso os jogadores sejam iniciantes, você pode contornar isso com outras decisões. Eu sempre digo que matar é muito fácil, seja criativo. Arranque um braço, um olho, mate um npc querido.

Criatividade e Jogo de Cintura

Imagens e Gifs dançando - Gifs e Imagens Animadas

Dois pontos que se complementam porque você, em algum momento, vai ter que rebolar, rebolar, rebolar. Jamais tenha certeza do que te espera, com exceção do caos. Sempre achei que Valkaria perderia o posto de padroeira dos aventureiros para Nimb. 

Você não precisa de criatividade apenas para construir a história, mas para resolver os pepinos que surgem durante as sessões. Como eu já disse, caso você não queira matar um personagem, por qualquer motivo que seja, há inúmeras outras formas de punir o personagem. Arrancar um braço do guerreiro para deixá-lo com um debuff em seus ataques, diminuir um atributo chave ou selar a magia do arcanista e etc. Tem espaço para tudo.

Paciência

Classe; Monge | Wiki | [RPG] Ilha - Godashi Amino

É importante ter paciência para entender seu próprio tempo e o tempo dos jogadores. Para aceitar que cagadinhas vão acontecer, para lidar com os próprios erros, deslizes, decisões duvidosas e as bombas que os jogadores atiram em nossas mãos.

Mestrar não é uma tarefa árdua, mas exige um certo tempo e paciência para planejar e construir. Sejam horas procurando pelo handout perfeito, seja planejando a próxima sessão ou o próximo arco da campanha.

Mas, é claro, toda paciência tem limite. Você não precisa ser paciente com aquele jogador babaca, que está ali apenas atazanando o juízo alheio. Dá sempre para conversar antes de uma decisão, mas ninguém é obrigado a aturar gente sem noção. 

E lembre-se: você não é babá. Deixe que os personagem resolvam seus problemas, eles que se virem com o fantasma das consequências.

Bebam água, comam frutas e até a próxima!

Mesa Sonora — Usando as trilhas sonoras da Jambô na sua aventura

músicas empolgantes para RPG

É dia de alegria, é dia de Mesa Sonora! E voltando às tradições dessa coluna, hoje é dia de recomendar trilhas sonoras bacanas para a sua mesa de RPG. E quais opções são melhores que músicas que já servem de trilha sonora para RPG? Pois é!

Apresento hoje um pequeno resumo das trilhas sonoras das mesas oficiais da Jambô. Aqui vou recomendar o uso de alguns desses temas para momentos específicos da sua aventura. Você pode acessar todas essas músicas e mais clicando aqui.

Grandes temas de introdução

Para criar aquele clima de aventura e preparação para sua mesa, nada melhor do que um tema de introdução que alinhe as energias dos jogadores com a da mesa. Confira essas peças incríveis:

Lágrimas da Dragoa-Rainha — Tema

Esse tema melancólico traz um sentimento agridoce, próprio para campanhas cheias de tensão, onde os heróis seguem lutando contra desafios cada vez maiores e difíceis de superar. Essa peça remete bem a natureza da aventura original (que pode ser vista aqui), mas pode ser adaptada a qualquer aventura que reflita um clima parecido. Peça feita pelo College of Loop.

Arena de Valkaria — Tema Principal:

Originalmente para a stream de RPG Player vs. Player favorita do Brasil, o tema da Arena de Valkaria é uma excelente introdução para uma aventura de RPG cheia de energia e atos de heroísmo desmedidos. Também é uma música muito versátil, podendo ser usada em ambientações mais tradicionais como Tormenta até histórias mirabolantes em 3D&T. Como toda a trilha sonora da Arena de Valkaria, foi feita pelo College of Loop.

Legado do Ódio — Quase Heróis:

Sem dúvida um dos temas principais menos ortodoxos das streams de RPG da Jambô. Com uma pegada de heroísmo misturada com uma instrumentação mais moderna, essa música inspira aventureiros e coloca os jogadores em ânimos de aventura! Feita por Diego Taveira, como toda a trilha sonora do Legado do Ódio.

Músicas de tensão e/ou combate

Essas são algumas das peças mais importantes da sua mesa. A hora do conflito!

Guilda do Macaco — Tema:

Apesar de ser um tema introdutório, eu preferi colocar essa peça nessa seção do artigo. Esse tema simples reflete exatamente o que eu sinto antes de uma boa e velha batalha no meu RPG favorito. A música evolui como a antecipação e a tensão, e termina quase como uma contagem regressiva para o combate. Feita por JM Trevisan.

Fim dos Tempos — Tema de Combate:

Pode ser usado tanto para combate quanto para cenas de conflito não físico. Esse tema causa uma expectativa tremenda, como se algo estivesse esperando para acontecer. Indispensável para uma mesa de intrigas, mentiras ou até mesmo de porradaria franca mesmo. Feita pelo College of Loop, que foi responsável por toda a trilha sonora de Fim dos Tempos.

Arena de Valkaria — Tema de Tensão:

Literalmente no nome, esse tema é TENSO. Específico para os momentos finais de um grande e glorioso combate, quando os heróis e vilões estão prestes a usar as suas últimas cartas na manga. Também é um tema que cria expectativa pelo que vai acontecer.

Legado do Ódio — Ação!:

Não deixe a introdução meio Cowboy Bebop te enganar. Esse tema, que poderia muito bem tocar numa exposição de arte moderna, é cheio de nuances que o tornam muito adequado ao momento em que os heróis preparam seus buffs e vão pra cima de seus inimigos.

Temas para momentos específicos

Fim dos Tempos — Tema da Ayla:

Peça fantástica para ser usada tanto em momentos de descontração quando em momentos de enganação divertida (no caso, é divertido quando parte dos jogadores).

Fim dos Tempos — Tema de Ignis Crae

Uma música extremamente nobre e cheia de pompa. Use sem medo quando o grupo estiver prestes a uma audiência real, ou na presença de um grande cavaleiro.

Arena de Valkaria — Tema de Vitória:

Ideal para o final do embate, quando os personagens percebem que venceram e recolhem os espólios deixados pelos inimigos.

Fim dos Tempos — Tema do Rexthor

Esse tema me passa uma impressão de ser perfeito para embates contra inimigos menores, anteriores ao grande vilão da campanha.

***

Como dito anteriormente, todas essas músicas e mais podem ser encontradas na playlist de músicas de stream da Jambô Editora. Eu adoraria ter feito um jabá sobre a música de abertura de Fim dos Tempos (feita por esse que vos escreve), mas já farei um artigo inteiro sobre isso em breve, então me aguardem.

Lembrem-se de também acompanhar as mesas de RPG da Jambô Editora! As que ainda estão acontecendo podem ser acompanhadas ao vivo no Twitch, mas você sempre pode ver a gravação no YouTube depois. E devem vir ainda mais em breve.

Gostou das indicações? Vai usar alguma dessas músicas em sua campanha? Deixe um comentário pra gente ficar sabendo!

Podcast 146 – Olé! Samba!

Metendo 3 a 0 nos rivais, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa debatem o jogo Life is Strange: True Colors (é legal, mas tem defeitos), os desfiles afrocentrados do Carnaval do Rio de janeiro e a loucura da cidade nessa época, a visual novel de assassinato, Dangaganronpa, e Bridgerton, a nova série queridinha do momento! Também sobrou tempo para dar notas para Elden Ring de acordo com os quesitos das apurações das escolas de samba, criticar o sistema inimigo e, de novo, responder a TODAS as dúvidas dos Conselheiros!

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J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Thiago Rosa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Podcast 144 – Perna de gancho e mão de pau

Pilotando um robô gigante maneiríssimo, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa debatem o sucesso de Nossa Bandeira é a Morte (e os piratas de Arton), a qualidade questionável de live actions de animação como A Bela e a Fera, a vida dos ricos e famosos, jogadores que batem em NPCs importantes e Viúva de Ferro (um romance doido sobre mechas chineses)! Também sobrou tempo para descer o pau em Kingdom Hearts, descobrir como seria o mecha de cada participante e, mais uma vez, responder a TODAS as dúvidas dos Conselheiros!

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Mesa Sonora — RPG Música Clássica ou RPG Jazz? Uma reflexão sobre preparo e improviso

músicas empolgantes para RPG

Percebo que frequentemente estou pensando em como a arte ao nosso redor reflete hábitos, padrões e estruturas de organização que levamos para a vida, mesmo sem perceber. “A vida imita a arte”, afinal de contas, mas me impressiono com o quanto isso é verdadeiro. O texto de hoje é fruto de uma reflexão que me veio recentemente, enquanto jogava RPG, claro, sobre estilos diferentes de jogar e narrar, e como isso é parecido com culturas musicais distintas ao nosso redor. Uma nota antes de começar: existem exceções para tudo o que eu falarei, mas estou tentando estabelecer convenções de entendimento comum.

Faixa 1 – O RPG música clássica

Estou usando o termo “música clássica” muito livremente aqui, mas em geral quero falar de estilos musicais com estética mais tradicional europeia e, principalmente, executada por músicos que executam as peças de acordo com as instruções do compositor. O músico de orquestra encontra pouco espaço para o improviso. Existem, claro, momentos em que a dinâmica e a expressividade são usadas, mas o músico está tocando algo pronto, onde as frases são definidas e constantes. A Quinta Sinfonia de Beethoven (tcham tcham tcham tchaaaaaaam) tocada hoje, será muitíssimo parecida da que será tocada amanhã.

E assim é o RPGista da música clássica. O jogador que inicia a aventura com a progressão inteira do personagem já pronta, aquele que tem as estratégias decoradas para todos os inimigos possíveis do livro básico (sem entrar no mérito de meta-game aqui, isso é outra discussão). De forma semelhante, é o mestre que se preparou para todas as situações que conseguiu imaginar. Ele tem tabelas, ele tem regras específicas, ele tem masmorras extras para o caso de alguém querer explorar um lugar fora do caminho.

Isso não é errado. Aliás, isso é bem divertido. Eu sei cada nota do Inverno de Vivaldi, mas é um prazer imenso ouvir toda vez. Porém…

Faixa 2 – O RPG jazz

Da mesma forma que acima, “jazz” aqui é um termo abrangente para todo tipo de música mais solta, fortemente alicerçada pelos fundamentos e conhecimento do vocabulário, mas com a sensação de estar “por todo lado” no ambiente. O instrumentista de jazz conhece os temas principais do cânone do estilo, conhece os clássicos, sabe tocar as frases famosas, mas é sempre esperado que haja improviso na performance. É aquele que inventa e toca ao mesmo tempo, preso apenas pelo ritmo e pela harmonia (e ainda assim nem sempre). Giant Steps de John Coltrane vai soar diferente entre hoje e amanhã, ainda que os temas principais identifiquem que se trata da mesma música.

Tal qual o musicista, o RPGista jazz compreende as regras que lhe cercam, compreende as amarras e liberdades do sistema e as usa como vocabulário para se apresentar no palco da mesa de jogo. É aquele jogador que não faz ideia de qual poder vai pegar daqui dois níveis, porque essa hora ainda não chegou. Aquele monstro tem uma fraqueza específica no livro? Tente algo diferente, e pode ser que aconteça algo bom. O mestre jazz faz seu preparo antecipado, mas se a aventura for por eixos diferentes, talvez os jogadores nunca percebam. Ele puxa nomes de personagens do éter e pode até aceitar que um vilão seja subornado para evitar combate (isso aconteceu no último episódio de Vanguarda, acompanhem no Twitch e YouTube da Jambô). O improviso torna-se, por si só, parte da narrativa: tudo acontece porque foi permitido que acontecesse, e história alguma se repete, pois não foram completamente escritas.

Isso não é errado. Aliás, isso também é muito divertido. Eu conheço bem os temas de Take Five do Dave Brubeck Quartet, mas cada versão que escuto é diferente da anterior. Então…

Faixa 3 – O que há em comum

Existe uma palavra que define ambos os tipos de música e instrumentistas que fazem parte deles: preparação.

O violinista de orquestra toca através de um profundo entendimento da partitura e suas nuances, suas expressões e convenções do condutor. Principalmente, ele toca através da boa e velha memória muscular. Aquela execução é treinada incontáveis vezes, conhecida, completamente familiar. É um esforço físico e mental tremendo, mas a recompensa é magnífica. O RPGista música clássica atua de forma parecida. Ele está preparado para tudo, até as nuances da interpretação. O personagem pode ter páginas e páginas de background detalhando cada parte de seu comportamento e personalidade. É uma obra de arte pessoal e maravilhosa.

Já o saxofonista de jazz executa sua música graças a um entendimento íntimo do estilo estético que representa (leia-se “teoria musical”). Incontáveis horas de treino foram colocadas para alcançar o nível de capacidade de improvisação na qual ele é proficiente. Ele sabe as nuances e regras do que faz, mas escolhe, por vezes, quebrar um pouco as coisas para tornar tudo mais divertido. Nada é aleatório, tudo tem intenção, mas é rápido e fugaz. O RPGista jazz é o que foi jogar a primeira sessão e não fez um background para o personagem além de raça e classe. Talvez não interesse quem ele foi no passado, só importa quem ele é agora. Ele é preparado, sem sombra de dúvida, mas ele vai esperar chegar a hora do seu solo para pensar no que vai fazer. É, também, uma obra de arte pessoal e maravilhosa.

O RPG é uma experiência colaborativa (e eu quero MUITO fazer essa reflexão com música no futuro, comente se estiver interessado) e não existe preparo suficiente que evite improvisos tanto do mestre quanto do jogador na mesa de jogo. A narrativa só existe como soma de todas as partes e, com isso, todo RPGista improvisa, alguns mais, outros menos. O que realmente importa é que, idealmente, todos se divirtam, na música e nos jogos.

Faixa 4 – Coda (esse é o nome de uma passagem que dá fim a uma composição)

Esse texto é uma mera combinação de reflexões que fiz recentemente, quando me peguei descobrindo que eu faço parte do segundo grupo. Me interessa muito entender bem o sistema, quero saber as coisas boas e ruins que posso fazer, mas eu encaro meu personagem como uma pessoa separada de mim, alguém que eu ainda estou conhecendo, aprendendo quem é. Eu sei quem é meu paladino hoje, no 13º nível, quem ele será no 14º apenas Tanna-Toh e Thyatis podem saber…

Em todo caso, a mensagem aqui é que não importa que estilo de jogo você pratique entre esses (ou tantos outros que existem e sobre os quais eu não falei), um jogador preparado vale por dois e um mestre preparado vale por mil. A preparação é parte fundamental da colaboração entre todos os jogadores da mesa e o quanto cada um gosta de improvisar ou seguir um roteiro não deve interferir na diversão alheia, ou na música do outro. Leiam seus livros, revisitem-nos de vez em quando e chutem traseiros de monstros!

Gostou dessa reflexão? Achou interessante? Deixe seu comentário abaixo para que eu saiba se esse tipo de conteúdo interessa para o futuro!

Podcast 143 – Tapa de gigante pelado

Se jogando de peito do alto da terceira corda, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Glauco Lessa debatem o último Wrestlemania (o maior evento de lutinha do universo), o divertidíssimo game dos Guardiões da Galáxia, as aventuras do Della no mundo dos jogos de tabuleiro, a — acompanhe comigo — segunda temporada da temporada final de Attack on Titan, e a beleza dos jogos desafiadores! Também sobrou tempo para analisar os percursos urbanos mais desafiadores de SP e RJ, discutir se o botão do controle é BOLA ou CIRCULO e responder TODAS as dúvidas dos Conselheiros!

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A Jornada da Mestra — Reflexões sobre o Caos

jornada da mestra

Durante esses nove meses como mestra, eu vivi muitas aventuras, dentro e fora das sessões. Enfrentei meus próprios desafios, tentei destruir os sonhos dos jogadores e me vi derrotada algumas vezes, mas também tive meus momentos de glória. Sempre pensei muito sobre meu papel dentro do jogo e foi uma longa jornada até eu compreender o que eu estava fazendo ali — às vezes eu ainda não sei, mas tá tudo bem.

Um longo caminho

Cada um possui um jeito próprio de jogar, afinal, somos todos diferentes e não cabe a mim dizer o que é certo ou errado – mas às vezes dá sim, viu? Me vejo hoje como uma jogadora sob um título pomposo, aprofundando-me no meu arco de vilania (obrigada, Brasil), empenhada em fazer meus jogadores pensarem. Às vezes eu perco, às vezes eu ganho e ficamos nesse samba.

Admito sentir orgulho quando os jogadores surgem com boas ideias, que me pegam de calças curtas, mas me fazem repensar o planejamento apesar de eu não ser uma das pensadoras mais rápidas da história do RPG. Eu gosto quando eles colocam a cachola para funcionar, ou quando tiram aquele 20 natural inesperado. Quem sou eu para contestar a autoridade de Nimb e seu avatar: o Roll20?

O momento mais desesperador da minha carreira foi a sessão na qual os jogadores queriam interrogar — leia-se matar um pouquinho — um dos principais vilões da campanha. Eu planejei a cena com cuidado, achando que o pobre do homem se livraria fácil dos aventureiros paspalhões, entretanto fui surpreendida pelos dados inacreditáveis do bárbaro. Fui obrigada a utilizar tudo na ficha do vilão porque ele não podia ser pego de maneira alguma. Fui eu quem precisou colocar o tico e teco para funcionar e, pela graça do poder Sortudo, saí vitoriosa.

Não posso negar, essas situações me deixam animada. O caos dos dados e dos jogadores, a sensação de ser o Cebolinha vendo mais um de seus planos infalíveis desmoronar. Já dizia um grande sábio: Khalmyr no volante, mas Nimb no comando.

Diga não a Khalmyr

Meu papel é o de intrigueira, de destruir a felicidade dos jogadores, mas também de ser justa e aceitar as derrotas com a cabeça erguida. Mesmo que o grupo falhe em algo importante, eles precisam lidar com isso. Se eles tiram um crítico e dão hitkill num inimigo importante, eu preciso lidar com isso. Há sempre uma próxima sessão, um próximo monstro, um novo momento para causar um TPK.

O controle é tentador, mas o caos é mais saboroso, sobretudo quando aquele 20 natural é meu. Eu crio os conflitos, jogo os obstáculos e espero os jogadores resolverem tudo da melhor maneira possível. É importante acreditar nos aventureiros. A gente não dá o peixe, nem ensina a pescar, semeamos o caos e os heróis que se virem — ou não, o que é mais comum do que eu gostaria.

Como mestres, sabemos o panorama geral da trama — ou não —, mas há inúmeras maneiras de resolver um conflito e isso é o que torna a história interessante para mim. Sempre que construo uma aventura, fico ansiosa para saber a maluquice da vez, se os jogadores me farão chorar ou o contrário. Às vezes o planejamento segue fluido como um rio, às vezes como um caminhão numa estrada esburacada. Mas, de qualquer forma, o importante é arrancar lágrimas dos jogadores, deixando-os lidar com as vitórias e as derrotas. Podemos sempre voltar na próxima sessão com cinco pedras a mais nas mãos, ou com uma arma de precisão para o combeiro safado.

Cada dia mais longe de Khalmyr e eu não me arrependo de nada. Lembrem-se: mesmo com uma carta na manga, seu jogador pode rasgá-la, mas é divertindo quando você faz um monstro reviver. Fica aqui a dica pela experiência própria.

Se hidratem, não caiam na ditadura da espadinha e até a próxima!

Podcast 141 – Eu sou otaku!

Evitando gatos assassinos de PC, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Thiago Rosa falam de Legend of the Galactic Heroes (um anime de navinha tenso!), do PC espetacularmente quebrado do Thiago e do aniversário dele, de Nightmare Alley (filme novo do Del Toro), anime de skate e um pouco mais de Elden Ring! Também sobrou tempo para lembrar que o Della também fez aniversário e responder TODAS as dúvidas dos Conselheiros!

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Podcast 140 – Ataque de oportunidade!

Acelerando carrinhos muito caros, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, J.M. Trevisan, Felipe Della Corte e Camila Gamino falam da quarta temporada de Drive to Survive (a série documental da Netflix que arrastou o Trevisan para a Fórmula 1) e sobre a nova temporada F1 em si, exploram ainda mais o fenômeno Elden Ring, e debatem a quarta edição de D&D com olhares de 2022. Também sobrou tempo para implorar por paladinos de Wynna, contar uma tonelada de bobagens e, claro, responder as dúvidas dos Conselheiros!

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Mesa Sonora — Detalhes sonoros para trazer vida à sua mesa de RPG

músicas empolgantes para RPG

A ambientação sonora é parte fundamental de toda experiência de narrativa audiovisual. Das radionovelas de outrora (e nem tanto de outrora assim, áudio tramas têm voltado com tudo nos últimos anos) aos grandes filmes de Hollywood, todas essas histórias têm grande esmero na atmosfera auditiva. E não estou falando apenas de música, mas de toda a parte sonora da experiência. Sejam eles feitos pela natureza ou por sonoplastas, os detalhes sonoros complementam a narrativa e podem também te ajudar a narrar uma mesa de RPG mais rica e envolvente.

Por que usar sonoplastia no RPG?

Já conversei com vocês algumas vezes nessa coluna sobre bons motivos para usar música no seu RPG (e falarei ainda mais disso no futuro), mas o uso de sonoplastia pode ser um complemento à ambientação, se for usado de maneira esperta.

Em primeiro lugar, é importante observar que o uso indiscriminado desse recurso pode estragar um pouco a experiência da mesa. Utilize-o com parcimônia, em momentos importantes. Os personagens entraram numa taverna barulhenta? Faça os jogadores escutarem esse barulho. Talvez tenha um bardo tocando ao fundo, bem baixinho; há detalhes que podem ser “mostrados” em vez de contados. O grande e poderoso golpe mágico do vilão tem um som característico quando acerta algum personagem? Dê aos jogadores a sensação congelante de pavor ao escutarem esse barulho.

Os efeitos sonoros também podem ser usados amplamente como ferramenta narrativa. O grande bárbaro do grupo tentou puxar briga na taverna? De repente todo o ambiente ficou em silêncio. Ou uma horda zumbi se aproxima dos aventureiros no meio de uma floresta e todos os animais fogem, não fazendo mais barulhos ao redor da ação. Você não precisa deixar o som contar a história por você, mas pode usá-lo para ajudar a atmosfera a ficar mais real.

Atenção às limitações

Sejamos honestos, não prestamos muita atenção em sonoplastia quando assistimos a um filme, por exemplo. São detalhes ricos, que certamente fariam falta se não estivessem lá, mas não é algo que chama a atenção. Essa é uma constante em toda ferramenta que te ajude a realizar um trabalho criativo: é necessário cuidado para não exagerar na dose. Você não precisa por sonoplastia em TUDO na mesa. Nem toda taverna precisa ser barulhenta, nem toda floresta precisa ter sons de insetos e de pequenos macaquinhos brincando ao longe. Nem todo mago precisa de um som específico para suas magias. Também não tenha medo de baixar o volume ou parar de tocar o som completamente, nem tudo precisa tocar o tempo todo.

Saber dosar os sons é tão importante quanto saber dosar a música. O foco da sua mesa de RPG sempre precisa estar nos heróis e na aventura, todos os detalhes são… bem… detalhes! Essa dosagem também é importante para que os jogadores deem uma atenção extra às cenas em que o mestre for utilizar esse recurso. É como um aviso de que “houve uma atenção especial aqui, portanto prestem atenção”.
Outro detalhe importantíssimo é que a hora de jogo não é o momento para escolher os sons. Esse é um daqueles trabalhos de preparação que o mestre deve fazer antes da sessão. Do contrário, o narrador corre o risco de perder a atenção dos jogadores, quando o objetivo era justamente o oposto.

Algumas ideias de ferramentas para te ajudar com isso

Existem muitos apps de soundboard que podem te ajudar a definir uma série de sons pré-programados, prontos para serem ativados ao apertar de um botão. Ter um desses no seu computador ou celular pode ser muito útil durante uma mesa presencial. Você pode, claro, ter uma pasta organizada com todos os sons necessários, mas isso talvez tome muito do seu tempo para ativá-los na hora da mesa, e isso é meio contraproducente quando queremos prender a atenção de alguém, como já foi mencionado acima.

Quem joga online tem a facilidade de usar aplicações como o Roll20 ou o Foundry que já possuem recursos de áudio integrados. Dessa maneira você pode tocar efeitos sonoros da mesma forma que toca músicas, sem perder tempo de jogo.

Encontrando efeitos maneiros pela internet

Mais de uma vez vocês me viram (ou leram) falando sobre as maravilhas do uso de trilhas sonoras nessa coluna. E mais uma vez venho a vocês falar do meu santo graal dos efeitos sonoros: efeitos de videogames. Seja para sons de chuva ou de outras condições atmosféricas, seja para sons de briga de bar ou luta de espadas, provavelmente existe algum jogo que tenha exatamente o som que você procura.

Além disso, você sempre pode procurar por ambientações atmosféricas no YouTube. Coisas como “barulho de chuva”, “conversas de bar” ou “som de lareira” são amplamente disponíveis na plataforma e podem enriquecer sua mesa de jogo.

Também existem os aplicativos feitos especificamente para sonoplastia, alguns deles voltados para jogadores de RPG que buscam exatamente esses efeitos e atmosfera em suas sessões. Tudo para enriquecer a experiência de participar do nosso hobby favorito!

Gostou das sugestões dessa coluna? Suas mesas de RPG usam sonoplastia? Compartilhe suas opiniões e histórias nos comentários!

Podcast 138 – Avatar e soco na cara

Maravilhado pela tecnologia antiga, chegou seu podcast favorito!

No episódio de hoje, Trevisan faz propaganda gratuita do seu novo console portátil de procedência duvidosa que só roda jogos do século passado, além de contar suas experiências com o RPG raro Mother 3 e a demo de Triangle Strategy. Ainda no mesmo tema, Della volta das férias com histórias sobre seu primeiro contato tardio com a franquia Gears of War e a experiência nostálgica de zerar Death’s Door de uma vez, além de matar a saudades do ódio gratuito, dessa vez por americanos que não sabem votar em premiação de anime. Por fim, Thiago fala um pouco sobre o RPG Avatar Legends que foi entregue para os apoiadores em formato digital, lamenta o valor do dólar e faz um pequeno TEDx sobre sistemas para iniciantes, com foco em PBTA. Como manda a tradição, também rolou espaço para as perguntas dos conselheiros, claro!

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Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o video em youtube.com/jamboeditora.

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Conheça nossos livros em: jamboeditora.com.br

twitch.tv/jamboeditora

Créditos
Participantes:
J. M. Trevisan (Twitter | Livros), Felipe Della Corte (Twitter), Camila Gamino (Twitter), Glauco Lessa (Twitter), Thiago Rosa (Twitter), Karen Soarele (Twitter | Livros), Leonel Caldela (Twitter | Livros), Guilherme Dei Svaldi (Facebook | Livros)
Edição: Adonias Marques (Instagram)

Podcast 137 – Existencialismo com Katanas

Ligadaço no ódio, chegou seu podcast preferido.

No episódio de hoje, Thiago Rosa, Camila Gamino e Glauco Lessa relembram Joias Para Lamashtu, descobrem as origens obscuras e surpreendentes da franquia Nier e exploram dungeons minúsculas mas ainda não falam daquela já lendária mesa de quarta edição. Também sobrou tempo para discutir sobre jogos de estratégia em consoles, falar sobre cosplay e responder as dúvidas dos nossos Conselheiros!

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Assista às gravações toda segunda-feira, 20h, em twitch.tv/jamboeditora ou assista o video em youtube.com/jamboeditora.

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Créditos
Participantes:
Camila Gamino (Twitter), Glauco Lessa (Twitter), Thiago Rosa (Twitter).
Edição: Adonias Marques (Instagram)