Personagens de Tormenta e suas bandeiras
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Tormenta existe desde 1999, e de lá para cá muita coisa aconteceu. Desde sempre, o cenário de Arton e suas aventuras iam contra a maré do senso comum da época, abraçando um público variado.
Ainda sim, nunca foi incomum a presença de personagens diversos no cenário, uns bem óbvios e outros mais nas entrelinhas. Celebrando o mês do Orgulho, lembremos de alguns desses personagens LGBT+ presentes no maior RPG do Brasil!
Desde os Primórdios
Os primeiros romances de Tormenta saíram em 2006, e já nele conhecemos Tex Scorpion Mako. Ele sempre mutável, livre e com diversas inspirações é uma pessoa que não está dentro da conformidade e do estereótipo de ser “homem”. Assim, Tex é gênero queer — não pertencendo a heterocisnormatividade.
Contudo, se engana quem acredita que ele seja o primeiro. Sckhar dispensa apresentações, e nos foi revelado em Holy Avenger número 33, com sua grande paixão por Beluga — rainha dos Dragões Brancos. E mesmo que não seja tão falado, seus haréns comportam pessoas de todos os tipos. Sckhar é pansexual no maior estilo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
E ainda na leva dos personagens mais antigos, temos sempre os rumores sobre Vectorius. De fato, não temos nada confirmado, mas desde que Talude se aposentou, é dito e narrado que o regente de Vectora não está nos seus melhores dias, andando triste e suspirando pelos cantos de seu palácio.
Em TormentaRPG as coisas não foram diferentes…
Durante a transmissão da saudosa Guilda do Macaco, conhecemos Amrynn, integrante do povo élfico. Uma figura antagônica e enigmática que detêm os segredos dos navios voadores que saíram de Nivenciuén para chegar em Ramnor — também conhecida como Arton Sul, há mais de mil anos. Sua presença marca a reta final da jornada da Guilda, já caminhando para as aventuras do grupo no éter dos deuses e gerou certo burburinho… Afinal, Amrynn é ele ou ela?
A resposta é que algumas culturas élficas específicas, antes de virem a Arton, se organizavam em sistemas de gênero diferentes, com conceitos que não tem uma tradução para o valkar. Assim, Amrynn é uma pessoa não binária — uma identidade de gênero trans, e não possui preferência para pronomes. Mais detalhes são dados a seu respeito no livro Guerra Artoniana.
Ainda nessa era, mas apresentado para nós um pouco antes, conhecemos Khorr’benn. O atual Sumo sacerdote de Thwor gera bastante discussão, tanto sobre sua índole quanto sobre a história registrada em A Flecha de Fogo. Contudo, uma coisa é certa… sua queda por rapazes bonitos e mais velhos. Khorr’benn, desde o início do romance, é abertamente um homem gay, e sua sexualidade foi introduzida de forma tão natural que poucas pessoas pescaram a ideia. Vale a pena reler os primeiros capítulos.
Vale aqui uma menção ao Crônicas da Tormenta – Vol. 2, em que no conto Anábase nosso protagonista Fintan é um homem trans. Fintan retornou em Crônicas da Tormenta – Vol. 3, no conto Catábase.
Pluralidade em Tormenta20
2018 e 2019 foram anos movimentados para Tormenta envolvendo seus romances, e outro que mudou bastante o Status quo do Cenário foi A Deusa no Labirinto, uma continuação de A Joia da Alma. Nele, conhecemos Appius Aurelius Lomatubarius, segundo filho de um importante senador Tapistano, e sua breve jornada para se provar como sucessor de seu pai na família. E também, conforme conhecemos ele, percebemos sua paixão por Christian, um dos protagonistas de ambos os romances. Sua sexualidade não é declarada abertamente, mas o minotauro é sim um homem gay, que inclusive luta contra o machismo que era inerente ao império Tapista — hoje em dia bastante reformulado.
Quando falamos de T20, também iniciamos a era das streams, tendo Fim dos Tempos, a atual Caravana Quimérica, mas uma das primeiras foi Legado do Ódio. Na stream, encontramos duas personagens que pertencem ao vale: Daeniel, uma elfa arcanista, pertence a bandeira assexual, também conhecida como ace — pessoas que tem sua atração sexual por alguém de forma condicional. Enquanto, na outra ponta, temos Celene, pertencendo à bandeira lésbica. A polêmica clériga bondosa de Aharadak possui uma paixão não correspondida que fica em entrelinhas na história, indo mais para a interpretação, mas com claras intenções. Vale mencionar também o conto Carta Para Lana, em Crônicas da Tormenta – Vol 3, onde não sabemos exatamente a sexualidade das personagens, mas diz respeito a um casal sáfico.
Esses são apenas alguns dos personagens que são canonicamente LGBTQIA+ no cenário. Se olharmos para a comunidade, veríamos tantos outros cânones próprios que chega a ser impossível não citar. Como o eterno ship de amor secreto entre Khalmyr e Keen, Niele — que para alguns queria pegar tanto Sandro quanto Lisandra —, Vectorius e Talude citados antes, mas que caíram nas graças da comunidade… Enfim, cada pessoa com suas teorias.
Isso também demonstra a força e inclusão dentro do RPG, deixando claro que qualquer tipo de preconceito está reservado ao pior dos vilões, e que o objetivo sempre foi abraçar as pessoas, não excluí-las de um hobby que, no final do dia, já ajudou tantas pessoas a se entenderem como LGBT — eu mesme inclusive!
“A Supremacia Purista representa o fim de tudo o que mais prezamos. O fim de nossa liberdade. O fim de nossa vida. E não vou entregá-la tão fácil.”
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