Escolinha de Tanna-Toh — Meio-traço e Hífen
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Olá outra vez, bravos aventureiros de Arton! Sejam bem-vindos à Escolinha de Tanna-Toh! Hoje iremos falar sobre dois sinais que muitos confundem ou usam onde não deveriam, estou falando do hífen e da meia-risca.
Estes dois sinais gráficos possuem funções específicas na língua portuguesa e não devem ser confundidos com o travessão ou usados em seu lugar. O hífen é um traço bem pequeno (-); já o meio-traço (também chamado de meia-risca), é um traço um pouco maior (–).
Para ficar claro:
- Travessão: —
- Hífen: –
- Meio-traço: –
O uso do meio-traço é mais simples. Ele serve para juntar elementos dos extremos de uma série ou intervalo e para unir palavras em um sentido lógico.
- A Guerra Artoniana (1412–1417) foi o conflito mais sangrento da história recente de Arton.
- Os patamares de jogo em Tormenta 20 são: Iniciante (níveis 1–4), Veterano (5–10), Campeão (11–16) e Lenda (17–20).
- A viagem Nova Malpetrim–Valkaria é feita por muitos aventureiros.
- Muitos aventureiros fizeram a viagem Reinado–Tamu-ra depois de Orion Drake.
- O inverno nas Uivantes (-35ºC–0ºC) é muito mais rigoroso do que no resto do Reinado (-2ºC–15ºC), mesmo considerando os lugares mais frios.
- Um personagem com 60 PV possui um intervalo razoável de pontos de vida em que fica inconsciente (-29 PV–0 PV), mas se chegar a -30, morre.
Embora na maioria dos casos o uso do hífen no lugar do meio-traço não acarrete em nenhum prejuízo de sentido, repare que nos últimos exemplos o uso da meia-risca é especialmente útil, pois o nome Tamu-ra possui hífen na composição e números negativos (-1) geralmente usam o hífen como sinal, assim, usar o meio-traço pode evitar confusões.
Já o hífen possui mais algumas funções. É o sinal usado na separação silábica e translineação (quando uma palavra não cabe inteira na mesma linha e o restante da palavra fica na linha seguinte), em palavras compostas e colocação pronominal (mesóclise e ênclise).
- Tor-men-ta (separação silábica)
- Tor-
menta (translineação) - Centopeia-dragão; urso-coruja, lobo-das-cavernas (palavras compostas)
- Ver-me-ia (mesóclise) e veria-me (ênclise).
É importante ainda lembrarmos de algumas regras referentes às palavras compostas, que muitas vezes são motivo de confusão.
O hífen é usado em substantivos compostos que não possuem ligação e formam um termo de significado próprio; que sejam iniciados por grã e grão; nomes de plantas e animais (e monstros); com advérbios mal e bem; com além, aquém, recém:
- Matéria-prima, arco-íris, ano-luz, guarda-chuva, quarta-feira;
- Grã-mestra, grão-mestre;
- Bem-te-vi, erva-doce, centopeia-dragão;
- Bem-humorado, mal-estar;
- Recém-nascido, além-mar.
No caso dos prefixos bem e mal, é preciso observar o sentido, por exemplo:
- O grupo foi bem-sucedido na missão. (O grupo teve sucesso na missão.)
- O cargo de grão-mestre foi bem sucedido. (O cargo teve um bom sucessor.)
- O cavaleiro foi bem educado pela ordem. (O modo como foi educado, “bem” é um advérbio.)
- O cavaleiro era bem-educado. (“Bem-educado” qualifica o cavaleiro, é um adjetivo.)
Em palavras com outros prefixos as regras são mais simples. Usa-se hífen em palavras compostas quando a última letra da primeira palavra e a primeira letra da segunda palavra são iguais:
- micro-organismo;
- contra-ataque;
- extra-alcance;
- sobre-erguer;
- anti-inflamatório.
Quando a segunda palavra começa com H:
- micro-habitat;
- contra-hegemonia;
- extra-hospitalar;
- sobre-humano;
- anti-histamínico.
Nos casos em que a última letra da primeira palavra e a primeira letra da segunda palavra são diferentes, não se usa hífen, porém se a segunda palavra começa por R ou S, a consoante é duplicada:
- microssistema, microrregião, microcosmo;
- contrassenso, contrarreforma, contraproposta;
- extrassensorial, extrarregional, extraordinário;
- sobressair, sobrerrepresentação, sobreposição;
- antissocial, antirreflexo, antiderrapante.
Há os casos específicos, sob- e sub-, que usa hífen quando a segunda palavra começa com B, H ou R:
- sub-base;
- sub-humano;
- sob-roda.
O caso do prefixo co-, que só utiliza hífen se a segunda palavra começa por H:
- cooperar;
- coordenação;
- co-habitação.
O caso dos prefixos tônicos pós-, pró-, pré-:
- pós-vida;
- pré-venda;
- pró-arte.
Mas quando o prefixo é átono (pos-, pro-, pre-), não se usa hífen:
- posposição;
- proativo;
- preconceito.
Os prefixos ex- e vice- sempre usam hífen:
- ex-governante;
- vice-rei.
Por fim, a maioria das locuções não usa mais hífen:
- dia a dia;
- fim de semana;
- cão de guarda;
- café com leite…
Com as seguintes exceções, já consagradas pelo uso:
- água-de-colônia;
- arco-da-velha;
- cor-de-rosa;
- mais-que-perfeito;
- pé-de-meia;
- ao deus-dará;
- à queima-roupa.
Para quem quiser saber as regras para o travessão, citado no início do texto, é só clicar aqui.
Por hoje é isso, caros aventureiros! Espero que tenham gostado e até a próxima!
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