Dragonlance: quando um grupo de aventureiros se forma

Dragonlance: quando um grupo de aventureiros se forma

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Romances de fantasia inspirados em universos de RPG são ótimos por vários motivos. O mundo apresentado costuma seguir a lógica de uma mesa de RPG. Os tropos típicos estão lá, embora temperados com momentos épicos, diálogos criativos e diversas cenas e lugares que queremos transportar para nossos jogos.

Além de tudo isso, os romances de Dragonlance tem um sabor especial: o grupo de aventureiros principal. Os Heróis da Lança são uma boa inspiração para RPGs de fantasia e um exemplo de como vários personagens diferentes e tretosos podem funcionar em conjunto.

E isso tudo tendo o Raistlin. Se um grupo funciona tendo junto alguém arrogante e mesquinho como ele, qualquer grupo pode funcionar!

Grupo de aventureiro à direita, com mago de manto vermelho e segurando cajado, no meio dfele um brilho de magia. À direita seu irmão, o cavaleiro Caramon, segurando uma espada apoiada no chão. Ao gundo a guerreira Kitiara, olhando ambos.

Grupo Variado – nem só de classes e raças se faz um grupo interessante

Os romances nos mostram o quão interessante é ter um grupo variado. Eu sei, quem joga RPG já pensa na vantagem disso para aventuras e combates. Mas a variedade pode ir além de diferentes raças e classes. Os Heróis da Lança possuem personalidades díspares, o que contibui muito para momentos interessantes.

Caramon e Sturm são bons exemplos. O primeiro é mostrado como um guerreiro, enquanto Sturm é um cavaleiro. Mas o que mais os diferencia não é isso. Sturm tem um orgulho, uma certa solenidade e altivez, ao mesmo tempo que carrega uma cosntante melancolia (alimentada tanto por ser de uma ordem de cavalaria decadente, quanto por questões familiares difíceis). Já Caramon é menos sério e formal, embora tenha um “pavio curto”, principalmente quando alguém ofende seu irmão, o mago Raistlin. E quem frequentemente troca farpas com o mago? Sturm!

Ou seja Caramon e Sturm possuem funções bastante parecidas em um grupo de aventureiros. Mas suas personalidades e maneirismos permite ser percebidos por nós, leitores, como único. E essas personalidade são ótimo catalizadores quando surge alguma discussão.

Eu tenho certeza que se você começar a ler o primeiro livro, Dragões do Crepúsculo de Outono, antes da metade da obra você saberá bem como cada um dos personagens vai se comportar quando começa algum debate ou discussão. O jeito ácido e provocativo de Raistlin (um personagem incrível, sem dúvida), a teimosia do anão Flint, a determinação e firmeza de Lua Dourada ou a leveza e despreocupação inconsequente de Taslehoff. Tudo deixa-os muito carismáticos e verdadeiros.

 

 

Rusgas & Tretas – aquele tempero no grupo

“Por que nós?”, Tanis pensou amargamente.

Já existiu um grupo de heróis mais improvável, brigando, reclamando, discutindo, metade de nós não confiando na outra. “Nós fomos escolhidos”.
Esse pensamento trazia pouco conforto. Tanis lembrou-se das palavras de Raistlin: “Quem nos escolheu… e por quê!” O meio-elfo estava começando a imaginar.”

-Crônicas de Dragonlance Vol. 1 – Dragões do Crepúsculo de Outono

 

Já citei sobre as discussões entre os personagens do grupo, mas acho que os romances de Dragonlance fazem desse tópico algo muito especial.

Quem lê romances de fantasia e joga RPG sabe que briga entre os membros do grupo é algo legal de ler em uma obra literária, e chato de ocorrer em uma mesa. Somente jogadores e jogadoras maduros conseguem fazer os personagens discutirem de modo que fique interessante, sem pesar o clima na mesa.

Mas é justamente aí que Dragonlance nos brinda com várias tretas que servem como um bom exemplo de como isso deve funcionar. Os personagens estão sempre discutindo, brigando, mas as rusgas nunca param a aventura. Após duas ou três respostinhas de cada lado,personalidades e objetivos de cada um sendo evidenciadas, segue o a aventura. Claro que o ritmo intenso da história ajuda (problemas, monstros e perigos estão na cola dos heróis, então não podem perder tempo com discussões).

Acima de tudo, os Heróis da Lança sabem que são amigos e que podem confiar uns nos outros. Nenhuma briga mudará isso.

Taslehoff pode ser inconsequente e trazer problemas, isso gerará uma discussão, mas ainda o ajudarão. Flint pode ser teimoso sobre algo que devem fazer, mas vão encontrar maneiras de contornar isso (já que discutir com um anão teimoso é uma causa perdida). Já o próprio anão, se for contrariado (como ser levado à força para um barco, mesmo detestando navegar e sendo friorento), entenderá que foi  necessário. Já as alfinetadas do orgulho cavaleiro Sturm e o cínico mago Raistlin não impedem que o grupo avance. Inclusive, muitas discussões são encerradas com a decisão de Tanis Meio-Elfo, e essa pode ser uma dica interessante: o grupo ter definido claramente o líder, e todos respeitarem sua decisão.

A ideia aqui é: leia dragonlance e tenha um bom exemplo de como os personagens brigam de maneira saudável ou, ao menos, sem atrapalhar o andamento da história.

À direita 3 aventureiros. O anão flint com barba branco e segurando um marcho. O ranger Tanis com vestes verdes, barba ruiva e uma aljava cheia de flechas nas costas. À direita Lua Dourada, cabelos louros e vestes de peles de animais. Ao fundo diversas árvores em tons de marrom e laranja, com casas construídas em cima das árvore.

 

Conheça o universo de Dragonlance

Após o filme de D&D, Honra Entre Rebeldes, foi divulgado que Joe Manganiello está planejando produzir uma série de Dragonlance. Esse projeto é citado há anos, não sem motivo. Dos tantos mundos de Dungeons & Dragons que existem, Dragonlance trabalha o épico de maneira única, tazendo perigos, desafios e mistérios crescentes! Só na época de estreia, os romances venderam mais de 20 milhões de cópias! Além disso, os personagens são muito bem desenvolvidos, carismáticos e interessantes, de modo que certamente ver os Heróis da Lança adaptados para o audiovisual é algo que ansiamos muito.

Enquanto a série não vem, conheça aqui a trilogia que deu início a esse universo incrível!

Ou se ficou curioso sobre os irmãos Caramon e Raistlin Majere (até por eu ter citado muito sobre o mago ser arrogante e causar discussões, o que gera cenas incríveis), os gêmeos tem uma trilogia focadas neles e que faz a história ficar ainda mais incrível (magia e viagem no tempo, preciso dizer algo mais?). Clique aqui para conhecer Teste dos Gêmeos, primeiro volume de Lendas de Dragonlanec.

 

 

Matheus Tiamat
Fala mal do Raistlin, mas lê tudo que sai sobre ele.

 

 

Escrito por:

Matheus Tietbohl

Matheus acha que se sua biografia fosse um background de Personagem Jogador, Mestre algum aprovaria tanta coisa misturada. Formado em História, é também fotógrafo, designer, editor de vídeo. Já foi cosplayer (existe ex-cosplayer?), mas atualmente destila sua arte montando os Cortes da Jambô e como host do programa JambôVerso.

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