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Visões de Arton: O Baixo Iörvaen

Mas que alegria! Bem-vindos à Arton! Aqui quem vos escreve é o Professor Monteramm Stormhammer, o líder da Guilda dos Exploradores de Gorendill. Não me conhece? Ora essa, eu fui citado diversas vezes em importantes matérias da Gazeta do Reinado! Certo, nenhuma delas foi a manchete, mas não vamos nos ater aos detalhes. Com a chegada do Tormenta20, achei de bom-tom mudar um pouco de ares.

Como muitos sabem, sou um ferrenho estudioso e eterno curioso em relação a nossa amada Arton! Por isso, ao longo de minha longa vida de anão, atuei como explorador, aventureiro e professor. Durante este tempo, acumulei uma colossal quantidade de documentos, livros e pergaminhos. E estão todos aqui, em algum lugar…

Enfim! Como esta semana estou com uma terrível dor nas costas que me impediu de acompanhar um grupo de aventureiros em uma perigosa busca, aproveitei para arrumar a papelada. Eles iriam para Yuden, e quero que Hedryl me beije se não é exatamente esta a região do primeiro documento que encontrei aqui, hoje cedo.

Um lugar que se tornou muito importante recentemente devido às terríveis Guerras Artonianas. Falo, é claro, da Planície do Baixo Iörvaen.

Visões de Arton: Planície do Baixo Iörvaen

A Planície do Baixo Iörvaen faz parte de uma imensa região fértil no coração do continente norte, formada pelo Vale do Rio Iörvaen, rio este que o separa em duas metades. O “Alto Iörvaen”, do lado de Zakharov, e o Baixo, no reino de Yuden.

Este lugar foi um dos primeiros ocupados pelos colonizadores logo após Larf Yudennach tomar posse do território e fundar o reino de Yuden. Não por menos, a capital, Kannilar, também está nele, sobre um platô rochoso — uma fortaleza natural praticamente impenetrável, que também é o ponto culminante dali.

É uma região amplamente ocupada já há quase quatro séculos, mas que também era habitada por bárbaros antes da chegada dos imigrantes de Lamnor. É tomado por matas baixas e jovens, além de campos de capim alto e inúmeros vilarejos menores. Quase todos formados pela união de diversas fazendas. Além disso, a Floresta de Kayalla toma quase todo o restante do lugar que se estende ao longo do Rio Villent — que nasce em Deheon e que deságua no Iörvaen — e do próprio Iörvaen.

Há duas hipóteses sobre a origem do nome. Uma delas fala sobre um bárbaro gigante chamado Iör, que dominaria este lugar quando Larf Yudennach chegou com suas tropas e expulsou as tribos bárbaras que viviam ali. A outra é que esta seria na verdade uma espécie de peixe raro, que só existe nessas águas.

Recentemente, a Planície do Baixo Iörvaen foi palco da maior batalha de toda a Guerra Artoniana, envolvendo as tropas da Aliança do Reinado — que marcharam pela Estrada Direta, indo de encontro aos exércitos Puristas até Kannilar. Assim, o cerco violento deixou profundas marcas que permanecerão por vários anos.

Reino: Yuden
Conglomerado: Supremacia Purista.
Fronteiras: Kannilar, ao norte, o rio Iörvaen, ao oeste, a Planície do Longo Cerco ao leste e a Fenda que separa Yuden de Deheon, ao sul.

Mapa do Vale do Baixo Iörvaen em Arton

Alguns Pontos de Interesse

A Estrada Direta

Principal acesso da região sul do reino, ligava a capital, Kannilar, até Villent, na fronteira com Deheon. Depois da destruição causada pelo desmoronamento nas fronteiras — que gerou uma imensa fenda separando ambos — a estrada agora termina na fronteira tríplice entre Zakharov, Deheon e Yuden.

É um caminho bastante antigo, que foi aberto na mata por ordem de Laslo Yashin, um dos mais conhecidos estrategistas da história de Yuden. Laslo ganhou renome em toda Arton quando atuou nas batalhas de anexação dos territórios de Kor Kovith e Svalas, e sua fama como estrategista chegou até os nossos dias. A intenção de Yashin era manter uma via larga e bem cuidada para que, em caso de guerra, os exércitos do reino pudessem marchar rapidamente até a fronteira com Deheon.

Durante os anos em que os reinos fizeram parte do Reinado, a Estrada Direta era amplamente vigiada, sendo utilizada principalmente por comerciantes provindos dos reinos próximos a caminho de Valkaria ou de Kannilar, as duas maiores cidades do mundo. Por isso, mesmo não sendo uma estrada pavimentada, era perfeitamente demarcada e razoavelmente segura.

Hoje, após as inúmeras baixas sofridas, a estrada se tornou um caminho muito mais perigoso, sujeito a ataques de assaltantes, desertores dos exércitos e até mesmo de monstros.

O Depósito de Sucata

Os Colossos — construtos mecânicos desenvolvidos pelo exército — foram e ainda são uma das mais impressionantes armas dos Puristas na Guerra Artoniana. Alguns, completamente destruídos durante o confronto, continuam abandonados em meio à planície, ocupados muitas vezes por criaturas selvagens ou até mesmo grupos de goblins sobreviventes da batalha. Outros, com algumas avarias mas ainda funcionais, foram levados até o depósito de sucata para serem desmontados e terem as peças reutilizadas.

Com o tempo, o lugar se transformou num imenso ferro-velho, perdido numa clareira aberta na parte sul da Floresta de Kayalla. Ali, os construtos rejeitados permanecem a céu aberto, enquanto algumas centenas de goblins trafegam entre eles, procurando por peças reaproveitáveis para realizarem a manutenção de outros colossos. O restante acaba empilhado ou esquecido.

A responsável pelo depósito é uma mecânica chamada Guida, de Kannilar. Supostamente, ela teria sido uma das responsáveis pelo desenvolvimento do projeto original dos Colossos. Porém, depois da Batalha de Roschfallen, em Bielefeld, resolveu se afastar das pessoas e se dedicar exclusivamente aos construtos. Sua fama entre eles vem crescendo, tanto que há uma grande quantidade de golens que a visitam procurando por peças de reposição.

O Rio Villent

Os dois maiores rios da bacia do Vale do Iörvaen são o Villent e o próprio Iörvaen, que serve de divisa natural entre os reinos de Yuden e Zakharov. São amplamente mapeados, e exceto por algumas regiões ermas, não são conhecidos pela presença de monstros.

O primeiro e muito menor é o Villent, que nasce na Floresta dos Basiliscos em Deheon e inclusive alimenta os fossos da grande cidade de mesmo nome. É um rio pedregoso e rápido até atravessar a fronteira, quando inicia um percurso muito mais tranquilo pela planície. Relativamente largo, mas raso, pode ser atravessado com água na cintura em quase toda extensão.

É perto da foz do Villent que está uma das mais conhecidas formações rochosas da região: o Trono de Iör. Trata-se de um bloco de granito escuro com quase oito metros de altura, que de fato lembra um imenso trono de pedra. De acordo com as lendas, era daqui que um gigante chamado Iör governava o vale até a chegada dos colonizadores vindos de Arton-Sul.

O Rio Iörvaen

Do outro lado está o grande Rio Iörvaen, um dos maiores e mais importantes de Arton. Ele nasce no pântano conhecido como as Charnecas, e corre para dentro da Floresta de Kayalla. Ali, cai em uma imensa cachoeira chamada de Slam. Depois dela, segue manso até seu lento desaguar no Rio dos Deuses, já no reino de Namalkah. Ele cresce em volume quando encontra o Villent, e a partir deste ponto, se torna navegável para pequenas embarcações.

O Iörvaen é um dos principais responsáveis por conter os exércitos de Yuden durante as ocupações no início da formação do Reinado. Contando com essa barreira natural para proteger a fronteira oeste, o reino praticamente ignorou a região próxima, concentrando sua população perto de Deheon e Bielefeld.

Dizem que o nome do rio vem de um peixe muito raro que só é encontrado aqui: o iör. Trata-se um bagre que pode chegar a até dez metros de comprimento e pesar uma tonelada. Sua principal característica é a coloração azul que percorre uma série de padrões em seu couro, além de uma pedra em formato de espora, que ele desenvolve no meio da cabeça. De acordo com as lendas, tanto o couro quanto o espigão teriam propriedades mágicas.

Kannilar

A capital de Yuden é uma das maiores de Arton. Extremamente segura, organizada, limpa e planejada, a cidade com quase meio milhão de habitantes impressiona por sua ordem militar, mantida com rígido controle do exército. Tudo isso, entretanto, tem um preço: Kannilar é um dos lugares mais opressivos em relação à liberdades individuais de todo o mundo.

Horários de entrada e saída da cidade são controlados, e ninguém pode circular pelas ruas após o toque de recolher. Todos são contados e controlados constantemente, e desde o mais pobre dos goblins até o mais rico dos comerciantes deve prestar contas ao exército. Apenas membros do alto escalão Purista tem certas regalias. Não por menos, são eles que governam Kannilar.

Todas as famílias nobres daqui são membros do exército de Yuden, donas de pequenas palacetes fortificados, marcados com brasões e estandartes militares. O mais conhecido é a Fortaleza Dourkenrause, que abriga a família Yuddenach. Foi daqui que a poderosa dinastia governou o reino por séculos. Desde a queda de Mitkov, o lugar passou a ser administrado por Iordan Yudenach, seu primo. Hoje, o novo palácio do regente é o casarão dos Von Krauzer, que fica em outra parte da cidade.

Há boatos de que o General Von Krauzer deseje criar uma segunda capital para administrar a Supremacia Purista, em um lugar tão protegido e estratégico quanto é Kannilar. Tal localização seria um dos segredos mais bem guardados do exército, mantido a sete chaves em algum lugar do casarão. Famílias nobres de Bielefeld e de Deheon pagariam uma fortuna por uma informação como esta.

E isso é tudo por enquanto!

Vale lembrar: sou um pesquisador e, apesar de ter viajado por todos os cantos de Arton, boa parte das minhas anotações podem estar um tanto confusas. Além disso, minha memória já não é mais a mesma e pode estar me pregando peças.

Por isso, caso tenham encontrado alguma incoerência ou desejem fazer uma correção, me informem através dos comentários! Também me digam qual outra visão do universo de Tormenta vocês querem conhecer mais! Vamos explorar tudo o que Arton tem para nos oferecer!

Até a próxima!
Professor M. Stormhammer.