Escolinha de Tanna-Toh — Sinais Gráficos
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Olá, artonianos! Sejam mais uma vez bem-vindos à Escolinha de Tanna-Toh! Aproveitando o embalo do mês passado, este mês decidi explorar um tema relacionado àquele, mas que também é causador de muitas dúvidas para quem deseja produzir materiais para a IniciativaT20. Hoje vamos falar dos usos de alguns sinais gráficos.
Reticências
As reticências (os famigerados três pontinhos) são um sinal gráfico que, por incrível que pareça, não são três pontinhos, mas sim um sinal único, tal como o hífen ou o travessão. São usadas em diversas situações indicando suspensões, interrupções, ações inacabadas, hesitação, dúvida etc. Veja alguns exemplos:
- Talvez ele devesse ir embora porque… (suspensão)
- O vento soprava… (ação inacabada)
- E-eu… não tenho certeza… (hesitação)
- Mas talvez você não devesse… (dúvida)
Esses não são os únicos usos das reticências, ainda há outros casos em que elas seriam corretamente aplicadas, como em situações que indiquem ironia ou mesmo tristeza. No entanto, o que mais vejo causar dúvida no uso das reticências é o uso de maiúsculas e minúsculas após a ocorrência das reticências. A boa notícia é que isso não é um bicho de sete cabeças.
Se a frase antes das reticências concluir a ideia, depois das reticências a primeira palavra vai ser com inicial maiúscula. Se a frase antes das reticências não concluir a ideia, a primeira palavra depois das reticências vai ter sua inicial minúscula.
- O inimigo fugiu… O que vamos fazer?
- O dragão está acordando… É melhor fugirmos logo!
- Acontece que… não sei se minha magia funcionará neste caso.
- Esta quantia… não é suficiente para pagar pela armadura.
Aspas duplas e aspas simples
As aspas duplas são usadas em algumas ocasiões. Citações e transcrições são os casos mais comuns, mas também podem ser usadas para marcar ironia ou simplesmente destacar um termo na frase. No livro básico Tormenta20, as aspas duplas também são usadas para citar um tópico específico dentro do livro.
- “— Eu vejo tudo. É você que está cega.” — Azgher em O Inimigo do mundo. (citação)
- “A magia é uma força poderosa e muito presente em Arton.” (transcrição)
- — Que “ótimo” plano, invadir o covil de um dragão vermelho! (ironia)
- Mago não é um caminho “melhor” do que bruxo, apenas são propostas diferentes. (termo destacado)
- Veja em “Como mestrar”, na página 228.
Já as aspas simples têm um uso mais… bem, simples. Elas são usadas quando há necessidade de usar aspas em um trecho dentro de aspas.
“Não há personagem ‘melhor’, não há raça ou classe mais forte.” Tormenta20, página 12.
Travessão
O travessão pode ser usado em três situações: para indicar o discurso direto, para separar orações intercaladas e para realçar uma informação na frase.
O travessão indica o discurso direto das falas de personagens em textos literários, sendo usado para indicar o início da fala e para separar a mudança da fala para o narrador. (Este é o padrão no Brasil, em alguns países é comum o uso de aspas duplas para marcar frases de diálogos. Não é proibido usar as aspas duplas assim, mas também não é recomendado.)
- — De onde você vem, cavaleiro? (fala)
- — De onde você vem, cavaleiro? — perguntou o guarda no portão. (fala seguida de narração)
Uma dica importante, quando a fala é seguida de narração, alguns padrões são seguidos em livros no Brasil. Quando a narração em seguida da fala descreve como a fala foi feita, a narração é iniciada em letra minúscula, quando isso ocorre, a narração é iniciada por aquilo que chamamos de verbos dicendi: dizer, falar, perguntar, gritar, bradar etc. Repare que isso ocorre mesmo que a frase termine com alguma pontuação, como uma exclamação ou interrogação, e na ausência dessas pontuações, o ponto final virá depois da frase do narrador.
- — Você é um covarde! — gritou o mago.
- — Eu prometi para eles… — choramingou o menino.
- — A clériga está vindo — anunciou o guarda.
No entanto, se a narração não descreve como a fala foi feita, a frase do narrador será iniciada em letra maiúscula, e o ponto final da fala fica antes do travessão que separa a fala da narração.
- — Eu estou cansado e com sede. — Ergueu o copo e bebeu.
- — Vamos andando. — Pegou a bolsa de moedas e saiu.
Em algumas falas, há a interrupção feita pelo narrador no meio da frase, geralmente essa narração é inserida em algum trecho da frase onde há a necessidade do uso da vírgula. A vírgula, por sua vez, é inserida após o travessão que separa o fim da frase narrativa da frase de fala.
- — Fiquei preocupado com você — respondeu com calma —, mas depois entendi o que aconteceu.
- — Arsenal é um Deus Maior hoje — explicou o clérigo —, mas já foi um mortal, assim como eu e você.
O travessão pode também ser usado para intercalar orações dentro da mesma frase.
- Alguns — obviamente, os nobres — recebem mais proteção em suas fortalezas do que os plebeus em suas casas.
Também é usado para destacar uma informação na frase.
- Sem nenhum outro empecilho, o mago finalmente concluiu seu objetivo — executar o ritual para se tornar um lich.
Antes de finalizar, dois recados muito importantes.
Primeiro, se no seu texto, as falas dos personagens são marcadas por travessão, não use o travessão dentro da fala para destacar um informação, por qualquer razão que seja, pois isso vai confundir seus leitores. Prefira usar aspas ou parênteses. Já em trechos de narração pura, fique à vontade para dar destaque como achar melhor.
Segundo, alguns dos caracteres que citei neste texto precisam de comandos específicos para serem inseridos. O comando do caractere de reticências no Word é CTRL + ALT + ponto final, este comando não funciona em alguns editores de texto (como o Google Drive). O comando para inserir travessão é CRTL + 0151 (no teclado numérico). Em qualquer caso, você ainda tem a opção de abrir a tabela de símbolos com o comando tecla windows + ponto final, onde constam diversos símbolos que podem ser úteis em alguns casos.
Espero que tenham gostado e até o próximo mês!
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