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Um deus? Pfff! Eu sou abençoado pela sorte!

Dessa vez vou contar a história de um novato que ficou emocionado com a sorte que estava tendo nos dados e decidiu confrontar um deus.

Prontos para mais um causo de RPG?

Sorte de principiante

Todo mundo sabe que a “Sorte de Principiante” é uma constante nas mesas de RPG. Já cheguei a crer que seriam as divindades nerds que dão esse empurrão para ter mais um coitado convertido ao RPG. Depois de um primeiro encontro épico, é quase certo que a pessoa vai querer continuar. Quem não curte uma boa sorte?

Aí descobre que a vida de um RPGista não é tão colorida e poderosa…

Enfim, o novato protagonista desta crônica era um guerreiro (clássico) e, até alcançar o NPC misterioso, havia desfrutado do sabor de vitórias cheias de acertos críticos e narrações memoráveis do mestre.

Os outros na mesa, jogadores já experientes e calejados pelos dados ruins da vida, soltaram o bordão “sorte de principiante” desde o início, mas ainda assim o ego do guerreiro foi esmagando o seu bom senso.

O mestre, velho de mesa que só, não deixou passar essa oportunidade e narrou de forma dramática a chegada de um NPC escondido em uma capa negra e falando com a voz grave.

“O que quer aqui, forasteiro?” perguntou o guerreiro no seu tom mais debochado.

Risos baixos entre aqueles que já sabiam que ia dar merda.

“É intimidação?” retrucou o mestre com um sorriso de quem esconde a malandragem.

“Posso intimidar?” olhinhos brilharam segurando firme o D20.

“Pode tentar”

 

Uma regra não falada entre os jogadores é: Não mate o NPC! Ele pode ser importante! (além de “não mate o mensageiro”)

Animado com o potencial novo alvo, o guerreiro apontou sua espada para o estranho encapuzado e deixou uma ofensa gratuita (quem nunca?).

“Relaxa, cara! Ele pode ser um aliado” um veterano tentou argumentar, mas o guerreiro deu um passo à frente, ignorou o conselho e continuou seu corajoso embate.

O mestre ainda ofereceu outra solução através de diálogo, mas nada adiantou. O novato estava cego pelo brilho dourado do poder de primeiro nível, brandindo a espada que ganhou no kit básico continuou até que os insultos tornaram-se mais corajosos.

O grupo deixou para ver o que ia acontecer, alguns até dando um pouco de corda, outros desacordados esperando a merda acontecer. E ela aconteceu.

O NPC se apresentou como o avatar de um grande deus daquele mundo, que havia ido até lá para presenteá-los com artigos poderosos, mas aquele guerreiro insultava a sua imagem, o desrespeitou e iria receber uma lição.

“Um deus? Pfff! Eu sou abençoado pela sorte!” foi a última fala do guerreiro.

 

E morreu

Brincadeira. Ele não morreu, não, mas tomou um susto danado e que rendeu uma memória engraçada para ele e para o grupo.

E você? Já encarou um NPC importante e se deu mal? Conta aí!

E já tá sabendo que a primeira light novel de 3DeT Victory está em pré-venda? Pois já pode avisar todo mundo, pois Era das Arcas já está entre nós! 

 

Leia as outras Crônicas do RPG aqui.

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Como (quase) matar um grupo novato

Olá, aventureiros!

Depois de me recuperar dessa virada de ano com muita poção restauradora, voltei com mais uma crônica fresquinha de RPG! Prontos? 

Novos aventureiros

Eu jogo RPG há mais de 15 anos e não me lembrava qual havia sido a última vez que joguei com um grupo quase todo iniciante. Particularmente amo ver pessoas novas se empolgando meio inseguras com a criação de personagens, tentando entender os cálculos de ataque e defesa, comprando um monte de coisa inútil… ai, ai. 

Bom, indo ao ponto, entrei em um grupo praticamente todo iniciante, até mesmo o mestre (mostrando que não precisa fazer curso para mestrar cof cof). A premissa da campanha era que tínhamos que derrotar um tirano chamado Jaire LePurse (cof cof again).

Todos criaram seus backgrounds e eu escolhi jogar como aggelus paladina de Azgher (visto que ninguém ali tinha poder de cura e eu gosto de dar porrada também). 

Como já devem ter percebido nas outras crônicas, não sou muito contida nas mesas que jogo, então decidi que ficaria na minha, não sairia tomando iniciativa para deixar o pessoal jogar sem sentir pressão.

Iniciativa é questão de sorte

A aventura foi indo, o pessoal novato foi parecendo se esquecer do objetivo principal e se embrenhando em quests menores. Nada contra fazer missões secundárias, até é legal demais para entrosar o grupo e conseguir itens, mas eu sentia que os jogadores estavam esquecendo o objetivo de cada de seus personagens e tive medo de que acabassem “esfriando”, então decidi agir. 

Mas só um pouquinho.

O mestre disse que teria um torneio realizado pelo LePurse para limpar a sua imagem diante dos outros nobres da região, e ele nos deu duas opções:

1 – Treinar e ganhar itens

2 – Ir direto para o torneio

Eu, ansiosa que sou e vendo o povo querendo treinar, puxei todo mundo para o torneio. No caminho fui pensando em como poderia criar uma situação de conflito que não matasse todo mundo. Decidimos ir disfarçados e participar do torneio enquanto obtinha informações internas.

Então o pior aconteceu: um dos jogadores tirou um dado baixo e foi barrado pelos guardas.

O outro jogador não sabia o que fazer para salvá-lo e eu tive que agir. Sem pensar, claro.

Menti para salvar o companheiro.

Perdi meus PM.

Conseguimos nos inscrever no torneio e percebi que, mais uma vez, o pessoal estava esquecendo do objetivo principal da campanha e focando em ganhar o torneio.

Nesse ponto eu já tinha desistido de ficar apenas observando.

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço

Então eu fiz o que todo maluco que joga RPG faria (faria sim!): Meti o louco, tirei o disfarce e apontei o dedo para o Jaire no meio de uma justa.

“Seu facista de merda!” não falei isso, mas foi quase “A gente vai te derrubar”.

Usei a exposição que Jaire achou que o protegeria para atacá-lo. Meus companheiros ficaram pálidos (na mesa e no torneio). O mestre arregalou os olhos.

E joguei tudo para o alto.

Meus companheiros queriam fugir, eu disse para eles ficarem onde estavam, no meio do povo, porque o Jaire não nos atacaria na frente de todo mundo. Comecei a falar com todos os NPCs presentes (a maioria cavaleiros devotos de Khalmyr kkkkk) e fui fazendo teste de diplomacia para angariar um exército. (Um trabalhão para o mestre hahahaha).

Jaire, o tirano que tínhamos que derrotar, conseguiu se sair bem na diplomacia e teve a oportunidade de nos atacar nas sombras. 

Então temos uma batalha com:

  • A paladina sem PM e com uma arma que dá 1D6 de dano;
  • Um caçador bêbado e quase sem flechas (porque ficou tentando ganhar o torneio de arco e flechas, perdeu e foi afogar as mágoas);
  • Um ladino que só queria invadir e roubar a casa do LePurse;
  • Um mago recém ressuscitado.

Eu queria contar o que acontece depois, mas ainda está acontecendo.

Podemos todos morrer no próximo encontro? Sim. Me arrependo? Um pouco, nem deixei os bichinhos pegarem umas poções de cura kkkkrying. Mas adorei já botar todo mundo no olho do furacão até mesmo o mestre . É o meu jeitinho.

Fique ligado com o desfecho dessa campanha nas próximas Crônicas.

***

Mas fala ai: Já jogou com um grupo iniciante? Como foi?

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