Tag : Constelação do Sabre

Brigada Ligeira Estelar: Pesquisas Extra-Dimensionais

Ameaças Extra-dimensionais para Brigada Ligeira Estelar!

A Brigada Ligeira Estelar tem motivos para plantar bases em todo canto: desconhece-se as capacidades de infiltração digital dos Proscritos. Sem falar do risco de vazamentos de informação estratégica: há nobres e corporações interessados nos centros de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico.

Assim, algumas organizações científicas precisam ser mantidas em segredo. Uma delas é o Centro Imperial de Pesquisas Extra-dimensionais (CIPED), no planeta Altona. Dessa maneira, ela vem sido desenvolvida em conjunto com os andro-ginóides de Saumenkar, na sua busca de tecnologias para enfrentar os Proscritos.

A princípio, a CIPED foi criada para pesquisar os portais proscritos e seus buracos de minhoca. Contudo, ela parece estar tomando contato com dimensões além da nossa, diferentes leis físicas e, enfim, eventos diferentes. Todavia, elas não foram acessadas ainda. Portanto, talvez seja interessante mantê-las bem distantes por questão de segurança.

Uma verdadeira cidadela, longe e perto de tudo ao mesmo tempo.

O Comando da CIPED

A princípio, poucos deveriam ter acesso às suas instalações. Porém, pesquisas extra-dimensionais são voláteis. Portanto, sendo assim, é preciso um aparato especial de segurança ao redor do local. Consequentemente, a decisão de estabelecer tudo em Altona não foi gratuita. Dessa maneira, além das pesquisas sobre tecnologias alienígenas, há muito espaço livre, longe de grandes centros. Entretanto, poucos tem uma ideia clara das reais pesquisas por trás das verdadeiras fortalezas da CIPED.

A rigor, o comando da CIPED está sob as mãos de ferro do Professor Kobayakawa Suketaka (53). Seu braço direito é sua filha e assistente Kobayakawa Koyo (24). Além de Koyo, sua filha do meio Kobayakawa Tsuneme (21) é a chefe de segurança interna. Sua irritante filha caçula, Kobayakawa Runko (14), é seu principal piloto de protótipos. Inclusive, um dos pilotos da Brigada Ligeira Estelar no quartel mais próximo é uma bastarda do professor, Towa Anayama (15).

Sim, elas são desculpa para colocar vilãs de trajes justos. Nos processem. 😛

Tensões Onipresentes

Porém, o motivo para se tolerar o nepotismo dos Kobayakawa é simples: elas sabem. Contudo, quanto menos pessoas souberem, melhor. Além disso, temos a existência de um quartel da Brigada Ligeira Estela nos arredores — e assim, de seu atento comandante, Jagjinder Rakkar (49). Portanto, é comum termos confrontos de jurisdição e os Kobayakawa sabem muito bem: a Brigada está lá para manter um olho das autoridades sobre qualquer evento catastrófico em potencial.

Além disso, há a presença de um representante da Inteligência Imperial, Yex’wl’e Tlukoshaovy (33), da minoria circassiana de Arkadi. A propósito: como ninguém consegue pronunciar isso, muitos o apelidam pelas costas de “Agente Alfabeto”. De resto, há a presença de um Andro-Ginóide, Áries, de aparência perturbadoramente andrógina. Aliás, é ele o contato com o planeta Saumenkar (isso ocorre depois da Batalha dos Três Mundos) e portanto, a fonte da alta tecnologia dessa operação.

O que se esconde nas áreas secretas de bases avançadas?

Rumores e Boatos

Aonde pouco se sabe, muito se fala. Temos muitos segredos — e eventualmente, ameaças a serem controladas na própria base ou descobertas a se esconder…

  • Towa Anayama (Ana para os amigos) não parece ser bem-quista pela família. Logo, segundo fofocas, ela se alistou para sair de casa e é leal à Brigada, não aos Kobayakawa. Consequentemente, pode ter sido transferida ao local como uma resposta a isso.
  • Dizem existir um protótipo de portal dimensional mantido como um segredo máximo — porém grande demais para esconder. Todavia, mantém-se as aparências.
  • Segundo rumores, o Professor Kobayakawa ambiciona ter títulos de nobreza e terras no seu mundo natal, Viskey, e isso faz dele… pouco confiável.
  • Um segurança, não identificado e sob álcool, comentou ter visto de relance uma criatura monstruosa bem diferente dos monstros tão conhecidos em Inara.
Quais dimensões podem ser descobertas… e será esta uma boa ideia?

Mais Rumores

  • Não foi o único caso: há quem diga ter visto discretamente um antebraço decepado de robô gigante superior, em tamanho, a vários robôs hussardos de pé.
  • Uma equipe da CIPED está, nesse momento, dentro de Catapilla. Também dizem existir, nele, portais como os supostamentes desenvolvidos na base.
  • Foram captadas atividades estranhas e flutuações energéticas em construções alienígenas de Altona, durante experiências com energia extra-dimensional.
  • Aparentemente, espiões corporativos ligados à FEMTAR vigiam as imediações da base. Contudo, quem chegou às áreas secretas parece jamais ter retornado.
  • Também andam dizendo: Eloy — a cidade mais próxima da CIPED, aonde os oficiais da Brigada vão aos fins de semana — também abriga espiões corporativos…
  • Há boatos sobre a replicação de projetos secretos de outras instalações, em outros mundos, como autodefesa preventiva: várias delas também fazem isso.
Vá saber que coisa se pode pescar em circunstâncias como essas.

Para Jogadores e Mestres de Brigada Ligeira Estelar

A CIPED é um pequeno presente em dois sentidos. Em primeiro lugar, atende às demandas de quem pensa não haver relevância no gênero dos robôs gigantes antes de 1995 (primeiro: não é verdade. Segundo: quem entendeu e vier com “isso não é mecha” vai tomar uma no meio da lata*). Portanto, está tudo aqui! Conspirações, segredos, disputas de interesses e ameaças potenciais para os jogadores. Aqui, tudo é bem aberto.

Contudo, isso não compromete necessariamente o elemento heróico da Brigada Ligeira Estelar. Afinal, eles estão ali para vigiar gente não muito confiável e combater seres que não deveriam estar neste universo. Portanto, a presença de um representante da Inteligência, inclusive, serve como um ótimo elemento para envolver os protagonistas em meio a esses mistérios. Todavia, lembre-se: os protagonistas são os personagens jogadores!

A Conspiração da Semana.

Misturando Tudo

Em segundo lugar, essa é a gambiarra narrativa para qualquer crossover possível dentro do cenário. O cânone aqui é do mestre: se você quiser inserir Brigada Ligeira Estelar em contextos à la Super Robot Wars (não o OG, mas aquele milk-shake de animes), você pode. Aliás, se você quiser trazer itens, robôs ou personagens de seu anime favorito, você pode. Dessa maneira, se o mestre for pouco esperto e permitir o piloto extra-dimensional de uma série overpower… você pode!

Assim, esse pequeno truque nos permite incorporar certos elementos sem precisar de grandes alterações no cenário — afinal de contas, a polícia do copyright não vai bater à porta da casa do jogador com cassetetes na mão. O mestre só não deveria permitir que o jogador usasse isso como desculpa para, digamos, pilotar aquele mega-ultra super robô mentiroso e deixar os demais jogadores comendo poeira. Tenha pulso (ser assertivo não é ser tirano) e bom-senso!

Super Robot Wars: o desafio é reunir toda essa trupe e fazer sentido. Contudo, quem liga?

Algumas Palavras Finais

Temos várias possibilidades apenas orbitando a CIPED. Do mais simples (“grupo de direitos dos animais ‘contra experimentos inocentes vitimados pela ciência’ acaba roubando uma criatura extra-dimensional… e pode liberar uma ameaça horrenda na constelação”) ao mais complexo (“um cientista vaza informações para um parente na TIAMAT, mas quando este é pego pela Brigada, o fogo cruzado da sucessão desse clã pode atingir o próprio projeto”).

Dessa forma, os jogadores podem ser parte da Brigada — novamente, sem comprometer seu aspecto mais heróico — e, dessa forma, deterem ameaças eventualmente trazidas pela CIPED ou bater de frente com os planos pessoais dos Kobayakawa, sejam lá quais forem. Inclusive, eles também podem também se envolver em tramas de espionagem. Logo, sempre há chance da organização estar mexendo com forças grandes demais e dessa forma, todos sabem quem lidará com isso quando tudo explodir!

Até a próxima!

Vejam lá o que vão me trazer, hein?

Notas

* O próprio criador da série em questão se posicionou finalmente: é mecha, gente. Não importa se foi feito com metal, carne ou biscoitos Piraquê. É gigante, é pilotável, foi projetado, tem cabine de piloto — logo, é mecha. 

DISCLAIMER: Mass Effect é propriedade da BioWare Corp.; Schwarzesmarken, de Âge, via ixtl e Liden Films; Neon Genesis Evangelion, de Khara, Inc.; Blue Gender, de Anime International Company, Inc.; Ulysses 31, de TMS Entertainment Co., Ltd.; Pacific Rim, de Legendary Pictures (Legend Pictures, LLC), Universal Pictures (Universal City Studios LLC) e Warner Bros. Entertainment, Inc.; todas as imagens para fins divulgacionais.

Twitter de Brigada Ligeira Estelarhttps://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar: https://brigadaligeiraestelar.com/
Instagram de Brigada Ligeira Estelar: https://www.instagram.com/brigadaligeiraestelar

Brigada Ligeira Estelar: o Sultanato de Escher

Uma frota espacial nômade para suas campanhas de Brigada Ligeira Estelar!

A Brigada Ligeira Estelar não está sozinha no combate aos Proscritos.

Há frentes de voluntários — e, principalmente, frotas corsárias voltadas a colaborar com o esforço de guerra contra os proscritos. A mais famosa delas é a frota liderada pela nave Cormorão, dos irmãos Almadén.

Mas a mais ambiciosa e preocupante, do ponto de vista político, é o Sultanato de Escher — comandado por  Omar Yagur Hummel-Heinz Escher, de Ottokar. Ele é mais conhecido como o Príncipe Abutre.

Omar é um nobre que virou corsário em meio ao caos da invasão interestelar. Ele atua por toda a ponta do Sabre resgatando e pilhando locais já cruzados pelos Proscritos.

Quem é Omar Escher?

Omar é nativo de Ottokar, mas descende da mistura de casas nobres remanescentes de várias ondas colonizadoras do planeta no passado. Isso explica sua ligação com tantos ramos colaterais de casas que, em alguns casos, desapareceram em seus mundos natais.

Essas casas híbridas criaram tradições próprias do caráter de “nobres em exílio” e “estranhos numa terra estranha” da sua presença em Ottokar. Entre estas, estão equipar seus herdeiros não apenas com um robô hussardo — mas com tropas — e enviá-los contra algum desafeto ou vizinho vulnerável para tomar territórios.

No caso do Omar, sua família fez inimigos demais — então, quando o pai o armou, entregou-lhe tropas e disse: “vá e conquiste, meu filho!”

Reviravolta

Mas o domínio-alvo estava BEM mais armado do que o esperado. Senhores de domínio rivais enviaram reforços para armar-lhe uma emboscada.

Quando o pai mandou mais tropas para apoiar o filho, seus rivais caíram em bloco sobre as terras temporariamente BEM menos guarnecidas da família.

Eles acabaram com os domínios dos Escher, mas Omar conseguiu escapar com suas tropas da emboscada — e as agregou a estes soldados fugidos das terras de seus pais.

Quando as coisas estavam nesse ponto de incerteza e vulnerabilidade, os Proscritos chegaram. E a desgraça de Ottokar foi a janela de oportunidade para ele e os seus se safarem — por serem, nesse exato momento, um senhor de domínio com uma tropa em movimento.

Nasce o Príncipe Abutre

Omar poderia ter virado mais um caudilho ou senhor da guerra. Porém, a forma como viu seu mundo virar duas vezes de ponta-cabeça em tão pouco tempo lhe pôs o alerta na cabeça:

“Se não puder correr mais do que a fera, corra mais do que as outras presas ao menos. Parar é morrer.”

Assim começou seu mergulho em uma trilha de nomadismo e pilhagem para viver, indo, vindo e dando voltas em Proscritos, rivais e outros para sobreviver, saqueando tudo o que pudessem carregar — e resgistrando o que não pudessem em mapas.

No processo, eles foram arrumando naves, resgatando sobreviventes e criando jeitos de mover mais gente, com mais rapidez — e mais pilhagem.

Em algum ponto do caminho, Omar comprou sua Carta de Corso, passando a ser conhecido como o Príncipe Abutre.

Surge o Sultanato

Omar e seu bando se adaptaram a viver na crista da onda do vagalhão Proscrito, chegando um pouco antes como alarme e um pouco depois como times de resgate, seja humano ou dos despojos de guerra — e eventualmente as duas coisas.

Omar tem também certa notoriedade — claramente exagerada, sem dúvida — por ter se envolvido com mais de uma donzela (das mais variados estratos sociais) resgatada nessas andanças e ao invés de ser recompensado, terminar envolvido em duelos com esposos, noivos, pais, filhos ou irmãos ultrajados…

… mas rumores são rumores. Acredita nessa fama quem quiser.

A Frota do Sultanato

“Sultanato de Escher” não passa de um nome de pretensão dado por Omar.

O tempo a tornou uma frota de refugiados e um armazém móvel — uma caravana espacial que serve de ponto de parada e comércio primariamente para seu bando, mas aberta a contato com quem ele queira manter boas relações.

As naves do Sultanato também pousam em planetas quando um lugar é confirmado como seguro mas a própria devastação e insegurança da região — locais sem infraestrutura para reconstruir, eventuais senhores da guerra dispostos comprar briga pelo terreno… ou pior, forças Proscritas — tornam difícil a esperança de se fincar raízes em algum lugar.

Mas por essa razão, Omar tem uma frota crescente em mãos, mesmo sendo primariamente composta de cargueiros cheios de refugiados não-combatentes.

Porque a Brigada Ligeira Estelar deveria se Preocupar?

O nome do Sultanato pode ser uma piada — mas também uma declaração de intenções velada.

A princípio eles parecem um misto de caravana mercante com frota corsária — mas há quem fale sobre a possibilidade de torná-la um protetorado autônomo no espaço, como algumas estações espaciais já tentaram através do precedente da Estação Parlamentar.

Para complicar tudo, eles representam um recurso estratégico preocupante — mas de grande valia — para aliados de ocasião, como o Império ao qual deve sua Carta de Corso… mas também para parentes distantes, forçados a entrar em brigas de família indesejadas. Aí tudo depende de situação e favores trocados, é claro.

Boatos e Rumores

  • o Príncipe Abutre, segundo alguns, pretende fazer da horda de refugiados o núcleo de um futuro império, assim como Falconeri o fez no passado — não apenas em suas naves mas em Ottokar, Uziel, Aliança das Seis Luas, Saumenkar, Villaverde, Winch e, inacreditavelmente… Altona. Ou será (caso isso seja verdade) que a escolha desse planeta tem algum motivo em especial?
  • Uma nave menor de sua frota aonde ele estava presente foi supostamente avistada nos limites do sistema mais longínquo do Império por piratas espaciais — junto a estranhas naves jamais vistas antes. Há quem fale de contatos seus além da Constelação… ou da captura de alguns geradores de buraco de minhoca Proscritos, permitindo a ele investigar sistemas distantes.
  • Fala-se pelos cantos: Yetta Garra de Ferro (ver Belonave Supernova) está viva e foi escondida por Omar Escher em meio a operações de resgate em Uziel. O príncipe-regente suspeita disso mas não pode acusá-lo — visto sua colaboração em esforços de reconstrução e contenção de desordem no planeta. Mas será que isso não é intriga de gente invejosa… ou que tem a ganhar com a fragilidade do poder regencial?

     

Mais Boatos e Rumores

  • De acordo com algumas pessoas, o Sultanato de Escher só existe graças a um patrono misterioso. Após esbarrarem com um grupo de membros do Círculo da Espada aonde TODOS (até as damas) tinham rixa com o Príncipe Abutre, há quem aposte nessa organização: o número de membros dela na Ponta do Sabre quintuplicou com a entrada de vários inimigos, desafetos e familiares indignados de casos passados — e enquanto Omar estiver vivo e em movimento, ela não deve parar de crescer!!!
  • Aqueles a saber da existência dos Peregrinos do Infinito tendem a apostar neles como esse patrono, se ele existir. Mesmo se eles não o forem, o Príncipe Abutre provavelmente já os conhece e certamente vê neles o potencial de grandes acordos de negócios fora dos radares das autoridades.
  • Sabe-se de tensões entre a frota do Cormorão e a frota do Sultanato. Dizem, entretanto, que o verdadeiro motivo da capitã corsária Mistral Almadén não gostar de Omar foi por ele ter dado em cima dela, ou do seu irmão Clavis Almadén, ou (dependendo da versão) dos dois. Versões mais cabeludas sugerem que ele PEGOU a ele, ou a ela, ou a ambos… e depois deu treta. Há também quem diga que eles nem se encontraram pessoalmente — mas fofoca é um telefone sem fio que não acaba mais!

Nas Campanhas de Brigada Ligeira Estelar

O Príncipe Abutre não é flor que se cheire.

Ele é falastrão e amistoso — mas trai em um piscar de olhos caso as circunstâncias mudem. Às vezes, trocando de lado múltiplas vezes na mesma história. Ou episódio. Ou cena.

Por outro lado, ele pode ser bem útil para os personagens jogadores. Ele não é apenas um corsário fazendo pilhagens — com ele, é possível fazer compras úteis de despojos de guerra. Afinal, ele ainda é um mercador.

Além disso, há coisas que não deveriam ser vendidas, e sim entregues às autoridades. Ele pode muito bem contribuir com tecnologia ilegal não-registrada para os jogadores, caso se feche um olho para suas irregularidades.

E claro, há o fato dele comandar uma frota corsária e mercante — tornando-o uma ameaça para piratas espaciais ao circular pela Ponta e pelo Fio do Sabre. Para muitos refugiados, ele se tornou uma chance de vida digna.

Por outro lado, seu comportamento… sedutor com quem lhe despertar interesse pode enfiar a ele e os personagens em encrencas: ele pouco se importa com consequências e rapidamente vai pôr o pé na estrada — mas os problemas acontecerão mesmo assim. Isso pode ser fonte de muita diversão na mesa de jogo.

Divirtam-se e até a próxima!

Arte do cabeçalho: o Príncipe Abutre em pessoa por Tabby Kink e Rodrigo de Salles.

Twitter de Brigada Ligeira Estelar: https://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar: https://brigadaligeiraestelar.com/

Instagram de Brigada Ligeira Estelar: https://www.instagram.com/brigadaligeiraestelar

Brigada Ligeira Estelar e as línguas na Constelação do Sabre Pt.2

Brigada Ligeira Estelar, como sabemos, é um cenário espacial com diferentes planetas. Sendo eles povoados pela humanidade há milênios, logicamente eles tiveram sua própria evolução. Assim, isso se aplica igualmente às suas línguas — e, com o advento do império, aos sotaques planetários em sua língua franca (o Constelar).

Esta é a segunda parte do artigo sobre o tema, concebida por nosso convidado João Lucas Fraga (a primeira pode ser lida aqui). Então, vamos a ele sem mais delongas!

O Fio do Sabre – Mais próximos ao Cabo

Montalbán: de raiz hispânica e com duas vertentes: urbana e rural. A urbana é dinâmica, muda rapidamente, é informal e rápida — seus usuários carregam um orgulho infundado de falar o idioma do jeito “certo”. A rural é antiga, falada lentamente e boa para “papear”. O Constelar absorveu tais padrões, mas a população rural tendeu a absorvê-lo menos, hibridizando-o muito com essas raízes ibéricas.

Alabarda: outro mundo de raiz linguística predominantemente hispânica em sua formação. Todos falam do mesmo jeito: brusco, curto, rápido e peremptório. A divisão política, nas últimas décadas, recheou suas falas de insultos. É possível saber o lado ao qual interlocutor pertence caso o ouça falar em “malucontras” ou “imperiaporcos”. Seu Constelar tem traços similares embora a disposição em falá-lo e o conhecimento sobre ele variem: os pró-império o abraçam e os anti-império parecem pronunciar cada sílaba com contrariedade.

Winch: nenhum estudioso tem uma ideia clara de como este esse mundo absorveu tantos elementos protogermânicos em sua formação linguística quando nem na antiga Terra eles eram de conhecimento comum — mas ela deixou grandes marcas e sua vertente linguística é falada com muita formalidade. Assim como em Alabarda, pode-se identificar o lado das duas coroas pelos insultos aplicados ao outro. Vários termos giram em torno dos conceitos românticos de “honra” e o Constelar local não se mostrou muito diferente.

O Fio do Sabre – Mais próximos à Ponta

Inara: forjado em meio a uma mixórdia linguística, é possível encontrar línguas inusitadas como o taitiano e outros idiomas polinésios em partes de sua formação — e em outras, remete demais ao Creole centro-americano, sugerindo duas levas bem distintas de povoamento. Inara tem uma variedade imensa de sotaques e de registros: insultos graves em um lugar podem ser uma delicadeza em outro. Entretanto, os inaranos são conscientes de suas origens e, justamente por entenderem isso, tenderão a conferir a origem do interlocutor antes de saírem no tapa.

Moretz: a colonização foi nebulosa mas é possível identificar, em sua origem, diversos dialetos urbanos centro-europeus. O resultado foram falas rápidas, contendo só a informação necessária e focadas em uma comunicação eficiente, próprias para um mundo hostil. Isso legou ao Constelar local não apenas esse espírito, mas também um sotaque arrastado de vogais longas.

Uziel: parece ter compartilhado com Moretz várias levas migratórias, trazendo diversos dialetos urbanos centro-europeus em seu caldeirão linguístico original — com milhares de expressões de sentido duplo, a ponto de haver praticamente dois idiomas com os mesmos termos e a mesma gramática: o uziel da “luz” (para atividades lícitas) e o da “sombra” (para atividades ilícitas), ambos com as mesmas palavras. O Constelar local adotou tal espírito, com o porém de traduzir as expressões ao pé da letra para evitar (mais) ambiguidade (ainda).

A Ponta do Sabre

Arkady: claramente derivado do russo — o povo mais recorrente quando se fala da expansão espacial da humanidade ao longo da história. Nesse mundo, é costume tratar hóspedes com deferência, falar alto e usar muitas interjeições. Isso marcou a forja do Constelar local.

Dabog: os estudiosos evidenciaram em suas luas raízes linguísticas balcânicas mais alguma influência posterior do tcheco — provavelmente datada de meados do Grande Vazio, confundindo alguns historiadores. As línguas locais em Dabog costumavam ser faladas de forma baixa e rápida, mas com boa enunciação, evitando repetições, e seu constelar acabou herdando isso com alguns termos ambíguos inclusos, dependendo do contexto.

Ottokar: claramente a formação linguística majoritária deste desse mundo vem do turco, com tons de voz vibrantes e grandiosos — é raro escutar um Ottokar falando baixo a menos que seja muito necessário. O Constelar é carregado de sotaque e falado igualmente alto — mas não é muito uniforme: em diferentes partes do planeta há sinais bem distintos de influência linguística árabe, berbere, persa, concânio, hindi… e isso tudo reflete a grande mistura formativa deste mundo.

Villaverde: apesar dos traços lusitanos e hispânicos de sua formação linguística, é possível encontrar um peso enorme do catalão, com adjetivos indicadores de resistência e esforço sendo sempre privilegiados como elogios — e adjetivos denotativos de preguiça e fraqueza sendo o oposto. Quando trabalha, alguém de Villaverde fala em frases curtas, rápidas e aos berros. Quando repousa ou come, ri, conversa longamente e fala em tom normal e mais descontraído em relação à média. O Constelar local foi marcado pesadamente por essa herança.

Para quem leu Brigada Ligeira Estelar: Batalha dos Três Mundos…

Saumenkar: ainda na Ponta do Sabre, este é um mundo de andro-ginóides despertados após um longo congelamento. Caso pisem em outros mundos, eles podem reproduzir perfeitamente o sotaque local — mas, na verdade, eles não tem têm heranças linguísticas verdadeiras. Seu Constelar é irretocável mas, ao falarem, eles tendem a soar como âncoras de noticiário — uma entonação originalmente treinada para parecer compreensível, neutra e descartar sotaques inexistentes aqui.

Para os jogadores de Brigada Ligeira Estelar

Naturalmente, em cada planeta, há imensas variações: se mesmo em um país pequeno do século XX a diferença de sotaques era considerável, em um planeta inteiro isso se torna muito maior. Cada mundo no Sabre é vasto — assim como a própria Terra. Este artigo serve somente para dar uma ideia ou outra de interpretação — e, talvez, novos desafios para jogadores e mestres em suas campanhas de Brigada Ligeira Estelar.

Twitter de Brigada Ligeira Estelar: https://twitter.com/BrigadaEstelar
Blog oficial de Brigada Ligeira Estelar: https://brigadaligeiraestelar.com/

Brigada Ligeira Estelar e as línguas na Constelação do Sabre pt.1

Brigada Ligeira Estelar é ambientado não em um — mas em vários mundos (todos partes da Constelação do Sabre) e ele não é diferente da maioria dos cenários de RPG quando o assunto são línguas. Em suma, a interpretação sobre o tema se dobra de acordo com a conveniência e, por causa disso, todos tendem a falar a mesma língua.

Nosso convidado de hoje, o João Lucas Fraga, é tradutor profissional e tem um grande interesse (além de amplos conhecimentos) em linguística. Sendo assim, ele nos dará o prazer de interpretar a questão das línguas no cenário.

É conveniente mostrar personagens saltando entre mundos… sem se preocupar com línguas. Em Jornada nas Estrelas, inventaram tradutores universais. Em Guerra nas Estrelas, se trata da questão por alto: sempre há alguém fluente em uma língua alienígena quando é preciso, mas na prática todos falam inglês.

A princípio, é fácil imaginar a colonização da Constelação do Sabre sob um idioma comum — o Constelar — mas, se fosse dessa forma, todos teriam sido povoados por uma cultura comum. E uma olhada rápida nas relações e diferenças entre os planetas nos mostra que não é bem assim.

O Constelar é apenas uma língua franca de raiz neolatina, usada por conveniência para permitir a comunicação entre gente de culturas, planetas e, obviamente, idiomas diferentes.

A Constelação do Sabre foi colonizada por terráqueos, mas a Terra nunca foi um planeta de língua única.

Como a maioria dos colonizadores de cada planeta pertencia a uma determinada cultura há milênios atrás, o idioma desses povos acabou sendo o usado em um primeiro momento. Sendo assim, esse artigo mostrará quais idiomas formaram as línguas originais dos mundos e como eles falam o Constelar, mesmo depois de tanto tempo sob o mesmo império.

Línguas na Constelação do Sabre

Os mundos do Cabo

Altona: formado por uma miscelânea de idiomas. Em uma vista inicial, remete aos antigos Países Baixos da Terra, mas uma olhada atenta nos revela uma mistura mais ampla. Para complicar, tudo indica a herança de dialetos mais rústicos e informais (estigmatizados em algum momento como caipiras). Talvez por conta da provável civilização alienígena antiga, há muitos neologismos locais de tradução dificílima — normalmente ligados a esses elementos estranhos. Sendo assim, o Constelar aqui mantém esses traços, recheado de termos dessas línguas originais.

Albach: em um momento inicial, formado por línguas de raiz germânica mas pouco identificáveis a esta altura. Pessoas mais velhas e tradicionalistas utilizam um vocabulário exclusivo. Os mais jovens, porém, usam termos de outros idiomas e neologismos — algo da qual os velhos se ressentem. O Constelar segue o mesmo padrão, com os mais velhos sendo mais formais e rebuscados e se orgulhando de falar “corretamente”. Os mais jovens utilizam o idioma de forma fluida e dinâmica.

Annelise: de raiz alsaciana na época da colonização. Normalmente, pessoas de Annelise falarão baixo e em tom sereno (levantar demais o tom de voz, em certas circunstâncias, é visto por lá como uma falta de educação imensa), utilizando termos relativamente rebuscados. Os nativos de Annelise costumam iniciar conversas de forma extremamente doce, seja como for que isso se manifeste, e sua regionalização do Constelar incorporou os mesmos traços.

Formalidades e informalidades

Forte Martim: formado por línguas ibéricas como o português e o galego. Existem dois graus de formalidade em Forte Martim: o “informal”, entre iguais e para com aqueles socialmente inferiores — e o “formal” para com aqueles socialmente superiores. O informal varia entre amigável e diretamente desagradável. O formal é subserviente, com pronomes de tratamento aos montes e repleto de termos originalmente criados para o apaziguamento dos senhores de terra. Se o Constelar das oligarquias é o “padrão”, macaqueado das elites de Albuquerque, o dos mais pobres é rústico e carregado de sotaque.

Trianon: de clara raiz francesa e com dois graus de “formalidade” parecidos com os de Forte Martim… mas com uma diferença: há um terceiro registro, usado por rebeldes para falar de (e com) nobres. É o registro mais completamente rude de todos os idiomas. O mesmo se aplica ao Constelar local, com o registro rude sendo substituído por séries criativas de palavrões.

Gessler: um caso único na formação das línguas locais. Sua raiz linguística deriva do occitano, similar ao francês. É “O” idioma para negócios, com frases curtas e diretas ao ponto, pouco uso de adjetivos e conversas rápidas. O Constelar Gessleriano acabou absorvendo esses mesmos traços: seu falar tem um tom quase jornalístico.

Padrões e variantes

Albuquerque: traz o Constelar em sua forma mais padronizada. A língua recebe influência de todos os idiomas locais, fazendo-a mudar de forma com extrema velocidade neste mundo — novos termos surgem e somem em questão de meses.

Viskey: é um derivado radical do antigo japonês, com variantes distintas entre si. Há um sem-número de registros de formalidade diferentes, utilizados com extremo rigor. Assim, vertentes mais “bonitinhas” da língua envolvem falar de si na terceira pessoa (seguida do arcaico mas popular sufixo japonês “chan”) e outras coisas dessa natureza, enquanto tipos mais másculos falam de forma mais dramática e viril… e registros formais são muito formais. O Constelar local acabou sendo marcado por esse espírito, com a variante “fofinha” da língua se parecendo muito com a de Annelise.

Tarso: o mais radicalmente próximo à raiz latina do Constelar, com muitos ecos do italiano e uma tendência “expansiva”, especialmente quando alguém deseja reforçar um argumento. Logo, seu constelar se forjou de forma similar e com um tom mais severo, sempre com termos e expressões carregados das ideias de poder, força, trabalho e tradição — e sempre com um toque leve de ameaça se o interlocutor estiver em posição de poder na interação.

Bismarck: sua formação linguística expôs, acima de qualquer outro mundo da Constelação, sua raiz germânica — expansiva e manifestada em frases curtas, claras e diretas. Sendo assim, um nativo de Bismarck falará de modo a não dar margem a perguntas. O Constelar de Bismarck é recheado de termos regionais e eles parecem se orgulhar em manter o sotaque.

Infelizmente nosso artigo sobre as Línguas na Constelação do Sabre ficou muito grande e, por isso, precisará ser dividido em duas partes. Até a próxima!

(Arte do topo por Eudetenis).